You are on page 1of 22

Seminário:

A teoria do capital de Pierre Bourdieu e a


reprodução social do campo de poder

Anne Schippling
Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES-Iscte), Lisboa
anne.schippling@iscte-iul.pt
CEEC Individual: 2021.03720.CEECIND
Estrutura do seminário

 Introdução ao pensamento de Pierre Bourdieu e conceitos-chave da sua teoria

 Influência de outros pensadores: Émile Durkheim, Karl Marx e Max Weber

 Discussão da teoria do capital com base no texto “The forms of capital” (originalmente publicado em língua
alemã em 1983)

 Apresentação do projeto de investigação “A internacionalização da educação das elites em Portugal.


Um estudo qualitativo sobre colégios internacionais na Grande Lisboa” (2016-2021, financiado pela
FCT/Lisboa)

 Discussão de excertos de entrevistas com antigos alunos de colégios internacionais à luz da teoria do
capital do Bourdieu
A teoria do capital de Pierre Bourdieu – Introdução

 Pierre Bourdieu (1930-2002): um dos mais influentes cientistas sociais do seu tempo
 Reputação enorme devido ao facto de ter sido divulgado de forma crescente em muitas
disciplinas fora da sua área, a Sociologia, e também nos media

 Obras centrais:
La distinction. Critique sociale du jugement (1979) [pt. A Distinção: crítica social do julgamento]
Homo academicus (1984)
La noblesse d’état. Grandes écoles et esprit de corps (1989)
La misère du monde (1993) [pt. A Miséria do Mundo]
La domination masculine (1998a) [pt. A Dominação Masculina]

 Problema de celebridade:
“Nem sempre os conceitos de ‘génios’ instrumentalizados são recebidos de forma séria, muito menos examinados de
forma crítica.” (Fröhlich & Rehbein 2009)
A teoria do capital de Pierre Bourdieu – Introdução – Conceitos-chave

 Interligação dos conceitos centrais: ‘habitus’ – ‘campo’ e ‘espaço social’ – ‘capital’

habitus

“As estruturas constitutivas de um tipo específico do ambiente [...] produzem formas de habitus, isto é, sistemas
de disposições duráveis, estruturas estruturadas capazes de atuar como estruturas estruturantes.” (Bourdieu
1972)

espaço social / campo

“A teoria dos campos baseia-se na constatação (já encontrada em Spencer, Durkheim, Weber, etc.) de que no
mundo social ocorre um processo progressivo de diferenciação. [...] Este processo de diferenciação ou de se
tornar independente conduz [...] à emergência de universos que têm ‘leis de base’ diferentes e irredutíveis [...]
e que são locais de ocorrência de determinadas formas de interesse. (Bourdieu 1998b)
A teoria do capital de Pierre Bourdieu – Introdução – Conceitos-chave

capital

“A posição social de um ator deve, portanto, ser definida em função da sua posição nos diferentes
campos, ou seja, na estrutura de distribuição dos meios de poder que neles são eficazes: em primeiro
lugar, o capital económico (nas suas diferentes formas), em seguida, o capital cultural e social e, por
último, o capital simbólico como forma percebida e reconhecida como legítima dos três capitais acima
referidos (geralmente designado por prestígio, reputação, etc.).” (Bourdieu 1982)
A teoria do capital de Pierre Bourdieu: Influências I

Influência do pensamento de Émile Durkheim:


 Ideia de que o social é uma realidade específica que só se explica enquanto social e através do social

 Condição de um pensamento sociológico científico: quebra com as teorias do common sense:

“Nós achamos fecunda a ideia de que a vida social não se explica pela opinião daqueles que fazem parte dela,
mas através de causas profundas que não são conscientes.” (Bourdieu 1980)

 Conceito do habitus -> desenvolvimento da teoria da divisão do trabalho de Durkheim


-> o conceito das ideias coletivas (Durkheim) está a ser desenvolvido no conceito de habitus
A teoria do capital de Pierre Bourdieu: Influências II

Influência do pensamento de Karl Marx:


 Influência da teoria das classes sociais e da luta entre as classes:

“Na perspetiva de Bourdieu fica o mérito da teoria de Marx, de partir de conflitos entre classes e de lhes ter
atribuído um papel importante na constituição e conceção de sociedades modernas.” (Beer & Bittlingmayer
2009)

 Diferença entre Bourdieu e Marx: Bourdieu rejeita a possibilidade de existência de uma sociedade sem
classes e não tem como finalidade a revolução da sociedade

 As classes sociais baixas “tendem em primeiro lugar a atribuir a si próprios o que lhes é atribuído de qualquer
forma através da distribuição e de rejeitar aquilo que lhes é negado de qualquer forma (‘isto não é para nós’),
lidar com o que lhes é imposto, adaptar as suas esperanças na medida das suas oportunidades, de se definirem
a si próprios como a ordem dominante os define.” (Bourdieu 1979)
A teoria do capital de Pierre Bourdieu: Influências III

Influência do pensamento de Max Weber:


 Proximidade com a Ética Protestante: ideia de que todas as economias (incluindo a economia capitalista) são
sistemas de crenças

“Para Bourdieu é fecunda a ideia de que estruturas materiais só podem por em prática economias específicas em
estreita ligação com orientações culturais da ação.” (Bongaerts 2009)

 Influência para a teoria de classes de Bourdieu: a pertença a uma classe não se define unicamente através da
posse dos meios de produção (Marx), mas também pelo modo de vida individual que está definido pelo ethos
profissional (Weber)
A t e o r i a d o c a p i t a l d e P i e r re B o u r d i e u –
Discussão do texto: “The forms of capital”

“conceito alargado de capital”:

“Ele abrange todos os recursos que são socialmente valiosos, e não apenas (como na
economia clássica) um estoque que é utilizado para produzir um valor acrescentado que pode
ser medido em termos monetários.” (Rehbein & Saalmann 2009)
A t e o r i a d o c a p i t a l d e P i e r re B o u r d i e u –
Discussão do texto: “The forms of capital”

os capitais:

“Depending on the field in which it functions, and at the cost of the more or less expensive transformations
which are the precondition for its efficacy in the field in question, capital can present itself in three
fundamental guises: as economic capital, which is immediately and directly convertible into money and may
be institutionalized in the form of property rights; as cultural capital, which is convertible, in certain
conditions, into economic capital and may be institutionalized in the form of educational qualifications; and as
social capital, made up of social obligations (“connections”), which is convertible, in certain conditions, into
economic capital and may be institutionalized in the form of a title of nobility.” (Bourdieu 1986, p. 16)
A t e o r i a d o c a p i t a l d e P i e r re B o u r d i e u –
Discussão do texto: “The forms of capital”

capital cultural:

“Cultural capital can exist in three forms: in the embodied state, i.e., in the form of long-lasting dispositions of
the mind and body; in the objectified state, in the form of cultural goods (pictures, books, dictionaries,
instruments, machines, etc.) [...]; and in the institutionalized state, a form of objectification which must be set
apart because, as will be seen in the case of educational qualifications, it confers entirely original properties on
the cultural capital which it is presumed to guarantee.” (Bourdieu 1986, p. 17)

capital cultural incorporado (habitus):

“This embodied capital, external wealth converted into an integral part of the person, into a habitus, cannot be
transmitted instantaneously (unlike money, property rights, or even titles of nobility) by gift or bequest,
purchase or exchange. (Bourdieu 1986, p. 18)
A t e o r i a d o c a p i t a l d e P i e r re B o u r d i e u –
Discussão do texto: “The forms of capital”

capital cultural objetivado:

“The cultural capital objectified in material objects and media, such as writings, paintings, monuments,
instruments, etc., is transmissible in its materiality. A collection of paintings, for example, can be transmitted as
well as economic capital (if not better, because the capital transfer is more disguised). But what is transmissible is
legal ownership and not (or not necessarily) what constitutes the precondition for specific appropriation, namely,
the possession of the means or ‘consuming’ a painting or using a machine, which, being nothing other than
embodied capital, are subject to the same laws of transmission.” (Bourdieu 1986, p. 19)

capital cultural institucionalizado:

“This objectification is what makes the difference between the capital of the autodidact, which may be called into
question at any time, [...] and the cultural capital academically sanctioned by legally guaranteed qualifications,
formally independent of the person of their bearer.” (Bourdieu 1986, p. 20)
A t e o r i a d o c a p i t a l d e P i e r re B o u r d i e u –
Discussão do texto: “The forms of capital”

capital social:

“Social capital is the aggregate of the actual or potential resources which are linked to possession of a durable
network of more or less institutionalized relationships of mutual acquaintance and recognition - or in other words,
to membership in a group - which provides each of its members with the backing of the collectively owned capital,
a “credential” which entitles them to credit, in the various senses of the word.” (Bourdieu 1986, p. 20 )

capital simbólico:

formas de reconhecimento, estima e estatuto que têm a particularidade de estarem sempre ligadas as outras formas
de capital (ex. diplomas de escolas de elite)
P r o je to d e i n ve s tig a ç ã o :

“A internacionalização da educação das elites em Portugal.


Um estudo qualitativo sobre colégios internacionais na
Grande Lisboa” ( 2 0 1 6- 2 0 2 1 )

 projeto empírico qualitativo sobre a identidade escolar de escolas internacionais na região de Lisboa (fase 1) e biografias
educacionais dos seus antigos alunos (fase 2)

-> reação a um défice de investigação sobre escolas internacionais, especialmente em Portugal (Vieira 2003; Macedo 2009;
Louçã, Lopes e Costa 2014; Schippling & Abrantes 2018, 2022; Schippling, Abrantes & Lopes 2020)

Referências teóricas:

 Teoria da reprodução social (e.g., Bourdieu 1979, 1989) e identidade escolar (e.g., Abrantes 2003; Draelants & Dumay
2011)

 conceitos de investigação sobre transnacionalização, por exemplo, o conceito de ‘espaços transnacionais de educação’
(e.g., Adick 2005; Hayden 2011; Hornberg 2018)
P r o je to d e i n ve s tig a ç ã o :

“A internacionaliza ção da educa ção das elites em Portugal.


Um estudo qualitativo sobre colégios internacionais na
Grande Lisboa” ( 2 0 1 6- 2 0 2 1 )

Design metodológico:

1. Fase do projeto (2016-2018): Estudos de caso em 3 escolas internacionais:

Triangulação de métodos reativos (grupos focais com alunos e professores, entrevistas semidirigidas com a direção das escolas) e
métodos não reativos [análise de documentos de autorrepresentação das instituições (brochuras, websites), observação participante
de eventos relacionados com a cultura escolar]

2. Fase do projeto (2019-2021): Análise de biografias educacionais de antigos alunos destas escolas
Entrevistas sobre a biografia educacional com antigos alunos das escolas internacionais (16 entrevistas) e análise de documentos
(e.g., websites de escolas, fóruns de discussão, etc.)

Método de análise: Documentary interpretation method (e.g., Bohnsack 2010; Nohl 2012)
Influências da teoria de Pierre Bourdieu no projeto de
investigação

Teoria da reprodução social – teoria do capital


 Foi desenvolvida com base em estudos do sistema educativo francês dos anos 1960 e 1970 (Bourdieu & Passeron 1970)

 Democratização do sistema educativo -> mas a origem social é a caraterística geral que decide sobre o sucesso no sistema
educativo -> ilusão de igualdade de oportunidades

 Estudo da reprodução das classes dominantes na França: La noblesse d’état (Bourdieu 1989)

 As escolas de elite têm como característica “que os estudantes principalmente escolhem a instituição (e mais tarde a
correspondente posição no campo de poder), que requer e transmite as disposições estéticas, éticas e políticas que são as
mais próximas das disposições requeridas nas famílias de origem e das posições no campo de poder, às quais estas
instituições conduzem.” (Bourdieu 1989)

-> As escolas de elite transmitem sobretudo o capital cultural e social necessário para entrar nas posições do campo de poder
Discussão: Excertos de entrevistas com antigos alunos
de colégios internacionais na Grande Lisboa

Que formas de capital se mostram explicitamente ou implicitamente


nas seguintes expressões dos estudantes?

“Ou seja, no fundo, acabávamos por ter um programa que era muito mais abrangente, que dava (muitas
bases), (nem) mesmo que a pessoa não vá estudar História ou mesmo Ciência Política, acaba por ter um
contexto em termos de cultura geral mesmo muito abrangente, que acaba por chegar a vários hã (.) a
vários domínios, a vários continentes, a vários períodos históricos, a vários contextos hã culturais, que
eu acho que é muito interessante e que eu, no ensino português, não vejo ser dadas assim ao nível //
Hum-hum. // do (ensino) do da secundária.” (Pedro de Portugal, escola francesa, Lisboa -
universidade em Lisboa)
“Wow, I guess that's one good thing about an international school //Hum um.// I have friends, I know people that
are Chinese, I know people that are Portuguese, I know Spanish people, I know (.) It connects me to people from
everywhere. I think that (.) and language isn't a barrier because everybody speaks English, like, as an
international language, I guess, which is very (3) //Hum.// I really enjoy it. It's just like, brings a sense of (.)
people from all over the place in one place.” (Shaima da Líbia, escola IB, Lisboa – universidade em Lisboa)

“I am in Faculty of Business, it’s called [X-Faculty], //humhum// it’s actually the best business school in North
America, in the Cana-, in Canada and (.) our school ranked, I believe the 35th out of the whole world, so our
school like it’s one of the best universities and our business school in particular is one of the best business school
out there.” (Thomas da África do Sul, escola IB, Lisboa – universidade no Canadá)

“So (.) I was studying in China and my parents they were considering investments in Portugal. So basically the
opportunity arise for me to choose to continue my education in China //humhum// or to expand my horizon and
study in an international school in Portugal, which I think to be, like to me I think it’s important to differentiate
yourself from all the other people and by staying in China that doesn’t do that purpose for me, because I simply
do not want to be the same person as anyone else or just following the trend, because that doesn’t match my
style.” (Lan da China, escola IB, Lisboa – universidade no Canadá)
“[town in UK] has a lot of international students //ok/ it’s very varied (.) in my, in my accommodation in the first
year there were people from lots of different, lots of different countries and I think we got on along really well.
My (.) having gone to school with people from kind lots of different places really helped, because it was not a
shock //yeah// I know a lot of people when they go to university, they tend to stick with people from their own
countries mostly, ‘cause they feel like that’s most familiar for them.” (Eleni da Grécia, escola IB, Lisboa –
universidade no Reino Unido)

“Eu acho que, ou seja, das coisas que eu mais gosto (n)o Liceu Francês foi a quantidade de línguas com que eu
fiquei. Ou seja, eu para além de dominar o português, (que é a minha língua materna), consigo dominar bem o
francês, como é óbvio, não é? Domino também muito bem o inglês e o espanhol. É é das coisas que eu que eu
que eu saí do Liceu Francês com mais // Hum-hum. // com mais (.) hã, ou seja, que gosto, pronto, basicamente.”
(Maria de Portugal, escola francesa, Lisboa – universidade em Lisboa)
R e f e r ê n c i a s

Abrantes, P. (2003). A construção social de identidades de escola, Trajectos, ISCTE/Editorial Notícias, 2, 13-22.

Adick, C. (2005). Transnationalisierung als Herausforderung für die International und Interkulturell Vergleichende Erziehungs-
wissenschaft. Tertium Comparationis. Journal für International und Interkulturell Vergleichende Erziehungswissenschaft, 11(2), 243-
269.

Beer, R., & Bittlingmayer, U. H. (2009). Karl Marx. In G. Fröhlich & B. Rehbein (Eds.), Bourdieu-Handbuch. Leben – Werk – Wirkung
(pp. 46-53). Stuttgart/Weimar.

Bohnsack, R. (2010). Rekonstruktive Sozialforschung. Einführung in qualitative Methoden. Opladen/Farmington Hills.

Bongaerts, G. (2009). Max Weber. In G. Fröhlich & B. Rehbein (Eds.), Bourdieu-Handbuch. Leben – Werk – Wirkung (pp. 57-60).
Stuttgart/ Weimar.

Bourdieu, P. (1980). Le sens pratique. Paris.

Bourdieu, P. (1982). Leçon sur la leçon. Paris.

Bourdieu, P. (1972). Esquisse d’une théorie de la pratique, précédé de trois études d’ethnologie kabyle. Genebra.

Bourdieu, P. (1979). La distinction. Critique sociale du jugement. Paris.


Bourdieu, P. (1986). The forms of capital. In J. Richardson (Ed.), Handbook of Theory and Research for the Sociology of Education
(pp. 241-258). Westport, CT.

Bourdieu, P. (1989). La noblesse d’état. Grandes écoles et esprit de corps. Paris.

Bourdieu, P. (1993). La misère du monde. Paris.

Bourdieu, P. (1998a). La domination masculine. Paris.

Bourdieu, P. (1998b). Contre-feux. Propos pour servir à la résistance contre l’invasion néo-liberale. Paris.

Bourdieu, P. (1998a). La domination masculine. Paris.

Bourdieu, P. & Passeron, J.-C. (1970). La reproduction. Eléments pour une théorie du système d’enseignement. Paris.

Draelants, H., & Dumay, X. (2011). L’identité des établissements scolaires. Paris: PUF.

Fröhlich, G., & Rehbein, B. (2009). Einleitung. In G. Fröhlich & B. Rehbein (Eds.), Bourdieu-Handbuch. Leben – Werk – Wirkung
(pp. IX-XI). Stuttgart/Weimar.

Hayden, M. (2011). Transnational spaces of education: the growth of the international school sector. Globalisation, societies and
education, 9(2), 211-224.
Hornberg, S. (2018). Transnationale Bildungsräume am Beispiel von IB World Schools. In E. Glaser, H.-C. Koller, W. Thole & S. Krumme
(Eds.), Räume für Bildung – Räume der Bildung. Beiträge zum 25. Kongress der Deutschen Gesellschaft für Erziehungswissenschaft (pp. 226–
233). Leverkusen.

Louçã, F., Lopes, J. T., & Costa, J. (2014). Os burgueses. Lisboa.

Macedo, E. (2009). Cidadania em confronto. Educação de jovens elites em tempo de globalização. Porto.

Nohl, A.-M. (2012). Interview und dokumentarische Methode? Anleitungen für die Forschungspraxis. Wiesbaden.

Rehbein, B.; Saalmann, G. (2009). Kapital (capital). In G. Fröhlich & B. Rehbein (Eds.), Bourdieu-Handbuch. Leben – Werk – Wirkung (pp.
134-140). Stuttgart/Weimar.

Schippling, A., & Abrantes, P. (2018). Para uma visão panorâmica do campo das escolas internacionais na Grande Lisboa. Educação,
Sociedade & Culturas, 52, 7-27.

Schippling, A., & Abrantes, P. (2022). Analysing biographies in transnational educational spaces: transitions to higher education of alumni
from an IB school in Lisbon. Globalisation, Societies and Education. Advance online publication: 1-12.
https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/14767724.2022.2049710

Schippling, A., Abrantes. P., & Lopes, J. T. (2020). Educação de elites e a dimensão da internacionalização em Portugal. Sociologia, Problemas
e Práticas, 94, 119-137.

Vieira, M. M. (2003). Educar Herdeiros - Práticas Educativas da Classe Dominante Lisboeta nas Últimas Décadas. Lisboa.

You might also like