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SISTEMA LÍMBICO

I - Conceito:
►É um sistema em forma
de anel cortical, contínuo,
que contorna as
formações inter hemis-
féricas. Está relacionado
fundamentalmente com a
regulação dos processos
Emocionais e do Sistema
Nervoso Autônomo. Foi
considerado por Broca
(1878) como lobo
independente.
II - Localização:
Face medial do hemisfério cerebral,
margeando o corpo caloso.

III - Componentes do Sistema Límbico:

3.1 - Componentes corticais:

3.1.1 - Giro do Cíngulo: Contorna o


corpo caloso, ligando-se ao giro para-hipocampal
pelo ístimo do giro do cíngulo.
3.1.2 - Giro Para-hipocampal: Situa-se
na face inferior do lobo temporal.
3.1.3 - Hipocampo: Eminência
alongada e curva que no homem situa-se no
assoalho do corno inferior dos ventrículos laterais,
acima do giro para-hipocampal.
3.2 - Componentes subcorticais:

3.2.1 - Corpo Amigdalóide - também chamado núcleo


amigdalóide. É um dos núcleos da base. Situa-se no lobo
temporal, próximo ao úncus.

3.2.2 - Área Septal - situada abaixo do rosto do corpo


caloso, anteriormente à lâmina terminal e à comissura anterior. A
área septal tem conexões extremamente amplas e complexas,
destacando-se suas projeções para o hipotálamo e para a
formação reticular.

3.2.3 - Núcleos Mamilares - pertencem ao hipotálamo e


situam-se nos corpos mamilares.

3.2.4 - Núcleos Anteriores do Tálamo - situam-se no


tubérculo anterior do tálamo
3.2.5 - Núcleos Habenulares - Situam-se nos trígonos
habenulares. Recebem fibras do mesencéfalo.
IV - Conexões do sistema límbico:

Apesar das modernas técnicas de pesquisa


neuroanatômica, não se conhece ainda o significado funcional de
grande parte dessas conexões que são: conexões extrínsecas e
intrínsecas.

4.1 - Conexões intrínsecas: os diversos componentes do


Sistema límbico mantém entre si numerosas e complexas
intercomunicações, sendo a mais conhecida o circuito de Papez.
Este é um circuito fechado que representa a direção
predominante dos impulsos nervosos:

Hipocampo → fórnix → corpo mamilar → fascículo mamilo-


talâmico → núcleos anteriores do tálamo → cápsula interna →
giro do cíngulo → giro para-hipocampal → hipocampo, fechando
o circuito.
Este circuito é importante no mecanismo das emoções e
memória.
4.2 - Conexões extrínsecas: as estruturas do
Sistema límbico têm amplas conexões com diversos
setores do SNC e podem ser:

4.2.1 - Conexões aferentes: as informações


sensoriais (visuais, auditivas, olfatórias ou somestésicas)
penetram no SL por vias que chegam ao giro para-
hipocampal passando ao hipocampo e assim ao circuito
de Papez.

4.2.2 - Conexões eferentes: desencadeia o


componente periférico e expressivo dos processos
emocionais e controlam ao mesmo tempo a atividade do
SNA. O hipotálamo é o principal braço executivo do SL.
As conexões com a formação reticular do mesencéfalo
se fazem através de três sistemas de fibras: feixe
prosencefálico medial, fascículo mamilo-tegumentar e
estria medular.
V - Funções do sistema límbico:

5.1 - Funções principais:


Regular os processos emocionais. Intimamente
relacionado com estas funções temos:
Regular o SNA
Regular processos motivacionais essenciais à
sobrevivência da espécie e do indivíduo (fome, sede,
sexo)

5.2 - Função secundária:


Alguns componentes do sistema límbico se
relacionam ao mecanismo da memória e aprendizagem e
participam da regulação do sistema
endócrino.
VI - Manifestações Clínicas

Síndrome de Klüver e Bucy: foi feita uma ablação bilateral da parte


anterior dos lobos temporais em macacos Rhesus, lesando estruturas do SL
como hipocampo, giro para-hipocampal e corpo amigdalóide resultando:

a) Domesticação completa dos animais que usualmente eram


selvagens e agressivos;
b) Perversão do apetite (comem coisas que nunca comiam);
c) Agnosia visual – incapacidade de reconhecer objetos ou mesmo
animais que antes causavam medo;
d) Tendência oral manifestada
e) Tendência hipersexual

Estes sintomas já foram diagnosticados em homens que realizaram


a ablação do lobo temporal para tratamento de formas agressivas de
epilepsia.
A docilidade, as tendências orais e a hipersexualidade resultam da
destruição bilateral do corpo amigdalóide.
Estudos em humanos sugerem que as conexões do TE com
a região septal podem ser modificadas por medicamentos
antipsicóticos e que a área septal e as áreas a que estão
conectada, podem estar envolvidas na euforia associada ao uso
de narcóticos. Além disso, foi relatada evidência clínica recente de
atividade sexual acentuadamente aumentada em pacientes
masculinos idosos após lesão septal.

· Estimulação na Área Septal: causam alterações na


pressão arterial e no ritmo respiratório, mostrando seu papel na
regulação das atividades viscerais. A área septal é um dos centros
do prazer no cérebro.

· Lesões ou Estimulação no Corpo Amigdalóide: em


animais resultaram em alterações do comportamento alimentar
(afagias e hiperfagias) ou das atividades das vícceras –
semelhante quando feitos no hipotálamo.
Também no homem lesões bilaterais do corpo amigdalóide resultam
em considerável diminuição da excitabilidade emocional de indivíduos
portadores de distúrbios de comportamento - agressividade.

· Ablação do Giro do Cíngulo (cingulectomia): em carnívoros


selvagens domestica completamente o animal. Este procedimento já foi
realizado no homem no tratamento de psicóticos agressivos. A cingulectomia
interrompe o circuito de Papez podendo melhorar graves problemas de
depressão e ansiedade.

· O hipocampo: é importante na regulação do comportamento


emocional e no fenômeno da memória. Lesões no corpo amigdalóide associado
com a remoção do hipocampo causa síndrome amnésica.

· Síndrome de Korsakoff: amnésia decorrente da degeneração dos


corpos mamilares em conseqênncia do alcoolismo crônico e da deficiência
nutricional. É caracterizada por perda da memória recente e por tendência a
fabricar relatos falsos de eventos recentes.

· Mal de Alzheimer: perda gradual da memória recente, chegando a


amnésia total. Ocorre em pacientes com idade inferior a 65 anos. A causa
principal é a degeneração seletiva de dois grupos de neurônios do SL (um
grupo localizado no hipocampo e outro no giro parahipocampal).

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