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Aula+25 04
Aula+25 04
PSICOTERÁPICAS
ESPECIAIS
P R O F. D R . J E F E R S O N P I R E S
A RELAÇÃO DE TRABALHO NO
PROCESSO TERAPÊUTICO
A RELAÇÃO DE TRABALHO
• O funcionamento da relação de trabalho dependerá de algumas condições do paciente:
– Tipo de problemática
– Momento vital
– Nível cultural
– Estrutura de caráter
– Acolhimento
– Espontaneidade
– Atitude docente
OS TRAÇOS GERAIS DA
CONTRIBUIÇÃO DO
T E R A P E U TA
A RELAÇÃO DE TRABALHO
• Iniciativa
– O terapeuta desempenha um papel ativo, que estimula a tarefa e as capacidades do paciente aplicáveis
à tarefa.
– Com essa função, ele interroga, orienta a busca, solicita detalhes, constrói modelos, propõe ao
paciente que os teste, faz balanços, traça perspectivas
– Não fica quieto nem silencioso por muito tempo pelo fato de a índole docente da tarefa lhe conferir
uma liderança.
• Esta pode levá-lo a ser quem inicia uma sessão (para introduzir impressões elaboradas no intervalo entre
sessões ou esclarecimentos que ficaram pendentes).
– Isso significa conceber a tarefa como trabalho de equipe, cuja direção, intensidade e ritmos são
assuntos de ambos em todos os momentos.
• Desempenhar esse papel ativo implica uma moderada vivacidade corporal.
A RELAÇÃO DE TRABALHO
• Iniciativa (ainda sobre...)
– Em sua atuação ativa, o terapeuta interrompe, por exemplo, o paciente, perguntando:
• “Como você vê o que disse até agora?” “Isso lhe sugere algo?”
• Com a resposta, passa a ter dois materiais de interesse: O relato inicial e a interpretação do paciente
– A indagação ativa do terapeuta, sobre o que houve desde a ultima sessão demonstra interesse.
• Esse interesse transmite a motivação para resgatar o trabalha que acontece nos intervalos.
• “Qual sua opinião sobre esse modo de ver as coisas?” “Você também vê assim?”.
– O terapeuta aplica certos princípios pedagógicos gerais: (veremos nos próximos slides)
– Enfocar essa motivação, que deve ser constantemente elaborada ao longo do processo.
– “Veja o que aconteceu de novo: mais do que nunca, até agora, você se pôs a trabalhar depois da sessão,
com o que surgiria nela. E aparecem essas recordações muito importantes de sua adolescência, e hoje
pudemos compreender algo que até agora não tínhamos condições de ver”.
• “O que vamos procurar é compreender quais problemas seus, por um lado, e de sua mulher, por outro, se
encontraram para produzir os choques dos últimos tempos”.
• “Nessa primeira fase do tratamento, o primordial é conseguir que você possa tranquilizar-se, afastar-se um
pouco da confusão em que está mergulhado agora, esclarecer como chegou a essa situação”.
– Cada momento de qualquer sessão posterior se presta para redefinir os objetivos a longo prazo
• Objetivos estratégicos: “Que você vá conquistando maior independência em relação a seus pais, maior
capacidade de decidir sozinho”.
• Objetivos táticos: “Nessas últimas sessões, estamos explorando tudo o que em sua vidas significou
dependência, tudo a leva a ser mais a filha do que a mulher do seu marido”.
• “Talvez isso nos permita compreender melhor como foi se desenvolvendo essa sua relação de submissão, que
está na base da crise”.
A RELAÇÃO DE TRABALHO
• Reforçar todo o avanço nas tarefas:
– “Até pouco tempo, você acreditava que nunca poderia pensar em si mesmo. Esta semana, para sua
surpresa, você conseguiu”.
– “Seria útil revermos agora o que queria dizer em você essa convicção fatalista de que não seria capaz de
fazê-lo. Por outro lado, é importante que você insista em continuar fazendo o que já conseguiu, que não
pare por ai”.
– “Desta vez, você deu um jeito de exigir de seu pai um tempo para falar dos problemas comuns e
conseguiu que ele o escutasse”.
– “Isso é importante porque esse diálogo é algo novo e partiu de uma mudança de atitude sua”.
A RELAÇÃO DE TRABALHO
• Reforçar todo o avanço nas tarefas:
• Pode ser difícil distinguir as intervenções que visam o reforço de conquistas das que podem
estritamente ser definidas como “intervenções de apoio”.
– Embora nas intervenções para reforço de conquistas se expresse a aprovação do terapeuta, a ênfase recai na
direção do movimento realizado e em suas consequências.
• O terapeuta trabalha com a atenção voltada para dar, às suas intervenções, formas modos e
palavras que facilitem sua compreensão pelo paciente.
– “Você, segundo seu relato, disse a ela muitas coisas, algumas construtivas, outras, ao que parece,
bastante destrutivas”.
– “Ela, segundo seu relato, disse-lhe várias coisas, algumas destrutivas outras construtivas.”
– “Você registrou mais as destrutivas, e as chamou de “atitudes negativas dela em relação a mim”.
– A exposição aberta pode levar o terapeuta a formular uma interpretação e imediatamente perguntar:
• “Quando você disse “comecei a trabalhar” não o disse num tom coerente com a boa notícia, num tom de festejo,
e então pensei se não haverá em você...”
– Esse tipo de exposição tem eficácia didática e corresponde a uma atitude com respeito ao caráter da
relação terapêutica.
A RELAÇÃO DE TRABALHO
• Utilização do recurso facilitador de investigação e compreensão da problemática.
– O terapeuta está sempre aberto a enriquecer seu método de trabalho com qualquer recurso dotado de
valor didático para ilustrar e objetivar aspectos do paciente ou da situação.
• Não restringe necessariamente o intercâmbio à comunicação verbal
– Forma de desenhos, fotografias, poemas, escritos pessoais, objetos, tarefas concretas realizadas na sessão.
– Cada um desses recursos pode revelar facetas que o intercâmbio verbal as vezes não destaca de modo
suficiente.
• A inclusão desses recursos depende da capacidade do terapeuta.
• O papel do terapeuta se exerce não apenas pelo que permite ao paciente ver de seu mundo, mas
também pelo papel que desempenha nesse mundo.
– O papel real do terapeuta passará pela leitura pessoal que ele faça daqueles comportamentos
concretos, recodificados a partir do mundo de significações do paciente, efetuada a partir de
comportamentos específicos do terapeuta.
• Ver o terapeuta como ele de fato é ajuda o paciente a corrigir suas distorções transferenciais.
MUITO OBRIGADO!