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ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA: O PROTAGONISMO E A FORÇA

FEMININA DEMONSTRADA NA LUCIDEZ POR SARAMAGO

Neusa Maria Soares Zukoski


neusa.zukoski@edu.umuarama.pr.gov.br
José Samago
 Escritor português (1922 – 2010)
 Serralheiro mecânico e tradutor

 Recebeu 26 premiações literárias em 6 países


diferentes
 Prêmio Nobel de literatura (1998)

 Obras marcadas pelo realismo e pela crítica social

 Obra mais conhecida: Ensaio sobre a cegueira


(1995).
ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA –
Saramago (1995)

 Adaptação para o cinema em 2008

 Traduzido para dezenas de idiomas

 Atemporal, sem definição de onde ou quando


aconteceu

 Personagens não identificados por nome


ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA –
Saramago (1995)
 Surgimento do primeiro cego

 Isolamento dos contaminados

 Epidemia social

 Civilidade e racionalidade humana em xeque

 Mulher do médico a única lúcida


Mulher do Médico

 Mulher, inteligente, altruísta, lúcida, forte.

“A história, escrita pelos homens, reduziu as mulheres a muito


pouco: elas não falam e os homens falam por elas.” (MELO e
THOMÉ, 2018, p19).

“Tu não estás cega, não posso consentir que fiques aqui, Sim,
tens razão, não estou cega [...] Não te posso obrigar, Pois não,
meu amor, não podes, fico para te ajudar” (SARAMAGO,
2020, p 48).
Mulher do Médico
 Saramago retrata a personagem indo além do que se
espera da mulher na literatura.

 “a história das sociedades até agora existentes constituiria uma


história de subordinação das mulheres pelos homens em base aos
sistemas gênero-sexo que culturalmente produziram. Donde não
se tratar de pura diferença, mas sim de diferença hierarquizada em
vista de poder.” (CAMPOS, 1992, p 111 e 112).
Mulher do Médico
 Negociou com os militares durante a quarentena

 Única personagem que sabia de fato tudo o que acontecia

“desde que aqui entrara, a mulher do médico sentiu-se como se


estivesse por trás de um microscópio a observar o
comportamento de uns seres que não podiam nem sequer
suspeitar da sua presença.” (SARAMAGO, 2020, p 71).
Mulher do Médico

 Manteve os cuidados primeiramente do seu esposo e


em um segundo momento do seu grupo

“Quanto a primeira camarata, talvez por ser a mais antiga


[...] depois de os seus ocupantes terem acabado de comer
já não se via um papel sujo no chão, um prato esquecido,
um recipiente pingando.” (SARAMAGO, 2020, p 118).

 Assassinou o chefe dos ladrões de comida


Mulher do Médico

 “Durante os séculos da história social do Ocidente,


livros, pinturas e discursos foram produzidos a fim de
forjar e ilustrar a tal desigualdade entre homens e
mulheres, que passou a ser naturalizada, por conta desse
atravessamento cultural.” (MELO e THOMÉ, 2018,
p19).
Mulher do Médico
 Manteve-se lúcida

“é que vocês não sabem, não o podem saber, o que é ter olhos
num mundo de cegos, não sou rainha, não, sou simplesmente a
que nasceu para ver o horror (SARAMAGO, 2020, p 262).
Saramago x Paradigmas

“Trata-se de tentar romper com os discursos sacralizados pela


tradição, nos quais a mulher ocupa, à sua revelia, um lugar
secundário em relação ao lugar ocupado pelo homem, marcado
pela marginalidade, pela submissão e pela resignação.”
(BONNICI e ZOLIN, 2019, p 212).
Referências

CAMPOS, Maria Consuelo Cunha. Gênero. In: JOBIM, José Luís


(Org.) Palavras de crítica. Rio de Janeiro: Imago, 1992. p. 111 – 125.

MELO, Hildete Pereira de; THOMÉ, Débora. Mulheres e poder:


Histórias, ideias e indicadores. Rio de Janeiro: FGV, 2018.

SARAMAGO, José. Ensaio sobre a cegueira. 2020.

ZOLIN, Lúcia Osana. Crítica Feminista. In: BONNICI, Thomas;


ZOLIN, Lúcia Osana (org.). Teoria Literária. Maringá: [s. n.], 2019.
p. 211 - 237.

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