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Gestão em Prevenção e Controle

de Infecção Relacionada à Assistência à


Saúde

Enf Nathália Delesposte


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Portaria MS 2.616/98
Indicadores epidemiológicos
 Taxa de infecção hospitalar*
 Distribuição percentual por topografia*
 Taxa de IH por procedimento
 Freqüência de microrganismos
 Global
 Por topografia
 Sensibilidade aos antimicrobianos
 Consumo de antimicrobianos
 Taxa de letalidade*

* Obrigatórios
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Programa Nacional de Prevenção e Controle de
Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde -
PNPCIRAS
 Instituiu a Comissão Nacional de Prevenção e
Controle de Infecção Relacionada à Assistência à
Saúde – CNCIRAS que tem a finalidade de assessorar
a Diretoria Colegiada na elaboração de diretrizes,
normas e medidas para prevenção de Infecções
relacionadas à assistência à saúde - IRAS.
Orientações Gerais
PNPCIRAS
a. Cadastro dos Serviços de Saúde: Todos os serviços de saúde
brasileiros que possuam qualquer número de leitos de UTI
devem acessar o link de Cadastro de Serviços de Saúde – Brasil
– 2013/2014 e realizar o cadastro de sua CCIH:

b. Notificação mensal dos indicadores de IRAS:


 IPCS
 ISC cesariana e marcadores de resistência microbiana
identificados em IPCS laboratorial:
 Todos os serviços de saúde públicos ou privados do país
devem notificar mensalmente (até o 15º dia do mês
subsequente ao mês de vigilância):
 IPCS em pacientes em uso de CVC e internados em UTI
(adulto, pediátrica e neonatal);
 Os marcadores de resistência microbiana identificados nas
IPCSL e ISC cesareana por meio dos 27 novos Formulários
eletrônicos por Estado - 2014 (Formsus/Datasus).

Link: http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=13465
Nota Técnica n°1/2014

Vigilância e Monitoramento das Infecções


Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) e
Resistência Microbiana (RM) em serviços de
saúde. Busca Ativa e Passiva
Portaria nº 529/2013
 Instituiu o Programa Nacional de Segurança do Paciente,com
o objetivo geral contribuir para a qualificação do cuidado em
saúde em todos os estabelecimentos de saúde do território
nacional e prevê ações que visam prevenir e controlar as IRAS
no país.
 Em julho de 2013, a Anvisa publicou a RDC nº 36/2013 que
instituiu ações para a segurança do paciente em serviços de
saúde que determinou que o serviço de saúde deve estabelecer
estratégias e ações de gestão de risco para a prevenção e o
controle de eventos adversos, incluindo as IRAS.
 Gerenciamento de Riscos
Cultura de Segurança
V - Cultura de Segurança: configura-se a partir de cinco características
operacionalizadas pela gestão de segurança da organização:
a) cultura na qual todos os trabalhadores, incluindo profissionais
envolvidos no cuidado e gestores, assumem responsabilidade pela sua
própria segurança, pela segurança de seus colegas, pacientes e
familiares;
b) cultura que prioriza a segurança acima de metas financeiras e
operacionais;
c) cultura que encoraja e recompensa a identificação, a notificação e a
resolução dos problemas relacionados à segurança;
d) cultura que, a partir da ocorrência de incidentes, promove o
aprendizado organizacional; e
e) cultura que proporciona recursos, estrutura e responsabilização para a
manutenção efetiva da segurança;
ESTRUTURA
ORGANIZACIONAL
D IR E T O R IA

C .C .I.H .

D IR E T O R IA D E PA R TA M EN TO D E PA R TA M EN TO
C L IN IC A E NFERM AG EM A D M IN IS T R A T IV O

11
CONTROLE DAS
INFECÇÕES HOSPITALARES
A P O IO
A D M IN IS T R A T IVO

V IG ILÂ N C IA V IG ILÂ N C IA APRIMO RAMENTO


E P ID E MIO LÓ G ICA S A N IT Á R IA RECURSOS
HUMANOS

T R A B A LH O
INTEG RADO

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Modelo de Gestão
Comissão de Controle de Infecção Hospitalar

“ Modelos não resolvem


problemas, mas ajudam a
organizar o pensamento, atuam
como referências, sugerem
comportamentos, dão diretrizes
e indicam caminhos”.
Burmester, 2001
Visão Sistêmica da CCIH
Liderança
Sistema de liderança – Art 1o. da Lei n. 9.431

 O ordenamento jurídico determina à


autoridade hospitalar que constitua o PCIH e a
CCIH, alinhando a liderança da Comissão com
poderes de uma liderança maior.

 Aparato legal que dá sustentação,


legitimidade e poder para CCIH executar suas
ações.

 Sobre esta base se define a missão da


CCIH.
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Missão

 A missão da CCIH é
uma extensão da missão
do hospital.

 Inspiradora?
Bases para construção da missão
CCIH
 O que faz a CCIH?
 Para quem?
 Que valor agrega a seus clientes?
 Qual contribuição ao hospital como um todo?
 Quais as qualidades?
Declaração curta, mas que traduza, exatamente a razão de ser
da Comissão.
Valores

 Padrão ou qualidade de
princípios considerados em
si válidos ou desejáveis para
instituição.
 Orientam a condução das
atividades da CCIH.
Visão

 Representação da
excelência a que a CCIH
aspira, seu planejamento
estratégico.
Planejamento estratégico

 Atrelado ao planejamento
estratégico do hospital
 Busca de oportunidade de
melhoria no ambiente
interno e externo

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Melhoria no ambiente interno

 Recursos humanos
 Equipamentos e instalações
 Meios de comunicação
 Metodologia de trabalho
 Treinamentos

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Melhoria no ambiente externo

 Entrosamento com os serviços de microbiologia,


enfermagem, higiene, lavanderia e central de
materiais e esterilização e farmácia;
 Envolvimento da alta direção;
 Reconhecimento do corpo clínico;

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Operacionalização das estratégias

 Definir os focos estratégicos que


irão desdobrar em ações
estratégicas e estas em planos de
ação pelo menos uma vez ao
ano.

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Plano de Ação

 Tarefas a serem desenvolvidas;


 Os agentes que irão desenvolvê-
las;
 As metas a serem alcançadas;
 Os indicadores para medi-las;
 Os prazos;
 Recursos necessários.

Foco estratégico
Foco

 O foco no cliente e no
mercado diz respeito ao
relacionamento da CCIH
com seus clientes e à sua
posição no mercado de
outras Comissões no
hospital e CCIH de outras
instituições.

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Relacionamento com os clientes
 Acesso as reclamações e
sugestões;
 Avaliação da satisfação,
fidelidade e insatisfação dos
clientes por meio de práticas,
indicadores ou outras
informações; (Jornal interno,
quadro de informações etc)
 Implentantar ações e parcerias
para obter melhoria na
qualidade. (Positive Deviance)

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Quem são os clientes da CCIH?
 Pacientes e seus familiares;
 Médicos;
 Enfermagem;
 Nutrição;
 Higienização;
 Lavanderia;
 Administração;
 Órgãos públicos ligados a vigilância sanitária;
 Epidemiologia;
 Tribunais.
Relacionamento com os clientes

CCIH Cliente

 Reuniões
 Cursos/ Treinamentos
 Debates
 Caixa de sugestões
 Contatos informais
Sistema de informação

 O sistema de informações da CCIH deve


responder às principais necessidades dos usuários,
incluindo a disponibilidade, o acesso, a
confiabilidade e a atualização dos dados.

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Gestão da informação - CCIH

 Pressupõe a criação de
indicadores de desempenho
integrados e correlacionados
de maneira a permitir a
análise do desempenho da
CCIH. (Analise comparativa
interna e externa).
Alguns indicadores

 Número de visitas aos paciente/executor


CCIH/dia;
 Número de prescrições de ATB autorizados/mês;
 Número de culturas bacteriológicas
revisadas/mês;
 Números de visitas técnicas/mês;
 Horas de treinamento minitrado pela CCIH/mês.

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Gestão das informações comparativas

 Visita a outras Comissões;


 Participação em cursos, fóruns de discussão como
a Associação Paulista de Estudos e Controle de
Infecção Hospitalar (Apecih) e o Núcleo de
Aprimoramento no Controle de Infecção
Hospitalar (Nacih) ; Coordenação Estadual de
Controle de infecção.

Benchmarking

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As vantagens da análise de
Benchmarking
 Introduzir novos conceitos de avaliação;
 Melhorar o conhecimento da própria organização;
 Identificar e priorizar as áreas que devem ser objeto de melhorias;
 Estabelecer objetivos viáveis e realistas;
 Criar critério de prioridade no planejamento;
 Favorecer um melhor conhecimento dos concorrentes e do nível
competitivo;
 Aprender com os melhores.
Gestão de pessoas

 As pessoas mais que os processos ou a estrutura, são


responsáveis pelos resultados da CCIH. Compreende três
itens:
I. Sistemas de trabalho: organograma, remuneração,
hierarquia funcinal, avaliação e reconhecimento.
II. Educação das pessoas: análise e priorização das
necessidades de intervenção educacional;
desenvolvimento de um plano individual; integração de
novos colaboradoes.
III. Bem-estar e satisfação das pessoas: condições de
trabalho.

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Gestão de processos

 Descrição dos processos


nos manuais de rotina,
POPs, manuais
operacionais e fluxos.

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Principais informações geradas

 Taxa de IH;
 Taxa de IH por unidade;
 Localização topográfica, nos doentes, das IHs;
 Taxas de IH por procedimento de risco;
 Taxa de IH em sítio cirúrgico, de acordo com potencial de
contaminação;
 Coeficiente de sensibilidade / resistência dos germes mais
frequentemente encontrados associados a IH
 Consumo dos antimicrobianos.

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REALIDADE BRASILEIRA

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 A realidade brasileira tem um aumento do
número de pacientes nas unidades de pronto
atendimento, afetando a qualidade da
assistência, relacionada a espaços
inadequados e ao quadro de pessoal,
comprometendo a prevenção e controle das
infecções.
 A ausência de vagas em UTI levou as salas
de emergência a manterem pacientes que
necessitam de cuidados intensivos na própria
unidade, realizando procedimentos de alta
complexidade (RIBEIRO,1997).
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Existência de CMCIH
Distribuição de Questionários Respondidos pelos Municípios e de Respostas
Positivas para a Existência de Ações de Controle de Infecções Hospitalares
(CMCIH +) por Região Geográfica. ANVISA/FSP-USP - 2003.

Região Município Resposta % CMCIH / %

Norte 499 44 8,82% 2 - 4,55%

Nordeste 1792 225 12,56% 8 - 3,56%

Sudeste 1668 374 22,42% 12 - 3,21%

Sul 1189 290 24,39% 10 - 3,45%

Centro-oeste 463 76 16,41% 5 - 6,58%

Brasil 5611 1009 17,98% 37 - 3,67%

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Taxas de IH
Hospital com UTI 636 Topografia IH %
adulto

Hospitais 182 Sistema Respiratório 48%


informaram

Casos de IH 9.197 Pele e tecidos moles 6%

Saídas 97.946 Sistema urinário 20%

Óbitos por IH 1.320 Corrente sanguínea 14%

Taxa IH Global 9% outras 12%

Letalidade 14,36% Total 100%

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Conclusões
 O município ainda não assumiu seu papel no
controle e prevenção de infecção hospitalar;
 Hospitais de grande porte e alta complexidade
incorporam melhor as ações de prevenção e
controle de infecção hospitalar;
 Falta o conhecimento da magnitude do problema
IH, pouco consistente, dificulta a identificação,
priorização e a avaliação do impacto de ações de
prevenção por parte dos gestores e
administradores hospitalares.

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 Taxa de IH baixa, com letalidade alta podem refletir a não
utilização de metodologia padronizada e de critérios
diagnósticos validados;

 Restrição de acesso a exames microbilógicos acarreta a


adoção de terapia empírica, sem conhecimento do padrão
de resistência local; Ex Cultura com mais de 72h

 Insuficiência de políticas de uso racional de ATB,


ocasionando a disseminação de cepas multirresistentes.

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Recomendações

Revisão do modelo atual de prevenção de infecções


hospitalares, em parceria com gestores estaduais e
municipais de saúde, prestadores, sociedade organizada e
usuários.
 Enfatizar adequações em relação ao monitoramento de
infecções relacionadas à assistência, com indicadores
padronizados e ajustados à necessidade local.
 Reestruturação dos laboratórios de microbiologia no país.
 Enfatizar a padronização de técnicas de identificação de
microrganismos e de determinação da sensibilidade.

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Fortalecimento das interfaces do controle de infecções
com as ações de prevenção de outros eventos adversos e
de promoção da qualidade na assistência como um todo.
 Estimular a auto-avaliação e a acreditação como forma de
impulsionar a busca contínua da qualidade.

Direcionamento de políticas de financiamento da atenção


à saúde para a adoção de medidas de controle e prevenção
de riscos em serviços de saúde.

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Resoluções e Nota Técnica - 2010

Resolução da Diretoria Colegiada -RDC nº 7,


de 24 de fevereiro de 2010

 Dispõe sobre os requisitos mínimos para


funcionamento de Unidades de Terapia Intensiva e
dá outras providências.

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Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 42,
de 25 de outubro de 2010

 Dispõe sobre a obrigatoriedade de


disponibilização de preparação alcoólica para
fricção antisséptica das mãos, pelos serviços de
saúde do País,e dá outras providências.

51
Resoluções em 2010

Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 44,


de 26 de outubro de 2010.

 Dispõe sobre o controle de medicamentos à base


de substâncias classificadas como
antimicrobianos, de uso sob prescrição médica,
isoladas ou em associações e dá outras
providências.

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ROTEIRO DE INSPEÇÃO
PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DE
INFECÇÃO EM SERVIÇOS DE SAÚDE
Resolução RDC nº. 48 de 2 de junho de 2000

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Bibliografia
BURMESTER, Haino. Manual de Gestão Hospitalar do CQH, 2a. Ed. YENDIS,
2009.
Agência Nacional de vigilância Sanitária – ANVISA, Segurança do Paciente,
Higienização das mãos.
RODRIGUES, E.A.C. Historico das Infeccoes Hospitalares. In: RODRIGUES,
E.A.C. et al. Infeccoes Hospitalares – Prevencao e Controle. Sao Paulo: Sarvier,
1997. p.3-27.
SEYMOUR, S.B. Historical Review. In: SEYMOUR, S.B. Disinfection,
sterilization, and preservation. Philadelphia: Lippincott Williams & Williams,
2001. p.3-28.
CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Guideline for Hand
Hygiene in Health-Care Settings: recommendations of the Healthcare Infection
Control Practices Advisory Committee and the HICPAC/SHEA/APIC/IDSA Hand
Hygiene Task Force. MMWR, v.51, n. RR-16, p.1-45, 2002.
FERNANDES, A T; FERNANDES, M.O.V; FILHO, N.R. As bases do Hospital
contemporaneo: a Enfermagem, os Cacadores de Microbios e o Controle de Infeccao. In:
FERNANDES, A T. Infecção Hospitalar e suas Interfaces na Área da Saúde. Sao
Paulo: Atheneu, 2000. p.56-74.

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