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A Era Geológica Do Antropoceno Versus A Do Eccoceno
A Era Geológica Do Antropoceno Versus A Do Eccoceno
versus a do Ecoceno
que explodindo, pode pôr em risco todo o sistema-vida, a vida humana e a nossa
civilização. Coloca-se a pergunta: que fazemos colectivamente para desarmá-la? Aqui
é importante identificar o que fizemos para que se constituísse esta nova era
geológica?", escreve Leonardo Boff, filósofo, teólogo e escritor.
Eis o artigo.
O primeiro a elaborar uma ecologia da Terra como um todo, ainda nos anos 20 do
século passado, foi o geoquímico russo Vladimir Ivanovich Vernadsky (1963-1945).
Ele conferiu caráter científico à expressão “biosfera” criada em 1875 por um geólogo
austríaco Eduard Suess. Nos anos 70, com James Lovelock, se desenvolveu a teoria
de Gaia, a Terra que se comporta como um super-organismo vivo que sempre produz
e reproduz vida. Gaia, nome grego para a Terra viva, não é tema da New Age mas o
resultado de minuciosa observação científica.
A compreensão da Terra como Gaia
• 05 Setembro 2017
• "Enfim, as mudanças climáticas já estão afetando as gerações
presentes e tendem a agravar muito a situação das gerações
futuras. Cidades, como Houston e Nova Orleans podem ter
prejuízos permanentes e, no longo prazo, podem ter grandes
áreas tornadas inabitáveis. O número de mortes em Houston
foi relativamente pequeno, mas o prejuízo financeiro foi muito
grande. No caso de Nova Deli e das inundações da Índia e
Bangladesh os prejuízos econômicos não foram tão grandes,
mas o número de vítimas fatais foi bem mais acentuado. Esta é
a nova realidade do Antropoceno: desastres “naturais” cada
vez mais danosos e mais amplos"
Antropoceno, capitalismo fóssil, capitalismo verde e
ecossocialismo
• 22 Agosto 2017
• "Que fazer? Não há solução “técnica”, nem dentro dos marcos do mercado. Deve-se
reduzir drasticamente, num prazo bastante curto, a utilização de energias fósseis não
somente na produção de eletricidade, mas nos transportes, calefação, indústria,
agricultura produtivista, etc, etc. E já que Exxon, British Petroleum, General Motors, etc,
não desejam cometer suicídio econômico – e nenhum dos governos capitalistas têm a
intenção de forçá-los a isso – é preciso que a própria sociedade tome nas mãos os meios
de produção e distribuição, e reorganize todo o sistema produtivo – garantindo emprego
digno a todos os trabalhadores de empresas que estariam condenadas à extinção ou a
redução drástica" escreve Michael Löwy, sociólogo formado em Ciências Sociais na
Universidade de São Paulo, diretor emérito de pesquisas do Centre National de la
Recherche Scientifique (CNRS) em artigo publicado por Revista Movimento, 19-08-2017.
A tradução é de Flavia Brancalion.
• Eis o artigo.
• É urgente desacelerar o caminho suicida cavado pelo sistema por meio de um amplo
movimento no combate contra a mudança global e o capitalismo fóssil.
J.M.W. Turner "Snow Storm: Hannibal and his Army Crossing the Alps", 1812.
Por onde é a saída?
• Ian Angus, Facing the Anthropocene. Fossil Capitalism and the Crisis
of the Earth System. New York: Monthly Review Press, 2016, 277 pp.,
• Richard Smith, Green Capitalism. The God that Failed. World
Economics Associations Book Series, vol 5, 2016, 172 pp.
• As publicações de ecologia crítica encontram nos Estados Unidos um
público crescente, como o sucesso do último livro de Naomi Klein
(This Changes Everything) pode atestar. No interior desse campo se
desenvolve também, cada vez mais, uma reflexão ecossocialista de
inspiração marxista, a qual pertencem os dois autores aqui
resenhados.
Prêmio Nobel por suas descobertas sobre a destruição da
Camada de Ozónio
• A partir dos trabalhos do químico Paul Crutzen – Prêmio Nobel por suas
descobertas sobre a destruição da Camada de Ozónio – do geofísico Will
Steffen, e de outros, a conclusão de que entramos numa nova era
geológica, distinta do Holoceno, começa a ser amplamente admitida. O
termo “Antropoceno” é o mais utilizado para designar essa nova época,
caracterizada por profundas mudanças no sistema-terra, resultante da
atividade humana. A maioria dos especialistas concorda em datar o início
do Antropoceno em meados do século XX, quando se desencadeia uma
“Grande Aceleração” de mudanças destrutivas: ¾ das emissões de CO2
foram produzidas a partir de 1950. O emprego do termo “Antropo” não
significa que todos os seres humanos são igualmente responsáveis por
essa mudança dramática e preocupante: os trabalhos dos pesquisadores
mostram claramente a esmagadora responsabilidade dos países mais
ricos, os países da OCDE.
Conhecemos também as consequências de tais transformações,
principalmente a mudança climática:
• O nível dos oceanos subiu mais rapidamente ao longo do século XX do que nos três
últimos milênios, devido às alterações climáticas, indica um estudo publicado na
segunda-feira.