Modelos de estudos

Múcio Costa Loureiro

Residente de Cirurgia Geral na Santa Casa de Montes Claros
 Estudos epidemiológicos

• Têm como objeto de pesquisa a população, sua saúde e seus hábitos

• São aplicados com o intuito de controlar problemas de saúde
• Estudos que não se enquadram nessa análise são considerados não
epidemiológicos
 Classificação
Observacionais: sem intervenção do investigador
Experimentais: pesquisador é um agente ativo
 Descritivos: determina condições de acordo com o tempo, lugar e as
características dos indivíduos. Gera hipóteses
Analíticos: investigam a existência de associação entre duas ou mais
variáveis. Testam hipóteses
 Transversal: situação pontual
 Longitudinal: sequência de fatos
 L. Prospectivos: exposição e medições são feitas antes da doença
ocorrer
 L. Retrospectivos: fenômeno identificado no presente é conectado a
fatores do passado
 Medidas de ocorrência das doenças ou eventos
• Prevalência
Fórmula: Número de casos conhecidos / população
Probabilidade de indivíduos saudáveis desenvolverem uma doença
• Incidência
Fórmula: Número de casos novos de uma doença / população
 Nível de Evidência
Representa a confiança na informação utilizada em apoio a uma determinada
recomendação
Fatores responsáveis pela
redução no nível de evidência:
• Limitações metodológicas
• Inconsistência
• Evidência indireta
• Imprecisão
• Viés de publicação
 Grau de Recomendação
• Expressa a ênfase para que seja adotada ou rejeitada uma determinada
conduta, considerando potenciais vantagens e desvantagens
A: Estudos experimentais ou observacionais de maior consistência (metanálises
ou ensaios clínicos randomizados)
B: Estudos experimentais ou observacionais de menos consistência (outros
ensaios clínicos não-randomizados ou estudos observacionais ou estudos caso-
controle).
C: Relatos ou séries de casos (estudos não-controlados)
D: Opinião desprovida de avaliação crítica, baseada em
consensos, estudos fisiológicos ou modelos animais.
 Tipo de Estudo?
• Exemplo: uma pesquisa realizada na Suíça constatou que a taxa de
incidência por meningite por Haemophilus influenzae em 1956 estava
relacionada à taxa de amamentação de uma determinada população
• Observacional x Experimental
• Descritivo x Analítico
• Transversal x Longitudinal
• Agregado populacional x Individual
 Estudo Ecológico
• Exemplo: uma pesquisa realizada na Suíça constatou que a taxa de incidência
por meningite por Haemophilus influenzae em 1956 estava relacionada à taxa
de amamentação de uma determinada população
• Observacional x Experimental
• Descritivo x Analítico
• Transversal x Longitudinal
• Agregado populacional x Individual

• Avalia grandes populações a um custo baixo, fácil de ser realizado, gera

hipóteses, mas não confirma.
• Falácia ecológica: distorção na associação entre a exposição e a doença
 Tipo de Estudo?
• Exemplo: visando estudar a prevalência de hipertensão arterial em
indivíduos maiores de 30 anos, residentes de Montes Claros, foi
aplicado um questionário investigando variáveis demográficas,
socioeconômicas, comportamentais

• Observacional x Experimental
• Descritivo x Analítico
• Transversal x Longitudinal
• Agregado populacional x Individual
 Estudo de Prevalência
• Observacional x Experimental
• Descritivo x Analítico
• Transversal x Longitudinal
• Agregado populacional x Individual

• Vantagens: baixo custo, rápido, gera hipóteses

• Desvantagens: não determina incidência, não confirma hipóteses
 Tipo de Estudo?
• Exemplo: Avalia-se um grupo de pacientes com câncer de pulmão
(caso) e outro com pacientes sem câncer de pulmão (controle).
Investiga-se hábitos de tabagismo no passado.

• Observacional x Experimental
• Descritivo x Analítico
• Transversal x Longitudinal
 Caso Controle
• Observacional x Experimental
• Descritivo x Analítico
• Transversal x Longitudinal Retrospectivo

• Vantagens: barato, rápido, sem riscos para os participantes, doenças

raras, longo período de incubação, analisa vários fatores de risco.
• Desvantagens: formar grupo controle, análise de prontuários
incompletos
 Caso Controle
• Medida de associação é o odds ratio (OR) - razão do quociente de
probabilidades
Estimativa da razão das forças de morbidade entre expostos e não
expostos ao fator de risco
 Caso Controle

OR = 100 x 480 / 300 x 20 = 8

• OR = 1 probabilidade de doença nos expostos e não expostos é equivalente
• OR > 1 indica que a exposição ao fator em estudo é de risco
 Tipo de Estudo?
• Estudo com duração de 20 anos, conduzido com amostra de pessoas
não-doentes, verificou o efeito do tabaco no surgimento de câncer de
prostata

• Observacional x Experimental
• Descritivo x Analítico
• Transversal x Longitudinal
 Coorte
• Observacional x Experimental
• Descritivo x Analítico
• Transversal x Longitudinal prospectivo ou retrospectivo (histórico)

• Vantagens: define risco, confirma suspeitas, é planejado, estuda a

história natural das doenças
• Desvantagens: longo, caro, ruim para doenças raras e longas
 Coorte
• Medida de associação é o Risco Relativo que é uma medida da força
da associação entre um fator de risco e o desfecho
 Coorte

• RR = 1 riscos da doença nos expostos e não expostos é o mesmos

• RR > 1 risco da doença no grupo de expostos é maior
• RR < 1 risco da doença no grupo de expostos é menor
 Tipo de Estudo?
• Exemplo: Parte de um grupo em estudo recebe óleo de peixe e outra
parte do grupo recebe placebo. Os grupos são acompanhados por
vários anos para observar a incidência de doenças coronarianas.

• Observacional x Experimental
• Descritivo x Analítico
• Transversal x Longitudinal
 Ensaio Clínico
• Observacional x Experimental
• Descritivo x Analítico
• Transversal x Longitudinal Prospectivo

• Vantagens: controla fatores, bom para testar medicamentos, prova

relação causal.
• Desvantagens: caro, longo, ruim para doenças raras, pode gerar
problemas sociais, éticos e legais
 Ensaio Clínico
• Medida de associação é o Risco Relativo
• RR = incidência de morte no experimento / incidência de morte controle

• RR = 15/20 = 0,75 (fator protetor)

 Ensaio de campo
Experimental, analítico e longitudinal.
Foco é sobre a ocorrência inicial da doença, desta forma estuda sujeitos
sob maior risco.
Os participantes são avaliados no trabalho, na residência ou na escola,
por isso, são muito mais caros. Assim são utilizados para prevenção de
doenças extremamente comuns ou extremamente graves
Melhor evidência cientifica para avaliar uma intervenção preventiva
 Revisão Sistemática da Literatura
• São estudos secundários, que têm nos estudos primários sua fonte de
dados
• Definição precisa do problema. Artigos de bancos de dados
reconhecidos. Combinação dos resultados de vários estudos
semelhantes

• Vantagens: limita vieses e melhora a confiabilidade e a precisão da

recomendação.
• Desvantagens: depende da qualidade da fonte primária, podendo
gerar ou não a melhor evidência científica.
 Metanálise
É uma metodologia estatística focada na análise dos dados da revisão
sistemática com o objetivo de resumir os resultados de todos os
estudos numa única medida, melhorando a confiança nos resultados

 Tamanho – n eventos e amostra

 Posição – efeito
 Linha – intervalo de confiança
 REFERÊNCIAS
• LIMA-COSTA, M. F; BARRETO, S. M. Tipos de estudos epidemiológicos:
conceitos básicos e aplicações na área do envelhecimento. Epidemiologia e
Serviços de Saúde, v. 12, p. 189- 201, 2003.
• MARTINS, A. M. B. L. et al Delineamentos de estudos epidemiológicos e não
epidemiológicos da área da saúde: uma revisão de literatura. Revista
Unimontes científica, v. 15, Jul., 2013.
• OLIVEIRA, G; OLIVEIRA, E; LELES, C. Tipos de delineamento de pesquisa de
estudos publicados em periódicos odontológicos brasileiros. Rev. odonto
ciência, v. 22, p. 42-47, 2007.
• OLIVEIRA, M. A. P.; PARENTE, R. C. M. Estudos de Coorte e de Caso-Controle na
Era da Medicina Baseada em Evidência. Brazilian Journal of Videoendoscopic
Surgery, Jul., 2010.