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Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Gestão de Políticas Públicas – FACE

Programa de Pós-Graduação em Governança e Inovação em Políticas Públicas


Disciplina: Design de Projetos e Intervenção Interdisciplinar
Teoria de Campo

A modelagem de campo

A modelagem de campo é orientada a experimentos. Os modelos não prescindem da


matematização e foi percebido pelos teóricos do ramo, como Lewin, que sem o auxilio da
matemática o desenvolvimento de uma psicologia científica consistente é impossível a
longo prazo.

O uso de instrumentos quantitativos é frequente e crescente nas ciências da saúde como na


medicina. Um médico ao a avaliar os resultados de um exame centra sua atenção em
escores da média para tomar decisão do procedimento a ser sugerido ao paciente.

Então, como abordado em nosso encontro anterior, o método quantitativo é quem


complementa e empresta poder ao método qualitativo.
Professores Doutores: José Antonio de França – Eduardo Tadeu Vieira – Sérgio Ricardo Miranda Nazaré
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Disciplina: Design de Projetos e Intervenção Interdisciplinar
Teoria de Campo
A modelagem de campo
Para sustentar esse constructo teórico foram declaras premissas e elaboração de hipóteses.
(Al) Premissa 1. A intenção de atingir um determinado objetivo G (realizar uma ação que
leva a G) corresponde a uma tensão (t) em um determinado sistema (S G) dentro da pessoa de
modo que t(SG) > 0.
Essa suposição coordena uma construção dinâmica (sistema em tensão) com a síndrome
observável popularmente chamada de intenção.
(A2) Premissa 2. A tensão t(SG) é liberada se a meta G for alcançada.

Zeigarnik usa, como sintoma da existência da tensão, a tendência a recordar atividades


correspondentes ao sistema em tensão. A expectativa da existência de tal sistema está
suportada na hipótese 3 seguinte.
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A modelagem de campo

(A3) Hipótese 3. A uma necessidade de G corresponde uma força fPG atuando sobre a pessoa P
e causando uma tendência de locomoção em direção a G
If t(SG) > 0 fPG > 0
Essa suposição determina a relação entre necessidade e locomoção. Em outras palavras,
significa um constructo de tensão na pessoa e o constructo de força para locomoção no
ambiente.
(A3a) Premissa 3a. Uma necessidade leva não só a uma tendência de locomoção real em
direção à região meta, mas também a pensar sobre esse tipo de atividade, ou seja, a força fPG
existe não apenas no nível do fazer (realidade), mas também no nível do pensamento
(irrealidade),
Se t(SG) > 0 ⟹ fPR > 0, onde R é rechamada.
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A modelagem de campo

(D1) Derivação 1. A tendência a atividades interrompidas deve ser maior do que a


tendência a relembrar atividades terminadas.
Esta derivação pode ser feita da seguinte forma.
Indicamos a tarefa concluída por C, a tarefa inacabada por U e os sistemas correspondentes
por SG e SU, respectivamente. Então, pode-se afirmar:
(a) t(SU) > 0 de acordo com (Al)
(b) t(SG) = 0 de acordo com (A2)
Daí (c) fPU > fPC de acordo com (A3a), ao nível do pensamento.
Isto mostra que há uma tendência maior de recordar tarefas inacabadas do que tarefas
concluídas.
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A modelagem de campo

Prova Experimental. Zeigarnik testou experimentalmente a declaração anterior e observou


que o quociente correto

foi 1,9 aproximadamente.

Após esta conclusão, para Zeigarnik, ficaram abertas as possibilidades de entrar em


medições quantitativas mais exatas ou tentar novas observações independentes das
suposições básicas e testá-las experimentalmente com o propósito de corroborá-las.
Como entende Zeigarnik, a construção de um sistema em tensão para representar
necessidades psicológicas pressupõe definitivamente uma teoria de campo.

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Teoria de Campo

A modelagem de campo

Prova Experimental. Conceitualmente, a tensão se refere ao estado de um sistema com


relação ao estado dos sistemas circundantes.
Esta declaração pressupõe uma representação geométrica da pessoa e uma distinção de
subpartes funcionais ou sistemas dentro da pessoa com uma posição definida com relação
ao outro, que pode-se expressar a relação básica entre sistemas vizinhos de tensão como
segue.

(C1). Se t(S1)  t(S2) e bs1, bs2  0 isto sugere que há uma tendência de mudança para

t(S1) = t(S2). Nesta notação bs1 e bs2 indicam os limites dos sistemas S1, S2 e bs1 , bs2 como
partes comuns.
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As premissas do constructo tensão pressupõe definido o caráter dinâmico do campo, se os


sistemas correspondentes a diferentes necessidades ou quase necessidades forem capazes de
manter diferentes quantidades de tensão durante um determinado período. Se isto ocorre ,
deve-se supor que esse campo é pouco fluido.
Se o campo fosse muito fluido, quaisquer diferenças entre os níveis de tensão dos vários
sistemas desapareceriam devido ao fato de que a tendência de equalização resultante das
tensões locais não encontraria nenhuma resistência.
Assim, se uma quase necessidade é coordenada com um sistema de tensão que pode mostrar
seu efeito mesmo durante um intervalo de tempo considerável, deve-se supor que
dinamicamente a pessoa não pode ser considerada inteiramente fluida.

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Para uma única pessoa, assumindo a linearidade das relações estruturais de um dado
conjunto de sistemas (e assumindo uma fronteira temporariamente impermeável em torno
do conjunto como um todo), pode-se expressar a afirmação anterior da seguinte maneira.
(C2) Expressa-se a diferença absoluta entre a tensão t(S 1) e a tensão t(S2) de dois sistemas
vizinhos Sl e S2 no momento em que as tensões estão sendo construídas por |t(S1)- t(S2)| 0, o
tempo desde então decorrido por T1, a diferença de tensão neste momento é dada por |t(Sl)-
t(S2)|t1, e a fluidez por ft. Esta declaração sustenta que

|t(S1) - t(S2)|0 - |t(S1) - t(S2)| = F(T1, ft) onde F simboliza uma função monotonamente
crescente.

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Para sustentação das premissas Zeigarnik declara que teve que encontrar um estado que
pudesse razoavelmente ser caracterizado como fluidez aumentada (ft) porque os sintomas
gerais de fadiga pareciam justificar. Então, propôs a premissa A4.
(A4) Suposição 4. ft (P cansado) > ft (P não cansado).
(D3). O quociente Zeigarnik RU/RC é menor para sujeitos cansados do que para não
cansados.
Derivação. Segue-se imediatamente de (C2) por meio de (A1), (A3a) e (A4).
Prova Experimental. Indivíduos cansados durante a apresentação e recordação renderam
um quociente de 7. Os cansados durante a apresentação, mas não durante a recordação, um
quociente de 6. Os que não estavam cansados durante a apresentação, mas cansados durante
a recordação 1 e 0.
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A modelagem de campo

Dados experimentais e outras observações sugerem que os níveis de maior irrealidade


(níveis de desejos e sonhos) devem ser considerados como mais fluidos do que o nível de
realidade (nível de ação).
A partir disso, as necessidades e quase necessidades relacionadas a esses níveis mais irreais
deveriam mostrar uma descarga de tensão mais rápida e difusa.
(A5) Suposição 5. ft =F (grau de irrealidade).
(D4) A taxa de diminuição do quociente Zeigarnik, dentro de um determinado intervalo de
tempo, aumenta com o grau de irrealidade das atividades envolvidas

A Derivação (D4) segue imediatamente de (C2) em conexão com (Al), (A3a) e (A5).

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Teoria de Campo
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Concluindo, de acordo com a teoria de campo, o comportamento não depende nem do


passado nem do futuro, mas do campo presente. (Este campo presente tem uma certa
profundidade temporal. Ele inclui o “passado psicológico”, o “presente psicológico” e o
“futuro psicológico” que constituem uma das dimensões do espaço vital existente em um
determinado momento.)

Mas essa declaração contrasta tanto com a crença da teleologia de que o futuro é a causa do
comportamento, e do associacionismo de que o passado é a causa do comportamento. Além
disso, é um erro considerar a suposição de fatores direcionados como característica da
teleologia.

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