You are on page 1of 125

Diagnóstico de Problemas em Motores

Elétricos Através da Análise do


Espectro de Vibração Mecânica

Dep. de P&D do Produto - Motores


Porque medir vibração em motores
elétricos e outras máquinas?

• Vibrações severas induzem desgastes e fadiga de componentes;


• Garantir que os níveis de vibração estejam dentro de valores
toleráveis, para evitar falhas prematuras;
• Permitir diagnóstico de qual, ou quais problemas a máquina
apresenta, possibilitando a correção de um defeito antes que ele
possa ser prejudicial à maquina e à produção.
Dep. de P&D do Produto - Motores
Tipo de aplicação da medição

• Aprovação e/ou aceitação: verificar se os níveis de vibração


encontram-se dentro de padrões pré-estabelecidos em normas;
• Proteção: exige apenas um sinal de alerta ou desligamento da
máquina, sob a presença de vibração em níveis perigosos;
• Análise e diagnóstico: visa descobrir a causa da vibração
excessiva da máquina, permitindo a sua correção;
• Monitoramento: consiste em um acompanhamento contínuo da
vibração da máquina, com uma análise de tendências e
diagnóstico, possibilitando uma intervenção antes da ocorrência
de danos.

Dep. de P&D do Produto - Motores


Requisitos necessários para uma
análise e diagnóstico adequados
dos sinais de vibração mecânica
• Equipamentos adequados;
• Conhecimento básico de análise de sinais;
• Conhecimento básico sobre vibrações mecânicas;
• Conhecimento de normas;
• Conhecimento dos principais tipos de defeitos e características
espectrais;
• Espírito investigativo;
• Experiência.

Dep. de P&D do Produto - Motores


Equipamentos

• Transdutores:
• Relativos: são os transdutores sem contato e medem o
deslocamento relativo entre peças - são os transdutores
de deslocamento (ou de proximidade);
• Absolutos ou sísmicos: são os transdutores cujo princípio
de funcionamento baseia-se no movimento de uma massa
sísmica presa a uma mola, ficam em contato direto com a
máquina e medem o movimento real da mesma - são os
transdutores de velocidade e os transdutores de
aceleração.

Dep. de P&D do Produto - Motores


Transdutores relativos ou de deslocamento

Dep. de P&D do Produto - Motores


Transdutores absolutos

Transdutores
de velocidade

Transdutores de
aceleração
(acelerômetros)

Dep. de P&D do Produto - Motores


Condicionadores de Sinal

Moduladores /
demoduladores
para transdutores Pré-amplificadores
de deslocamento para acelerômetros
de carga

Dep. de P&D do Produto - Motores


Medidores de Vibração (Nível Global)

Dep. de P&D do Produto - Motores


Analisadores de espectro
(ou analisadores de Fourier)

Dep. de P&D do Produto - Motores


Conhecimento básico de análise de sinais
• Permitir uma compreensão e uma operação correta dos
instrumentos de medição;
• Permitir uma interpretação e análise dos sinais
medidos.

Dep. de P&D do Produto - Motores


Funções harmônicas

y(t) = A.sen(.t + )  = 2..f


f=1/T
Dep. de P&D do Produto - Motores
Funções periódicas

Dep. de P&D do Produto - Motores


Domínio do Tempo X Domínio da Freqüência
Transformada de Fourier




 j .2. .t
Transformada direta de Fourier: G( f )  g (t ).e dt


Dep. de P&D do Produto - Motores


Espectros típicos de alguns tipos de sinais

Dep. de P&D do Produto - Motores


Cálculo numérico da Integral de Fourier

1 N 1
G k  . g n .e
 j ( 2.N. k . n )
Transformada discreta de Fourier:
N n 0

Os analisadores digitais de espectro de sinais utilizam um


algoritmo otimizado que permite o cálculo dessas equações em
um menor intervalo de tempo possível, permitindo a análise
rápida do problema. Este algorítmo é chamado de Transformada
rápida de Fourier ou, simplesmente, de FFT (do inglês “Fast
Fourier Transform”).

Dep. de P&D do Produto - Motores


Amostragem do sinal

Dep. de P&D do Produto - Motores


Erro de “Aliasing”

“Aliasing” é uma falsa representação de uma freqüência que pode


aparecer quando a taxa de amostragem do analisador digital é
pequena para descrever adequadamente aquela freqüência.

Dep. de P&D do Produto - Motores


Filtro anti-aliasing = Filtro passa-baixa

O erro de “aliasing” pode ser eliminado filtrando o sinal com filtros


passa-baixa antes da amostragem, para garantir que o sinal não
contenha componentes acima da metade da freqüência de
amostragem.
Na prática, a maioria
das taxas de
amostragem são
ajustadas para serem
maiores que duas vezes
a máxima freqüência do
sinal (em torno de 2.56
vezes), para possibilitar
o filtro passa baixa sem
corte íngreme

Dep. de P&D do Produto - Motores


Utilização de janelas de amostragem do sinal
Vazamentos ocorrem se a amostra de sinal não contém
um número inteiro de ciclos. A função janela procura
corrigir este erro.

Dep. de P&D do Produto - Motores


Espectro de uma amostra de um sinal senoidal
com um número inteiro de ciclos

Dep. de P&D do Produto - Motores


Espectro de uma amostra de um sinal senoidal
com um número não inteiro de ciclos

Dep. de P&D do Produto - Motores


Utilização
de janela

Dep. de P&D do Produto - Motores


Espectro de uma
amostra de um sinal
senoidal com um
número não inteiro
de ciclos com
utilização de janela

Dep. de P&D do Produto - Motores


Quantificação da amplitude de um sinal

T
1
. x(t)  .dt
2
RMS 
T o

T
1
Média  . x(t) .dt
T o

Pico
Fator_de_crista 
RMS

Dep. de P&D do Produto - Motores


Conhecimento básico sobre
vibrações mecânicas

Dep. de P&D do Produto - Motores


Sistema de 1 Grau de Liberdade

x(t) = Xpico.sen(.t + )

v(t) = dx/dt
v(t) =  Xpico cos (.t + )

v(t) = Vpico cos (.t + )

a(t) = dv/dt = d2x/dt2


a(t) = = - 2.Xpico.sen(.t + )
a(t) = - .Vpico.sen(.t+)
a(t) = - Apico.sen(.t+

Dep. de P&D do Produto - Motores


Amplitudes e Fases das vibrações harmônicas
Fase

x(t) = Xpico.sen(.t + )

v(t) =  Xpico cos (.t + )

a(t) = = - 2.Xpico.sen(.t + )

Amplitude
Deslocamento: Xpico
Velocidade: Vpico =  Xpico
Aceleração: Apico = .Vpico = 2.Xpico

Dep. de P&D do Produto - Motores


Unidades usuais:

Sist. Internacional Sist. Inglês

Deslocamento: mm mil

Velocidade: mm/s in/s

Aceleração: m/s2 ou g ft/s2 ou g

Dep. de P&D do Produto - Motores


Movimento harmônico livre não amortecido
do sistema de 1 GL – Freqüência Natural

Energia potencial elástica máxima: Umax = k.Xpico2 / 2

Energia cinética máxima: ECmax = m.Vpico2 / 2

Desprezando as dissipações de energia: k.Xpico2 / 2 = m.2.Xpico2 / 2


k 1 k
ωn  rad/s ou, fn  Hz
m 2.π m
Dep. de P&D do Produto - Motores
Movimento harmônico livre amortecido

2 2
 c   c 
 a   n . 1    ou f a  f n . 1   
 2.m. n   2.m. n 

Dep. de P&D do Produto - Motores


Movimento harmônico forçado

Dep. de P&D do Produto - Motores


Conseqüência catastrófica de uma Ressonância

Ressonância induzida pelo


efeito do vento
Ponte Tacoma Narrows - USA

Dep. de P&D do Produto - Motores


Conhecimento dos principais tipos de
defeitos e características espectrais

•A vibração ocorre devido a forças geradas por falhas ou imperfeições.


•Cada tipo de defeito ou imperfeição se manifesta em freqüências características.
Dep. de P&D do Produto - Motores
Dep. de P&D do Produto - Motores
Quando fazer uma análise espectral da vibração?

• Quando o valor máximo da vibração ultrapassa os níveis máximos


aceitáveis estabelecidos pelas normas ou estipulados pela experiência.
Neste caso, é necessário que se descubra qual a causa do nível
excessivo de vibração, para que ações corretivas possam ser tomadas.

• Quando se faz um monitoramento contínuo do comportamento da


vibração nas diversas freqüências, um gráfico de análise de tendências
poderá indicar o momento mais oportuno de se fazer uma intervenção
corretiva na máquina.

Dep. de P&D do Produto - Motores


Vibrações de origem mecânica

1. Desbalanceamento:
Disco perfeitamente balanceado:
• Disco com distribuição de massa uniforme;
• Centro de massa coincidente com o centro de rotação;
• Forças centrífugas equilibradas.

Dep. de P&D do Produto - Motores


Disco desbalanceado:
• Disco com um acréscimo de massa m concentrada em um ponto;
• Centro de massa não coincidente com o centro de rotação: existe uma
excentricidade do centro de massa em relação ao centro de rotação;
• Aparece uma força centrífuga não equilibrada pelas demais forças centrífugas;
• O disco tem um desbalanceamento estático.

Dep. de P&D do Produto - Motores


Rotor longo perfeitamente balanceado:
• Rotor com distribuição de massa uniforme;
• Centro de massa coincidente com o centro de rotação;
• Forças centrífugas equilibradas.

Dep. de P&D do Produto - Motores


Rotor longo desbalanceado:
• Rotor com um acréscimo de massas iguais m concentradas em planos transversais
diferentes, defasadas de 180°;
• Centro de massa não coincidente com o centro de rotação: linha do centro de massa
corta a linha do centro de rotação;
• Aparecem forças centrífugas equilibradas, porém não há equilíbrio de momentos;
• O rotor tem um desbalanceamento de momento.

Dep. de P&D do Produto - Motores


Diagnóstico de desbalanceamento:
• Os vetores girantes das forças centrífugas podem ser projetados segundo os eixos
horizontal e vertical, e serão representados por componentes harmônicas nestas duas
direções, cuja freqüência é a freqüência da rotação mecânica.
• Estas forças harmônicas poderão provocar vibrações, que se manifestarão nesta mesma
freqüência.
• Portanto, o desbalanceamento poderá ser identificado por um pico de vibração na
freqüência de rotação mecânica no espectro de vibração.

Dep. de P&D do Produto - Motores


Dep. de P&D do Produto - Motores
Dep. de P&D do Produto - Motores
Dep. de P&D do Produto - Motores
2. Desalinhamento:
A - Desalinhamento angular

Dep. de P&D do Produto - Motores


B - Desalinhamento paralelo

Dep. de P&D do Produto - Motores


3. Eixo torto ou empenado:

Dep. de P&D do Produto - Motores


4. Rolamento desalinhado sobre o eixo :

Dep. de P&D do Produto - Motores


5. Folgas / afrouxamentos mecânicos:
A – Problemas estruturais na base:

Devido a uma falta de rigidez estrutural da base ou uma deterioração do concreto.

Dep. de P&D do Produto - Motores


B – Problemas com os parafusos de fixação da máquina:

Dep. de P&D do Produto - Motores


C – Ajuste inadequado de componentes:

Geralmente causados por ajuste inadequado entre componentes (gerando


folgas). Elementos típicos que geram este tipo de problema são rolamentos
montados com folga sobre o eixo, ventilador com folga (solto) sobre o eixo.

Dep. de P&D do Produto - Motores


6. Roçamento mecânico:

• Produz espectros semelhantes aos de folga entre elementos girantes;


• Pode ser parcial ou durante todo o ciclo de revolução;
• Geralmente podem aparecer submúltiplos e múltiplos da freqüência de rotação mecânica;
• Podem aparecer múltiplos dos submúltiplos da freqüência de rotação;
• Freqüentemente podem ser excitadas uma ou mais freqüências naturais;
• Exemplos: eixo sobre o metal patente do mancal, ventilador sobre uma defletora, rotor
sobre o estator, eixo sobre a proteção do acoplamento.

Dep. de P&D do Produto - Motores


7. Problemas com rolamentos:

Os rolamentos, em geral, apresentam quatro estágios distintos de deterioração:


• Primeiro Estágio
Começam a aparecer os primeiros sintomas de problemas.
Manifestam-se em freqüências bastante elevadas, na faixa entre 20.000Hz e
60.000 Hz (1.200.000 Ciclos Por Minuto a 3.600.000 CPM).
Estas freqüências são em geral detectadas por técnicas especiais de medição
tais como “Spike Energy” da Entek Ird (gSE), “Shock Pulse” da Prüftechnik
(dB) e “SEE” da SKF (Spectral Emitted Energy).

• Segundo estágio
Defeitos leves começam a excitar as freqüências naturais do rolamento,
predominantemente na faixa de 30000 CPM a 120000 CPM.
Freqüências laterais em torno dos picos das freqüências naturais aparecem no
final deste estágio.

Dep. de P&D do Produto - Motores


Dep. de P&D do Produto - Motores
• Terceiro estágio
Aparecem as freqüências de defeito dos rolamentos e suas múltiplas.
Estas freqüências podem ser calculadas de acordo com as equações:
Nb  Bd 
BPFI  .1  . cos( ) . Vel_de_Rot ação
2  Pd 
Nb  Bd 
BPFO  .1  . cos( ) . Vel_de_Rot ação
2  Pd 
Pd   Bd  
2

 .cos( )  . Vel_de_Rot ação


2
BSF  .1  
2. Bd   Pd  
1  Bd 
FTF  .1  . cos( ). Vel_de_Rot ação
2  Pd 
BPFI = Freqüência de passagem na pista interna (“Ball Pass Frequency in the Inner race”);
BPFO = Freqüência de passagem na pista externa (“Ball Pass Frequency in the Outer race”)
BSF = Freqüência de rotação das esferas (“Ball Spin Frequency”);
FTF = Freqüência da gaiola (“Fundamental Train Frequency”);
Nb = Número de elementos rolantes (esferas ou roletes);
Bd = Diâmetro do elemento rolante (esfera ou rolete) [mm];
Pd = Diâmetro primitivo do rolamento (entre centros dos elementos rolantes) [mm];
 = Ângulo de contato

Dep. de P&D do Produto - Motores


Quando o desgaste progride, ainda no estágio 3, mais harmônicas
(múltiplas) das freqüências de defeitos aparecem. O desgaste torna-se
visível e pode se estender por toda a periferia do rolamento.
Aconselha-se a troca imediata do rolamento.

Dep. de P&D do Produto - Motores


• Quarto estágio
A amplitude da vibração na freqüência de rotação é também afetada, e muitas vezes
causa um aumento da vibração nas múltiplas da freqüência de rotação.
As vibrações nas freqüências discretas do rolamento começam a desaparecer e são
substituídas por vibrações aleatórias de banda larga.

Dep. de P&D do Produto - Motores


Exemplo: Rolamento 6316
Velocidade de rotação: 1736.36 rpm
BPFO = 5358 rpm (obtido do site da SKF)

Dep. de P&D do Produto - Motores


8. Problemas com mancais de deslizamento:
A – Desgaste e folgas:
• Os últimos estágios de desgaste de mancais de deslizamento hidrodinâmico são
caracterizados pela presença de toda uma série de harmônicas (múltiplas) da
freqüência de rotação mecânica (de 10 a 20 harmônicas), na direção radial.
• Folgas excessivas podem possibilitar uma característica de desbalanceamento
e/ou desalinhamento com grande amplitude de vibração, que não aconteceria se
as folgas fossem menores.

Dep. de P&D do Produto - Motores


B – Instabilidade do filme de óleo (“Oil Whirl Instability):
• A instabilidade do filme de óleo (“oil Whirl instability”), ou rodopio do eixo,
normalmente ocorre a uma freqüência na faixa de 0,42 a 0,48 da freqüência de
rotação mecânica da máquina, e, geralmente, é bastante severa. É considerada
excessiva quando a amplitude excede 50% da folga do mancal. Este fenômeno
ocorre quando a carga sobre o mancal é leve, e forma-se uma cunha de óleo em
frente ao sentido de giro do eixo. Como o eixo tenta girar por cima da cunha de
óleo, o eixo rodopia dentro do mancal, enquanto gira.
• Na maioria das máquinas que apresentam este tipo de problema, pode ser
escutado um ruído de batidas. Este ruído ocorre porque a instabilidade do filme
de óleo não ocorre continuamente. O eixo faz alguns rodopios, diminui por
algumas revoluções, e repete-se o problema. Isto gera o ruído citado. Mudanças
na viscosidade do óleo, pressão de lubrificação e na carga externa podem
amenizar o problema (ou causar o problema, se ele não existia anteriormente).

Dep. de P&D do Produto - Motores


Dep. de P&D do Produto - Motores
C – Instabilidade severa do filme de óleo (“Oil Whip Instability”):
• Este problema é uma particularidade do problema de instabilidade anterior,
quando o eixo atinge uma velocidade de rotação onde a freqüência de rodopio
dentro do mancal é coincidente ou acima de sua velocidade crítica (a velocidade
de rotação mecânica neste instante é pouco mais que o dobro da velocidade
crítica do eixo). A vibração se tornará muito séria, e o eixo irá “chicotear” dentro
dos mancais, pois o filme de óleo não será mais capaz de suportar o eixo.

Dep. de P&D do Produto - Motores


9. Freqüência de passagem de pás:
• A freqüência característica da passagem de pás (BPF, do inglês “Blade Pass
Frequency”) é dada pelo produto da rotação mecânica pelo número de pás (do
rotor e/ou do difusor, se este existir).
• As amplitudes podem atingir grandes valores, se a distância entre a parte girante
(rotor da bomba, ventilador ou compressor) e a parte fixa (defletora, difusor,
carenagem ou carcaça) não é uniforme ao longo de todo o perímetro da parte
girante.
• Uma grande amplitude de vibração pode ser também produzida, se houver uma
coincidência da freqüência de passagem de pás ou uma de suas harmônicas
(múltiplas), com uma freqüência natural do sistema.

Dep. de P&D do Produto - Motores


10. Problemas com acoplamentos por polias e correias
A - Correias gastas, frouxas ou inadequadas :

 x rotação da polia x diâmetro primitivo da polia


Freqüência da correia =
Comprimento da correia

• Em correias gastas ou frouxas podem aparecer 3 a 4 múltiplos da freqüência da


correia;
• O pico de vibração dominante, em geral, está na freqüência de 2 vezes a
freqüência da correia;
• As amplitudes são instáveis, algumas vezes pulsando com a rotação da polia
motora ou da polia acionada;
• Em correias sincronizadoras (dentadas), vibrações elevadas na freqüência de
sincronização indicam desgaste ou desalinhamento da correia.

= Freqüência da correia x diâmetro primitivo da polia


Freqüência de
sincronização = Freqüência de rotação da polia x n° de dentes da polia

Dep. de P&D do Produto - Motores


Dep. de P&D do Produto - Motores
B – Desalinhamento das polias
Produz alta vibração na freqüência de rotação da polia, predominantemente
na direção axial.

Dep. de P&D do Produto - Motores


C – Ressonância da correia:
• Se a freqüência de rotação da polia motora ou movida se aproximar ou
coincidir com a freqüência natural da correia, haverá altos níveis de
vibração.
• A freqüência natural da correia pode ser alterada, alterando sua tensão ou o
seu comprimento.
• Pode ser detectada tencionando e afrouxando a correia, enquanto se mede a
resposta nos mancais das polias.

Dep. de P&D do Produto - Motores


11. Problemas de vibração em engrenamentos
A – Engrenamento normal ::
• A freqüência de engrenamento é dada pelo produto da freqüência de rotação pelo
número de dentes (GMF, do inglês “Gear Mesh Frequency”).
• Haverá uma freqüência de engrenamento para cada par engrenado. Geralmente,
acontecerão picos laterais em torno da freqüência de engrenamento, cuja diferença de
freqüência para a freqüência de engrenamento é a freqüência de rotação. O espectro
normal de um engrenamento mostra freqüências de 1 X e 2 X a freqüência de
rotação das engrenagens.

Dep. de P&D do Produto - Motores


B – Carga no dente:
• A freqüência de engrenamento é bastante sensível ao carregamento.
• Altas amplitudes na freqüência de engrenamento não indicam, necessariamente, que
existe algum problema, principalmente se os picos laterais permanecem com a mesma
amplitude e não são excitadas freqüências naturais da engrenagem. Esta análise deve
ser feita com o sistema operando em carga máxima.
• Observe que, em relação ao espectro da figura anterior, houve apenas uma aumento
da amplitude do pico na freqüência de engrenamento, o que é normal, e não indica um
problema.

Dep. de P&D do Produto - Motores


C – Desgaste nos dentes:
• Um indicador de desgaste nos dentes é a excitação da freqüência natural da
engrenagem, com picos laterais cuja diferença de freqüências em relação a
freqüência natural é a freqüência de rotação da engrenagem mais desgastada. A
freqüência de engrenamento pode ou não ter sua amplitude alterada, porém os picos
laterais a esta freqüência terão altos valores de amplitude.

Dep. de P&D do Produto - Motores


D – Engrenagem excêntrica e folgas:
• Amplitudes muito grandes dos picos laterais em torno da freqüência de rotação
sugerem excentricidade e folgas das engrenagens
• As folgas excessivas, normalmente excitam a freqüência de engrenamento e as
freqüências naturais das engrenagens, aparecendo os picos laterais elevados em
torno dessas freqüências. A amplitude da freqüência de engrenamento, geralmente
irá diminuir com o aumento da carga.

Dep. de P&D do Produto - Motores


E – Desalinhamento entre engrenagens:
• Desalinhamentos sempre excitam múltiplas da freqüência de engrenamento;
aparecem picos laterais em torno destas múltiplas.
• Em geral, as amplitudes das freqüências múltiplas da freqüência de engrenamento
são maiores do que a amplitude da freqüência de engrenamento.
• É importante ajustar a faixa de freqüências do analisador de espectro para ser capaz
de capturar pelo menos a freqüência igual a 2 vezes a freqüência de engrenamento.

Dep. de P&D do Produto - Motores


F – Dentes quebrados ou trincados:
• Dentes quebrados ou trincados irão gerar uma alta amplitude de vibração na
freqüência da rotação da engrenagem, e irão excitar as freqüências naturais,
aparecendo os picos laterais em torno destas freqüências.
• Este problema pode ser detectado no domínio do tempo, aparecendo picos toda vez
que o dente quebrado chegar na posição de engrenamento. O tempo entre os picos
de impacto, no domínio do tempo, irá corresponder a 1 / freqüência de rotação da
engrenagem com problema. As amplitudes dos picos de impacto (no tempo)
freqüentemente serão muito maiores do que a amplitude do pico de vibração na
freqüência de rotação (domínio da freqüência).

Dep. de P&D do Produto - Motores


12. Batimento
• Resulta de duas freqüências muito próximas uma da outra.

Dep. de P&D do Produto - Motores


• Quando duas máquinas iguais operam uma ao lado da outra, podem
apresentar ligeiras diferenças de rotação, devido, por exemplo a cargas
diferentes. As rotações não serão idênticas, o que poderá provocar o
fenômeno do batimento da vibração na freqüência de rotação. Este
fenômeno poderá inclusive provocar um ruído característico do
batimento (ruído oscilante).

Dep. de P&D do Produto - Motores


13. Ressonância
• Coincidência da freqüência de excitação com uma freqüência natural do sistema,
causando uma grande amplificação da vibração e muitas vezes um efeito catastrófico.
• A freqüência natural pode ser de um componente qualquer da máquina em questão,
tais como eixo, carcaça e tampas.
• Uma maneira fácil de identificação de uma freqüência natural é alterar a rotação da
máquina (quando se dispõe de um inversor de freqüências). Ao ultrapassar a
freqüência natural, a vibração cairá drasticamente.
• A figura abaixo, além de mostrar a amplitude de vibração ao passar pela freqüência
natural, mostra também que existe uma inversão da fase da vibração (mudança de
180º) quando se passa por essa freqüência.

Dep. de P&D do Produto - Motores


Vibrações de origem eletromagnética
1. Identificação de uma vibração de origem eletromagnética:

• Desligamento da máquina: quando a máquina opera em vazio,


desacoplada, o rotor continuará a girar, mesmo após o desligamento da
máquina, e levará um certo tempo até que desacelere totalmente. Isto
ocorrerá, principalmente, se o rotor possuir uma grande inércia. Assim,
em geral, se as vibrações, ao desligar-se a máquina, continuarem
acontecendo, diminuindo lentamente de amplitude à medida que o rotor
desacelera, é sinal que essas vibrações têm uma causa mecânica.
• Variação da tensão de alimentação: as vibrações de origem magnética
sofrerão alteração de amplitude, ao passo que vibrações de origem
mecânica tenderão a ter suas amplitudes mantidas.

Dep. de P&D do Produto - Motores


2. Vibração na freqüência de 2 vezes a freqüência
da rede elétrica (2FL):
• Freqüência do campo girante no estator:

2  FL
Fs 
p
onde: Fs é a freqüência do campo girante
p é o número de pólos da máquina;
FL é a freqüência da rede elétrica.

• A freqüência da corrente elétrica que circula no rotor de máquinas assíncronas =


freqüência de escorregamento fs:
fs  Fs  frpm
onde: frpm é a freqüência de rotação mecânica.

Dep. de P&D do Produto - Motores


• O campo magnético síncrono atua diretamente no estator e, através do entreferro,
atinge o rotor, onde desenvolve forças e torques dinâmicos. A parcela útil deste
campo girante, produz energia aproveitável no eixo da máquina.

Campo magnético de
um motor de 2
pólos.

Dep. de P&D do Produto - Motores


• O campo magnético devido a corrente que circula nas bobinas do estator produzirá uma
força de atração eletromagnética entre o estator e o rotor, a qual é máxima quando a
corrente de magnetização que circula no estator é máxima positiva ou máxima
negativa.
• Como resultado, haverão 2 picos de forças durante cada ciclo da onda de corrente,
reduzindo a zero no instante de tempo em que a onda de corrente e de fluxo
fundamental passa por zero, como mostrado na figura.

Dep. de P&D do Produto - Motores


• Resulta uma freqüência de vibração igual a duas vezes a freqüência da rede elétrica
(2FL). Esta vibração é extremamente sensível a planicidade dos pés da máquina, rigidez
da base, da carcaça e do estator, e uniformidade do entreferro entre o rotor e o estator.
• Assimetrias e/ou descontinuidades, provocam perturbações no fluxo magnético,
gerando forças e momentos desequilibrados. Como resultado, aparecerão vibrações
anormais na máquina elétrica girante.
• As forças magnéticas na freqüência de 2 vezes a freqüência da rede (2F L) são
independentes da corrente, e são praticamente as mesmas na condição sem carga e na
condição a plena carga. Assim, a componente principal de vibração em 2F L também
não é sensível a variação de carga.
• Alguns problemas mecânicos no motor poderão causar vibração em uma freqüência
múltipla da freqüência de rotação, próxima de 2 vezes a freqüência da rede elétrica.
Devido a esta proximidade de freqüências, a amplitudes das vibrações na freqüência
múltipla da freqüência de rotação mecânica e na freqüência de 2 F L, poderão se somar
quando as duas vibrações estiverem em fase, ou poderão se subtrair quando as duas
estiverem em oposição de fase. Este é o fenômeno do batimento

Dep. de P&D do Produto - Motores


• A vibração na freqüência de 2 FL pulsará com o tempo, devido a sua
proximidade com a freqüência de 2 vezes a freqüência de rotação
mecânica. A freqüência desta pulsação, será a diferença entre as duas
freqüências, que, neste caso, é igual a 2 vezes a freqüência de
escorregamento. Se o motor estiver em vazio, este tempo de pulsação
será longo (5 a 15 min).

• Nos motores de 2 pólos, as forças de


origem eletromagnéticas que se manifestam
em 2 FL tenderão a deformar o estator em
uma forma elíptica.
• Em motores de 4 pólos, as forças de origem
eletromagnéticas na freqüência de 2FL
tenderão a deformar o estator na forma de 4
lóbulos apresentada na figura.

• É mais fácil deformar o estator na forma da figura a, do que na forma da figura b.


Portanto, as máquinas elétricas girantes de 2 pólos são mais susceptíveis a apresentar
vibrações devido a excitações em 2 vezes a freqüência da rede, do que as máquinas
das demais polaridades, pois apresentam menor rigidez do estator.

Dep. de P&D do Produto - Motores


Dep. de P&D do Produto - Motores
3. Excentricidade estática do entreferro:
• Excentricidades no estator produzem variações estacionárias (excentricidade
estática) do entreferro entre o rotor e o estator, as quais produzem vibrações
bastante direcionais.
• Pés com falta de rigidez ou uma base curva (não plana) podem produzir
excentricidades estáticas no estator.
• Curtos-circuitos entre chapas do estator podem produzir aquecimentos localizados
e, conseqüentemente, deformações do estator. Assim, as vibrações podem
aumentar bastante a medida que o motor se aquece.
• Problemas no estator, geralmente produzem alta vibração em 2 vezes a freqüência
da rede elétrica (2FL).

Dep. de P&D do Produto - Motores


• Espectro típico de vibração devido a problemas de excentricidade estática no
entreferro em uma máquina elétrica girante de dois pólos.

• A freqüência marcada 2X fRPM representa um pico de vibração em 2 vezes a


freqüência de rotação mecânica, devido, por exemplo, a um desalinhamento entre
tampas, e é bem próxima de 2 vezes a freqüência da rede elétrica. A distinção
entre estas duas freqüências, em geral, só é possível através de uma ampliação
(zoom) do espectro de vibração, nesta região de freqüências. Devido a
proximidade das duas freqüências poderá ser produzido um batimento, e haverá
uma pulsação da vibração
Dep. de P&D do Produto - Motores
4. Excentricidade dinâmica do entreferro:
• O rotor excêntrico (ou, o eixo torto), fará com que apareça uma região de
entreferro mínimo, a qual gira com a freqüência de rotação do rotor.
• Haverá uma força magnética radial líquida atuando sobre o rotor, já que a força
atuando no lado do entreferro mínimo é maior do que a força do lado oposto.
• Esta força líquida irá girar com a freqüência de rotação, provocando uma vibração
nesta freqüência.

Dep. de P&D do Produto - Motores


• O fluxo que causa esta força magnética é o fluxo fundamental, o qual gira com a
freqüência síncrona FS. Mas, o rotor gira com uma freqüência ligeiramente menor,
devido ao escorregamento, cuja freqüência é fs. Quando o ponto de entreferro
mínimo está alinhado com o ponto de fluxo máximo, a força líquida será máxima,
e irá decrescer até o ponto de fluxo nulo, passando a crescer a partir daí, até atingir
o fluxo mínimo negativo. Assim, a força eletromagnética líquida que provoca
vibração na freqüência de rotação irá pulsar (modular) com a chamada freqüência
de passagem dos pólos fp, dada por:
fp = p x fs
• Portanto, rotores excêntricos (ou tortos) produzem uma excentricidade variável do
entreferro entre o rotor e o estator, e, conseqüentemente, aparece uma vibração
pulsante na freqüência de rotação. A freqüência de passagem dos pólos,
normalmente, irá modular a vibração na freqüência de rotação mecânica da
máquina elétrica girante, e no espectro de vibração aparecerão picos laterais em
torno da freqüência de rotação, distanciados desta freqüência, de um valor igual a
freqüência de passagem dos pólos.

Dep. de P&D do Produto - Motores


• Poderá haver uma pulsação também na região da freqüência de 2 vezes a
freqüência da rede.
• Esta pulsação poderá ser proveniente de:
- um batimento devido a proximidade entre a freqüência de vibração em
2 vezes a freqüência da rede elétrica e uma vibração numa freqüência
múltipla da freqüência de rotação mecânica, próxima de 2 vezes a freqüência
da rede;
- modulação da freqüência de 2 vezes a freqüência da rede elétrica
devido a freqüência de passagem dos pólos.
• Assim, poderão aparecer picos laterais também em torno da freqüência igual a
duas vezes a freqüência da rede (2FL). A diferença entre o pico lateral e o pico
central é a freqüência de passagem dos pólos.
• Para visualização dessas freqüências bem próximas umas das outras, no espectro
de vibração, é necessário a utilização de um zoom, na região de freqüências de
interesse.

Dep. de P&D do Produto - Motores


Espectro típico da excentricidade dinâmica do rotor:

Dep. de P&D do Produto - Motores


5. Barras interrompidas no rotor:
• No caso de uma barra quebrada no rotor, ou uma solda aberta, não circulará
corrente naquela barra. Como resultado, não haverá campo em torno desta barra
particular. As forças magnéticas naquele lado do rotor serão diferentes daquelas
do outro lado, criando uma força magnética desbalanceada que gira com a
velocidade da rotação mecânica, modulada pela freqüência de passagem dos
pólos.
• Haverá vibração elevada na freqüência de rotação, com picos laterais com
diferença de freqüência igual à freqüência de passagem de pólos (fp). Poderão
aparecer picos laterais, com a mesma diferença de freqüências, em torno da
terceira, quarta e quinta harmônicas da freqüência de rotação.

Dep. de P&D do Produto - Motores


• Este é um fenômeno que não pode ser observado para uma máquina
operando inicialmente em vazio. No entanto, um fenômeno associado pode ser
observado, em vazio, após a máquina ter sido aquecida por qualquer método que
cria corrente no rotor: plena carga, múltiplas acelerações, ou rotor bloqueado.
Neste caso, uma barra quebrada no rotor, ou uma variação de resistividade,
provocará um aquecimento diferencial em torno do rotor. Este aquecimento
poderá provocar uma flexão, ou abaulamento do rotor, criando uma excentricidade
e provocando um desbalanceamento mecânico e um desbalanceamento ainda
maior das forças eletromagnéticas. Isto criará uma alta vibração em uma vez a
freqüência de rotação mecânica, e uma vibração mínima em duas vezes a
freqüência da rede elétrica.

Dep. de P&D do Produto - Motores


6. Vibração na freqüência de passagem das ranhuras:
• Essa vibração de origem eletromagnética é sensível à variação de carga,
aumentando, a medida em que a carga aumenta. Ela é gerada no estator quando
uma corrente elétrica é induzida nas barras do rotor, sob condição de carga. A
corrente elétrica nas barras, criam um campo magnético em torno delas, que
aplicam forças de atração magnética sobre os dentes do estator. Estas forças,
radiais e tangenciais, criam uma vibração da coroa e dentes do estator.

Dep. de P&D do Produto - Motores


• A freqüência de passagem das barras do rotor (RBPF = “Rotor Bar Pass
Frequency”) caracteriza esta vibração. Ela é calculada multiplicando o número de
barras Nr do rotor pela freqüência de rotação mecânica f RPM da máquina:

RBPF = Nr x frpm
• O espectro típico é caracterizado pelo aparecimento de picos laterais espaçados de
2 vezes a freqüência da rede elétrica (2FL, 4FL, 6FL, 8FL) em relação a
freqüência central (RBPF ou seus múltiplos).

Dep. de P&D do Produto - Motores


• Estas vibrações encontram-se em freqüências que são muito maiores do que as
freqüências normalmente medidas durante ensaios de vibração. Devido a estas
freqüências serem muito altas, mesmo pequenos deslocamentos podem provocar
altas velocidades de vibração.
• Apesar destes níveis de vibração serem sensíveis sobre a carcaça e sobre os
mancais (proveniente da vibração do estator), não são sensíveis entre o eixo e o
mancal, não provocando danos ao mancal. Além disso, os níveis de tensões
provocadas nos dentes do estator são bastante baixos, não afetando a
confiabilidade da máquina elétrica. Por isso, os requisitos de vibração não
requerem que estas freqüências sejam incluídas no nível global. O significado
destes altos níveis de vibração ficam distorcidos, pela medição de velocidade e
comparação com limites estabelecidos para baixas freqüências.
• A freqüência de passagem de ranhuras do rotor e as freqüências dos picos laterais
(2FL, 4FL, 6FL, 8FL), estão, normalmente, em faixas de freqüências mais
relacionadas ao ruído acústico do que à performance de vibração, e são levadas em
consideração durante a fase de projeto da máquina.

Dep. de P&D do Produto - Motores


• As forças aplicadas aos dentes do estator não são uniformemente distribuídas em
todos os dentes ao mesmo tempo. Elas são aplicadas com diferentes magnitudes
em dentes diferentes, dependendo da posição relativa de localização dos dentes do
rotor e do estator. Isto resulta em ondas de força sobre a circunferência do estator.
A forma (ou modo) M dessas ondas de forças magnéticas é um resultado da
diferença entre o número de ranhuras do estator Ns e do rotor Nr:
M = (Ns-Nr) ± K.p
onde:
M é o número do modo (ou forma) da onda de força eletromagnética;
Nr é o número de ranhuras (barras) do rotor;
Ns é o de ranhuras do estator;
K é um número inteiro (0, 1, 2, 3, ...);
p é o número de pólos da máquina elétrica girante.

Dep. de P&D do Produto - Motores


• Dependendo da freqüência e da forma da onda das forças eletromagnéticas, a
coroa do estator poderá vibrar segundo um ou mais modos de vibração,
semelhantes às formas da figura abaixo. A cada modo de vibração da coroa do
estator está associada uma freqüência natural. Se uma freqüência natural da coroa
é muito próxima de uma freqüência de excitação eletromagnética, resultará um
alto nível de vibração. Os primeiros modos de vibração da coroa podem possuir
freqüências naturais próximas das freqüências primárias de excitação.

Dep. de P&D do Produto - Motores


• As freqüências naturais dos dentes do estator também são de interesse, pois as
componentes de forças eletromagnéticas tangenciais aos dentes, podem excitar
estas freqüências naturais. O dente pode ser considerado como uma viga em
balanço, suportado na raiz pela coroa. A freqüência natural desta viga em balanço
é função do seu comprimento e de sua largura. Quanto mais longa e estreita a viga,
menor será sua freqüência natural.
• A força eletromagnética aplicada a cada dente do estator, produz um deslocamento
do dente e da coroa. Este deslocamento terá uma amplificação tanto maior, quanto
mais próxima a freqüência de excitação estiver da freqüência natural do dente. O
fator de amplificação pode ser escrito:

Fator de amplificação = 1 / [1-(f/fo)2]

onde: - f é a freqüência de excitação;


- fo é a freqüência natural do dente.

Dep. de P&D do Produto - Motores


7. Problema de mal contato em uma fase:
• Problemas de mal contato em uma das fase devido a conectores frouxos ou
quebrados podem causar vibrações excessivas na freqüência de 2 vezes a
freqüência da rede elétrica (2FL), a qual terá picos laterais distanciados de 1/3 da
freqüência da rede (FL).

Dep. de P&D do Produto - Motores


Conhecimento de normas sobre
vibrações mecânicas

Normas relacionadas com vibração de máquinas elétricas girantes:

ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas


• NBR 11390: Máquinas elétricas girantes: avaliação e limites da severidade
de vibração mecânica de máquinas de altura de eixo igual ou superior a 56
mm;
• NBR 10272: Medição e avaliação da severidade das vibrações mecânicas de
máquinas elétricas rotativas com altura de eixo entre 80mm e 400mm;
• NBR 10082: Vibração mecânica de máquinas com velocidades de operação
de 600 a 12000 rpm – base para especificação e padrões de avaliação;
• NBR 8007: Balanceamento – Terminologia;
• NBR 8008: Balanceamento de corpos rígidos rotativos - Qualidade

Dep. de P&D do Produto - Motores


IEC – International Electrotechnical Commission

• IEC 60034-14: Mechanical vibration of certain machines with shaft heights


56mm and higher – measurement, evaluation and limits of vibration severity;

IEEE – The Institute of Electrical and Electronics Engineers, Inc


• IEEE 841: IEEE Standard for Petroleum and Chemical Intdustry –
severe duty Totally Enclosed Fan Cooled (TEFC) squirrel cage
induction motors – up and including 370 kW (500 hp)

NEMA – National Electrical Manufacturers Association


• MG1-Part 7: Mechanical vibration-measurement, evaluation and limits;

Dep. de P&D do Produto - Motores


API – American Petroleum Institute

• API 541: Form-wound Squirrel Cage Induction Motors – 250 hp and Larger;
• API 546: Brusless Synchronous Machines – 500 kVA and Larer
• API 547: General-purpose Form-wound Squirrel Cage Induction Motors– 250
hp and larger;
• API 670: Machinery Protection Systems

ISO – International Organization for Standardization

• ISO 1940-1: Mechanical vibration - Balance quality requirements for rotors in a


constant (rigid) state - Part 1: Specification and verification of balance
tolerances;
• ISO 2954: Mechanical vibration of rotating and reciprocating machinery -
Requirements for instruments for measuring vibration severity;

Dep. de P&D do Produto - Motores


ISO – International Organization for Standardization

• ISO 7919-1: Mechanical vibration of non-reciprocating machines -


Measurements on rotating shafts and evaluation criteria -- Part 1: General
guidelines;
• ISO 8821: - Mechanical vibration - Balancing - Shaft and fitment key
convention;
• ISO 10816-1: Mechanical vibration - Evaluation of machine vibration by
measurements on non-rotating parts - Part 1: General guidelines.
• ISO 10817-1: Rotating shaft vibration measuring systems - Part 1: Relative and
absolute sensing of radial vibration.
• ISO 13373-1: Condition monitoring and diagnostics of machines - Vibration
condition monitoring - Part 1: General procedures;
• ISO 13373-2: Condition monitoring and diagnostics of machines - Vibration
condition monitoring - Part 2: Processing, analysis and presentation of vibration
data;
Dep. de P&D do Produto - Motores
ISO – International Organization for Standardization

• ISO 13379: Condition monitoring and diagnostics of machines - General


guidelines on data interpretation and diagnostics techniques;
• ISO 15242-1: Rolling bearings - Measuring methods for vibration - Part 1:
Fundamentals;
• ISO 15242-2: Rolling bearings - Measuring methods for vibration - Part 2:
Radial ball bearings with cylindrical bore and outside surface;
• ISO 15242-3: Rolling bearings - Measuring methods for vibration - Part 3:
Radial spherical and tapered roller bearings with cylindrical bore and outside
surface.
• ISO 18436-2: Condition monitoring and diagnostics of machines -
Requirements for training and certification of personnel - Part 2: Vibration
condition monitoring and diagnostics.

Dep. de P&D do Produto - Motores


Condição de apoio para ensaio das máquinas
elétricas segundo os critérios de aceitação das
normas nacionais e internacionais
Ensaio em base elástica: a freqüência natural de vibração do conjunto em
quaisquer das 6 direções possíveis deve ser menor ou igual a 1/3 da freqüência de
rotação da máquina.

Objetivo: proporcionar a condição de vibração livre (sem restrições), e um


isolamento adequado das vibrações provenientes do ambiente de medição.

Dep. de P&D do Produto - Motores


Medição com montagem em base
rígida:
•A máquina deve estar firmemente presa à base;
•Segundo as normas IEC 60034-14, NEMA MG 1 Part 6 e NBR 11390 , o
objetivo da montagem das máquinas de 2 pólos em base rígida é de avaliar o valor
da componente de vibração em 2 vezes a freqüência da rede elétrica;
•A norma IEEE 841 estende o critério para as máquinas de 4, 6 e 8 pólos;
•O critério de aceitação da base (IEC 60034-14, NEMA MG 1 Part 6 e NBR
11390 ) é que as freqüências naturais do conjunto base e máquina, não podem
coincidir com:  10% da freqüência de rotação,  5% de 2 vezes a freqüência de
rotação, e  5% de 2 vezes a freqüência da rede elétrica;
•Além disso, as vibrações medidas junto aos pés da máquina nas mesmas direções
dos pontos de medição nos mancais, não devem ultrapassar 25% das respectivas
vibrações medidas sobre os mancais, na freqüência de rotação e na freqüência de
2 vezes a freqüência da rede de alimentação elétrica (norma IEC 60034-14).

Dep. de P&D do Produto - Motores


Pontos padronizados de medição de vibração no motor

•IEC 60034-14
•NEMA MG-1 Part 7
•NBR 11390

Dep. de P&D do Produto - Motores


Pontos padronizados de medição de vibração no motor

•IEC 60034-14
•NEMA MG-1 Part 7
•NBR 11390

Dep. de P&D do Produto - Motores


Recomendação:

Dep. de P&D do Produto - Motores


Transdutores de deslocamento
em máquinas com mancais de deslizamento

•ISO 13373-1
•IEC 60034-14
•NEMA MG-1 Part 7
•NBR 11390

1. Condicionadores de sinal
2. Saída do sinal
3. Orientação opcional
4. Eixo
5. Transdutores de deslocamento
Dep. de P&D do Produto - Motores
Limites de vibração recomendados pela
Norma IEC 60034-14 (critério de aceitação do motor)

Esta tabela aplica-se para vibração absoluta no motor sem carga, desacoplado e
com rasgo de chaveta da ponta do eixo preenchido com meia chaveta.

Dep. de P&D do Produto - Motores


Limites de vibração recomendados pela
Norma IEC 60034-14 (critério de aceitação do motor)

• O “run-out” é uma perturbação na leitura do deslocamento de vibração entre o


eixo e o mancal.
• “Run-out” mecânico: ovalizações do eixo, riscos ou arranhões na superfície,
oxidações e eixo torto.
• “Run-out” magnético: magnetizações residuais do eixo, segregações
metalúrgicas microscópicas, concentrações residuais de tensão (que afetam a
resistividade do material da superfície do eixo).
Dep. de P&D do Produto - Motores
Convenção para Conjunto Montado
Motor + Máquinas Acionadas
(segundo a norma ISO 13371-1)

Numeração dos mancais:

001 – Mancal traseiro do motor


002 – Mancal dianteiro do motor
003 – Mancal dianteiro do
redutor
.......
Dep. de P&D do Produto - Motores
Critério de aceitação e operação de máquinas

Limites de vibração recomendados pela


norma ISO 10816-1
Em condições de ensaio na fábrica ou de Zona A – níveis de vibração de
operação “in situ” (condições nominais). máquinas recém fornecidas
Zona B – níveis de vibração aceitáveis
para operação contínua
Zona C – níveis de vibração não
satisfatórios para operação
contínua, necessidade de
correção.
Zona D - níveis de vibração
suficientes para causar um dano
sério.

1 – Deslocamento constante
2 – Velocidade constante
Faixa típica de uso de medição de velocidade:
3 – Aceleração constante
fx = 10 Hz , fy = 1000 Hz
Dep. de P&D do Produto - Motores
Critério de aceitação e operação de máquinas

Limites de vibração recomendados pela


norma ISO 10816-1

Dep. de P&D do Produto - Motores


Critério de aceitação e operação de máquinas

Limites de vibração recomendados pela


norma ISO 7919-1

Dep. de P&D do Produto - Motores


Técnicas Especiais
Técnica do Envelope:
• É uma técnica de extração do sinal modulador de um sinal de amplitude modulada;
• Principalmente usada para detecção de defeitos em rolamentos e engrenamentos;
• Defeitos ainda não aparecem ou estão mascarados nos espectros normais de vibração;
• Defeitos associados com eventos de impacto de curta duração;
• No exemplo, cada vez que a esfera passa sobre a trinca da pista externa do rolamento,
gera um pulso de curta duração e de alta energia.

Dep. de P&D do Produto - Motores


• Quando o sinal é processado no analisador de espectro, em vez de um pico
predominante em uma freqüência, aparece um espectro como o mostrado na figura.

Dep. de P&D do Produto - Motores


• No gráfico abaixo, os pulsos devido aos impactos no defeito estão superpostos com
um sinal de alta amplitude e baixa freqüência, provavelmente devido ao
desbalanceamento ou desalinhamento.
• O primeiro passo da técnica é aplicar um filtro para remover as componentes de baixa
freqüência do sinal.

Antes da
aplicação do
filtro

Após a
aplicação do
filtro

Dep. de P&D do Produto - Motores


• O passo seguinte é tomar somente a envoltória do sinal, que dará a freqüência de
repetição dos pulsos.
• A FFT desse sinal indicará a freqüência do defeito e suas harmônicas.
Após a
aplicação do
filtro

Após obtida
a envoltória
do sinal

FFT
indicando as
freqüências
e amplitudes

Dep. de P&D do Produto - Motores


• A técnica do envelope fornece uma indicação “mais cedo” do defeito.
Como interpretar os resultados?
Olhando os picos no espectro normal e no espectro do envelope:
• Se não existem picos em nenhum dos dois, a condição do rolamento é boa e os
espectros servem de base para comparações futuras.
• Aparecem picos apenas no espectro do envelope: Indicação de que existem defeitos ou
o rolamento necessita lubrificação.
• Aparecem picos em ambos espectros: planeje a troca na próxima parada de
manutenção.
• Picos aparecem apenas no espectro normal com o aumento do ruído espectro do
envelope: troque imediatamente o rolamento.

Dep. de P&D do Produto - Motores


Técnica do “Shock Pulse” (Prüftechnik):
“Shock Pulses” em rolamentos:
• Em um rolamento o pulso de choque
ocorre quando o elemento rolante passa
sobre uma irregularidade na superfície da
pista do rolamento.
• Mesmo um rolamento novo emite um
sinal fraco de “shock pulse”, quando em
funcionamento, originando um “tapete”
no diagrama de “shock pulse”.
• Este tapete, no entanto, aumenta quando
existe uma lubrificação deficiente.
• Um defeito na superfície rolante ou nas
pistas do rolamento produzem “shock
pulses” com até 1000 vezes a intensidade
do nível do tapete.
• Estes picos irregulares, que se destacam
do nível do tapete, são indicadores de
danos do rolamento.
Dep. de P&D do Produto - Motores
• Os “shock pulses” propagam-se com faixas de freqüências bem mais elevadas do que
vibrações normais e o seu conteúdo de energia é muito fraco.
• Os acelerômetros usados para medição do “shock pulse” têm freqüências naturais
nestas faixas de freqüências (cerca de 36 kHz) e são especialmente sensíveis ao sinal
do “shock pulse”.
• Desde que os sinais de alta freqüência tendem a se dissipar rapidamente, existe muito
pouca interferência com mancais adjacentes.

Dep. de P&D do Produto - Motores


Aplicações e vantagens:
• A técnica é adequada para uso com todos
os tipos de mancais de rolamentos
instalados nos mais diversos tipos de
equipamentos.
• Quando os parâmetros são registrados
em intervalos regulares, qualquer
deterioração no rolamento pode ser
reconhecida imediatamente.
• O procedimento de manutenção
adequado pode ser planejado e executado
com eficiência.
• Tendências dos rolamentos plotados em
longos períodos de tempo oferecem
informações adicionais de desgaste
prematuro, instalação inadequada e
problemas de lubrificação.

Dep. de P&D do Produto - Motores


Outras Técnicas:
• Spike Energy ( Entek IRD);
• SEE – Spectral Emitted Energy (SKF);
• CEPSTRUM.

Técnicas Específicas:
• Análise Modal;
• Análise ODS.

Dep. de P&D do Produto - Motores


Bibliografia:
1. Agilent Technologies, “The Fundamentals of Signal Analysis”, Application Note 243.
2. Agilent Technologies, “Effective Machinery Measuring using Dynamic Signal Analysers”,
Application Note 243-1.
3. Brüel & Kjaer, “Introduction to Shock and Vibration”, 1998.
4. Brüel & Kjaer, “Vibration Transducers and Signal Conditioning”, 1998.
5. Brüel & Kjaer, “Vibration Measurements and Analysis”, 1998.
6. Mitchell, John S., “An Introduction to Machinery Analysis and Monitoring”, PennWell Books,
Tulsa, Oklahoma, USA.
7. Goldman, S., “Vibration Spectrum Analysis, A Pratical Approach”, Industrial Press Inc., New
York, N.Y., USA, 1999.
8. Taylor, J.L., “The Vibration Analysis Handbook – A Practical Guide for Solving Rotating
Machinery Problems”, Vibration Consultants, Inc., Tampa, F.L., 2000.
9. Bently, D.E., Hatch, C.T., “Fundamentals of Rotating Machinery Diagnostics”, Bently
Pressurized Company, Minden, N.V., USA, 2002.
10. Eisenmann, R.C. & Eisenman Jr., R.C., “Machinery Malfuncion Diagnosis and Correction”,
PTR Prentice Hall. New Jersey, 1997.
11. Scheffer, C. and Girdhar, P., “Practical Machinery Vibration Analysis & Predictive
Maintenance”, IDC Technologies, 2004
12. Finley, W.R., Hodowanec, M.M & Holter, W.G. “An Analytical Approach to Solving Motor
Vibration Problems”, IEEE, Paper No. PCIC-99-XX.

Dep. de P&D do Produto - Motores

You might also like