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Universidade Federal da Bahia

Instituto de Geociências
Departamento de Oceanografia
Disciplina de Geologia Geral

Edital Interno nº 01/22 Processo Seletivo Simplificado - Professor


Substituto.

Aula: Fósseis e Icnofósseis

Prof. Msc. ___________________________


E-mail: ___________________________
Fósseis e Fósseis Vivos
Qualquer evidência de vida do passado preservada nas rochas e em outros materiais,
com mais de 11.000 anos A.P.

Figura 1: Fóssil Vivo - Árvore de Ginko Figura 2: Um insecto preso em âmbar Figura 3: Trilobite

Termo utilizado para qualificar espécies não-extintas que são extremamente


parecidas com espécies identificadas através de fósseis.

Figura 8: Celacanto (Fóssil e atual) Figura 9: Ginkgo biloba

Fonte: https://didatico.igc.usp.br/fosseis/
Tipos de Fósseis:
Somatofósseis - Restos somáticos (isto é, do corpo) de organismos
do passado

Fonte das imagens: https://didatico.igc.usp.br/fosseis


Figura 4: Dente de tubarão Figura 5: Concha de vieira

Icnofósseis - Qualquer vestígio de atividades de organismo vivos.

Figura 6: Coprólitos (fezes fossilizadas) Figura 7: Pegadas do Vale dos dinossauros


(Paraíba – Brasil)
Tipos de Fósseis:

• Moldes - Processo tafonômico que, gera réplicas de estruturas biogênicas.


˗ Preenchimento (interno ou externo), mas de material distinto do inicial um contramolde.

Figuras 10 : Moldes internos de Figuras 11 : Molde externo de


conchas de gastrópodes Turritella. concha de gastrópode Turritella

• Pseudofósseis - Estruturas comprovadamente inorgânicas que se assemelham


a organismos.

Figuras 11 : Enervações de MnO (não são fosseis de planta) Figuras 12 : Trilobite (não é um fóssil)
Tipos de Fósseis:
• Subfósseis - Restos ou
vestígios com menos de 10.000
anos que pertencem ao
intervalo de tempo Holoceno
(Recente).

Figura 11: Sambaquis dos sítios arqueológicos, Litoral


do Pará.

Figura 12: Múmia Chinesa, localizada na caverna do


rio Tarim,

• Dubiofósseis -
Estruturas que podem
ser de origem orgânica,
mas cuja natureza ainda
não foi comprovada.
Fonte das imagens: Rodrigues et al. (2016). Figura 13: Amostras de icnofóssil e dubiofóssil
Onde os fósseis ocorrem
Rochas expostas ou Afloramentos:
⮚ Vale dos rios;
⮚ Cortes de estradas, rodovias e ferrovias;
⮚ Pedreiras;
⮚ Montanhas e encostas naturais;
⮚ Blocos caídos

Figura 14: Bacia de Curitiba - Figura 15: Formação Ponta Grossa - PR Figura 16: Formação Irati – BR476
margem do Contorno Sul -Curitiba
Como coletamos
⮚ Perfurações

⮚ Testemunhos de sondagem

⮚ Minas, túneis e galerias subterrâneas

⮚ Coletas em sedimentos e rochas

Fonte da imagem: Fotos Bolzon, 2017-Coleção


(Fonte: 1.bp.blogspot.com)

UFPR
Figura 17: Fósseis de braquiópodes em
Figura 18. camadas do pré-sal e testemunho de sondagem
amostras de calhas.
Processos de Fossilização
Incluem a sucessão de estados intermediários na passagem dos restos da
biosfera para a litosfera;

Condições do ambiente de sedimentação e de diagênese são determinantes


para o processo de fossilização;

Restos orgânicos irão se transformar em fóssil e o sedimento


(areia, silte, lama, etc.) em rocha;

Classificação não é consensual;


Grande parte dos fósseis
resultaram de vários processos.
Fossilização
Carbonificação Substituição

˗ Perda de substâncias voláteis; ˗ Perda do material original;


˗ Película de carbono. ˗ Minerais:calcita,pirita,silicatos e etc.

Figura 18: fóssil de folha carbonificada Figura 19: substituição de calcita para pirita na concha
de braquiópode

Permineralização

˗ Preenchimento dos poros e


espaços vazios;
˗ Qualquer tipo de substância mineral

Figura 20: Tronco fóssil petrificado Fonte das imagens: https://biologo.com.br/bio/fosseis


Mineralização
Permineralização

Petrificação
Permineralização Petrificação

Figura 24: Processos de permineralização e petrificação

Fonte da imagem: Fotos Bolzon, 2017-Coleção UFPR


Fossilização
Incrustação Mumificação
˗ Envolvimento e conservação do fóssil; ˗ Preservação total do organismo;
˗ Crosta de carbonato de cálcio. ˗ Geleiras

Figura 21: Concha original (esquerda) e concha Figura 22: Mamute conservado no gelo
preservada por inscrutação (direita)

Âmbar
˗ Resina (angiospermas e gimnospermas);
˗ Cristalização

Fonte das imagens: https://biologo.com.br/bio/fosseis


Figura 23: Inseto preservado no âmbar
Fossilização
Recristalização
˗ Rearranjo da estrutura cristalina de um Molde
mineral, dando-lhe mais estabilidade,;
˗ Preenchimento interno das partes
duras do ser vivo por sedimentos, ou
˗ Exemplo: transformação de aragonite
da moldagem da parte externa das
em calcite.
partes duras do ser vivo.

Figura 24: Molde interno (Turritela - gastrópode)


Figura 23: Concha original de aragonite
substituida por calcite

Marca ou impressão

˗ Conservação de vestígios dos seres


vivos, como pegadas, marcas de folhas

Figura 25: marca de folhas e folhas actuais Fonte das imagens: https://biologo.com.br/bio/fosseis
Importância

Permite o estudo evolutivo da

Terra a partir do estudo dos fósseis.


Figura 25: História evolutiva da
vida na Terra.

˗ A identificação da extinção de
determinadas espécies e o
aparecimento de outras;

˗ Permitem a datação de rochas e


reconstrução paleoambiental e
paleoecológica ambientes
antigos

Figura 26. Fósseis entre rochas


sedimentares Figura 27. Camada d rochas ígneas
Importância

Ocorrência das regressões e transgressões marinhas.


Regressão

Transgressão

Figura 28. Regressão e Transgressão marinha. Figura 29. Riples em arenito (Pensilvânia
Importância

Formação de cadeias montanhosas.

Figura 30. Cordilheira do Himalaia, Ásia.


Importância
Glaciações, e as modificações dos oceanos.

Figura 31. Glaciações

As quedas nas concentrações de carbono


Figura 32. Perdas de CO2
Importância

Estudo de paleosalinidade, por meio de análise isotópica: avaliação da temperatura


e salinidade.
Importância

Caracterização paleoambiental por meio de grupos de fósseis e das


suas características, pode-se realizar uma caracterização de
paleoecossistemas.

Figura 34. Distribuição paleoambiental . (Fonte: http://maisbiogeologia.blogspot.com.br).


Importância
Bioestratigrafia: parte da Estratigrafia que se baseia no conteúdo fossilífero das
rochas, com o intuito de definir, organizar e correlacionar as unidades
estratigráficas

˗ Pode-se também realizar datações em fósseis-guias e reconstruir a


história de uma região.

Figura 31. Distribuição bioestratigráfica dos grupos de foraminíferos.


Figura 30. Distribuição bioestratigráfica. (Fonte: (Fonte: Modificado de Brasier, 1980.)
http://maisbiogeologia.blogspot.com.br).
Contribuições/ história da Terra
Estudos de paleosalinidade: definição dos distintos ambientes por meio das
análises dos fósseis.

˗ Estudos paleoecológicos: uso da Tafonomia das espécies para indicar as


condições de hidrodinâmica tais como: direção de correntes, taxa de
deposição, erosão e retrabalhamento do sedimento, bem como interpretações
sobre a história evolutiva da Terra.

Figura 32. Coloração e padrão de desgaste dos grãos relacionado a energia hidrodinâmica. (Fonte:
MOARES & MACHADO, 2003).
Icnofósseis
Qualquer vestígio de atividades de organismo vivos.
- A maioria dos icnofósseis resulta das interações
organismo/substrato

Figura 33. Pegadas de dinossauros Figura 34. Escavações Figura 35. Tocas
Tipos de Icnofósseis
Bioerosões
Produção no sedimento de pistas, escavações e túneis.

Figura 36. Organismos bioturbador (à esquerda) e arenito com bioturbação (à direita

Orifícios ou tubos resultantes da escavação mecânica ou bioquímica em um substrato


rígido.

Figura 37: Pista de Trilobta cruziana


Tipos de Icnofósseis
Coprólitos

Excrementos fossilizados de animais

Figura 38: Cropólitos

Ovos e ninhos
Contribuem para o estudo do desenvolvimento e registro de diversos organismos

Figura 39: Ovos de dinossauro Figura 40: Ninho fossilizado de um


Coelurosauídeo
Pseudoincnofósseis:

Marcas de onda, gretas de contração, marcas diversas, escape de


gases e moldes de sais que se parecem com as marcas produzidas
por animais e vegetais.

Figura 41: San Rafael Swell, Utah Figura 42: Parque em Utah Figura 43: Lago Missoula
Classificação: Descritiva ou morfológica

Basea-se nas feições morfológicas Preservacional ou


apresentadas pelos incnofósseis.
Estratinômica

Figura 42: Parâmetros utilizados nos


estudos de pegadas de dinossauros
bípedes.

Figura 43: Classificação estratinômica

Considera os incnofósseis como estruturas sedimentares, sendo relacionada a


forma de preservação.
Classificação: Etológica ou ecológica
Icnofósseis são vistos como resultado de uma resposta a uma função biológica.

Fonte: Fernandes (2002).


Figura 44: Classificação etológica dos icnofósseis proveniente da atividade de organismos e seus respectivos produtos.

Filogenética - Basea-se na identidade do organismo que deu origem ao


icnofóssil.
Importância
Possibilitam o registro da presença de animais de corpo mole que normalmente
não se preservam.

Figura 45:Tubos de Arthrophicus

Mostram a diversidade de comportamentos (etologia) em estudos


paleoecológicos.

Figura 46: Etologia de incnofósseis


Importância
Aparecem com maior frequência em arenitos.

Figura 46: Ocorrência de icnofósseis expostos em lajes de arenito, Usina Hidrelátrica de Porto Primavera
Importância

Auxiliam nas análises de taxa de sedimentação e servem como indicadores de


profundidade, oxigenação e salinidade

Figura 47: Estromatólitos indicadores de águas rasas Figura 48: Correlação entre a energia do ambiente e a forma
dos estromatólitos.
Fonte imagem 47: https://didatico.igc.usp.br/fosseis/icnofosseis/
Fonte: https://didatico.igc.usp.br/fosseis/pre-cambriano/
Recapitulando

⮚ Os fósseis são a prova da extinção e evolução de espécies;

⮚ Os processos de fossilização são bastante diversificados, e apresentam


distintas formas a depender do tipo de organismo e do tipo de ambiente no
qual eles morreram;

⮚ Na Terra todos os elementos são transformados durante todo tempo, os


sedimentos estão sempre sendo transportados ou se fixando em locais
mais baixos, permitindo que pesquisadores possam “contar” a história da
Terra;

⮚ E assim contar a história da humanidade, em valores temporais a partir da


observação constante dos séculos, anos, dias e horas.
Referências
• CARVALHO, Ismar de Souza; FERNANDES, Antonio Carlos Sequeira.
Icnofósseis. In: CARVALHO, Ismar de Souza. Paleontologia. Rio de Janeiro:
Interciência, 2000. p. 95-118.

• Paleontologia. Rio de Janeiro. 2 ed.: Interciência, 2004. p. 3-11.

• FERNANDES, A.C.S. Os fósseis da Bacia Sergipe-Alagoas: Os icnofósseis.


Phoenix. Aracaju, n.44, p. ago. 2002. Disponível em <http://www.phoenix.
org.br/Phoenix44_Ago02.html> Acessado em 13 fev. 2022.

• SOARES, M.B. (Org.). Livro digital de Paleontologia: A Paleontologia em Sala de


Aula. Porto Alegre. Sociedade Brasileira de Paleontologia, 2009. Disponível em
<http://www.ufrgs.br/paleodigital/> Acessado em 13 fev. 2022.
Obrigada pela atenção!

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