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1 - PARAFUSOS DE PORCA E ARRUELA

mm

São os elementos de maior utilização nas ligações de


peças de madeira, principalmente nas emendas de mm

peças tracionadas.
Os parafusos são instalados em furos ajustados, de
modo a não ultrapassar a folga de 1 a 2mm.
O aperto do parafuso se faz com a porca, trans-
mitindo-se o esforço à madeira por meio de arruelas.

Após a colocação dos parafusos, as porcas são apertadas,


comprimindo fortemente a madeira na direção
transversal, sendo o esforço distribuído na madeira
através das arruelas;
O esforço transversal desenvolve atrito nas interfa-ces.
Entretanto, devido à retração e à deformação lenta da
madeira, o esforço transversal é aleatório, o que nos
obriga a dimensionar a ligação sem considerá-lo, ou seja
admitindo os parafusos traba-lhando apenas como pinos.

A tensão característica de escoamento do aço deve ser, no


mínimo, igual a 240 MPa. Parafusos de aço A307
(utilizados em estruturas de aço) podem ser utilizados
mm em
estruturas de madeira.
Entretanto, a especificação ASTM A307 não indica mm um
valor de tensão de escoamento (fyk )para este tipo de aço,
necessária para o cálculo de sua resistência em ligações
de peças de madeira. O valor nominal de fyk deste aço
tomado igual a 310 MPa é geralmente considerado
conservador.
Tabela
Tabela de
de aços
aços Próximo
Tabela 1 - Propriedades Mecânicas dos Aços para Conectores
Limite de Limite de
escoamento
Tipos de conector ruptura fu
fy (MPa) (MPa)
Rebites ASTM Grau 1 ------------- 415
Grau 2 ------------- 525
A502 ou EB-49
Parafusos comuns
ASTM A307
d < 102 mm (4”)
???
------------- 415

Parafusos de alta 12,7mm (1/2”) < d < 25,4 mm (1”) 635 825
resistência 25,4 mm (1/2”) < d < 38,1mm (1 ½”) 560 725
ASTM A325
Parafusos de alta
resistência 12,7mm (1/2”) < d < 38,1mm (1 ½”) 895 1035
ASTM A490
ASTM A36 250 400
Barras rosqueadas
ASTM A588 345 485
Os parafusos trabalham essencialmente como pinos,
recebendo os esforços pelo apoio da madeira no seu plano
diametral.
F

σa σa
F/2 F/2
b1 b b1
A distribuição das tensões de apoio depende da
deformabilidade dos materiais.
Os esforços são transmitidos de uma peça à
adjacente por meio flexão e cisalhamento do eixo
do parafuso.
Este mecanismo recebe o nome de efeito de pino,
porque os pinos trabalham dessa forma.

σa
Disposições construtivas

Os parafusos são colocados em furos feitos com trado


manual ou broca mecânica.
OBS: A folga deve ser a menor possível.

A DIN-1052 (Eurocode 5) recomenda folga máxima de


1mm;
A norma americana adota folga de 1/16” (1,6mm).

Para aumentar a segurança à ruptura na ligação, e


para manter o parafuso no lugar, são colocadas
arruelas de dimensões superiores às empregadas
em estruturas metálicas.
As especificações americanas adotam dois tipos de
arruelas:
a) Arruelas Leves.
Transferem à madeira uma força de apenas 10 a
20% da carga de tração admissível no parafuso.

a) Arruelas Pesadas.
Calculadas para transferir à madeira uma força uma
força igual à carga de tração total admissível no
parafuso.

Carga de tração admissível no parafuso:


[Área do núcleo da rosca (An)] x [Tensão admissível do aço no parafuso]
A Norma Brasileira NBR 7190 especifica apenas arruelas
pesadas, isto é, a área das arruelas deve permitir a
transferência do esforço admissível de tração do parafuso sem
exceder a resistência à compressão normal às fibras da
madeira.

A NBR 7190 especifica ainda o diâmetro construtivo dos


parafusos:

a) Diâmetro mínimo = 10 mm
b) Diâmetro máximo = t1 / 2 , sendo t1 a espessura da peça
mais fina.
Espaçamento mínimo entre parafusos
recomendados pelas Normas Alemãs.
Espaçamento mínimo de parafusos alinhados, segundo as
normas americanas. Esforço paralelo às fibras.
Espaçamento mínimo de parafusos alinhados,
segundo as normas americanas. Esforço normal
às fibras.
Espaçamentos mínimos entre parafusos segundo
a NBR 7190.
Esforço paralelo às fibras.
Espaçamentos mínimos
entre parafusos segundo a
NBR 7190.
Esforço normal às fibras.
Os entalhes e encaixes são ligações em que a madeira trabalha à
compressão associada a corte. Nessas ligações, a madeira realiza
em geral o principal trabalho de transmissão dos esforços,
utilizando-se grampos ou parafusos para impedir a separação das
peças.

As ligações por corte são aquelas em que a força a ser


transmitida de uma peça à outra é perpendicular ao eixo do
elemento de ligação (prego, parafuso, etc.), como mostra a
figura abaixo. Os pinos, pregos ou parafusos em ligações por
corte podem estar sujeitos a uma, duas ou mais seções de corte.
Fórmula
Fórmula
Nas ligações axiais as peças de madeira estão solicitadas a
esforços normais, enquanto nas ligações transversais, a madeira
fica solicitada localmente à tração normal às fibras (figura
abaixo). Para evitar a ocorrência e a propagação de fissuras deve-
se verificar a resistência local à tração normal às fibras.
Verificação
Fissuras por tração perpendicular às fibras podem também
ocorrer em ligações axiais nas quais as deformações transversais às
fibras originadas por variações de umidade estão bloqueadas. A
emenda da peça de madeira com talas de aço e parafusos mostrada
na figura abaixo é um exemplo deste fenômeno.

A utilização de chapas separadas para cada linha de furação de


parafusos permite as deformações transversais e evita o
fendilhamento. De acordo com a norma americana NDS, este
tipo de detalhe construtivo deve ser adotado quando a distância
entre linhas de parafusos for maior que 12,5cm (5”).
TABELA 1 Parafusos comuns

Dados referentes à parafusos utilizados no Brasil.


Bitolas em Polegadas – Rosca Padrão Americano
Na figura abaixo, vê-se uma ligação de uma peça de madeira a duas
talas metálicas por meio de 4 parafusos. Cada parafuso recebe um
esforço F da madeira devido ao apoio nas paredes do furo. Define-se
uma tensão convencional de apoio no plano diametral do parafuso
dada por:

F
a 
b.d

b == largura
largura da
da peça
peça de
de
madeira;
madeira;
d == diâmetro
diâmetro do
do fuste
fuste do
do
parafuso;
parafuso;
F == esforço
esforço transmitido
transmitido
por
por um
um parafuso.
parafuso.
De acordo com a NBR 7190, a resistência de um parafuso
em corte simples em ligação entre duas peças de madeira é
dada pelas equações abaixo, nas quais t é a espessura da
peça mais delgada (mais fina). As tabelas A.4.2 a A.4.6
fornecem o valor da resistência em corte simples de parafusos
em madeiras com fed variando de 5 a 25 MPa.

t f yd Rd  0,4. f ed .dt
Para:  1,25.
d f ed Tendência: Esmagamento
local da madeira

t f yd Rd  0,5.d 2 . f ed . f yd
Para:  1,25.
d f ed Tendência:
Flexão de pino
No caso de pinos em corte duplo, somam-se as resistências
referentes à cada uma das seções de corte, considerando t
como o menor valor entre a espessura t1 da peça lateral e a
metade da espessura da peça central ( t2 /2).
A resistência de cálculo ou de projeto (Rd) é calculada a
partir da resistência última dividida por um coeficiente ɣm.
O coeficiente ɣm reflete o fato de que a resistência da peça
pode ser inferior ao valor adotado em análise.
Nos projetos, em geral, usa-se, em vez da resistência última
Ru, a resistência nominal característica ( Rnk) baseada nos
parâmetros de resistência especificados para os materiais.

Portanto, temos: Ru Rnk


Rd  Rd  k mod.
m m

Onde kmod é um coeficiente que considera a influência de


diversos fatores, tais como o tempo de duração da carga, na
resistência de uma peça estrutural.
A tensão resistente de projeto (fed) de uma peça de madeira
é calculada através da equação da resistência de projeto
escrita em termos de tensão.
Rnk fk
Rd  k mod. f ed  k mod.
m w

A resistência característica (fk) é obtida por meio de ensaios


padronizados de curta duração (entre 3 e 8 min) em corpos-de
-prova isentos de defeitos, com grau de umidade padrão igual
a 12% (descritos no capitulo anterior).
O coeficiente kmod , que ajusta os valores da resistência cara-
cterística em função da influência de diversos fatores na resis-
tência da madeira é dado por: k k .k .k
mod mod1 mod2 mod3
k mod  k mod1 .k mod2 .k mod3

kmod1
k mod  k mod1 .k mod2 .k mod3
k mod  k mod1 .k mod2 .k mod3

kmod2
k mod  k mod1 .k mod2 .k mod3

kmod3
Calcular a resistência ao corte do parafuso ɸ 12,5 mm (1/2”) em aço
A307 na ligação ilustrada na figura abaixo, de acordo com NBR 7190
para as seguintes condições: carga de longa dura-ção e classe 2 de
umidade.

mm

mm
Solução:
Resistência da madeira ao embutimento paralelo às
fibras:
fk Espécies
f ed  k mod.
w fk
(0,70 x 40,9)
f ed  (0,70 x 1,0 x 0,80). f ed  11,4 MPa
k k k
1,4
kmod1
mod1 kmod2
mod2 kmod3
mod3
ɣw Figura

Resistência de uma seção de corte do parafuso:

t

38
 3,0  1,25.
310 / 1,1
 6,22
Rd  0,4. f ed .d .t
d 12,5 11,4 Esmagamento local
da madeira
Rd  0,4 x 11,4 x 38 x 12,5
esp. da menor peça d
Rd  2166 N  2,17 kN
Determinar a resistência ao corte duplo do parafuso  12,5 mm
(1/2”) em aço A307 na ligação ilustrada na figura abaixo, de acordo
com NBR 7190 para as seguintes condições: carga de longa duração
e classe 2 de umidade.

38 mm
R
75 mm
Solução:

Tensão resistente ao embutimento paralelo às fibras:


f ed  11,4 MPa

Resistência do parafuso em apoio na madeira:

t 75 / 2 310 / 1,1
  3,0  1,25.  6,22
d 12,5 11,4

 75 
Rd  0,4. f ed .d .t Rd  2 x  0,4 x 11,4 x x 12,5 
 2 
corte duplo fed d
menor valor
Rd  4275 N  4,27 kN entre
t11 e t22 / 2
NBR
NBR 8800
8800
Continuação:

Resistência do parafuso em apoio na chapa de aço.


De acordo com NBR 8800 – Projeto e execução de estruturas de aço.

Apoio: Rdt  0,75 x 3 x1,25 x 0,63 x 40 x 2  142kN

Rn  3.d .t . f u ɸv d t fu

Resistência ao rasgamento da chapa entre o furo e a borda.


(NBR 8800)

Rasgamento: Rdt  0,75 x 2,0 x 0,63 x 40 x 2  76kN

Rn  a.t . f u ɸv a t fu
Continuação: Rnv  (0,7. Ag ).( 0,6. f u ) NBR
NBR 8800
8800

Resistência a corte do parafuso (NBR 8800).


Corte duplo nos parafusos:

Rv  0,6 x0,7.1,27 x (0,6 x 41,5) x 2  26,5kN

ɸv Ag fu Corte duplo

Conclusão:

A resistência da ligação analisada é determinada pela


resistência ao embutimento da madeira (Rd = 4,27kN),
muito inferior aos valores de resistência referentes à
ligação parafuso-chapa de aço.
No caso de furação padrão, a resistência Rdt à pressão de apoio
entre o fuste do parafuso e a parede do furo (chapa) e ao rasgamento
da chapa entre conectores, é dada por:
Øv = 0,75
Rdt  v .Rn Rn = obtido com a seguinte expressão:

d = diâmetro do conector
t = espessura da chapa
Apoio: Rn  3.d .t . f u fu = resistência à ruptura
a = distância entre o centro do furo e a
extremidade da chapa medida na
direção da força para a resistência
ao rasgamento entre um furo e a
Rasgamento: Rn  a.t . f u borda da chapa
ou
a = distância entre o centro do furo e a
borda do furo consecutivo medida na
direção da força para a determinação
da resistência ao rasgamento entre
Exercício furos.
A resistência de cálculo de conectores a corte é dada por:
Øv = 0,60 para parafusos comuns e barras rosqueadas.
Rv  v .Rnv Øv = 0,65 para parafusos de alta resistência e rebites
Rnv = resistência nominal

A resistência ao corte (resistência nominal) é calculada por:


Rebites:
Rnv  Ag .(0,6. f u )

Parafusos em geral e barras rosqueadas:

Rnv  (0,7. Ag ).( 0,6. f u )

Parafusos de alta resistência:

Rnv  Ag .(0,6. f u )
Exercício
ρap (12%) = massa
específica
aparente a
12% de
umidade.

fc = resistência à
compressão
paralela às fibras.

ft = resistência à tração
paralela às fibras.

ftn = resistência à
tração normal às
fibras.

fv = resistência ao
cisalhamento.

Ec = módulo de
elasticidade
longitudinal.
ρap (12%) = massa específica aparente
fc = resistência à ft = resistência à tração
a 12% de umidade. compressão paralela às fibras.
paralela às fibras.
ftn = resistência à fv = resistência ao Ec = módulo de elastic.
tração noramal às cisalhamento. longitudinal.
fibras.

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