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Lab9 Artigo Opiniao
Lab9 Artigo Opiniao
passo a passo
Arti go de opinião
Aprendizagens Essenciais:
Elaborar textos de natureza argumentativa de
géneros como: […] artigo de opinião.
Tal como o nome indica, num artigo de opinião (ou texto de opinião),
expressa-se uma opinião sobre determinado assunto, fundamentando o que
se diz, estruturando bem o texto e usando marcas linguísticas específicas.
Gugudadismo
Li há poucos dias um artigo sobre livros para crianças com críticas mais ou
menos recorrentes, como por exemplo o uso de cores escuras […].
Entre as críticas mais comuns apontadas a alguns livros de literatura infanto-
juvenil, há uma que me comove particularmente: as crianças não devem ler nos
livros que lhes são dirigidos palavras que não conhecem.
Eu próprio já cometi a ousadia de ter na capa de um álbum ilustrado a palavra “misantropo”, que
obviamente não pertence à lista de vocábulos aceites. Não é uma “palavra infantil” e não devemos
expor as crianças a tamanho perigo. […] “Misantropo” não é difícil de explicar (pessoa que não gosta
de outras pessoas), mas o mais assustador, muito mais do que cores escuras, é o facto de alguém
acreditar que um leitor, criança ou adulto, deve conhecer tudo o que lê, que não deve encontrar
novidade nenhuma, que não se deve deparar com situações novas, palavras novas, frases novas. […]
Se as crianças nos pedem rebuçados para jantar, pode ser que lhes façamos a vontade, porém, a maior
parte de nós insistirá nos brócolos. As crianças podem querer somente palavras que conhecem […],
mas as palavras-brócolos (sem qualquer desprimor das palavras-rebuçados, que também fazem falta)
garantem um crescimento saudável. Pelo menos para quem ambiciona chegar aos oitenta balbuciando
um pouco mais do que gugu dadá.
Afonso Cruz, “Gugudadismo”, in Notícias Magazine, 25-03-2018 (pág. 8, com supressões)
A r ti g o d e o p i n i ã o
Dica: Também podes iniciar um texto de opinião com uma definição do dicionário:
Paz. De acordo com o dicionário, a paz representa sentimentos como a tranquilida-
de, o sossego e a harmonia. Politicamente, a paz representa a ausência de guerra.
Bernardo Rodrigues, in www.apontamentes.tumblr.com
Esquematizando:
Artigo de opinião
Ponto de vista
defendido
❶ …………………………………………………………………………………………..
Dois
argumentos
❷ …………………………………………………………………………………………..
Síntese do ponto
de vista
defendido
Segue as etapas:
ETAPA
Regista alguns tópicos sobre o tema, preenchendo um esquema. Poderás
basear-te apenas nos teus conhecimentos ou fazer pesquisas em livros,
revistas, Internet…
ETAPA
Planifica, agora, o teu texto, por partes. Tenta:
encontrar um título sugestivo;
introduzir explicitamente o teu ponto de vista;
argumentar, recorrendo, pelo menos, a duas razões que justifiquem
esse ponto de vista;
fazer uma conclusão adequada à argumentação apresentada.
(Continua.)
Título
____________________________________________
(sugestivo)
Conclusão
Reforço do ponto de vista: _______________________
Último parágrafo
ETAPA
Escreve o texto de opinião, utilizando entre 160 e 260 palavras. Não te
esqueças de:
marcar os parágrafos;
utilizar conectores para introduzir razões e exemplos;
usar palavras e/ou expressões que marquem a tua opinião;
conjugar os verbos no presente (podes recorrer ao pretérito perfeito
para apresentar exemplos da História).
ETAPA
Depois de redigires um artigo de opinião, verifica se cumpriste estes aspetos:
Na contextualizei o assunto?
introdução, introduzi explicitamente o meu ponto de vista?
fundamentei a minha opinião com, pelo menos, duas razões?
utilizei conectores adequados para introduzir argumentos e
No exemplos?
desenvolvimento,
utilizei palavras/expressões que demonstram a minha opinião?
S o l u çõ e s
1. 3, 4, 2, 1.
1.1. Ponto de vista defendido: Se dependemos do telemóvel para observar/usufruir da
realidade, não somos livres e perdemos a noção da realidade.
Argumentos: ❶ Uma fotografia não é a realidade;
❷ A Praia das Maçãs (que simboliza os locais por onde passamos e
onde estamos) é a realidade.
Síntese do ponto de vista defendido: A realidade não pode ser captada por um ecrã de
telemóvel.
S o l u çõ e s
2. Texto original:
Sorriso, diz-me aqui o dicionário, é o ato de sorrir. E sorrir [...] é rir sem fazer ruído e
executando contração muscular da boca e dos olhos. [...]
O sorriso, meus amigos, é muito mais do que estas pobres definições, e eu pasmo ao
imaginar o autor do dicionário no ato de escrever o seu verbete, assim a frio, como se
nunca tivesse sorrido na vida. […]
Não há dois sorrisos iguais. [...] temos o sorriso de troça, o sorriso superior e o seu
contrário humilde, o de ternura, o de ceticismo, o amargo e o irónico, o sorriso de
esperança, o de condescendência, o deslumbrado, o de embaraço, e (por que não?) o de
quem morre. E há muitos mais. Mas nenhum deles é o Sorriso.
O Sorriso (este, com maiúscula) vem sempre de longe. É a manifestação de uma
sabedoria profunda, não tem nada que ver com as contrações musculares e não cabe
numa definição de dicionário. Principia por um leve mover de rosto, às vezes hesitante
[…]. Se move músculos é porque não tem outra maneira de exprimir-se.
José Saramago, “O sorriso”, in Deste mundo e do outro, Porto Editora, 2018, págs. 217-218 (com supressões)
S o l u çõ e s
3. Por exemplo:
Etapas 1 e 2
Título: A curiosidade, trampolim para o conhecimento
Introdução:
Contextualização: Episódio do quotidiano: saltar no trampolim leva-nos a saltar
cada vez mais alto
Ponto de vista: a curiosidade dos seres humanos é o trampolim que faz o
conhecimento avançar, a nível pessoal e coletivo
Desenvolvimento
1.ª razão: a curiosidade leva-nos a descobrir o mundo
Exemplos: leva os bebés a andar, trepar, abrir as portas dos armários (descoberta
do corpo e do meio envolvente); leva as crianças a manipularem os objetos (abrir
o relógio para ver como funciona)
2.ª razão: a curiosidade conduz o ser humano às descobertas que promovem o
desenvolvimento da ciência e da tecnologia
S o l u çõ e s
Exemplos: grandes invenções (roda, eletricidade, imprensa, caravela, bússola,
telescópio, Internet) – necessárias para que, a nível coletivo, se conheça mais
aprofundadamente a Terra, o fundo do mar, o espaço, o próprio ser humano;
pequenas invenções, que facilitam o dia a dia (caneta, óculos, fecho éclair…)
Conclusão (reforço do ponto de vista): a curiosidade humana, no plano individual e
coletivo, é o trampolim para o conhecimento: “O mais importante é nunca parar de
questionar.” (Albert Einstein)
Etapa 3
S o l u çõ e s
De facto, a curiosidade é o trampolim que leva os seres humanos a descobrir o mundo
desde que nascem. É ela que impulsiona os bebés a aprenderem a andar, a trepar a
cadeiras e mesas, descobrindo o próprio corpo e o meio envolvente. Mais tarde, é a
curiosidade que leva as crianças a abrirem os relógios para ver como funcionam,
questionando e tornando-se aprendizes de inventores.
Esta curiosidade que acompanha o ser humano desde a Pré-História é a “mola” que
tem permitido descobrir as grandes invenções da humanidade, desde a roda à Internet,
passando pela eletricidade, pela imprensa, pela caravela, pela bússola, pelo telescópio…
Sem a sua insaciável curiosidade, o ser humano não teria conseguido perceber que a Terra
é redonda, que o espaço se encontra em expansão ou como funciona o cérebro humano.
Sem curiosidade, não se teriam descoberto as inúmeras invenções que facilitam o dia a dia
(como a caneta, o fecho-éclair ou o clipe…).
Em síntese, a curiosidade humana, no plano individual e coletivo, é um gigantesco
trampolim que leva a humanidade a questionar a realidade e, assim, a fazer avançar o
conhecimento. Por isso, como terá dito Albert Einstein, “O mais importante é nunca parar
de questionar.” (255 palavras)