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Soneto científico

a fingir
Ana Luísa Amaral
Soneto científico a fingir
(esquema interpretativo)

Soneto científico a fingir

Dar o mote ao amor. Glosar o tema Só não vejo vantagens pela rima.
tantas vezes que assuste o pensamento. Dir-me-ão que é limite: deixa ser.
Se for antigo, seja. Mas é belo Se me dobro demais por ser mulher
e como a arte: nem útil nem moral. [esta rimou, mas foi só por acaso]

Se me dobro demais, dizia eu,


Que me interessa que seja por soneto não consigo falar-me como devo,
em vez de verso ou linha desvastada? ou seja, na mentira que é o verso,
O soneto é antigo? Pois que seja: ou seja, na mentira do que mostro.
também o mundo é e ainda existe.
E se é soneto coxo, não faz mal.
E se não tem tercetos, paciência:
dar o mote ao amor, glosar o tema,
e depois desviar. Isso é ciência!
Ana Luísa Amaral
Soneto científico a fingir
(esquema interpretativo)

Soneto científico a fingir

Tradição literária Dá destaque ao SABER Tradição literária

• Camões e Petrarca • A “ciência” de desviar a • Pessoa:


(forma estrófica) tradição fingimento poético

• Tema: o amor

Arte poética
A coexistência/diálogo entre

Tradição literária Subversão dessa tradição

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