You are on page 1of 70

O que é a Descobrir

filosofia?a
História da Terra
Rochas sedimentares –
arquivos da História da Terra

A interpretação das características das rochas permite


obter informações acerca do ambiente passado
(paleoambiente) no qual estas se formaram.
Princípios do raciocínio geológico

• Existem diversos tipos de teorias que procuram interpretar os


processos geológicos responsáveis pela evolução da Terra:
catastrofismo, uniformitarismo e neocatastrofismo.

Catastrofismo

Defendido por Cuvier e outros cientistas do século XIX.

Segundo esta teoria, as grandes modificações ocorridas seriam


devidas a grandes catástrofes.

Assim, as mudanças na Terra ocorrem de forma súbita e George Cuvier, pai da paleontologia (1769 – 1832)

violenta, podendo ter um carácter global.


Princípios do raciocínio geológico
Catastrofismo

• Foi influenciado pela interpretação dos textos


religiosos.

• Cuvier fez coincidir o dilúvio descrito na Bíblia


com uma série de extinções. Baseava-se nas
diferenças entre as espécies existentes e as
formas reveladas pelos fósseis das espécies
encontradas em formações geológicas antigas.

• As mudanças bruscas são as responsáveis


pela extinção em massa de muitas espécies.
As espécies extintas eram posteriormente
substituídas por outras provenientes de
regiões do Globo não atingidas pelas
referidas catástrofes.
Princípios do raciocínio geológico

Uniformitarismo
• Elaborado por Hutton, nos finais do
século XVIII.

• Considerava que as rochas se formam


por processos naturais e não devido a
qualquer intervenção sobrenatural.
James Hutton, pai da geologia moderna, 1726 - 1797
Princípios do raciocínio geológico
Descontinuidade estratigráfica
Estratos ligeiramente inclinados de arenitos
Uniformitarismo vermelhos, depositados num antigo deserto, há
cerca de 345 Ma, no Devónico.
• Após observar o Siccar Point, um afloramento
numa região costeira da Escócia, Hutton
defendeu que as mudanças na Terra ocorrem
de forma uniforme e lenta e que a Terra
possui uma idade muito superior à prevista
na época.

• Assim, as alterações da Terra são um


somatório de pequenas alterações originadas
por processos lentos e naturais. As
catástrofes são vistas como fenómenos
Estratos verticais de rochas contendo fósseis
pontuais, sendo incapazes de provocar as marinhos e depositadas num oceano profundo, Siccar Point. Escócia
alterações na Terra. há cerca de 425 Ma, no Silúrico.
Princípios do raciocínio geológico
Uniformitarismo (assenta nos seguintes princípios)

Gradualismo Atualismo (ou princípio das causas atuais)


Os fenómenos geológicos ocorrem de forma lenta e gradual, Os processos que ocorrem na atualidade são os mesmo
como, por exemplo, a erosão, a deposição de sedimentos e os do passado, logo o seu estudo permite reconstituir o
movimentos tectónicos. passado.
O presente é a chave do passado.
Princípio do O estudo do passado da Terra baseia-se, frequentemente, no princípio do atualismo.

Atualismo Por exemplo, fendas de dessecação preservadas em argilitos revelam a instalação


de um ambiente árido.

Fendas de dessecação atuais. Fendas de dessecação fósseis no cabo Mondego.


Por exemplo, marcas de ondulação (durante a subida e a descida das marés)
Princípio do semelhantes às que se observam na areia das praias atuais aparecem preservadas
Atualismo em arenitos antigos.

Estas marcas indicam que o ambiente de sedimentação estava sujeito à ação da


ondulação, mostram a direção das correntes que as produziram e mostram a posição
original das camadas.
Marcas de ondulação (ripple marks) atuais Rocha com marcas de ondulação preservadas
Dos princípios do raciocínio geológico à tectónica de placas

Princípios do raciocínio geológico


Neocatastrofismo
• Não põe em causa os processos lentos e
graduais do uniformitarismo mas atribui
também um papel importante aos
fenómenos catastróficos como agentes da
evolução da Terra.

• Assim, o planeta vai-se transformando


gradualmente através de fenómenos
naturais mas, esporadicamente, os
fenómenos catastróficos (por exemplo:
vulcanismo intenso, impacto meteorítico)
influenciam na evolução da Terra.
Ambientes sedimentares
A estratificação é a estrutura mais comum das rochas sedimentares e resulta do facto de a deposição de sedimentos, por
ação da gravidade, ser horizontal. Há, contudo, muitos casos na natureza em que a acumulação de sedimentos se dá em
leitos inclinados, mas com inclinação relativamente suave.

O estrato, camada ou leito é a


unidade estratigráfica
elementar; o seu limite inferior
designa-se muro e o superior
teto.
Ambientes sedimentares

Através do estudo de uma sequência


estratigráfica, é possível estabelecer
períodos de subida do nível do mar –
transgressões (recuo da linha de costa) –
ou períodos de descida do nível do mar –
regressões (avanço da linha de costa).
Ambientes sedimentares
Sequência granulométrica positiva - transgressão
Subida do nível do mar

Na base depositam-se os sedimentos mais grosseiros


e no topo depositam-se os mais finos.

Sequência sedimentar transgressiva

Sequência granulométrica positiva


Variações no nível do mar
– Transgressões

• Há uma transgressão marinha sempre que, à escala geológica,


ocorre avanço do mar sobre o continente.

Na coluna
estratigráfica, da
base para o topo,
diminuem os
calibres dos
materiais detríticos.
Ambientes sedimentares
Ambientes sedimentares
Sequência granulométrica negativa - regressão
Descida do nível do mar

Os materiais mais grosseiros depositam-se sobre os


mais finos.

Sequência sedimentar regressiva

Sequência granulométrica negativa


Variações no nível do mar
– Regressões

• Há uma regressão marinha sempre que, à escala geológica,


ocorre recuo do mar.

Na coluna
estratigráfica, da
base para o topo,
aumentam os
calibres dos
materiais detríticos.
Ambientes sedimentares

Definem-se três tipos de ambientes de sedimentação:

Ambiente continental
Os ambientes de sedimentação –
detríticos, quimiogénicos e biogénicos –
Ambiente de transição distribuem-se pela superfície da Terra,
nomeadamente nos continentes, nos mares e
nos oceanos, bem como nas respetivas

Ambiente marinho zonas de transição.


Ambientes sedimentares
- Ambiente continental -
caracteriza-se pelas variações de temperatura e de precipitação, e inclui os lagos, os pântanos,
os rios, os desertos e os glaciares.
Ambientes sedimentares
Ambientes sedimentares - Continental
Ambientes sedimentares
- Ambiente de transição -
associa-se à dinâmica das ondas, das marés e das correntes litorais nas zonas costeiras, e
compreende os deltas, os estuários, as lagoas e as praias.
Ambientes sedimentares
Ambientes sedimentares – De transição
Ambientes sedimentares
- Ambiente marinho -
classifica-se, geralmente, consoante a profundidade da água, abrangendo, das zonas menos
profundas para as mais profundas, a plataforma continental, o talude continental e a planície
abissal.
Ambientes sedimentares
Ambientes sedimentares - Marinho
Ambientes sedimentares
O que nos dizem os sedimentos?
Ambientes de sedimentação – fácies de formação

As rochas sedimentares
são geradas em ambientes
muito próprios e conservam
indicadores das condições
desses ambientes.

Fácies da rocha - conjunto


de características
litológicas e fossilíferas de
um estrato sedimentar.
Ambientes de sedimentação – fácies de formação
A partir do estudo das
diferentes fácies, os
geólogos podem identificar
ambientes antigos -
paleoambientes –,
utilizando o princípio do
atualismo geológico (ou
princípio das causas
atuais).
Fácies de formação
- ripple marks -

As ripple marks são marcas de corrente preservadas em algumas rochas sedimentares,


como os arenitos. Estas marcas resultam da ação da água ou do vento nos sedimentos e
podem observar-se em praias ou em regiões desérticas.
Fácies de formação
- mudcracks -

As mudcracks são fendas de retração (fendas de dessecação) preservadas em algumas rochas


sedimentares, como os argilitos. Estas fendas resultam da perda de água e consequente
diminuição do volume de argila.
Fósseis e fossilização
• A fossilização corresponde
ao conjunto de processos físicos,
químicos e biológicos
que conduzem à formação
de fósseis. A fossilização completa
do organismo raramente ocorre.
Fósseis

Os fósseis correspondem
a restos ou vestígios
dos seres vivos, ou da
sua atividade, que
ficaram preservados nas
rochas (geralmente
sedimentares) e são
contemporâneos da sua
formação.
Tipos de fósseis

- somatofósseis - - icnofósseis -
Tipos de fósseis

restos de seres vivos,


como, por exemplo, ossos, dentes ou folhas

- somatofósseis -
Tipos de fósseis

vestígios da atividade de seres vivos,


como, por exemplo, pegadas, pistas de reptação,
coprólitos ou ovos, que fornecem informações sobre
os seres vivos que as deixaram, desde o tamanho
do organismo aos seus hábitos alimentares e ao
seu modo de locomoção, entre outras.

- icnofósseis ou marcas -
Processos de fossilização

Condições necessárias à fossilização

• Ambientes anaeróbios e com temperaturas baixas.

• Corpos com partes duras.

• Rápido enterramento após a morte dos organismos.


Processos de fossilização

- mineralização - - moldagem -

Marcas

- preservação
- incarbonização -
ou conservação -
Processos de fossilização
- mineralização -

As estruturas orgânicas de um ser vivo são

substituídas por substâncias minerais. A matéria

orgânica que compõe o ser vivo é substituída por

matéria mineral, como a calcite ou a sílica,

mantendo-se, no entanto, a forma e as dimensões

originais do organismo.

A celulose que compunha as paredes das


células do tronco foi substituída por sílica.
Processos de fossilização
- moldagem -

Se a concha for dissolvida, verifica-se

uma ausência total do organismo,

ficando gravado o interior

(molde interno) ou o exterior

(molde externo) das suas partes

rígidas; estruturas muito finas podem

originar impressões.
Moldagem

Processos de fossilização
Contramolde e molde externo de uma trilobite.

- moldagem -
Um molde interno corresponde à reprodução do interior do organismo.

Molde interno de amonite Moldes internos de conchas de gastrópodes Turritella


Moldagem

Processos de fossilização
- moldagem -

Um molde externo reproduz a


forma externa do organismo. No
caso das folhas, penas ou de
outras estruturas delgadas, o
Contramolde e molde externo de uma trilobite.
molde externo denomina-se
impressão.

Se ocorrer preenchimento com


sedimentos de um molde forma-
se um contramolde.
Impressão (molde externo) de folhas
Processos de fossilização
- preservação ou conservação -
Os tecidos do organismo são preservados por estarem envolvidos por
materiais que os isolam do contacto com o meio e que inibem a sua
decomposição; quando ocorre apenas desidratação, este processo
denomina-se mumificação.

Inseto preservado
em âmbar, uma
resina produzida
por árvores de
antigas florestas.

Na Sibéria foram encontrados mamutes com cerca


de 42 000 anos, totalmente conservados pelo gelo.
Processos de fossilização
- incarbonização -

Dá-se um enriquecimento

progressivo em carbono, devido à

perda dos outros constituintes (como

hidrogénio e oxigénio), por

combustão lenta, em ambiente

anaeróbio.
Processos de fossilização
- marcas -

Só são preservados os

vestígios deixados pelo

organismo, como por

exemplo, pegadas.

Ninho com ovos fossilizados Coprólito


Fósseis de fácies • Podem ter ampla distribuição estratigráfica. A
distribuição geográfica é condicionada por fatores
• Os fósseis de fácies indicam as condições ecológicos.
ambientais de formação das rochas onde se
• A presença de fósseis de corais numa rocha permite
incluem (paleoambientes).
deduzir que o paleoambiente era caracterizado por
águas quentes e pouco profundas – uma vez que estes
organismos vivem atualmente neste tipo de ambiente.

Coral fossilizado Coral atual


Fósseis de idade

• Os fósseis de idade (também podem ser designados por


fósseis característicos ou fósseis estratigráficos) permitem
determinar a idade dos estratos que os contêm.
Trilobites

• Correspondem a espécies que viveram num curto intervalo de


tempo geológico, tiveram uma ampla distribuição geográfica
e uma reduzida distribuição estratigráfica.

• As trilobites e as amonites são exemplos de fósseis de idade.


Amonites
Importância dos fósseis na reconstituição dos paleoambientes
- fósseis de idade -

Exemplo: um determinado estrato que


possua fósseis de trilobites pertence à
Era Paleozoica, uma vez que o grupo de
organismos que deu origem a estes
fósseis apareceu, desenvolveu-se e
extinguiu-se durante este grande intervalo
de tempo, correspondente a mais de 250
milhões de anos.
Princípios da estratigrafia - datação relativa
A estratigrafia é o ramo da Geologia que se
dedica ao estudo das rochas sedimentares,
assim como a sua relação espacial e temporal.

Baseia-se nos princípios da:


• Sobreposição
• Horizontalidade inicial
• Continuidade lateral
• Identidade paleontológica
• Interseção
• Inclusão
Princípios da estratigrafia
– Princípio da sobreposição

• Numa sequência de estratos não deformados,


as rochas são progressivamente mais recentes

Idade decrescente
da base para o topo.
Princípios da estratigrafia
– Princípio da horizontalidade inicial
Os estratos são formados a partir de sedimentos
depositados horizontalmente, de acordo com a
influência da gravidade, em camadas horizontais
ou próximas da horizontalidade.

Se uma sequência de estratos está inclinada, essa


inclinação ocorreu após a diagénese desses sedimentos.
Princípios da estratigrafia
– Princípio da continuidade lateral –
Sedimentos depositados simultaneamente numa mesma bacia
estendem-se lateralmente em todas as direções dessa bacia. Os
estratos originais são camadas contínuas que se estendem em todas
as direções. Ao se encontrarem em duas ou mais regiões afastadas, é
possível relacionar cronologicamente estratos idênticos, desde que as
sequências de deposição sejam semelhantes.
Princípios da estratigrafia
– Princípio da identidade paleontológica
Independentemente das características dos
estratos, pode ser-lhes atribuída uma idade
em função dos fósseis que apresentam.
Estratos com o mesmo conteúdo
fossilífero possuem a mesma idade.
Princípios da estratigrafia
– Princípio da identidade paleontológica

Relativamente à figura, podemos concluir que os estratos C, F e M terão a


mesma idade, pois apresentam o mesmo fóssil de amonite e, por sua vez, os
estratos J e P também têm a mesma idade, uma vez que ambos apresentam
um mesmo fóssil de trilobite.
Princípios da estratigrafia
– Princípio da identidade paleontológica
Quando as sequências estratigráficas se encontram incompletas, devido a fenómenos de erosão diz-se
que há uma lacuna estratigráfica.
Princípios da estratigrafia
– Princípio da identidade paleontológica
A eliminação de estratos por erosão, antes de sobre eles se terem depositado mais sedimentos, leva à
formação de superfícies irregulares designadas superfícies de descontinuidade.
Princípios da estratigrafia
– Princípio da identidade paleontológica

― No estudo dos afloramentos


rochosos podemos observar
situações em que a orientação
dos estratos de duas séries não é
paralela. Nestas situações
estamos perante uma
discordância angular.
Princípios da estratigrafia
– Princípio da identidade paleontológica

DISCORDÂNCIA ANGULAR

O afloramento da praia do Série


Telheiro (Algarve) contém duas superior
séries de rochas:

• série inferior: as rochas estão


dobradas e metamorfizadas; Série
inferior
• série superior: arenitos
continentais, que mantêm a
horizontalidade inicial.

NNE SS
Princípios da estratigrafia
– Princípio da interseção

Qualquer estrutura que atravessa outra é mais


recente do que aquela que é intersetada.

Mais recente

Mais antigo
Princípios da estratigrafia
– Princípio da inclusão
Fragmentos rochosos incluídos
numa outra rocha são os mais
Fragmentos Inclusão antigos do conjunto.
Superfície do granito no granito

Área com rochas metamórficas


Princípios da estratigrafia
– Princípio da inclusão

Mais recente Mais antigo

A rocha que contém a inclusão é mais recente do que


a rocha incluída. Segundo este princípio, os
fragmentos de uma rocha, tais como encraves ou
xenólitos, incorporados noutra rocha são mais antigos
do que a rocha que os engloba.
Faça corresponder a cada uma das descrições relativas a fósseis, expressas
na coluna A, a respetiva designação, que consta na coluna B.

Coluna A Coluna B

(a) Permite caracterizar as condições físicas e/ou químicas do ambiente na altura em


(1) Somatofóssil
que ocorreu a sedimentação.
(2) Moldagem
(b) Restos somáticos de um organismo.
(3) Icnofóssil
(c) Preservação na rocha da morfologia interna ou externa de um organismo. (4) Impressão
(5) Fóssil de idade
(d) Vestígios da atividade de um organismo, como, por exemplo, pegadas.
(6) Mineralização
(e) Partes de um organismo que são substituídas por substâncias minerais.
(7) Incarbonização
(f) Processo muito comum em seres vivos contendo quitina, celulose ou queratina. (8) Fóssil de fácies
(9) Mumificação

Soluções: a) – 8); b) – 1); c) – 2); d) – 3); e) – 6); f) – 7).


Faça corresponder a cada uma das descrições relativas a Princípios da Estratigrafia,
expressas na coluna A, a respetiva designação, que consta na coluna B.

Coluna A Coluna B

(a) Numa sequência não deformada de estratos, os que se encontram (1) Princípio da inclusão
na base são mais antigos. (2) Princípio da interseção
(b) Uma estrutura geológica que corta outra estrutura é mais recente (3) Princípio da identidade
do que a que é cortada. paleontológica
(c) Por ação da gravidade, e caso não ocorram perturbações no meio, (4) Princípio da horizontalidade inicial
os sedimentos depositam-se na horizontal. (5) Princípio da sobreposição
(d) Estratos com a mesma associação de fósseis possuem a mesma (6) Princípio da continuidade lateral
idade.
(e) A presença de seixos quartzíticos no interior de uma camada
mostra que esta é posterior à formação do quartzito.

Soluções: a) – 5); b) – 2); c) – 4); d) – 3); e) – 1.


Princípios da estratigrafia -
EXERCÍCIOS
Princípios da estratigrafia -
EXERCÍCIOS
Datação absoluta

― A determinação da idade absoluta de formações rochosas só foi possível após a descoberta da


radioatividade, que permitiu desenvolver técnicas como a datação radiométrica. Esta técnica baseia-se
na desintegração regular de isótopos radioativos naturais presentes nas rochas.

― Os isótopos são átomos do mesmo elemento químico mas que diferem no número de neutrões.
Datação absoluta

― Os isótopos radioativos são instáveis – isótopos-pai – pelo que ao fim de um determinado tempo tende
a transformar-se em isótopos mais estáveis – isótopos-filhos – libertando energia sob a forma de
radioatividade.

― Este fenómeno designa-se por decaimento radioativo e é independente das condições do meio.

― O tempo de semivida (ou semitransformação) corresponde ao tempo necessário para que se dê a


desintegração de metade do número de isótopos-pai de uma amostra, originando isótopos-filho.
Datação absoluta

― Os isótopos radioativos desintegram-se


espontaneamente e a uma velocidade constante.

― A velocidade varia de elemento para elemento mas


não é afetada por condições ambientais, como a
temperatura ou a pressão.

― O período de semivida de um par de isótopos é


sempre igual.

― A desintegração é irreversível: o isótopo-pai não


volta a adquirir as propriedades iniciais. No final de
um período de semivida, 50% dos isótopos-pai já
foram transformados em isótopos-filho.
Datação absoluta

― No final do 2º período de semivida, metade da metade que restou (¼) do nº original de isótopos-pai
ainda permanecem na rocha... No 3º período de semivida 1/8 e assim por diante!
Datação absoluta
Isótopos de urânio
Isótopos de chumbo

T = 0 semividas (formação da rocha) T = 1 semividas (700 Ma)

T = 2 semividas (1400 Ma) T = 3 semividas (2100 Ma)


Exemplo da aplicação da datação radiométrica utilizando a razão entre os isótopos urânio-235 e chumbo-
207 na determinação da idade da rocha.
Datação absoluta

Se quisermos datar uma rocha que pensamos ser muito antiga, deveremos escolher um átomo-pai com
um tempo de semivida elevado, como, por exemplo, o potássio-40.
Se quisermos datar uma rocha que julguemos ser de um período relativamente recente, deveremos optar
por um átomo-pai com um tempo de semivida reduzido, como, por exemplo, o carbono-14.
Estes métodos de datação são mais eficazes quando aplicados a rochas magmáticas e metamórficas.
EXERCÍCIO – DATAÇÃO ABSOLUTA

1.Supondo que uma semivida corresponde a 4 Milhões de Anos, calcule a idade da rocha no processo 4.
2.Se a idade da rocha no processo 3 fosse de 10 Milhões qual seria o tempo de semivida?

1. No processo 4 a rocha possui 3 semividas logo a sua idade será


3x4M.a.=12M.a.

2. Sabemos que a rocha no processo 3 tem 10M.a. E que em termos


de semividas já passaram 2 semividas –10M.a./2=5M.a.

You might also like