Professional Documents
Culture Documents
Pedagogia Do Opromido
Pedagogia Do Opromido
OPRIMIDO
Paulo Freire
Paulo Freire
• Paulo Reglus Neves Freire nasceu em 19 de setembro de 1921, na
cidade de Recife, em Pernambuco. Foi em sua cidade natal que Paulo
se formou em Direito, mas optou por seguir na área da educação, na
qual fez história e é tido como referência mesmo 25 anos após sua
morte.
• Seu trabalho como educador mudou a forma de alfabetização dentro
e fora do Brasil, e ao tratar o processo educacional como um ato de
conscientização, Paulo Freire acabou sendo preso, acusado de
“subversão”, pela ditadura militar brasileira (1964 – 1985), e após 72
dias em cárcere foi um dos primeiros brasileiros exilados.
• Exilado primeiramente no Chile — que na década seguinte também
sofreria um golpe militar —, o educador trabalhou com projetos de
alfabetização no Instituto de Capacitação e Investigação em Reforma
Agrária (Icira) e escreveu seu principal livro: “Pedagogia do
Oprimido”, de 1968. Depois, foi convidado para lecionar na
Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e atuou como
consultor e coordenador emérito do Conselho Mundial de Igrejas
(CMI), com sede em Genebra, na Suíça.
• Escrito enquanto Paulo Freire estava exilado no Chile, o livro propõe
uma revisão da relação entre educadores e alunos. Levando em
conta seu pressuposto de que “o diálogo é uma exigência
existencial”, o autor argumenta que a educação dialógica é o
caminho para um modelo educacional libertador para às massas,
sem excluí-las do processo de aprendizagem;
• O livro pedagogia do Oprimido de Paulo Freire, traz a tona a questão
da contradição Opressor x oprimido.
• Paulo freire tece uma crítica ao modelo de educação que desenvolve
o chamado “conformismo Social”.
Capitulo 1- Justificativa da pedagogia do
oprimido
• Parte do problema de humanização dos homens;
• O autor discute que se preocupar com a humanização é reconhecer o
processo de desumanização causada pelo opressor a seus oprimidos
como realidade histórica.
• Paulo Freire aponta que a humanização e desumanização são
possibilidades, porém a primeira seria uma vocação dos homens, uma
vocação que foi negada na injustiça, na exploração, na opressão, na
violência dos opressores. E foi afirmada no anseio da liberdade, na
justiça, na luta dos oprimidos, pela recuperação da sua humanidade
roubada.
• O autor aponta que a luta pela humanização é possível porque:
“[...] a desumanização, mesmo que um fato concreto na história, não é
porém, destino dado, mas resultado de uma “ordem” injusta que gera
a violência dos opressores e esta, o ser menos”.
Paulo Freire
• Desta maneira, a educação se torna um ato de depositar, em que os
educandos são os depositários e o educador o depositante.
• Em lugar de comunicar-se, o educador faz “comunicados” e depósitos
que os educandos, meras incidências, recebem pacientemente,
memorizam e repetem.
• Educandos: colecionadores ou fichadores das coisas que arquivam.
No fundo, porém, os grandes arquivados são os homens;
• Arquivados, porque, fora da busca, fora da práxis, os homens não
podem ser.
• Educador e educandos se arquivam na medida em que, nesta
destorcida visão da educação, não há criatividade, não há
transformação, não há saber. Só existe saber na invenção, na
reinvenção, na busca inquieta, impaciente, permanente, que os
homens fazem no mundo, com o mundo e com os outros.
• O educador, se mantém em posições fixas, invariáveis.
1. Será sempre o que sabe, enquanto os educandos serão sempre os
que não sabem.
2. A rigidez destas posições nega a educação e o conhecimento como
processos de busca.
3. O educador se põe frente aos educandos como sua antonomia
necessária.
4. Reconhece, na absolutização da ignorância daqueles a razão de sua
existência.
• Os educandos
1. alienados, por sua vez, reconhecem em sua ignorância a razão da
existência do educador, mas não chegam a descobrir-se educadores
do educador.
Refletindo a sociedade opressora, sendo dimensão da “cultura do
silêncio”, a “educação” “bancária” mantém e estimula a contradição.
Dai, então, que nela:
a) o educador é o que educa; os educandos, os que são educados;
b) o educador é o que sabe; os educandos, os que não sabem;
c) o educador é o que pensa; os educandos, os pensados;
d) o educador é o que diz a palavra; os educandos, os que a escutam
docilmente;
e) o educador é o que disciplina; os educandos, os disciplinados;
f) o educador é o que opta e prescreve sua opção; os educandos os que
seguem a prescrição;
g) o educador é o que atua; os educandos, os que têm a ilusão de que
atuam, na atuação do educador;
h) o educador escolhe o conteúdo programático; os educandos, jamais
ouvidos nesta escolha, se acomodam a ele;
i) o educador identifica a autoridade do saber com sua autoridade
funcional, que opõe antagonicamente à liberdade dos educandos; estes
devem adaptar-se às determinações daquele;
j) o educador, finalmente, é o sujeito do processo; os educandos, meros
objetos.
“Quanto mais se exercitem os educandos no arquivamento dos
depósitos que lhes são feitos, tanto menos desenvolverão em si a
consciência critica de que resultaria a sua inserção no mundo, como
transformadores dele. Como sujeitos.”