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EMPREGADOR.

PODER DE
DIREÇÃO. GRUPO ECONÔMICO.
TERCEIRIZAÇÃO.

Otavio Pinto e Silva


Faculdade de Direito - USP
EMPREGADOR
• Conceito legal

• CLT, art. 2º - Considera-se empregador a


empresa, individual ou coletiva, que,
assumindo os riscos da atividade econômica,
admite, assalaria e dirige a prestação pessoal
de serviço
EMPREGADOR
• Empregador é a empresa (artigo 2º CLT)

• Empresa individual ou coletiva, que,


assumindo os riscos da atividade econômica,
admite, assalaria e dirige a prestação pessoal
de serviço

• Poder de direção X subordinação


Subordinação e poder de direção
• Teoria da dependência jurídica: subordinação
como o aspecto passivo do poder de direção do
empregador

• Poder de comando como o aspecto ativo e dever


de obediência como o passivo

• Sujeição da atividade do trabalhador ao poder de


direção do empregador, mediante um vínculo
contratual
Poder de direção

• Três dimensões do poder

• 1) ORGANIZAÇÃO
• O empregado aceita a determinação, pelo
empregador, do modo de prestação do
trabalho
• Contrato de trabalho é o fundamento jurídico
Poder de direção

• 2) CONTROLE
• O empregado sujeita-se à fiscalização e ao
controle da sua atividade

• 3) DISCIPLINAR
• O empregador detém a prerrogativa de impor
punições disciplinares aos empregados
Limites do poder de direção

• 1) EXTERNOS
• Lei, moral, normas coletivas, sentenças
judiciais, decisões administrativas

• 2) INTERNOS
• Contrato de trabalho, regulamento de
empresa, órgãos da empresa com
participação dos trabalhadores
Direito de resistência
• Subordinação não impede que trabalhador se
insurja contra certas determinações do
empregador

• Direito brasileiro: rescisão indireta (artigo 483


da CLT); liminares contra despedida em casos
de garantia de empregos; liminares contra
alterações unilaterais do contrato de trabalho
(artigo 468 da CLT)
Empregador por equiparação
• Conceito legal

• CLT, art. 2º, §1º - Equiparam-se ao


empregador, para os efeitos exclusivos da
relação de emprego, os profissionais liberais,
as instituições de beneficência, as associações
recreativas ou outras instituições sem fins
lucrativos, que admitirem trabalhadores como
empregados
Grupo Econômico
• Conceito legal
• CLT, art. 2º, § 2º - Sempre que uma ou mais
empresas, tendo, embora, cada uma delas,
personalidade jurídica própria, estiverem sob a
direção, controle ou administração de outra, ou
ainda quando, mesmo guardando cada uma sua
autonomia, integrem grupo econômico, serão
responsáveis solidariamente pelas obrigações
decorrentes da relação de emprego (Redação da
Lei nº 13.467/17)
Grupo Econômico
• Conceito legal

• CLT, art. 2º, § 3º - Não caracteriza grupo


econômico a mera identidade de sócios,
sendo necessárias, para a configuração do
grupo, a demonstração do interesse
integrado, a efetiva comunhão de interesses
e a atuação conjunta das empresas dele
integrantes
Sucessão de empresas

•CLT, art. 10 - Qualquer alteração na estrutura


jurídica da empresa não afetará os direitos
adquiridos por seus empregados

•CLT, art. 448 - A mudança na propriedade ou na


estrutura jurídica da empresa não afetará os
contratos de trabalho dos respectivos
empregados
Sucessão de empresas
• CLT, art. 448-A - Caracterizada a sucessão
empresarial ou de empregadores prevista nos arts.
10 e 448 desta Consolidação, as obrigações
trabalhistas, inclusive as contraídas à época em
que os empregados trabalhavam para a empresa
sucedida, são de responsabilidade do sucessor
• Parágrafo único - A empresa sucedida responderá
solidariamente com a sucessora quando ficar
comprovada fraude na transferência
Terceirização
 Para o empresário do século XXI, deixou de
ser necessária exclusivamente a força de
trabalho sujeita à sua direção: pode ser
suficiente uma forma mais branda de ligação
técnico funcional com os trabalhadores

 A evolução tecnológica obriga a refletir sobre


mudanças na forma de prestação do trabalho
humano
Súmula 331, III, do TST

•III - Não forma vínculo de emprego com o


tomador a contratação de serviços de vigilância
(Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e
limpeza, bem como a de serviços especializados
ligados à atividade-meio do tomador, desde que
inexistente a pessoalidade e a subordinação
direta
Quadro normativo atual

• Lei 13.429, de março de 2017 – regulou o


trabalho temporário e a prestação de serviços
a terceiros, alterando a Lei 6.019/74

• Lei 13.467, de julho de 2017 – aprovou a


reforma trabalhista e alterou também a Lei
13.429
Quadro normativo atual

• Lei 6.019/74, art. 4º-A (nova redação)


• Considera-se prestação de serviços a terceiros
a transferência feita pela contratante da
execução de quaisquer de suas atividades,
inclusive sua atividade principal, à pessoa
jurídica de direito privado prestadora de
serviços que possua capacidade econômica
compatível com a sua execução
Quadro normativo atual
• Lei 6.019/74, art. 4º-A, § 1º
• A empresa prestadora de serviços contrata,
remunera e dirige o trabalho realizado por seus
trabalhadores, ou subcontrata outras empresas
para realização desses serviço
• Se não for assim, há risco de ser reconhecido
vínculo com a tomadora
• Na prática, como fazer valer essa regra, sem afetar
o negócio da tomadora? A questão da
“subordinação direta” (Súmula 331 do TST)
Quadro normativo atual
• Lei 6.019/74, art. 4º-A, § 2º
• Não se configura vínculo empregatício entre os
trabalhadores, ou sócios das empresas prestadoras
de serviços, qualquer que seja o seu ramo, e a
empresa contratante
• PEJOTIZAÇÃO? Expressão “qualquer que seja seu
ramo” = liberdade de contratar
• Art. 9º da CLT – fulmina com a nulidade os atos
praticados para impedir, desvirtuar ou fraudar a
aplicação da legislação trabalhista
Quadro normativo atual

•Lei 6.019/74, art. 5º-A


•A Contratante é a pessoa física ou jurídica que
celebra contrato com empresa de prestação de
serviços relacionados a quaisquer de suas
atividades, inclusive sua atividade principal

•Acaba com o conceito de serviços determinados


e específicos
Quadro normativo atual

•Lei 6.019/74, art. 5º-A, §5º


•A empresa contratante é subsidiariamente
responsável pelas obrigações trabalhistas
referentes ao período em que ocorrer a
prestação de serviços, e o recolhimento das
contribuições previdenciárias observará o
disposto no art. 31 da Lei 8.212, de 24 de julho
de 1991
STF e a terceirização
• ADPF 324 – Relator: MIN. LUIS ROBERTO
BARROSO
• Em 30.8.2018 o Tribunal, por maioria e nos
termos do voto do Relator, julgou procedente
o pedido e firmou a seguinte tese:
• 1. É lícita a terceirização de toda e qualquer
atividade, meio ou fim, não se configurando
relação de emprego entre a contratante e o
empregado da contratada
STF e a terceirização
• 2. Na terceirização, compete à contratante:
• i) verificar a idoneidade e a capacidade econômica
da terceirizada; e
• ii) responder subsidiariamente pelo
descumprimento das normas trabalhistas, bem
como por obrigações previdenciárias, na forma do
art. 31 da Lei 8.212/1993
• A decisão não afeta automaticamente os
processos em relação aos quais tenha havido coisa
julgada
STF e a terceirização
• RE 958252 – Relator: MIN. LUIZ FUX
• 30/08/2018 – O Tribunal, por maioria,
apreciando o tema 725 da repercussão geral,
deu provimento ao RE, para fixar a seguinte tese:
"É lícita a terceirização ou qualquer outra forma
de divisão do trabalho entre pessoas jurídicas
distintas, independentemente do objeto social
das empresas envolvidas, mantida a
responsabilidade subsidiária da empresa
contratante"
FIM
otavio@siqueiracastro.com.br

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