Modulo Globali - Internac

Módulo de Globalização Económica
Internacionalização de Empresas
Formadora:
Cláudia Fernandes
(claudiafernandes@anpme.pt ou clf@iol.pt)
Curso de Formação de Empresários
1
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS PME´S
Internacionalização de empresas
Globalização Económica
Conceitos, Processos, …
Aplicação ao Caso Português – casos de sucesso
2
“O mundo é um só mercado.”
“Os brinquedos produzidos na China são vendidos em todo o

planeta, os refrigerantes americanos têm uma aceitação global,
o café africano é consumido por todos os povos, os automóveis
alemães são conduzidos por pessoas de qualquer nacionalidade,
os lacticínios da Nova Zelândia encontram-se à venda em todos
os países e o vinho português é apreciado nos cinco
continentes. Assim, cada vez mais o mercado é o mundo.” (A.
Freire)
3
A crescente interligação entre nações induziu:
 aumento do comércio internacional

 expansão do investimento além-fronteiras
 homogeneidade acrescida dos padrões de consumo (tendência de
redução das diferenças em termos de produção de bens e serviços e nos hábitos
de consumo)
 maior aproximação entre os povos
Deparam-se com a Têm de entrar nos
competição internacional mercados externos – tirar
nos seus mercados EMPRESAS partido das novas
domésticos oportunidades de negócio
4
Globalização – alguns conceitos …
"...globalização é um processo novo, diferente da

internacionalização…”
"... é o processo de produção de bens e serviços que

são concebidos, desenhados, desenvolvidos,
produzidos e utilizados num contexto multi-
territorial e não num contexto uni-territorial.” (António
Abrantes)
5
processo de globalização:
economias
contexto nacional contexto mundial
"made in the world"
6
Globalização - A tendência para encarar o «mundo como um só

mercado» sempre existiu, mas nunca com as dimensões de que se
reveste actualmente.
Principais factores que levaram a esta tendência:
- Abolição ou Abertura de Fronteiras - a criação de diversos espaços

económicos como a União Europeia (UE), o Mercosul (Mercado
Comum do Sul), … => trocas entre países facilitadas, num clima
político mais favorável aos negócios;
7
Principais factores que levaram a esta tendência (cont.):
- Aceleração das Comunicações – o rápido desenvolvimento das

TI, o nível e velocidade com que transacções e processamento
de dados passam a ser efectuados => as empresas dotam-se de
ferramentas capazes de gerir organizações maiores e mais
dispersas, com clientes em novos mercados geográficos;
8
Progresso
tecnológico =>
planeta = aldeia;
“World Wide
Web”
- Maior Circulação de Informação – este facto, proporcionado pelo

desenvolvimento tecnológico, é responsável pela designação
“Aldeia Global”, pois todos os intervenientes a nível global podem
obter informação com a mesma (ou maior) velocidade com que
ocorrem numa pequena aldeia; todos podem intercomunicar
directamente com qualquer pessoa que viva nessa aldeia;
9
- Estratégia de Internacionalização das Empresas – essencial para

que estas procurem novos mercados ou acompanhem os seus
clientes nesse processo. Só possível num mercado global.
- Internacionalização FACILITADA (advento das comunicações, web,

transportes, zonas de comércio livre, …)
- Internacionalização NECESSÁRIA (alcançar dimensão crítica,
economias de escala – ind. Automóvel, electrónica, …), actividades
por natureza internacionais – transportes aéreos, turismo, pe)
(ver quadro-resumo)
10
Globalização – como se processa?
1º) liberalização dos mercados (abertura à concorrência)

A liberalização dos mercados compreende não só os mercados de bens
mas também os de serviços e de capitais.
2º) desregulamentação dos mercados.

Na generalidade dos mercados, tem sido patente uma tendência para
que esses mercados deixem de ser regulamentados (“Deixe-se que o
mercado funcione e logo se tem a condição essencial para obter a
máxima eficiência económica”)
11
Globalização – como se processa?
3º) privatização
Mesmo nos países de economia de tradição mais estatizante, a
privatização das actividades, até há pouco consideradas como
incumbência pura do Estado, é uma realidade).
Privatiza-se o fornecimento do gás, da água, da educação, etc., por

todo o lado "descobrindo-se" que a competição se deve estender, com
vantagem, às actividades onde a procura do máximo lucro, a curto ou
médio prazo, dificilmente possa ser o fim último por parte das
organizações (empresas) responsáveis pelo fornecimento desses
serviços.
12
Textos Globalização
13
Internacionalização – alguns conceitos …

Do ponto de vista empresarial:
“(…) a internacionalização compreende todo o tipo de intervenção

qualitativamente avançada nos mercados externos abrangendo todas as
fases desde a exportação até ao investimento directo no estrangeiro.”
(António Abrantes)
“(…) a internacionalização refere-se à extensão das estratégias de

produtos-mercado e de integração vertical para outros países ->
replicação total ou parcial da cadeia operacional.” (Adriano Freire)
14
Internacionalização – alguns conceitos …
Do ponto de vista macroeconómico:
“(…) a internacionalização tem a ver com o conjunto dos

fluxos de trocas de matérias-primas, produtos acabados e
semi-acabados e serviços, dinheiro, ideias e pessoas,
efectuadas entre dois Estados-Nação.” (António Abrantes)
15
COMO PREPARAR A INTERNACIONALIZAÇÃO DA

SUA EMPRESA …
16
Introdução
A tendência para a crescente globalização da

concorrência e dos mercados, o número cada vez
mais vasto de sectores e de actividades e a explosão
da Internet fazem com que a internacionalização
faça parte integrante das preocupações estratégicas
das empresas.
17
Introdução (cont)
Na nova envolvente internacional, elas são obrigadas a

enfrentar novos desafios, porque a internacionalização
já não é essencialmente uma questão de conquista de
novos mercados, mas um desafio para a globalização
das funções das organizações.
18
Introdução (cont)
Para que todo o mecanismo funcione eficazmente, é

necessário preparar a internacionalização da sua empresa e
definir com clareza uma estratégia sustentável.
Principais Etapas na internacionalização de uma empresa
19
1ª) Analise as condições da sua empresa e do mercado
• Que aspectos deverá abranger a estratégia de

internacionalização da sua empresa?
• Que amplitude é que ela poderá atingir?
• Que funções poderá abarcar?
• Que tipo de decisões é que irão decorrer dela?
Ou seja, para ONDE IR e COMO internacionalizar?
As respostas a estas e a outras questões pertinentes numa fase pré-

internacionalização serão dadas nas seguintes etapas.
20
Exige-se, então, a ANALISE A ESTRATÉGIA GLOBAL DA

EMPRESA A LONGO PRAZO => Ter em conta a três factores:
a) Historial internacional da empresa. Inclui a sua experiência

acumulada no estrangeiro e os sucessos e fracassos de tentativas de
internacionalização passadas.
21
b) Cultura de internacionalização. Está relacionada com a tradição de

abertura internacional, o interesse pelos mercados além-fronteiras e a
expansão geográfica das redes de contactos.
c) Personalidade das partes integrantes. Ou seja, a maior ou menor

resistência à internacionalização por parte dos gestores, accionistas,
empregados, etc.
22
Também é fundamental a IDENTIFICAÇÃO DAS

OPORTUNIDADES E AMEAÇAS INTERNACIONAIS
É importante montar um sistema de vigilância a nível

internacional, de forma a poder eliminar à partida os espaços
geográficos internacionais que não tenham potencial de
expansão ou nos quais a concorrência já domine o mercado.
23
É uma fase complexa, em que deve fazer uma análise do

ambiente concorrencial internacional, que incluirá os
seguintes elementos:
a) Análise da atractividade da indústria. Ou seja, a definição da

dinâmica internacional do sector,
sector das pressões externas (regulamentares,
socio-económicas, tecnológicas, grau de proteccionismo, etc.) e da
segmentação da indústria internacional (identificação e selecção dos
critérios de segmentação).
24
b) Descrição da agressividade concorrencial. Visa fazer uma análise das

características do sistema concorrencial internacional e as
reestruturações observadas ou previstas, bem como proceder à
identificação das forças da concorrência internacional (ameaça de novos
concorrentes ou de produtos substitutos e o poder negocial dos
fornecedores e dos clientes).
25
c) Definição dos factores críticos de sucesso da indústria.

indústria Deverá
analisar estes factores, quer do ponto de vista da oferta quer da procura
nos mercados internacionais. De seguida, deverá criar cenários de
evolução possíveis e quais as estratégias ganhadoras em cada um dos
cenários.
26
Como a internacionalização deve estar relacionada com as

competências e factores de competitividade desenvolvidos e
no mercado interno é preciso efectuar o DIAGNÓSTICO
INTERNACIONAL DOS PONTOS FORTES E FRACOS DA
EMPRESA
Visa avaliar os recursos e as lacunas da empresa tendo em

vista a sua internacionalização.
Há três níveis de diagnóstico:
27
1º) Internacionalização Inicial.
Avalia o potencial da sua empresa para desenvolver

relacionamentos negociais duradouros com empresas e
clientes estrangeiros e a capacidade de adaptação da sua
oferta e processos de compra e venda aos mercados
internacionais.
Nesta 1ª fase, a internacionalização resulta, normalmente, do aproveitamento de
uma oportunidade.
28
2º) Implementação.
O desafio deste tipo de diagnóstico é avaliar se está em
condições de elaborar e implementar uma estratégia de
desenvolvimento internacional, associada à capacidade
para gerir a diversidade e controlar o negócio à
distância.
(As escolhas dos “destinos” resultam de critérios/estudos mais objectivos:
dimensão do mercado, evol. demográfica, estabilidade política,
regulamentação, questões culturais, concorrência, …).
29
3º) Internacionalização.
Analisa a capacidade de concorrer globalmente com uma

ampla integração de funções a uma escala mundial.
“multinacional”.
30
2ª) Formule a estratégia de internacionalização

Diagnosticada a situação,
situação é então delineada a estratégia e
tomadas as três decisões mais importantes do processo:
a) Definir as grandes opções da empresa no plano internacional
Consiste em definir as prioridades, em termos de produtos e de

actividades, os objectivos qualitativos e quantitativos a atingir e o
horizonte temporal da estratégia de internacionalização.
Nesta fase, há que ter em conta o ciclo de vida do produto, o grau de

acessibilidade do mercado, o montante de investimento a fazer e o
período de tempo até atingir o break-even (ponto morto de vendas).
31

b) Seleccionar as localizações possíveis
São as prioridades geográficas para as quais a empresa irá orientar a

comercialização e fabrico dos seus produtos ou expandir as suas funções
de apoio.
Nesta fase, faz-se a triagem das localizações através da comparação dos

elementos de atracção das diversas alternativas e hierarquização das
preferências, combinados com os trunfos que poderão valorizar a empresa
nos vários locais. Pode utilizar uma grelha de comparação de atractivos
em vários países, usando critérios como o potencial de mercado, a
sensibilidade aos preços, o acesso a canais de distribuição e a qualidade
dos intermediários.
32

c) Determinar as formas de abordagem adequadas
Inclui a tomada de decisões relativas às formas de entrada em cada

uma das localizações alvo - através, por exemplo, de parcerias com as
empresas locais ou de uma estratégia de conquista de terreno aos
concorrentes - e às pressões relacionadas com a coordenação
organizacional.
As decisões mais importantes são relativas a:
• Nível de envolvimento da empresa no estrangeiro, em função dos seus

recursos financeiros, técnicos e humanos;
33
As decisões mais importantes são relativas a:
• Nível de controlo exigido pelos dirigentes e o nível dos riscos

suportados em cada cenário em análise;
• Compatibilidade entre as fases de internacionalização iniciais e a

sua sustentabilidade a longo prazo.
• Complementaridade, ou antagonismo, gerado entre a sede e as

filiais internacionais.
34

Modos de Entrada nos mercados internacionais
Exportações – forma mais directa de internacionalização e

que envolve menos custos.
Licenciamento (cedência de direitos

patenteados)/Transferência de Tecnologia (cedência de
conhecimentos tecnológicos não patenteados)/Franchising
Investimento directo - posse e controle de activos no

exterior (joint-venture, alianças estratégicas, …)
35
As vantagens da internacionalização
A estratégia de internacionalização articula-se em torno de

cinco dimensões principais que convergem para os objectivos
do crescimento da empresa e da poupança de custos à escala
mundial:
Fortalecimento da posição comercial
A ocupação de posições comerciais fortes, ou até dominantes, nos

principais mercados mundiais, permite maximizar o volume de vendas e
beneficiar de economias de escala e de experiência.
36
Normalização de processos
Fazer com que o produto seja igual no seu país de origem e em qualquer
outro mercado internacional permite potenciar as vantagens do efeito
de experiência.
Localização dos elementos da cadeia de valor
Uma empresa que internacionaliza a sua actividade pode localizar os

vários elementos da sua cadeia de valor - investigação e
desenvolvimento, produção, montagem final e distribuição - onde for
mais vantajoso para si e onde tiver um maior número de recursos
essenciais ao seu funcionamento.
37
Facilidade do posicionamento
A uniformidade das estratégias, de marketing, de produção, etc.,

aumenta a facilidade na definição do posicionamento.
Obtenção de sinergias
Maior número de sinergias, nomeadamente a nível da criação de

parcerias internacionais, obtenção de licenças, aproveitamento de
canais de distribuição internacionais, entre outros, conseguidas através
da grande interdependência e maior cooperação entre as diversas
localizações mundiais.
38
Como superar as barreiras à entrada
Atente aos principais obstáculos com que deparará na sua

entrada nos mercados além-fronteiras:
Barreiras administrativas e legais
Obrigam, por exemplo, as empresas a adaptar os seus

produtos e serviços às regulamentações locais. A própria
localização está condicionada pela concessão de licenças por
parte da administração pública. Os regimes fiscais diferem
de país para país, consoante o tipo de empresa e de
actividade exercida.
39

Práticas profissionais diferentes
Apesar das inúmeras tentativas de globalização das práticas

profissionais, a cultura de cada país reflecte-se
profundamente na cultura das organizações e nos métodos
de trabalho das pessoas.
40

Heterogeneidade dos gostos e costumes locais
Os consumidores de diferentes países têm necessidades e

comportamentos distintos, o que limita a oferta das
empresas e aumenta os seus custos de adaptação dos
produtos e serviços à nova envolvente.
41

Diferentes canais de distribuição e sistemas de logística
Os sectores da grande distribuição são os mais afectados

porque se falharem os meios de distribuição dos seus
produtos, toda a sua actividade poderá correr sérios riscos.
42

Características físicas dos produtos
Os produtos de carácter perecível não podem percorrer

grandes distâncias, o que força determinadas indústrias a
construir infra-estruturas produtivas de base perto das zonas
de comercialização internacionais, aumentando
consideravelmente os custos de entrada no mercado.
43
Glossário
Economias de escala e de experiência - As economias de escala são
relativas à redução dos custos unitários dos produtos à medida que a
produção acumulada aumenta. As economias de experiência ocorrem
quando os trabalhadores melhoram a sua produtividade à medida que
adquirem mais experiência, ao mesmo tempo que são melhorados os
processos de fabrico e os serviços de apoio.
Sinergia - O aproveitamento de vantagens mútuas devido à junção de

duas empresas, actividades ou processos, que gera valor acrescentado
para ambas as partes.
44
Glossário
Cadeia de valor - É o conjunto de actividades de uma empresa
constituído por diversos elos - compras de matérias-primas; produção,
distribuição, venda, assistência ao cliente. - cada um dos quais
acrescenta valor ao produto ou ao serviço final.
Ponto morto de vendas (break-even point) - Valor ou quantidade de

vendas a partir do qual todos os custos estão cobertos e a empresa
começa a gerar lucros.
(texto retirado e adaptado de www.pmelink.pt)
Bibliografia
Nelson, Carl; Import/Export - How to Get Started in International Trade; 2000; McGrawHill.
Lemaire, Jean-Paul; Estratégias de Internacionalização; 1997; Instituto Piaget.
Globerman, S.; Fundamentals of International Business Management; 1986, Prentice Hall.
45
MOTIVAÇÕES para a internacionalização das PME´s

“Pró-Activas” “Reactivas”
•vantagens em termos de •pressões da concorrência

lucros •excesso de capacidade
•produtos únicos produtiva
•vantagem tecnológica •saturação do mercado
•informação exclusiva domésticos
•compromisso da gestão •proximidade dos clientes
•benefícios fiscais e dos portos de
•economias de escala desembarque
•… •…
46
Em suma,
“…na produção da vantagem competitiva não é importante se uma
firma é muito ou pouco internacionalizada. O que realmente importa é
o grau de internacionalização do sistema (cadeia de valor) com que a
firma está relacionada."
"Neste sentido, internacionalização não depende das vendas no exterior

(exportações) ou do montante de investimento estrangeiro
(multinacionalização) mas sim do grau de acesso a essa variedade de
competências, de recursos e de capacidades que são distribuídas através
da economia mundial".
47
Dados Estatísticos …
(retirados de www.gee.min-economia.pt)
Quadros e Gráficos:
Fonte: GEE com base no Banco de Portugal (Abr. 2005)
48
• Ver texto “Born Global Portuguesas”
49
Sites de interesse:
www.anpme.org
www.icep.pt
www.iapmei.pt
www.anje.pt
www.prime.min-economia.pt
www.gee.min-economia.pt
50
Bibliografia
Freire, Adriano, “Estratégia, Sucesso em Portugal “, Editorial Verbo,1997.
Freire, Adriano, “Internacionalização – Desafios para Portugal”, Verbo (Vol I e II), 1998
Costa, Susana et al., “Internacionalização e Redes de empresas – conceitos e teorias”,

Verbo
Lindon, Denis et al., “Mercator XX1 – Teoria e Prática do Marketing”, Dom Quixote
51

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contexto nacional contexto mundial

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2º) desregulamentação dos mercados.

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Privatiza-se o fornecimento do gás, da água, da educação, etc., por

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“(…) a internacionalização refere-se à extensão das estratégias de

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