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VIOLÊNCIA CONTRA

ADOLESCENTES E JOVENS
Profº. Esp. Robson Gomes
Enfermeiro pela Universidade Federal de Pernambuco
Especialista na modalidade Residência em Saúde Mental - UFPB
Especialista na modalidade Rsidência em Saúde da Criança e do adolescente - ESP/PB
Especialista em Didático-pedagógico para educação em enfermagem - UFPE

Mestrando em Enfermagem pela Universidade Federal de Pernambuco


Histórico

HISTÓRICO
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar
à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o
direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-
los a salvo de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão.

§ 4º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a


exploração sexual da criança e do adolescente.
Convenção dos Direitos da Criança – http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/d99710.htm
Decreto nº 99.710/90
Artigo 19

1.Os Estados Partes adotarão todas as medidas legislativas, administrativas, sociais e


educacionais apropriadas para proteger a criança contra todas as formas de
violência física ou mental, abuso ou tratamento negligente, maus tratos ou
exploração, inclusive abuso sexual, enquanto a criança estiver sob a custódia dos
pais, do representante legal ou de qualquer outra pessoa responsável por ela.

2.Essas medidas de proteção deveriam incluir, conforme apropriado, procedimentos


eficazes para a elaboração de programas sociais capazes de proporcionar uma
assistência adequada à criança e às pessoas encarregadas de seu cuidado, bem
como para outras formas de prevenção, para a identificação, notificação, transferência
a uma instituição, investigação, tratamento e acompanhamento posterior dos casos
acima mencionados de maus tratos à criança e, conforme o caso, para a intervenção
judiciária.
Estatuto da Criança e
do Adolescente
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será
objeto de qualquer forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade
e opressão, punido na forma da lei qualquer
atentado, por ação ou omissão, aos seus
direitos fundamentais.

Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência


de ameaça ou violação dos direitos da criança
e do adolescente.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm
Art. 88. São diretrizes da política de
atendimento:
X - realização e divulgação de pesquisas sobre
desenvolvimento infantil e sobre prevenção da
violência.
ECA & LEI Nº 13.010/2014
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou
degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família ampliada,
pelos responsáveis, pelos agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar deles,
tratá-los, educá-los ou protegê-los.
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se:

I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o uso da força física sobre a criança ou o adolescente que resulte em:
a) sofrimento físico; ou
b) lesão;
II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de tratamento em relação à criança ou ao adolescente que:
c) humilhe; ou
d) ameace gravemente; ou
e) ridicularize.”

“Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os responsáveis, os agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou
qualquer pessoa encarregada de cuidar de crianças e de adolescentes, tratá-los, educá-los ou protegê-los que utilizarem castigo físico ou
tratamento cruel ou degradante como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto estarão sujeitos, sem prejuízo de
outras sanções cabíveis, às seguintes medidas, que serão aplicadas de acordo com a gravidade do caso:

I.- encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família;


II.- encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
III. - encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
IV.- obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado; V - advertência.

Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras providências legais.
Marco Legal da Primeira Infância – Lei 12.257/2016
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13257.htm

Art. 5º Constituem áreas prioritárias para as políticas públicas para a primeira


infância a saúde, a alimentação e a nutrição, a educação infantil, a convivência
familiar e comunitária, a assistência social à família da criança, a cultura, o
brincar e o lazer, o espaço e o meio ambiente, bem como a proteção contra
toda forma de violência e de pressão consumista, a prevenção de acidentes e
a adoção de medidas que evitem a exposição precoce à comunicação
mercadológica.

Art. 10. Os profissionais que atuam nos diferentes ambientes de execução das
políticas e programas destinados à criança na primeira infância terão acesso
garantido e prioritário à qualificação, sob a forma de especialização e
atualização, em programas que contemplem, entre outros temas, a
especificidade da primeira infância, a estratégia da intersetorialidade na
promoção do desenvolvimento integral e a prevenção e a proteção contra
toda forma de violência contra a criança.

Participação – artigo 4º, II e p.u.


LEI 13.431/2017
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/L13431.htm

Art. 1º Esta Lei normatiza e organiza o sistema de garantia de direitos da criança e do


adolescente vítima ou testemunha de violência, cria mecanismos para prevenir e coibir a
violência, nos termos do art. 227 da Constituição Federal , da Convenção sobre os Direitos
da Criança e seus protocolos adicionais, da Resolução nº 20/2005 do Conselho Econômico
e Social das Nações Unidas e de outros diplomas internacionais, e estabelece medidas de
assistência e proteção à criança e ao adolescente em situação de violência.

Art. 2º A criança e o adolescente gozam dos direitos fundamentais inerentes à pessoa


humana, sendo-lhes asseguradas a proteção integral e as oportunidades e facilidades para
viver sem violência e preservar sua saúde física e mental e seu desenvolvimento moral,
intelectual e social, e gozam de direitos específicos à sua condição de vítima ou
testemunha.
VIOLÊNCIA
O conceito de violência é um evento que pode ser uma ação ou omissão de
uma pessoa, grupo social ou governos, que causam danos físicos ou
psicológicos. Os danos podem ser por agressão física, abuso sexual e violências
psicológica, por exemplo.
“Um Rosto Familiar:
A Violência na Vida de Crianças e Adolescentes”
Unicef – 2017

- 9 milhões meninas de 15 a 19 anos foram vítimas de alguma forma de violência sexual apenas
em 2015. Nos 28 países analisados com dados disponíveis, 9 em 10 meninas que relataram terem
sido vítimas de abuso sexual revelaram que o agressor era alguém próximo ou conhecido;

- Em 38 países de baixa e média renda, quase 17 milhões de mulheres adultas revelaram terem
sido vítimas de violência sexual durante a infância. Em 28 países analisados na Europa, cerca de
2.5 milhões de mulheres jovens foram vítimas de violência sexual (com ou sem contato físico)
antes de completarem 15 anos;

- Baseado nos dados coletados em 30 países analisados, apenas 1% das meninas adolescentes
vítimas de violência sexual procuraram ajuda profissional.

https://www.unicef.org/publications/files/Violence_in_the_lives_of_children_and_adolescents.pdf
& Decreto 9.603/2018
Art. 4º Para os efeitos desta Lei, sem prejuízo da tipificação das condutas criminosas, são formas
de violência:

I.- violência física...

II.- violência psicológica...

III.- violência sexual...

IV.- violência institucional, entendida como a praticada por instituição pública ou conveniada,
inclusive quando gerar revitimização.

- Negligência, maus tratos por omissão


- Trabalho infantil

* Foco nas violências no âmbito doméstico – violência doméstica / intrafamiliar


VIOLÊNCIA
FÍSICA

I - violência física, entendida como a ação infligida à criança ou ao adolescente que


ofenda sua integridade ou saúde corporal ou que lhe cause sofrimento físico;
Sociedade de Pediatria de São Paulo. Sociedade Brasileira de Pediatria. Manual de atendimento às crianças e
adolescentes vítimas de violência. Coordenação: Renata Dejtiar Waksman, Mário Roberto Hirschheimer, Luci
Pfeiffer. – 2.ed. Brasília, DF: Conselho Federal de Medicina, 2018.., pág. 36

https://www.spsp.org.br/downloads/Manual_Atendimento_Crian%C3%A7as_Adolescentes_V%C3%ADtimas_Viol%C3%AAncia_2018.pdf
III - violência sexual, entendida como qualquer conduta que constranja a criança ou o adolescente a praticar ou presenciar
conjunção carnal ou qualquer outro ato libidinoso, inclusive exposição do corpo em foto ou vídeo por meio eletrônico ou
não, que compreenda:

a) abuso sexual,

b) exploração sexual
comercial,

c) tráfico de pessoas.

VIOLÊNCIA SEXUAL
VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA

a) qualquer conduta de discriminação, depreciação ou desrespeito em relação à


criança ou ao adolescente...

b) o ato de alienação parental...

c) crime violento contra membro de sua família ou de sua rede de apoio...


... crime violento contra membro de sua família ou de sua rede de apoio...

 Os adolescentes não são


testemunhas passivas da violência.
 A violência no lar afeta e
provoca mudanças nos
adolescentes
 Impactos podem ser visíveis ou
internos e invisíveis.
 A mudança pode ser repentina ou
a mudança pode ser gradual,
devido ao estresse repetitivo.
CUIABÁ
14.12.2019

https://www.youtube.com/ w
atch?v=wHHAMWtqc1A
 Os adolescentes que convivem com a violência doméstica são mais propensas a
apresentar problemas de saúde mental e física, incluindo depressão, ansiedade
e violência em relação aos colegas.
 Eles também são mais propensos a comportamentos de risco, como suicídio, abuso de drogas e álcool, fuga de casa, envolvimento em prostituição e prática ilícitas,
em especial violência sexual.

 Adolescentes que foram expostas à violência sofreram sintomas de transtorno de estresse pós-traumático, como xixi na cama ou pesadelos, e estavam em maior risco
do que seus pares de ter alergias, asma, problemas gastrointestinais, dores de cabeça e gripe.

 Cinquenta por cento dos homens que frequentemente agridem suas esposas frequentemente agridem seus filhos e o “U.S. Advisory Board on Child Abuse and
Neglect” sugeriu que a violência doméstica é a maior precursora da violência e negligência contra crianças e adolescente naquele país .
https://www.futureswithoutviolence.org/userfiles/file/Children_and_Families/HealthCare.pdf
Alienação Parental

https://vawnet.org/material/parental-alienation-syndrome-and-parental-alienation-research-review
 Art. 1o Esta Lei normatiza e organiza o sistema de garantia de direitos da criança e
do adolescente vítima ou testemunha de violência, cria mecanismos para prevenir e
coibir a violência, nos termos do art. 227 da Constituição Federal, da Convenção sobre
os Direitos da Criança e seus protocolos adicionais, da Resolução no 20/2005 do
Conselho Econômico e Social das Nações Unidas e de outros diplomas internacionais, e
estabelece medidas de assistência e proteção à criança e ao adolescente em situação
de violência.

 Art. 2o A criança e o adolescente gozam dos direitos fundamentais


inerentes à pessoa humana, sendo-lhes asseguradas a proteção
integral e as oportunidades e facilidades para viver sem violência e
preservar sua saúde física e mental e seu desenvolvimento moral,
intelectual e social, e gozam de direitos específicos à sua
condição de vítima ou testemunha.
A política de atendimento do ECA exige
a intervenção de diversos órgãos,
serviços e equipamentos, cada um com
atribuições específicas e diferenciadas,
mas com igual responsabilidade na
identificação e construção de soluções dos
problemas existentes, tanto no plano
individual quanto coletivo do
atendimento de crianças e adolescentes.
ECA., arts. 86 e 88
Art. 13, par. 2º
Incluído pelo MLPI - máxima prioridade ao atendimento das crianças na faixa etária da primeira infância
com suspeita ou confirmação de violência de qualquer natureza, formulando projeto terapêutico singular
que inclua intervenção em rede (...)

Art. 70-A. Atuação integrada entre entes federativos - incluída pela Lei menino Bernardo I – campanhas;
II.– a integração do sistema de justiça com conselhos;
III.– a formação continuada e a capacitação dos profissionais;
VI - a promoção de espaços intersetoriais locais para a articulação de ações e a elaboração de planos
de atuação conjunta focados nas famílias em situação de violência, com participação de profissionais de
saúde, de assistência social e de educação e de órgãos de promoção, proteção e defesa dos direitos da
criança e do adolescente.

Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de responsabilidade por ofensa aos direitos
assegurados à criança e ao adolescente, referentes ao não oferecimento ou oferta irregular:
XI - de políticas e programas integrados de atendimento à criança e ao adolescente vítima ou
testemunha de violência.
Os filhos dos outros e os filhos de ninguém são
nossa responsabilidade moral e constitucional.
Instituto Alana - Prioridade Absoluta

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