A escravidão

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Em pleno século XXI, continuam a ocorrer situações que nos melindram e problemas que
afetam a nossa sociedade. Uns mais do que outros, todos eles são realidades bem atuais.
Alertar e sensibilizar para a urgência de mudar esta realidade negativa e mostrar a
necessidade de uma voz alerta e de denúncia é possível, como foi, no século XVII, a de
Padre António Vieira.
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Exemplo disso é um dos seus sermões, o de Santo António aos Peixes. Injustiças e
falcatruas da sociedade foram denunciadas, pode até mesmo afirmar-se que esta é uma
grande aula de louvor à dignidade humana. Padre António Vieira menciona vários
exemplos de violência e de escravidão. Se todos nós o lêssemos, o interpretássemos, e o
aplicássemos às nossas vidas e ao mundo de hoje, teríamos, certamente, um mundo mais
solidário e com mais paz.
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Nesse sentido, também a Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948 consagra
um conjunto de direitos e liberdades básicas a que todos os seres humanos devem aceder.
Um dos direitos mais importantes é o 4º que diz que “Ninguém será mantido em
escravidão ou servidão; a escrevidão e o tráfico de escravos serão proibídos em todas as
suas formas”. De um modo geral a escravatura foi abolida e foi necessária a intervenção
de muitas pessoas cujo desempenho e dedicação foi notório.,
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O nosso orador português, Padre António Vieira, também defendeu os direitos e a
liberdade daqueles que eram mantidos como escravos. Tendo sido um homem de imensa
genialidade tornou-se um dos mais influentes do seu tempo graças aos seus dotes
oratórios. Na sua obra, está presente a crítica ao comportamento dos colonos que
exploravam os índios e se serviam da sua mão de obra, ou seja, enriqueciam graças à
escravatura neles exercida.
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Ainda há poucos anos, aqui em Portugal, uma operação policial deteve suspeitos que
exploravam romenos na apanha da azeitona, no Alentejo. O mais grave, porém, é que a
exploração de humanos ocorre em todo o mundo e ninguém trava esse flagelo. São muitos
os que são engraçados e que emigram à procura de uma vida melhor e que, na verdade,
vão trabalhar sem receber, muitas vezes passam fome e não têm habitação ou se têm um
teto não passa disso.
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O sermão de Santo António aos Peixes visa principalmente os homens que, sendo fortes e
poderosos, se aproveitam e oprimem os mais fracos, comportando-se sem qualquer
sentimento. É, por outras palavras, a tentativa de criticar os vícios dos colonos que por sua
vez se aproveitam dos índios e sujeitavam-nos a um regime de escravidão. Ao longo do
sermão, é possível encontrar marcas carregadas de forte ironia, comparando os homens
aos peixes.
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Concluímos que o sermão embora redigido há cerca de cinco séculos atrás permanece um
texto atual, situações em pleno século XXI evidenciam supremacia de uns em desfavor
dos outros - o caso da construção dos estádios do Qatar faz disso prova, e que provar
qualquer tipo de violação aos direitos humanos deve costumar a ser uma luta permanente.