You are on page 1of 11

ARCADISMO: a razão volta à tona

CAP. 14, p. 63 (volume 3)

Literatura
Prof. Me. Willian Junio de Andrade
O mito da
Arcádia

Região pastoril
da Grécia Antiga
dominada pelo
deus Pã.

Pastores da Arcádia, de Nicolas Poussin, 1639, Musée du Louvre


Deus dos bosques, dos campos, dos
rebanhos e dos pastores. Vive em grutas e
vaga pelos vales e pelas montanhas,
caçando ou dançando com as ninfas. É
representado com orelhas, chifres e
pernas de bode, amante da música, traz
sempre consigo uma flauta.

Estátua de Pã, encontrada em


Pompeia
NEOCLASSICISMO OU ARCADISMO

 Combater os excessos e o estilo rebuscado da arte


barroca;
 Usar linguagem simples sem os exageros cultistas;
 Retomar modelos clássicos da Antiguidade: equilíbrio e
simplicidade;
 Valorizar a vida sem exageros = sinônimo de felicidade;
 Representar ambientes campestres sem o tumulto da
cidade.
SÉCULO DAS LUZES – ILUMINISMO

 Progresso da Primeira Revolução Industrial na Inglaterra,


ascensão do capitalismo, fim da Santa Inquisição;
 “Luzes” da ciência e da razão iluminariam os indivíduos;
 Enciclopédia com 35 volumes – Denis Diderot e Jean
D’Alembert;
 Ideias de Rousseau, Voltaire e Montesquieu =
desenvolvimento científico, liberdade individual,
sociedade corrompe o indivíduo que nasce bom (mito do
bom selvagem).
CARACTERÍSTICAS DO PERÍODO
CARACTERÍSTICAS DOÁRCADE – Cap.
PERÍODO 6, p. 194 e 195
ÁRCADE

 Retomada de elementos da cultura greco-romana: mitologia;


 Valorização da natureza e desprezo pela vida urbana;
 Pastoralismo: busca pelo campo (árvores, riachos, canto de aves) e pela
simplicidade da vida dos pastores;
 Poetas com pseudônimos pastoris: outros nomes para simular a vida no
campo;
 Convencionalismo amoroso: mulher inatingível e distanciamento amoroso
em que os sentimentos do poeta não são importantes e sim a imitação de
modelos clássicos;
 Linguagem objetiva e vocabulário simples;
 Descrição de lugares com predomínio do equilíbrio e da clareza.
LEMAS DO ARCADISMO

1. FUGERE URBEM: “fugir da cidade” e valorizar o


bucolismo (evocação do campo e da natureza)
Quem deixa o trato pastoril, amado Ali respira amor sinceridade;
Pela ingrata, civil correspondência, Aqui sempre a traição seu rosto
Ou desconhece o rosto da violência, encobre;
Ou do retiro a paz não tem provado. Um só trata a mentira, outro a verdade.

Que bem é ver nos campos transladado Ali não há fortuna, que soçobre;
No gênio do pastor, o da inocência! Aqui quanto se observa, é variedade:
E que mal é no trato, e na aparência Oh ventura do rico! Oh bem do pobre!
Ver sempre o cortesão dissimulado!
Cláudio Manoel da Costa
LEMAS DO ARCADISMO

2. INUTILIA TRUNCAT: “cortar os excessos” e valorizar a


clareza, a simplicidade e a objetividade de escita.

Se Alcino tem lá feito o seu estudo


Nesses versos, que traz nós cá cantemos
Ao nosso modo; indica que seja rudo.

Cláudio Manoel da Costa


LEMAS DO ARCADISMO

3. LOCUS AMOENUS: “lugar ameno” = lugar ameno,


simples, que leva à paz interior.
O ledo passarinho, que gorjeia A serena, amorosa Primavera,
D'alma exprimindo a cândida O doce autor das glorias que
ternura, consigo,
O rio transparente, que murmura, A deusa das paixões, e de Cítera:
E por entre pedrinhas serpenteia:
Quanto digo, meu bem, quanto não
O Sol, que o céu diáfano passeia, digo,
A Lua, que lhe deve a formosura, Tudo em tua presença degenera,
O sorriso da aurora alegre e pura, Nada se pode comparar contigo.
A rosa, que entre os zéfiros ondeia;
Manuel du Bocage
LEMAS DO ARCADISMO

4. AUREA MEDIOCRITAS: “valorizar as medidas simples/o


mediano” e ter uma vida singela, sem miséria nem riquezas.

Se não tivermos lãs e peles finas,


podem mui bem cobrir as carnes nossas
as peles dos cordeiros mal curtidas,
e os panos feitos com as lãs mais grossas.
Mas ao menos será o teu vestido
por mãos de amor, por minhas mãos cosido.

Tomás Antônio Gonzaga


LEMAS DO ARCADISMO

5. CARPE DIEM (tempus fugit): “colher o dia” e


aproveitar os prazeres porque a vida é efêmera.

Ah! Não, minha Marília,


Aproveite-se o tempo, antes que faça
O estrago de roubar ao corpo as forças,
E ao semblante a graça!

Tomás Antônio Gonzaga

You might also like