A problemática do

comportamento/relação/conduta
O processo de socialização do homem, pressupõe
uma constante aprendizagem de um sistema de
padrões da sociedade para a formação duma
personalidade desejável. Porém,nesse processo, o
homem recebe múltiplas influências(positivas e
negativas). De facto, na tentativa de formar a
personalidade,cabe a responsabilidade ao indíviduo
de se pactuar aos actos que possam contribuir par
o seu desenvolvimento. Havendo esta razão,alguns
se orientam para acções não desejáveis e outros
para as desejáveis para sua idade de acordo com a
influência adquirida.
 Cont.
Quanto as influências negativas, podem surgir
problemas de comportamento ou podem
conduzir o indíviduo a manifestar actos
inadequados;podem originar problemas de
relação em que existem dificuldades de o
indíviduo se integrar com o meio, podem
ainda surgir problemas de conduta no sentido
de que o indíviduo mostre/revele dificuldades
de organização,orientação adequada do seu
comportamento ou de execução de certos
actos particulares
 Cont.
Assim, os objectivos que pretendemos
alcançar são de extrema relevância no
processo de ensino e aprendizagem no
sentido de que permitirão fornecer
conhecimentos sobre a problemática do
comportamento/relação/conduta, as
possíveis causas, a organização da
aprendizagem no que diz respeito aos
procedimentos, sinais de alerta,
estratégias de apoio.
 Abordagem geral do tema
As definições de comportamento
problemático em crianças, é caracterizado
por dificuldades especiais. A maior parte
das definições baseiam-se em critérios de
que as crianças com problemas de
comportamento revelam situações
inadequadas para a idade, o que resultará
em conflito social, infelicidade pessoal e
fracasso escolar.
 Cont.
Devido ao facto de praticamente todas as
crianças manifestarem comportamentos
inadequados para idade num periodo ou
outro, a definição desta natureza de distúrbio
depende das dimensões de intensidade e
duração para que se possa distinguir entre
comportamento normal e excepcional. O
comportamento da criança não é a única que
determina a classificação dentro das
categorias de intensidade e duração.
 Cont.
A pessoa que percebe o comportamento da criança
como inadequado também desempenha um papel
fundamental na decisão.
“ As deficiências comportamentais são definidas
como... Uma variedade de comportamentos
deficientes, excessivos e crónicos que variam desde
o impulso e agressivo até ao depressivo e
retraimento, que violam as expectativas de
inadequação do observador e que este deseja ver
interrompido(Graubard,1973); Wood sugeriu que
uma definição deveria incluir quatro elementos: o
ambiente, a pessoa perturbada, o elemento
perturbador e o elemento comportamento
problema”.
 Cont.
Com o desenvolvimento da tecnologia
esta abordagem envolve o uso de
técnicas estatísticas, que isolam
conjuntos ou padrões de
comportamento inter-
relacionados,previlegiando o uso de
listas de verificação, escalas de
classificação e recursos semelhantes de
medidad para avaliar grande número
de crianças.
 Daqui surgem quatro padrões de
comportamento problemático nas
crianças, a saber:
a) Distúrbios de conduta – A criança com este
tipo de problema é que deseja a autoridade, é
hostil em relação a figuras de autoridade(polícia,
pais, etc), é cruel,maliciosa,agressiva e tem
poucos sentimentos de culpa. Esta categoria
inclui crianças descritas como hiperactivas,
inquietas e hiperciséticas.
b) Retraimento por ansiedade – Crianças com
este tipo de manifestação são tímidas,
acanhadas,sensíveis,submissas, e
extremamente dependentes e ficam repremidas
com facilidade. Estas crianças pertencem na
maioria das vezes a famílias muito protectoras
de nível sócio-económico elevado.
 Cont.
c) Imaturidade – refere-se a crianças que
são desatentas, morosas, que não têm
interesse na escola, preguiçosas,
preocupadas, com tendência ao desvaneio
e sonolentas. Assemelham-se a crianças
muitas vezes chamadas de autistas ou
prépsicóticas. Parecem menos capazes de
actuar na sala de aulas comum do que as
crianças rotuladas neuróticas ou com
distúrbios de conduta.
 Cont.
d) Agressão socializada – a criança tem
algumas características ou problemas de
comportamento das crianças com distúrbios
de conduta, mas mantém relações sociais
com colegas, geralmente um grupo de
coetãneis com comportamento errado ou
criminoso. Embora tal comportamento possa
ser considerado desajustado dentro do
ambiente específico em que se manifesta na
realidade apresenta um perigo óbvio para a
sociedade como um todo.
 Sinais de Alerta
No ambiente de convivência com estas
crianças é importante que o
educador/professor, tenha sempre
presente que a criança poderá
experimentar ou viver um problema
comportamental.
Entre as crianças com problemas
distinguem-se dois grupos:
 Cont.
1) Crianças que são oprimidas,pressionadas e prejudicadas
pela comunidade escolar e da classe que as tortura: os
taciturnos;passivos e isolados. Para alguns pedagogos
estas crianças não apresentam dificuldades na área
pedagógica, e são menos afectadas no desenvolvimento
harmonioso da personalidade.
Sinais de alerta: fraqueza de laços emocionais,deficiente
capacidade de contacto,dificuldades de contacto com
crianças da mesma idade,inibição perante o meio
ambiente,submissão excessiva,fraqueza,dependência,
impossibilidade de afirmação, medo para com os seus
semelhantes e professores,inibições de linguagem,
hábitos solitários.
 Cont.
Assim, o educador/professor deve ter muita
atenção nos períodos de intervalos,
sobretudo, na forma como elas se
relacionam com os outros colegas.
2) Crianças que oprimem,pressionam e
molestam a comunidade da classe, as que
propriamente apresentam dificuldades
pedagógicas, que se tornam do contra e
agressivos.
 Cont.
Sinais de alerta: as primeiras manifestações são a
teimosia,desobediência,indisciplina para com os
professores ou outros agentes da autoridade,mostrar-se
com prazer de
lutar,zaragatear,insociável,maldade,prazer em
molestar,tendência para destruir e
danificar,gabarolice,ostentação,fraude,mentira,roubo,tra
tamento brutal aos colegas,falta ás aulas,
fugas,exibicionismo e hábitos solitários.
As observações que caracterizam estas crianças são:
resistente-
passivo,teimoso,insidioso,intriguista,perturbador,rufião,r
ude,espancador; esta criança não é suportada pela
comunidade da classe e da escola.
Possíveis causas problemáticas
co kto/conduta/relação
Das várias causas,destacaremos os factores
endógenos(físico-orgãnico) e os factores
exógenos(família,escola).
Segundo Hildegard, os problemas de
comportamento devem ser estudados na
perspectiva psíquica longitudinal, ou seja,
com base na história individual da criança
fazendo uma análise prognóstica.
 Causas endógenas(físico-
organica)
 Lesões e doenças orgânicas,com efeitos
duradoiros como por ex:
encefalites,traumatismos no
nascimento,traumatismos cranianos,várias
doenças consecutivas com uma duração
relactivamente prolongada da primeira
infãncia,debilidade física e reduzida
resistência psíquica,
 Cont.
 Em particular há defeitos
sensoriais(surdez),perturbações cardíacas
e circulatóruas,doenças dos orgãos
respiratórios,excrescência(aumento de
volume das amígdalas,polipos nas fossas
nasais);
 Tendência para respiração
rápida,constipações,paralesias,sensações
de vertigens e de desmaios.
 Cont.
O diagnóstico de causas endógenas heriditárias
é difícil, pois, muitas vezes, os pais ocultam
possíveis males e defeitos
heriditários( epilepsias,psicoses e alcolismo),
e com isto, só uma observação psiquiátrica
especial da criança poderá elucidar-nos. As
perturbações endógenas são as mais
frequentes: pouco desenvolvimento dos
orgãos genitais,hiperfunção e hipofunção das
glãndulas supra-renais e sexualidade precoce.
2. Causas exógenas(ambiente
sócio-familiar)
Essas causas tem significado maior,
visto que, são mais notórias e
facilmente penetráveis. A família é
que representa o espaço vital
exclusivo da criança na primeira
infância e, mais tarde, a escola é que
é o elemento fundamental na
socilaização da criança, constitui o
círculo vital mais alargado.
 Cont.
 A criança ilegítima, a criança de pais incógnitos,
orfãos de pai e mãe, crianças
enteadas,provenientes de separações
matrimoniais e divórcios, filhos de casamentos
infelizes e filhos adoptivos;
 Crianças que tem uma educação exageradamente
dura e mimada, educação severa não atendendo
a realização dos desejos próprios da criança,
educação contraditória(as vezes terna e outras
hostil) por cada um dos membros da
família(pai/mãe),rivalidade entre irmãos;
 Cont.
 Educação exterior desleixada,cuidados e preocupações
deficientes até ao abandono, meio de pobreza
económico,abandono luxuoso, onde os desejos
exteriores da criança são satisfeitos, mas falta da
parte dos pais, a satisfação das necessidades a
existência interna da criança;
 Educação inadequada na escola: exigências mentais
desmedidas, falta de consideração pelas necessidades
pedagógicas formativas individuais, atitude
pedagógica e estruturação do ensino vincadamente
autoritárias, uma atmosfera n aclasse vazia de
compreensão,confiança e proximidade humana.
Organização da aprendizagem-
educação integrada
A criança com dificuldades de
comportamento/relação, necessita de uma
atitude personalizada e aberta do
educador para garantir uma
participação/mediação eficiente e
consequente. Assim, a criança com
problemas de comportamento precisa
encontrar um educador disponível a nível
afectivo, com interesse e tolerante.
 Cont.
O educador deve revestir-se duma influência
autoritária moderada, isto é, autoridade não
no sentido de força e domínio, nem no
sentido de liberdade de deixar fazer, ou
mesmo de arbitrariedade, mas antes
proporcionarem a estas crianças uma
educação algo rigorosa para a formação de
hábitos válidos pela direcção, orientação e
condução, tendo em conta o valor próprio da
criança como pessoa e suas necessidades
pedagógicas específicas.
 Cont.
Para a educação integrada o educador precisa
de identificar os problemas comportamentais
concretos da criança, e para tal deve usar
métodos específicos, pois, o processo de
integração da criança na comunidade é
problemático. Os métodos que podem ser
utilizados são: métodos de testes projectivos,
testes objectivos,lista de verificação do
comportamento,observação de
comportamento,entrevista e outros.
 Cont.
O educador deve funcionar como
estimulante e auxiliador, assim poderá
alcançar um rendimento satisfatório na
auto-formação da criança.
 Adoptar o ensino as necessidades
individuais de cada aluno;
 Usar métodos adequados nas várias fases
de ensino;
 Selecçaõ adequada dos materiais
formativos;
 Exigir que as crianças façam
trabalhos de casa na medida do
possível,
 São exigências indespensáveis a
disciplina escolar e a prestação de
trabalhos;
 O psicoterapeuta e o psiquiatra
juvenil devem criar um período longo
de desinibição.
 Estratégias de Apoio
As estratégias de apoio para crianças com
problemas de comportamento visam auxiliar
ao educador no processo de mediação de
conteúdos específicos.
Assim, as estratégias poderão ser as seguintes:
 Psicoeducacionais – em que se avalia as
necessidades da criança. Há um
desenvolvimento de um plano individual e
recomendação educacional; o professor é
figura central na sua aplicação.
 Psicodinãmica
Consiste em levar a criança a
consciencializar-se das suas próprias
necessidades,desejos e temores(usam
diagnósticos,tratamento,tomada de
decisão e avaliação), o comportamento é
visto como sintoma do conflito e o seu
tratamento consiste na eliminação da
causa subjacente do conflito.
Modificação de comportamento
Os comportamentos desajustados ou
não são todos aprendidos, a sua
modificação é alcançada na
especificação dos comportamentos
que devem ser mudados oferecendo-
se reforço diferencial para
estabelecer os comportamentos
desejados.
 Ecológica
Os problemas humanos são resultado
de interacções inadequadas da
criança com o
ambiente8família,irma~so,professore
s,crianças,coetãneos,subgrupos
culturais); o tratamento consiste na
modificação dos elementos da
ecologia,inclusive o ambiente da
própria criança.
 Cont.
Estas estratégias são condicionadas pelas
habilidades do educador para ensinar a
criança e controlar os comportamentos
impulsivos ou indesejados,ensinando-a
para o auto-controle dos sesus problemas
de comportamento,superando o
desamparo aprendido para tomar decisões
de valor,modificando, assim, o
comportamento.
 Conclusão
O educador deve assumir perante os
pais o papel de alguém interessado
na criança e que precisa de ajuda
deles e, que está disponível para os
ajudar na procura de respostas e
soluções para as dificuldades
partilhadas por todos no viver com a
criança.
 Cont.
A troca de impressões entre o educador e os pais
é indispensável e permite-lhes rever a situação
e as suas próprias atitudes,tornando-se mais
crítica e consciente.
Porque todas as crianças manifestam
comportamento agressivo e anti-
social,comportamento de medo em algum
período das suas vidas; qualquer fronteira entre
crianças”normais” e crianças com problemas de
comportamento é difícil de ser traçada .
 Cont.
Por esta razão, a diferença nas crianças identificadas
como especialmente problemáticas está na
frequência,intensidade e adequação á situação e ao
problema.
É aconselhavel que se leve este tipo de crianças aos
grupos e locais de convivência pública,clubes
desportivos,associações de jovens para aprenderem
regras e a interagirem com regras indispensáveis
para viver em sociedade.
Estas observações podem servir de estratégias que o
profissional de educação utiliza, para que haja
sucesso no ensino e recuperação do perfil destas
crianças.