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Educação no Pensamento Freiriano: indignação,

esperança, sonho, transformação!


Prof. Dr. Marcelo Saturnino da Silva
Paulo, a leitura de tuas cartas pedagógicas
foi para mim como a imersão numa imensa
onda cósmica de ânimo, de esperança e do
sentimento de que vale a pena persistir na
luta.
Sinceramente há momentos em que a
desesperança e a depressão parecem
prevalecer. Mas, ao sentir-te e ao ouvir-te
inteiramente fiel até o fim na tua opção
irrevogável de lutar, denunciando e
anunciando com a veemência de sempre,
tais sentimentos se esvaem.

(Balduino A. Adreola. Carta prefácio)


O Princípio da Esperança
(Ernest Bloch (1885-1977)
• Não está dissociado do aqui e do agora, mas tem como fundamento uma recusa ao
aqui/agora – CRÍTICA DO PRESENTE;
• Duas concepções de Esperança:
• Idealista – Devaneio (não leva em consideração o presente)
• Concreta – Engajada na concretude do real, no chão da história (Dialeta);
• Não se trata de uma espera passiva, pois se expressa pela construção do “novo”, no
presente, a partir do passado e tendo como horizonte o futuro.
• Construção que exige a participação de sujeitos revolucionários.
• A esperança tem seu fundamento na insatisfação dos seres humanos, frente à sua condição
histórico-social (Capacidade de Indignar-se = sentimento de fúria ou desprezo, geralmente
provocado por algo considerado ofensivo, injusto ou incorreto)
• Não se educa sem a capacidade de se
indignar diante das injustiças".
(Alípio Casali)
• Educar para a indignação!
• Educar para a desnaturalização!
Condicionamento versus
Determinismos
• Condicionantes genéticos, culturais, sociais,
políticos etc.

• História como campo de possibilidade e o Futuro


como problemático e não inexorável.
• A educação, lembra-nos o educador
pernambucano, quando realizada na perspectiva
dos deserdados do mundo, tem como função
possibilitar e favorecer a inserção crítica dos
sujeitos no mundo; a capacidade de intervenção,
de criar alternativas para fazer frente aos
desafios colocados pelo fardo de nosso tempo
histórico e de nossa condição peculiar de
existência (FREIRE, 2000).
• Se projetar, se lançar para o futuro, é próprio do
ser humano, na condição de sujeito desejante
(RIOS, 2004). Mediante esse projeto, os homens
e as mulheres se inserem ativamente no mundo,
fazendo frente aos desafios e limites colocados
pelo conjunto das condicionalidades materiais e
políticas que os oprimem e restringem sua
liberdade e humanidade (CATÃO, 2001).
Esperança na Prática
Educativa
• Não é algo estranho;
• Não é uma questão subjetiva/individual (opção)
• [ESPERANÇA] É algo intrínseco a natureza desta prática
[EDUCAÇÃO], como forma de ação especificamente
humana.
• A matriz da esperança é a mesma da educabilidade do ser
humano: o inacabamento do ser de que tornou consciente
e que, sabendo-se inacabado, se insere no processo de
esperançosa busca. Este processo é a educação.
• Mas precisamente porque nos achamos
submetidos a um sem-número de limitações –
obstáculos difíceis de ser superados, influências
dominantes de concepções fatalistas da história
[projetos conservadores, autoritários] – nunca,
talvez, tenhamos tido mais necessidade de
sublinhar, na prática educativa, o sentido da
esperança do que hoje. Daí que, entre saberes
vários fundamentais à prática de educadores e
educadoras, não importa se progressista ou
conservadores, se salienta o seguinte: mudar é
difícil mas é possível.
• A intervenção no mundo é sempre marcada
pela esperança

• Educador Conservador:
• Intervém [na esperança] de conservar, de manter o
que está ai; a feiúra do mundo (Sonho)
• Educador Progressista
• Intervém [na esperança] para mudar; fazer o
mundo menos feio, mais humano, mais justo, mais
decente. (Sonho)
• FREIRE, Paulo. Pedagogia da indignação - cartas
pedagógicas e outros escritos. São Paulo: UNESP, 2000.
• VIEIRA, Antônio Rufino. Princípio esperança e a “herança
Referências intacta do Marxismo” em Ernest Bloch. Disponível em
INTRODUÇÃO (unicamp.br)

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