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PRINCÍPIOS DA PSICANÁLISE

Profº Esp. Daniel Santos


Sigmund Freud (1856 -
1939) 1856 (6 de maio): Nasce em Freiberg, na
Morávia, então parte do Império
Austríaco (atualmente Příbor, na
República Tcheca), como Sigismund
Schlomo Freud, filho de Jacob Freud, um
comerciante de lã, e Amalia Freud.

1860: A família muda-se para Viena, onde


Freud passaria a maior parte de sua vida.

1865-1873: Freud frequenta o


Leopoldstädter Kommunal-
Realgymnasium, uma escola secundária
em Viena, onde demonstra grande
habilidade acadêmica.
1873-1876: Freud estuda medicina na Universidade de Viena,
interessando-se particularmente pela neurologia.
FREUD
1877-1882: Freud trabalha no laboratório de Ernst Brücke,
BIOGRAFIA um fisiologista vienense, onde realiza pesquisas sobre o sistema
nervoso.

TRAJETÓRIA
1885: Freud viaja para Paris, onde estuda com Jean-Martin
ACADÊMICA E Charcot, um neurologista renomado conhecido por seu
trabalho com histeria e hipnose.
PROFISSIONAL
1886: Freud estabelece uma prática privada em Viena,
especializando-se em distúrbios nervosos e mentais.

1886: Casa-se com Martha Bernays, com quem teria seis


filhos.
Observações de Jean-Martin Charcot: Durante uma visita a Paris em 1885,
Freud estudou com Jean-Martin Charcot, um renomado neurologista que

HIPNOSE estava usando a hipnose para tratar pacientes com histeria. Freud ficou
impressionado com os efeitos terapêuticos da hipnose e as demonstrações de
Charcot sobre como certos sintomas histéricos podiam ser temporariamente
aliviados ou eliminados por meio da sugestão hipnótica.

Uso da Hipnose em Viena: Após retornar a Viena, Freud começou a utilizar


a hipnose em sua prática clínica para tratar pacientes com distúrbios mentais,
especialmente aqueles com sintomas de histeria. Ele experimentou diferentes
técnicas hipnóticas para acessar o material reprimido na mente dos pacientes
e aliviar seus sintomas.

Descobertas e Limitações: Embora Freud tenha alcançado alguns sucessos


terapêuticos com a hipnose, ele também encontrou limitações e problemas.
Ele percebeu que a hipnose nem sempre era eficaz para todos os pacientes e
que alguns pacientes apresentavam resistência à hipnose ou reagiam de
maneira inesperada. Além disso, ele se interessou cada vez mais pelos
processos mentais subjacentes aos sintomas histéricos.
O método catártico foi uma técnica terapêutica inicialmente
empregada por Freud e seu colega Josef Breuer, e foi discutido em
MÉTODO CATÁRTICO seu trabalho conjunto intitulado "Estudos sobre a Histeria" (1895).
Este trabalho foi a primeira grande exposição dos princípios da
psicanálise.

Referência:

● Freud, S., & Breuer, J. (1895). "Estudos sobre a Histeria."


Em "Obras Completas de Sigmund Freud - Edição
Standard Brasileira", vol. II. Imago Editora, 1996.

No método catártico, o paciente era encorajado a relembrar e


expressar livremente as emoções e memórias associadas a
experiências traumáticas do passado, especialmente aquelas que
eram fontes de sintomas histéricos. Acreditava-se que a expressão
emocional completa dessas experiências reprimidas levaria a uma
purgação (ou catarse) das emoções negativas associadas a elas,
aliviando assim os sintomas.
A técnica da associação livre é um dos pilares fundamentais da psicanálise, e foi
desenvolvida por Sigmund Freud como uma alternativa ao método catártico. Freud
introduziu essa técnica como parte central de sua prática clínica e teoria psicanalítica.

ASSOCIAÇÃO LIVRE Referência:

● Freud, S. (1900). "A Interpretação dos Sonhos." Em "Obras Completas de


Sigmund Freud - Edição Standard Brasileira", vol. IV e V. Imago Editora,
1996.

A associação livre envolve o paciente emitir qualquer pensamento, sentimento ou


imagem que venha à mente, sem censura ou julgamento, enquanto está em uma
posição relaxada e confortável durante a sessão de análise. O terapeuta então analisa
essas associações, buscando padrões, conexões e conteúdos reprimidos ou
inconscientes que possam emergir.

Através da associação livre, Freud acreditava que os pacientes poderiam acessar


livremente as camadas mais profundas do inconsciente, revelando desejos, fantasias,
traumas e conflitos psicológicos subjacentes que influenciam o comportamento e os
sintomas do paciente. A interpretação dessas associações era então usada para trazer à
consciência esses conteúdos inconscientes, permitindo ao paciente enfrentá-los,
compreendê-los e trabalhar na resolução de seus problemas psicológicos.

A associação livre continua sendo uma técnica essencial na prática psicanalítica até os
dias de hoje, sendo amplamente utilizada por psicanalistas em todo o mundo como
uma ferramenta central na exploração do inconsciente e na promoção do
autoconhecimento e crescimento pessoal.
Associação Livre:
● Na associação livre, o paciente é encorajado a expressar livremente qualquer
pensamento, sentimento ou imagem que venha à mente, sem censura ou

MÉTODO CATÁRTICO
direção por parte do terapeuta.
● O paciente está em uma posição relaxada e confortável durante a sessão de
análise.
● O terapeuta analisa as associações do paciente em busca de padrões, conexões
e conteúdos reprimidos ou inconscientes que possam emergir.
● O objetivo da associação livre é acessar livremente as camadas mais

X
profundas do inconsciente do paciente, permitindo que desejos, fantasias,
traumas e conflitos psicológicos subjacentes sejam revelados e trabalhados.
Método Catártico:
● No método catártico, o paciente é encorajado a relembrar e expressar
emocionalmente experiências traumáticas do passado, especialmente aquelas
que são fontes de sintomas histéricos, enquanto está em um estado de transe

ASSOCIAÇÃO LIVRE
hipnótico.
● A expressão emocional completa dessas experiências reprimidas leva a uma
purgação (ou catarse) das emoções negativas associadas a elas, aliviando
assim os sintomas.
● O método catártico envolve a recordação e revivência dessas experiências
traumáticas sob hipnose.
● O objetivo do método catártico é aliviar os sintomas histéricos por meio da
expressão emocional e da purgação das emoções negativas associadas a
experiências traumáticas.

Embora ambas as técnicas tenham como objetivo acessar e trabalhar com material reprimido ou
inconsciente, elas diferem em sua abordagem e metodologia. A associação livre é mais amplamente
utilizada na prática psicanalítica contemporânea, enquanto o método catártico foi uma abordagem
inicialmente empregada por Freud e seu colega Josef Breuer, mas posteriormente foi abandonado
em favor da associação livre e da interpretação dos sonhos.
Sigmund Freud desenvolveu a técnica da associação livre como parte de
sua teoria psicanalítica e prática clínica. Ele acreditava que muitos dos
problemas psicológicos das pessoas estavam enraizados em impulsos,
ASSOCIAÇÃO LIVRE desejos e memórias reprimidas, que poderiam se manifestar de várias
maneiras, como sintomas físicos ou mentais.

A associação livre é uma técnica na qual o paciente é solicitado a


expressar livremente qualquer pensamento, sentimento ou imagem que
venha à mente, sem censura ou filtro consciente. O objetivo é permitir que
o inconsciente do paciente se manifeste, revelando assim material que
possa estar subjacente aos problemas que estão sendo tratados.

Freud desenvolveu essa técnica como parte do processo de psicanálise,


que ele fundou. Ele acreditava que permitir que os pacientes se
expressassem livremente sem inibições conscientes poderia revelar
conteúdos inconscientes, como desejos reprimidos, traumas não
resolvidos e complexos emocionais, que poderiam então ser explorados e
trabalhados durante o processo terapêutico.

A associação livre nasceu da experiência clínica de Freud ao trabalhar


com pacientes que apresentavam sintomas de histeria, neurose obsessiva e
outros distúrbios psicológicos. Ele observou que, ao permitir que os
pacientes falassem livremente, sem restrições ou direcionamentos
específicos, eles frequentemente revelavam associações surpreendentes e
significativas que podiam ser relacionadas aos seus conflitos internos e
experiências passadas.
Segundo a Psicologia em Geral:

PERSONALIDADE A personalidade na psicologia contemporânea é


frequentemente definida como um conjunto de traços estáveis
e características psicológicas que influenciam como uma
pessoa pensa, sente e se comporta.

Esses traços e características são estudados através de


diferentes abordagens teóricas, incluindo a teoria dos traços, a
teoria humanista, a teoria comportamental, entre outras.

A personalidade é vista como influenciada por uma


combinação de fatores genéticos e ambientais, incluindo
experiências de vida, cultura, aprendizado e influências
sociais.

Segundo Freud e a Psicanálise:

Para Freud, a personalidade é composta por três estruturas


fundamentais: o id, o ego e o superego. Essas três instâncias da
mente interagem constantemente para moldar o
comportamento humano.
Fatores Genéticos: A herança genética desempenha um papel importante na formação
da personalidade. Estudos de gêmeos e famílias mostraram que traços de
personalidade como extroversão, neuroticismo e resiliência têm uma base genética.

PERSONALIDADE Ambiente Familiar: A dinâmica familiar, os padrões de criação, o estilo parental e os


relacionamentos familiares têm um impacto significativo na formação da

E SUAS INFLUÊNCIAS personalidade. Por exemplo, um ambiente familiar que fornece apoio emocional,
segurança e estímulo intelectual tende a promover o desenvolvimento de uma
personalidade saudável.

Experiências de Vida: Experiências vivenciadas ao longo da vida, como eventos


traumáticos, sucessos, fracassos e relacionamentos interpessoais, moldam a
personalidade. Por exemplo, traumas na infância podem resultar em problemas de
apego e desenvolvimento de transtornos de personalidade.

Cultura e Sociedade: Normas culturais, valores sociais, crenças religiosas e


expectativas sociais também influenciam a formação da personalidade. Por exemplo,
culturas que valorizam a independência e a individualidade podem produzir
personalidades mais voltadas para a autonomia, enquanto culturas que enfatizam o
coletivismo podem promover características de interdependência.

Eventos Críticos de Desenvolvimento: Certos estágios do desenvolvimento, como a


infância e a adolescência, são especialmente críticos para a formação da
personalidade. Eventos significativos durante esses períodos, como a separação dos
pais, o bullying na escola, ou a busca por identidade, podem deixar uma marca
duradoura na personalidade.
A psicanálise teve uma influência significativa na compreensão da
formação da personalidade. Desde os primeiros trabalhos de Sigmund
Freud até as teorias desenvolvidas por seus seguidores e outros
FORMAÇÃO E psicanalistas, a psicanálise oferece uma perspectiva única sobre como a
personalidade se desenvolve e é moldada ao longo da vida de um
indivíduo.
INFLUÊNCIAS EM
1. Estrutura da Personalidade:
NOSSAS A psicanálise descreve a personalidade como sendo composta por três
estruturas distintas, conforme proposto por Freud: o Id, o Ego e o
PERSONALIDADES Superego. Cada uma dessas instâncias psíquicas desempenha um papel
específico na personalidade e influencia o comportamento e os processos
mentais de maneiras diferentes. O Id representa os instintos e impulsos
básicos, o Ego é responsável pelo equilíbrio entre os desejos do Id e as
demandas da realidade, enquanto o Superego é a parte moral da
personalidade, internalizando normas e valores sociais.

2. Desenvolvimento Psicossexual:
A teoria do desenvolvimento psicossexual de Freud sugere que a
personalidade é moldada pelas experiências ao longo das diferentes fases
do desenvolvimento infantil, cada uma das quais está associada a uma zona
erógena específica e a conflitos psicológicos distintos. Segundo Freud, o
sucesso ou fracasso na resolução desses conflitos influencia a
personalidade adulta.
3. Mecanismos de Defesa:
A psicanálise descreve uma variedade de mecanismos de defesa que as pessoas usam

FORMAÇÃO E
para lidar com conflitos psicológicos e proteger o ego do sofrimento emocional. Esses
mecanismos, como a repressão, negação, projeção e sublimação, moldam a maneira
como percebemos a nós mesmos e ao mundo ao nosso redor, influenciando assim

INFLUÊNCIAS EM nossa personalidade.

NOSSAS 4. Transferência e Relacionamentos Interpessoais:


A psicanálise destaca a importância dos relacionamentos interpessoais, especialmente

PERSONALIDADES na transferência, onde padrões emocionais e conflitos não resolvidos do passado são
transferidos para as interações presentes. Essas dinâmicas podem influenciar
profundamente a forma como nos relacionamos com os outros e como percebemos a
nós mesmos.

5. Conflitos Inconscientes:
A psicanálise enfatiza que grande parte do funcionamento mental ocorre no nível
inconsciente, onde desejos, impulsos e conflitos muitas vezes estão fora da
consciência. Esses conflitos inconscientes podem influenciar nossas escolhas,
comportamentos e relacionamentos de maneiras sutis, contribuindo para a formação
da personalidade.

Em resumo, a psicanálise oferece uma visão abrangente e dinâmica da formação da


personalidade, destacando a interação complexa entre aspectos biológicos,
psicológicos e sociais na construção da identidade de um indivíduo.
PSICANÁLISE "A psicanálise é uma teoria da mente humana, um método de

investigação da mente e uma forma de tratamento para distúrbios

psicológicos, baseados na compreensão dos processos inconscientes,

dos conflitos psíquicos e do desenvolvimento da personalidade."

Referência:

● Gabbard, G. O. (2014). "Psicanálise: História, teoria e


prática". Porto Alegre: Artmed.

Esta definição resume os principais aspectos da psicanálise, incluindo

sua base teórica na compreensão dos processos inconscientes, sua

metodologia de investigação da mente humana e seu uso clínico como

forma de tratamento para uma variedade de problemas psicológicos.


Publicação: "A Interpretação dos Sonhos", publicada em 1899, é
considerada uma das obras mais importantes de Freud. Nela, ele apresenta
sua teoria dos sonhos e descreve detalhadamente sua abordagem para
interpretá-los.
Interpretação dos sonhos Teoria dos Sonhos: No livro, Freud introduz conceitos-chave, como o
conteúdo manifesto (o conteúdo aparente do sonho) e o conteúdo latente
(o verdadeiro significado do sonho), e discute o papel dos sonhos na
realização dos desejos reprimidos e na expressão dos conflitos
inconscientes.

Métodos Interpretativos: Freud também fornece métodos e técnicas para


interpretar os sonhos, incluindo a associação livre, a análise dos
elementos simbólicos e a atenção aos processos de censura e condensação
presentes nos sonhos.

Impacto na Psicanálise: "A Interpretação dos Sonhos" teve um grande


impacto no campo da psicanálise, estabelecendo os fundamentos teóricos
para a compreensão dos processos inconscientes e influenciando o
desenvolvimento de abordagens terapêuticas para acessar e trabalhar com
o inconsciente.
Interpretação dos A descoberta dos sonhos e a publicação de "A
Interpretação dos Sonhos" foram marcos
sonhos importantes no desenvolvimento da psicanálise,
proporcionando uma compreensão mais profunda
dos processos mentais inconscientes e introduzindo
técnicas interpretativas que ainda são amplamente
utilizadas na prática clínica.
❏ A descoberta da sexualidade infantil foi um dos
conceitos mais revolucionários introduzidos por
SEXUALIDADE Sigmund Freud na teoria psicanalítica e teve um
impacto significativo na época em que foi
INFANTIL proposta.

❏ Freud argumentou que a sexualidade é uma parte


fundamental do desenvolvimento humano desde
a infância até a vida adulta. Ele observou que as
crianças passam por estágios de
desenvolvimento sexual, começando com a fase
oral, seguida pela fase anal e depois pela fase
fálica, antes de entrar na fase de latência e,
finalmente, na fase genital na puberdade. Freud
enfatizou que esses estágios sexuais não se
referem apenas à atividade sexual adulta, mas
sim a uma ampla gama de atividades e interesses
que envolvem prazer físico.
❏ Essa descoberta da sexualidade infantil teve um impacto
significativo na época em que foi apresentada por Freud, pois
desafiou as concepções convencionais da sexualidade humana e da
SEXUALIDADE infância. Na sociedade vitoriana em que Freud viveu, a
sexualidade infantil era um tema tabu, e a ideia de que as crianças
tinham impulsos sexuais e fantasias era amplamente rejeitada.
INFANTIL
❏ A introdução dessa ideia provocou controvérsia e resistência por
parte de muitos de seus contemporâneos, que consideravam suas
teorias perturbadoras e até mesmo perigosas. No entanto, ao longo
do tempo, a compreensão da sexualidade infantil ganhou aceitação
gradual à medida que os conceitos psicanalíticos se tornaram mais
amplamente reconhecidos e estudados.

❏ A descoberta da sexualidade infantil teve um impacto duradouro


na psicologia e na compreensão da infância e do desenvolvimento
humano, influenciando não apenas a psicanálise, mas também
campos como a psicologia do desenvolvimento, a psicologia
clínica e a educação infantil. Ela levou a uma nova maneira de
pensar sobre o desenvolvimento infantil e a importância de
considerar o papel da sexualidade na formação da personalidade e
do comportamento humano.

1ª TÓPICA A primeira tópica é uma das teorias fundamentais
propostas por Sigmund Freud na psicanálise, que
descreve a estrutura da mente humana em três sistemas: o
consciente, o pré-consciente e o inconsciente.
❏ CONSCIENTE

❏ PRÉ-CONSCIENTE
❏ Essa teoria foi uma descoberta revolucionária de Freud,
pois destacou a importância do inconsciente na
❏ INCONSCIENTE psicologia humana e influenciou profundamente a
compreensão moderna da mente e do comportamento. A
primeira tópica fornecia uma estrutura para entender
como os processos mentais ocorrem e como os conflitos
internos podem afetar o comportamento humano.
❏ CONSCIENTE Acesso Direto: O consciente representa a parte da mente à qual temos acesso
direto e imediato. São as experiências e pensamentos que podemos perceber
claramente sem a necessidade de esforço adicional.

Pensamentos Conscientes: Inclui pensamentos e ideias que estamos


ativamente cientes, bem como sentimentos e emoções que experimentamos
no momento presente.

Percepções Sensoriais: As percepções sensoriais, como visão, audição, tato,


olfato e paladar, contribuem para o conteúdo do consciente, uma vez que são
experiências imediatas que podemos perceber conscientemente.

Função Adaptativa: O consciente desempenha uma função adaptativa


importante, permitindo-nos interagir com o ambiente e tomar decisões com
base em informações disponíveis no momento presente.

Limitações do Consciente: Apesar de ser a parte mais acessível da mente, o


consciente tem suas limitações. Não somos conscientes de todos os processos
mentais que ocorrem dentro de nós, e muitos aspectos da mente permanecem
fora de nossa consciência, no inconsciente e no pré-consciente.
Acesso à Consciência: O pré-consciente é composto por pensamentos, memórias e
conhecimentos que não estão atualmente em nossa consciência, mas que podem ser
trazidos à tona com um esforço mínimo. É como uma zona intermediária entre o

❏ PRÉ-CONSCIENTE
consciente e o inconsciente.

Facilidade de Acesso: Ao contrario do conteúdo inconsciente, que está fora da


consciência e muitas vezes é difícil de acessar, o conteúdo pré-consciente está mais
acessível à mente consciente. Essas informações podem ser trazidas à tona com facilidade
quando necessário, através de processos como associação de ideias ou lembrete direto.

Conteúdo do Pré-Consciente: O conteúdo pré-consciente inclui uma variedade de


pensamentos, memórias e conhecimentos que não estão atualmente em nossa consciência,
mas que podem se tornar conscientes quando são trazidos à tona. Isso pode incluir
memórias recentes, planos futuros, informações aprendidas e outras experiências que não
estão no momento presente.

Função Adaptativa: O conteúdo pré-consciente desempenha uma função adaptativa


importante, permitindo-nos manter uma consciência flexível e adaptável do ambiente e
das demandas da vida diária. Ele serve como uma espécie de reserva de informações
prontamente disponíveis para uso consciente quando necessário.

Relação com a Terapia Psicanalítica: Na terapia psicanalítica, o terapeuta pode trabalhar


com o paciente para explorar e trazer à consciência conteúdos pré-conscientes que podem
estar influenciando o comportamento, os sentimentos e os padrões de pensamento do
paciente. Isso pode envolver o processo de livre associação, no qual o paciente é
encorajado a expressar livremente seus pensamentos, permitindo que conteúdos pré-
conscientes e inconscientes se tornem conscientes.
Inacessibilidade Consciente: O conteúdo do inconsciente não está disponível para a
consciência do indivíduo de forma direta. São pensamentos e sentimentos dos quais não

❏ INCONSCIENTE estamos cientes em nossa vida diária, mas que ainda assim influenciam significativamente nosso
comportamento e experiências.

Conteúdo Reprimido: O inconsciente contém conteúdos mentais que foram reprimidos da


consciência devido a serem considerados ameaçadores, dolorosos ou socialmente inaceitáveis.
Isso pode incluir traumas, desejos proibidos, impulsos agressivos, fantasias sexuais e memórias
perturbadoras.

Mecanismos de Defesa: Para lidar com os conteúdos inconscientes que são considerados
intoleráveis, a mente emprega uma série de mecanismos de defesa, como repressão, negação,
projeção, racionalização e outros. Esses mecanismos atuam para proteger a consciência do
indivíduo contra a ansiedade e o desconforto associados aos conteúdos inconscientes.

Influência no Comportamento: Embora o indivíduo não esteja ciente do conteúdo do


inconsciente, ele continua a influenciar o comportamento, as escolhas e as experiências do
indivíduo. Por exemplo, um trauma infantil reprimido pode se manifestar em sintomas
psicológicos ou físicos na vida adulta, sem que a pessoa compreenda plenamente a causa
subjacente.

Exploração na Terapia: Na terapia psicanalítica, uma parte importante do trabalho é explorar e


trazer à consciência os conteúdos do inconsciente. Isso é feito através de técnicas como a livre
associação, sonhos, lapsos freudianos (atos falhos) e interpretação. Ao trazer à tona os
conteúdos inconscientes, o terapeuta e o paciente podem investigar os conflitos subjacentes,
compreender padrões repetitivos de comportamento e promover a cura e o crescimento pessoal.
O inconsciente é a parte mais profunda e
❏ INCONSCIENTE obscurecida da mente. Ele contém
pensamentos, desejos, impulsos e
memórias reprimidas que estão fora do
alcance da consciência imediata. Freud
acreditava que muitos dos nossos
comportamentos, emoções e padrões de
pensamento são influenciados por
processos inconscientes.

Esses conteúdos podem incluir desejos


reprimidos, traumas não resolvidos,
complexos, e outras experiências
emocionais que foram suprimidas da
consciência devido à sua natureza
perturbadora ou conflituosa.
Freud chegou a essas concepções
observando seus pacientes e suas
❏ INCONSCIENTE experiências clínicas ao longo do
tempo. Ele percebeu que muitas das
aflições mentais e problemas
emocionais de seus pacientes não
podiam ser explicados apenas pelos
eventos conscientes ou pelas
experiências vividas no presente.
Assim, ele desenvolveu a ideia de que
havia processos mentais inconscientes
em jogo, moldando o comportamento
e as experiências conscientes das
pessoas.
Sonhos: Freud considerava os sonhos como a "via real para o inconsciente". Ele argumentava
que os sonhos são manifestações do inconsciente durante o sono, nos quais desejos reprimidos,
conflitos emocionais e material inconsciente são expressos de forma disfarçada. A interpretação
dos sonhos é uma técnica fundamental na psicanálise para acessar o inconsciente e compreender
os processos mentais subjacentes.

Atos Falhos: Os atos falhos são lapsos de memória, deslizes na fala ou em ações que revelam
conteúdos inconscientes. Por exemplo, trocar palavras, esquecer compromissos importantes ou
cometer erros aparentemente sem motivo podem ser formas pelas quais o inconsciente se
manifesta na vida cotidiana. Freud acreditava que esses atos falhos não eram acidentais, mas sim
expressões de desejos ou conflitos reprimidos.

Chistes (ou Piadas): Os chistes são formas de expressão humorística que também têm raízes no
inconsciente. Freud argumentava que o humor permite que as pessoas expressem impulsos e
desejos socialmente inaceitáveis de forma disfarçada e aceitável. Ao analisar os chistes, é
possível identificar os conteúdos inconscientes que estão sendo expressos de maneira
disfarçada.

Lapsos (ou Atos Falhos): Assim como os atos falhos, os lapsos são erros ou deslizes que
ocorrem na fala, na memória ou na ação e que revelam conteúdos inconscientes. Por exemplo,
esquecer o nome de alguém, cometer erros de digitação, fazer um deslize na fala ou em uma
ação podem ser manifestações de impulsos ou desejos reprimidos que estão tentando se
expressar.

Sintomas: Os sintomas são manifestações físicas ou psicológicas de conflitos internos e desejos


reprimidos. Na psicanálise, os sintomas são vistos como expressões simbólicas de conteúdos
inconscientes e podem incluir ansiedade, fobias, obsessões, compulsões, dores físicas sem causa
orgânica aparente, entre outros. O trabalho terapêutico visa explorar e compreender os
significados subjacentes aos sintomas.
PULSÃO DE VIDA O que é a Pulsão de Vida (Eros)?
( EROS) A pulsão de vida, em termos gerais, refere-se à
energia psíquica orientada para a busca do prazer,
sobrevivência e preservação da vida. Ela representa
a força que impulsiona os indivíduos a buscarem a
satisfação de suas necessidades básicas, bem como
a conectarem-se com os outros e com o mundo ao
seu redor. Freud descreveu a pulsão de vida como
um princípio fundamental que busca unificar, criar
laços e preservar a vida.
COMO FREUD DESCOBRIU A Freud desenvolveu sua teoria das pulsões ao
PULSÃO DE VIDA longo de suas observações clínicas e teóricas.
Ele notou que os comportamentos humanos e
os fenômenos mentais não podiam ser
explicados apenas por fatores biológicos ou
sociais, mas envolviam impulsos e energias
internas. Freud começou a explorar a
natureza desses impulsos, levando-o a
desenvolver a teoria das pulsões, que incluía
tanto a pulsão de vida (Eros) quanto a pulsão
de morte (Thanatos).
COMO FUNCIONA PULSÃO
A pulsão de vida opera de acordo com o princípio do
DE VIDA? prazer, buscando evitar o desconforto e buscar o prazer
imediato. Ela se manifesta em uma variedade de
formas, incluindo:

Sexualidade: A sexualidade é uma expressão


importante da pulsão de vida. Ela envolve a
busca de prazer e a união com outros indivíduos.
Desejo de Autoconservação: O impulso de
sobrevivência e autoconservação, incluindo a
busca por alimentos, água e abrigo, é uma
manifestação da pulsão de vida.
Laços Sociais: A necessidade de conexão e
relacionamentos interpessoais também é uma
expressão da pulsão de vida. Os laços sociais e
afetivos ajudam na preservação da vida e na
busca de satisfação emocional.
COMO FUNCIONA PULSÃO ● Sexualidade: O desejo sexual e a busca por
intimidade romântica são exemplos claros da
DE VIDA?
pulsão de vida em ação. O impulso de se
conectar com um parceiro sexual e experimentar
prazer é uma manifestação direta da pulsão de
vida.
● Instinto Maternal: O instinto maternal, onde as
mães cuidam e protegem seus filhos, é outro
exemplo da pulsão de vida. O desejo de
preservar e nutrir a vida de outra pessoa é uma
expressão fundamental dessa energia psíquica.
● Relacionamentos Sociais: A formação de
amizades e relacionamentos sociais também
pode ser vista como uma expressão da pulsão de
vida. O desejo de se conectar e interagir com os
outros é uma parte importante da experiência
humana e reflete a busca pela satisfação e pelo
prazer.
A pulsão de morte, em termos gerais,
PULSÃO DE MORTE refere-se à energia psíquica voltada para a
destruição, desintegração e retorno ao
( THANATOS)
estado inorgânico.

Freud postulou a existência desse impulso


oposto à pulsão de vida (Eros), sugerindo
que os seres humanos têm uma tendência
intrínseca para a autodestruição e para a
busca da não-existência. A pulsão de morte
é considerada uma força disruptiva que
opera em oposição à vida e à busca de
prazer.
COMO FREUD Freud começou a desenvolver sua teoria da
DESCOBRIU A pulsão de morte em seu trabalho posterior,
particularmente em "Além do Princípio do
PULSÃO DE MORTE Prazer" (1920). Ele estava intrigado com
fenômenos como o comportamento
autodestrutivo, a repetição de traumas e a
agressão destrutiva, que não podiam ser
explicados apenas pela pulsão de vida. Freud
sugeriu que, assim como os organismos vivos
buscam a satisfação e a preservação da vida
(Eros), também há uma tendência inata para a
desintegração e a morte.
CARACTERÍSTICAS Destruição e Agressão: A pulsão de morte se

DA PULSÃO DE manifesta em impulsos destrutivos e agressivos,


direcionados tanto para dentro (autodestruição) quanto
MORTE para fora (agressão contra os outros).

Compulsão à Repetição: Freud observou que a pulsão


de morte está relacionada à compulsão à repetição,
onde os indivíduos repetem padrões de comportamento
autodestrutivo ou eventos traumáticos sem
necessariamente buscar prazer.

Conflito com a Pulsão de Vida: A pulsão de morte


está em constante tensão com a pulsão de vida (Eros).
Esse conflito dinâmico entre os impulsos opostos é
uma fonte de conflitos psíquicos e de desenvolvimento
humano.
CARACTERÍSTICAS Comportamento Autodestrutivo: Exemplos de
DA PULSÃO DE comportamento autodestrutivo, como automutilação,
abuso de substâncias e comportamentos de risco,
MORTE podem ser vistos como expressões da pulsão de
morte.

Agressão Destrutiva: Atos de violência extrema,


guerra e genocídio são exemplos de manifestações da
pulsão de morte direcionada para fora, onde a
agressão é voltada para a destruição de outros seres
humanos.

Repetição de Traumas: Indivíduos que


repetidamente se envolvem em relacionamentos
abusivos ou revivem eventos traumáticos do passado
podem estar expressando a compulsão à repetição
associada à pulsão de morte.

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