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Ações de Família

Profº Me.Ruy Alves Henriques Filho


A família no ordenamento jurídico brasileiro
“A família é afirmada como base da sociedade e tem especial proteção do
Estado, mediante assistência na pessoa de cada um dos que integram e
criação de mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações.
Não é mais só pelo casamento que se constitui ‘entidade familiar’.
Entende-se também como tal a comunidade formada por qualquer dos
pais e seus descendentes e, para efeito da proteção do Estado, também a
união estável entre homem e mulher, cumprindo à lei facilitar sua
conversão em casamento”

(José Afonso da Silva)


As ações de família
Os arts. 1511 até 1783 do Código Civil estabelecem as normas que compõe o direito de família

De modo amplo, as ações de família contemplam ações de anulação e declaratória de nulidade


do casamento, divórcio e separação, litígios sobre filiação, partilha de bens, dentre outras.

De modo mais restritivo, o art. 693 do Novo CPC fixou como ações de família, as relativas aos
processos contencioso de divórcio, separação, reconhecimento e extinção de união estável,
guarda, visitação e filiação, com procedimento específico.
Art. 693. As normas deste Capítulo aplicam-se aos processos contenciosos de
divórcio, separação, reconhecimento e extinção de união estável, guarda, visitação e
filiação.

Parágrafo único. A ação de alimentos e a que versar sobre interesse de criança


ou de adolescente observarão o procedimento previsto em legislação específica,
aplicando-se, no que couber, as disposições deste Capítulo.
O rol fixado neste artigo não é taxativo, podendo inserir-se outras ações
contenciosas envolvendo direito de família.

Frise-se que referido procedimento limita-se às ações contenciosas, cabendo aos


procedimentos de jurisdição voluntária a solução de situações não conflituosas.

A ação de alimentos e as que versarem sobre interesse de criança ou de


adolescente observarão o procedimento previsto em legislação específica

A competência é em regra do Juízo de Família da localidade, podendo ser da Vara


Cível quando não existente vara especializada na localidade: justiça estadual.
Procedimento peculiar
Em razão das peculiaridades do direito material tutelado, o procedimento é específico, com
normas processuais específicas:

Exigência do segredo de justiça (art. 189, II).

Dever de depor sobre determinados fatos (art. 388, § único).

Priorização da conciliação e mediação, inclusive com a determinação de “realização de tantas


audiências quantas sejam necessárias para viabilizar a solução consensual” e “todos os esforços
serão empreendidos para a solução consensual” (art. 696).
Aporte interdisciplinar: o novo código permite que o processo seja suspenso a
requerimento das partes, enquanto os litigantes se submetem a mediação
extrajudicial ou atendimento multidisciplinar (art. 694, § único)

Prevenção à alienação parental (art. 699).


Procedimento
1ª possibilidade
Citado o réu Pugna-se pela suspensão do processo para
(prazo de 15 fins do art. 694, § único: tentativa de
dias), abrem-se 5 conciliação e atendimento multidisciplinar
Ajuizamento
possibilidades
da Petição
Inicial

Tentativa de mediação
extrajudicial infrutífera
A mediação extrajudicial
Juízo de é positiva
admissibilidade e
designação de Adoção do
audiência de procedimento
conciliação comum
extrajudicial e Sentença homologatória
citação do réu
Sentença
Citado Decreto de Adoção do
pessoalmente e revelia e procedimento Sentença
não comparece à imposição de comum (art. 337 (art. 366)
audiência multa (art. 334, § e 358)
8º)
e
ad
i li d
si b

Citado por edital Intimação da Adoção do


os
p

e não comparece Defensoria procedimento


à audiência Pública comum (art. 335)


Citado o réu .
p os

Sentença
(prazo de 15
dias), abrem-se 5
possibilidades Ingressa no
Adoção do procedimento comum (art.
processo e oferta

347)
po contestação
5ª s.
p os
si bi l
i da Adoção procedimento
de Não há acordo
comum
Comparece à
audiência
Sentença
Realiza-se acordo
homologatória
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Art. 693. As normas deste Capítulo aplicam-se aos processos contenciosos de divórcio,
separação, reconhecimento e extinção de união estável, guarda, visitação e filiação.
Parágrafo único. A ação de alimentos e a que versar sobre interesse de criança ou de
adolescente observarão o procedimento previsto em legislação específica, aplicando-se, no que
couber, as disposições deste Capítulo.

Art. 694. Nas ações de família, todos os esforços serão empreendidos para a solução
consensual da controvérsia, devendo o juiz dispor do auxílio de profissionais de outras áreas de
conhecimento para a mediação e conciliação.
Parágrafo único. A requerimento das partes, o juiz pode determinar a suspensão do processo
enquanto os litigantes se submetem a mediação extrajudicial ou a atendimento multidisciplinar.
Art. 695. Recebida a petição inicial e, se for o caso, tomadas as providências referentes à tutela provisória,
o juiz ordenará a citação do réu para comparecer à audiência de mediação e conciliação, observado o
disposto no art. 694.
§ 1o O mandado de citação conterá apenas os dados necessários à audiência e deverá estar
desacompanhado de cópia da petição inicial, assegurado ao réu o direito de examinar seu conteúdo a
qualquer tempo.
§ 2o A citação ocorrerá com antecedência mínima de 15 (quinze) dias da data designada para a audiência.
§ 3o A citação será feita na pessoa do réu.
§ 4o Na audiência, as partes deverão estar acompanhadas de seus advogados ou de defensores públicos.

Art. 696. A audiência de mediação e conciliação poderá dividir-se em tantas sessões quantas sejam
necessárias para viabilizar a solução consensual, sem prejuízo de providências jurisdicionais para evitar o
perecimento do direito.

Art. 697. Não realizado o acordo, passarão a incidir, a partir de então, as normas do procedimento
comum, observado o art. 335.
Art. 698. Nas ações de família, o Ministério Público somente intervirá quando houver
interesse de incapaz e deverá ser ouvido previamente à homologação de acordo.

Art. 699. Quando o processo envolver discussão sobre fato relacionado a abuso ou a
alienação parental, o juiz, ao tomar o depoimento do incapaz, deverá estar acompanhado
por especialista.

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