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M. de Investig. Cienti Fica-F
M. de Investig. Cienti Fica-F
INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA
ISCED
Docente: João Muhanda
2022/2023
OBJECTIVOS DUMA UNIVERSIDADE
• 1. ENSINO: OFERECER NOVOS CONHECIMENTOS
• 2. PESQUISA: Aprofundar, inovar, mudar,
desenvolver
• 3. EXTENSÃO
FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
• Lei nº- 17/16 no seu artigo 61 diz o seguinte:
“O subsistema de Ensino Superior é o conjunto
integrado e diversificado de órgãos, instituições,
disposições e recursos que visam a formação de
quadros e técnicos de alto nível, a promoção e a
realização da investigação científica e da
extensão universitária com o desenvolvimento
do país, assegurando-lhes uma sólida preparação
científica, técnica, cultural e humana”.
FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
• 1º- artigo da Declaração Mundial sobre a
educação Superior no século XXI: Visão e
acção (1998), que proclama, de entre as várias
missões e funções da educação superior, “a
missão de educar, formar e realizar pesquisas”,
enfatizando ainda na alínea c do mesmo artigo
a missão de “promover, gerar e difundir
conhecimentos por meio da pesquisa (…)” (o
grifo é nosso).
DEFINIÇÃO
• É a ciência que estuda as regras , os princípios
e os procedimentos conducentes à realização
dum trabalho científico.
• Trabalho científico é a elaboração sistemática
de um tema com base em normas e regras,
com o objectivo de fazer emergir alguma
novidade no âmbito da ciência.
ESCOLHA DE UM TEMA
CRITÉRIOS PARA ESCOLHER UM TEMA
Tempo
1. Suficientemente delimitadoEspaço
Conteúdos
CRITÉRIOS PARA A ESCOLHA DO TEMA
• 5. Factível
Objectivo (Fontes, instrumentos
adequados…)
ONDE TIRAR O TEMA
• Nas experiências e leituras pessoais
• Nas sugestões e indicações dadas pelos
professores
• Nos argumentos identificados ou examinados
nos trabalhos individuais ou de grupo
• Nos seminários…
COMO FAZER A ESCOLHA DO TEMA
• Ver o tipo de argumento em que sente atraído
e capaz
• Identificar um sector ou área de pesquisa que
tenha uma relação com a própria preparação
cultural e eventual especialização
• Aprofundar os conhecimentos sobre o
argumento (leitura das enciclopédias
científicas, dicionários científicos,
monografias…
COMO FAZER A ESCOLHA DO TEMA
• Estas leituras especializadas permitirão passar
de um argumento de interesse geral para uma
primeira identificação dos problemas e temas
particulares.
• O conselho dos peritos e do tutor será útil
para oferecer sugestões, aclarar pontos
obscuros e abrir novos espirais para a escolha
de um tema preciso, relevante, original,
interessante e factível.
PESQUISA BIBLIOGRÁFICA INICIAL
• É a sistemática localização, identificação e
análise dos materiais que contêm a informação
fundamental sobre o problema ou tema que se
quer aprofundar.
OBJECTIVOS DA P.B.I.
ÞPrecisar e delimitar ainda melhor o tema
escolhido e os objectivos do trabalho;
ÞCompletar a visão de conjunto dos materiais e
subsídios disponíveis
OBJECTIVOS DA P.B.I.
ÞConhecer a situação da pesquisa sobre o
argumento que se quer estudar;
ÞChegar a uma primeira plausível articulação
geral do problema (esquema provisório) e
apresentação das hipóteses de trabalho.
• Determinados autores
preferem definir os tipos de
pesquisa ou investigação
desta forma:
TIPOS DE PESQUISA
De acordo Investigação
básica ou teórica
com os
objectivos da Investigação
aplicada
investigação
De acordo
com os meios
De acordo utilizados
com o nível de
conhecimento
Investigação Investigação
documental de campo
• Cadernos
• Bloco de notas
• CD-R, memória do PC…
• FICHAS BIBLIOGRÁFICAS
APELIDO Nome
Título
Lugar 7,5 cm
Casa editora
Ano Nº ed.
12,5 cm
Elementos Estruturais Básicos de um
Projecto de Investigação
Elementos Capa (identificação da instituição, título do trabalho, autor,
Pré- orientador(es), cidade, ano)
textuais Folha de rosto
índice
Elementos Introdução:
Textuais Apresentação do tema e da problemática a tratar e sua pertinência.
Contextualização do tema.
Justificativas (razões da escolha do tema).
1.Quadro de referência (Teórico ou conceptual)
Conceitos-chave
Pressupostos teóricos fundamentais
Perspectivas de análise
2.Problema e questão central da pesquisa
Perguntas científicas
Elementos Estruturais Básicos de um
Projecto de Investigação
Elementos 3. Objectivos da pesquisa:
Textuais Geral
Específicos
4. Hipótese e variáveis de estudo
5. Metodologia
Tipo de investigação
População e amostra
Métodos e instrumentos de colecta e análise dos dados
6. Esquema do trabalho
7. Cronograma de actividades (calendarização)
8. Orçamento
Elementos Bibliografia
Pós- Anexos/apêndices
textuais Terceira capa
Capa final
Lista de Verbos para construção de objectivos
gerais:
Título
• UMA REVISTA
• Nome APELIDO, Título do artigo, in «Nome da revista», nº (Ano) pág.
• Franco FERRANTE, Música e funções psíquicas, in «Orientações
Pedagógicas», 30 (1999) 621.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• UM JORNAL
• Nome APELIDO, Título do artigo, «Nome do Jornal» (Data) pág.
• José Alfredo MAIA, As epidemias que clamam soluções, «Jornal de Angola» (17.10.
2012) 8.
HIPÓTESES
• HIPÓTESE é uma afirmação formulada pelo
investigador sobre a realidade em exame que diz
respeito ao estado assumido por um factor ou
que exprime uma relação ou dependência entre
dois ou mais factores.
• Tal relação deve fazer referência a um contexto
espacial e temporalmente situado.
• Deve ser empiricamente controlável, isto é, deve
ser possível dizer se essa é verdadeira ou falsa na
base do confronto com os dados empíricos.
HIPÓTESE
• O que significa dizer que uma hipótese deve
ser empiricamente controlável?
• - Seja anunciada em forma assertiva, isto é, o
enunciado correspondente à hipótese deve
ser verdadeiro ou falso; deve ser uma
afirmação com valor de verdade.
• Ex: “Os rapazes da 5ª classe C”; não pode ser
uma hipótese porque não se pode dizer que o
enunciado seja verdadeiro ou falso;
HIPÓTESES
• Ex: “Os rapazes da 5ª C são indisciplinados?” – Não é
uma hipótese porque é uma pergunta e não uma
asserção.
• Ex. “Os rapazes da 5ª C são indisciplinados” – É uma
hipótese porque é uma afirmação que pode ser
demonstrada verdadeira ou falsa.
• Como acontece esta demonstração? Na pesquisa
empírica as afirmações não se demonstram verdadeiras
ou falsas na base de uma lógica argumentativa, mas
através de um conjunto de dados factuais recolhidos no
campo.
HIPÓTESES
• O que significa dizer que “os rapazes da 5ª C
são indisciplinados”? Qual é a definição a dar
ao termo “indisciplinados”? Como se distingue
um aluno “indisciplinado” de um não
“indisciplinado”?
• Isto serve para dar ao termo “indisciplinados”
uma definição que possibilite relevar os
factores e as propriedades dos sujeitos no
contexto concreto que é uma sala de aula.
HIPÓTESES
• DEFINIÇÃO OPERATIVA – É o acto de relevar
operações concretas que nos permitam passar de
um factor abstracto a uma série de
comportamentos observáveis que constituem
indicadores.
• O termo “indisciplina” é abstracto. Mas o que se
pode observar dum aluno indisciplinado?
• - Interrompe frequentemente e sem motivo as
aulas; perturba os colegas no decorrer das aulas;
não aceita as advertências do professor, etc.
HIPÓTESES
• Esses são os indicadores da indisciplina, ou seja, os
sinais empiricamente releváveis da presença do
factor abstracto “indisciplina” num dado sujeito.
• Entre o indicador e o conceito indicado existe,
portanto, uma relação semântica chamada relação
de indicação.
• O processo que se põe em acto na passagem dos
factores abstractos a factores empiricamente
releváveis chama-se operacionalização.
HIPÓTESES
• Em função do número de factores considerados
nas hipóteses, estas podem ser:
- Monovariadas (ou univariadas): se exprimem
assertos que envolvem apenas um
factor/variável. Ex: A turma da 5ª C é
indisciplinada;
- Bivariadas: se exprimem assertos que envolvem
dois factores/variáveis. Ex: Estudar sozinho ou em
grupo incide sobre o aproveitamento escolar.
HIPÓTESES
- Multivariadas: se exprimem assertos que
envolvem mais factores/variáveis. Ex: O
aproveitamento escolar no ensino médio
depende do número de horas de estudo, da
propensão em estudar em grupo, da atribuição
do sucesso a causas externas e da intenção de
frequentar a universidade.
HIPÓTESES
• As hipóteses bivariadas e multivariadas podem
ser:
- Relacionais: exprimem a existência de uma
relação entre dois ou mais factores. Ex: Existe
uma relação entre estudar sozinho ou em grupo
e o aproveitamento escolar.
- Causais: exprimem relações de causa-efeito entre
dois ou mais factores: Ex: Estudar em grupo é
causa de um melhor aproveitamento escolar;
HIPÓTESES
- Comparativas: exprimem igualdades ou
diferenças de um único factor em dois ou mais
grupos. Ex: O aproveitamento em matemática
dos alunos da 5ª C é melhor em relação ao
aproveitamento em matemática dos alunos da
5ª B.
HIPÓTESES
• As hipóteses bivariadas e multivariadas podem
exprimir:
- Relações unidireccionais: se é uma variável a influir
sobre a outra mas não vice-versa. Ex: Estudar
sozinho ou em grupo incide sobre o aproveitamento
escolástico.
- Relações bidireccionais: se as duas variáveis se
influenciam reciprocamente. Ex: As habilidades do
problem solving em matemática estão ligadas às
habilidades de problem solving em geometria.
HIPÓTESES
• E estas (bidireccionais) podem ser:
- Simétricas: se as variáveis se influenciam na
mesma medida (exemplo anterior).
- Assimétricas: se uma influencia a outra e a
outra influencia uma em menor medida. Ex: As
habilidades sociais incidem sobre a consideração
no grupo de pares; mas a consideração no grupo
de pares incide em medida muito inferior sobre
as habilidades sociais da pessoa.
IDENTIFICAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E
OPERACIONALIZAÇÃO DAS VARIÁVEIS
• Uma variável pode ser definida como qualquer
característica da realidade que pode tomar
dois ou mais valores mutuamente exclusivos.
• Dado que o processo de investigação consiste
numa série de operações, é necessário
converter as variáveis, consideradas em
abstracto ou na sua forma conceptual, em
formas operacionais.
IDENTIFICAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E
OPERACIONALIZAÇÃO DAS VARIÁVEIS
• Operacionalizar as variáveis significa formulá-
las numa forma observável e mensurável,
convertendo-as em «factores» disponíveis
para serem manipulados, controlados e
examinados.
• Em síntese, para melhor se esclarecer o
processo de identificação das variáveis, a sua
classificação e operacionalização, vejamos um
exemplo, para a seguinte hipótese:
IDENTIFICAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E
OPERACIONALIZAÇÃO DAS VARIÁVEIS
• «As crianças melhorarão substancialmente a sua
capacidade de expressão oral quando sujeitas a
actividades de leitura em voz alta de textos
significativos».
• a) Variável independente: «actividades de leitura»
• Operacionalização dos conceitos:
- «actividades de leitura» define-se por sessões de
leitura em voz alta a realizar pelos alunos que
manifestam dificuldades de verbalização de algumas
palavras.
IDENTIFICAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E
OPERACIONALIZAÇÃO DAS VARIÁVEIS
- «textos significativos» definem-se por textos que
incluem o tipo de palavras que as crianças
verbalizam deficientemente.
b) Variável dependente - «expressão oral».
Operacionalização dos conceitos:
- «melhorarão substancialmente» significa que as
crianças conseguirão pronunciar as palavras
correctamente, ultrapassando assim os
constrangimentos que as impediam de participarem
activamente nas aulas.
IDENTIFICAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E
OPERACIONALIZAÇÃO DAS VARIÁVEIS
- «expressão oral» define-se pela competência na
comunicação expressiva e domínio da linguagem,
sobretudo na verbalização das palavras.
• O tipo de variáveis mais comuns em investigação
são:
1. VARIÁVEL INDEPENDENTE: é a variável que numa
experiência é especificamente manipulada pelo
experimentador de modo a que os seus efeitos
possam ser observados na variável dependente,
como podemos constatar no seguinte exemplo:
IDENTIFICAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E
OPERACIONALIZAÇÃO DAS VARIÁVEIS
• «o que sucederá a Y se fizermos aumentar ou diminuir
X ? A variável independente será X na medida em que
através da sua manipulação , esta desencadeia um
«efeito» na variável dependente, ou seja, em Y.
2. VARIÁVEL DEPENDENTE: é a variável cujos valores são
em princípio o resultado de variações de uma ou mais
variáveis independentes e respectivas condições, ou seja,
resposta que reflecte os efeitos da variável independente
manipulada. Usando o exemplo anterior, face à
manipulação da variável independente X, a variação daí
resultante vai reflectir-se na variável dependente, ou
seja, Y.
IDENTIFICAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E
OPERACIONALIZAÇÃO DAS VARIÁVEIS
3. VARIÁVEL PARASITA (concorrente ou
moderadora): é considerada uma segunda
variável independente (variável independente
secundária). Ela deve merecer alguma atenção
por parte do investigador, determinando se a
sua existência pode afectar a relação entre a
variável independente essencial e as variáveis
dependentes.
IDENTIFICAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E
OPERACIONALIZAÇÃO DAS VARIÁVEIS
• Exemplo: Num estudo experimental, quando se
pretenda estabelecer uma relação causa/efeito
entre a frequência da rega de determinadas plantas
e o seu crescimento, há todo o interesse em garantir
que no processo de rega a água tenha a mesma
proveniência. Caso assim não seja, o investigador
introduz uma variável parasita, dado que não será
indiferente para o estudo, por exemplo, água
proveniente da chuva e água proveniente de
sistemas de canalização da rede pública…
IDENTIFICAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E
OPERACIONALIZAÇÃO DAS VARIÁVEIS
• Considerem-se ainda dois exemplos: suponhamos
que o investigador pretende comparar a eficácia de
uma abordagem visual (usando imagens), com uma
abordagem auditiva (usando cassetes audio) para
ensinar uma unidade sobre a ecologia.
Suponhamos ainda que o investigador suspeita
que, embora um dos métodos possa ser mais eficaz
para os estudantes que aprendem melhor de forma
visual, o outro pode ser mais eficaz para os que
aprendem melhor pela forma auditiva.
IDENTIFICAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E
OPERACIONALIZAÇÃO DAS VARIÁVEIS
• Quando os estudantes são testados conjuntamente
sobre o seu rendimento escolar no final de uma
unidade didáctica os resultados globais das duas
abordagens podem parecer os mesmos, mas, quando
os alunos em aprendizagem visual são separados dos
outros, as duas abordagens podem ter diferentes
resultados em cada subgrupo. Se assim for, a variável
que se pode designar por «forma de aprendizagem»
tem, então, um efeito moderador sobre a relação entre
a abordagem de ensino ( a var. indep.) e a eficácia (var.
dep).
OS MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO
• MÉTODO INDUTIVO: Faz-se do particular para
o geral.
• Ex: Se um professor quiser estudar as
experiências dos colegas, questiona cada um
deles sobre as suas práticas enquanto
professores. A partir das opiniões expressas, o
investigador induz as experiências de todos os
professores não entrevistados.
MÉTODO INDUTIVO
• O raciocínio indutivo constitui um dos
métodos utilizados pela ciência, partindo de
informações particulares e buscando uma lei
geral, universal, de que são ainda exemplos:
• - O ferro conduz electricidade/ O ouro conduz
electricidade/ O cobre conduz electricidade.
Conclusão: todos os metais conduzem
electricidade.
MÉTODO INDUTIVO
• A enumeração constitui igualmente um exemplo de
raciocínio indutivo baseado na contagem.
• Ex: Retirando uma amostra de um saco de arroz,
observa-se que aproximadamente 80% dos grãos
são do tipo extrafino. Conclusão: o saco de arroz é
do tipo extrafino.
• Assinale-se que a validade deste argumento
indutivo depende muito da quantidade da amostra,
sendo os métodos estatísticos a sua base de
sustentação.
MÉTODO DEDUTIVO
• O raciocínio dedutivo tem origem na concepção
racionalista das ciências e constitui o seu
instrumento de aplicação na investigação.
• Este método faz-se do geral para o particular, ou
seja, raciocinar dedutivamente é partir de premissas
gerais em busca de uma verdade particular. Este
tipo de raciocínio é o preferido dos matemáticos. As
conclusões são obtidas a partir das premissas,
usando-se o raciocínio lógico e, uma vez
encontradas, as conclusões são incontestáveis.
MÉTODO DEDUTIVO
• Para ser mais preciso, diria que um argumento
lógico dedutivo é sempre formado por três
partes:
1- As hipóteses ou premissas (O ser humano é
imperfeito);
2- A inferência, ou seja, o processo pelo qual
passamos das hipóteses à tese (Eu sou um ser
humano)
3- As conclusões ou tese (Logo, eu sou imperfeito)
O MÉTODO DEDUTIVO
• Ou ainda: Todos os homens são falíveis/ Einstein é
um homem/ Conclusão: Logo, Einstein é falível.
• Observemos que se aceitarmos as hipóteses 1 e 2,
somos forçados ou compelidos a aceitar a
conclusão. É importante salientar que o raciocínio
dedutivo não trata da verdade dos factos, mas sim
da sua validade; pode muito bem ocorrer as
premissas serem todas falsas, a conclusão ser falsa e
mesmo assim o raciocínio dedutivo ser correcto,
conforme o seguinte exemplo:
MÉTODO DEDUTIVO
• Todos os planetas são quadrados/ A terra é um
planeta/ Conclusão: A terra é quadrada.
• Este raciocínio está, de facto, correcto,
independentemente das suas premissas e
conclusão estarem erradas.
• Existem também raciocínios dedutivos que não são
válidos, embora todas as premissas e a conclusão
sejam verdadeiras. Vejamos: Todo o ser humano é
um mamífero/ Toda a criança é um mamífero/
Conclusão: toda a criança é um ser humano.
MÉTODO DESCRITIVO
• Quando um investigador inicia o estudo de uma nova
área ou domínio do saber é provável que recorra ao
método descritivo para identificar os principais factores
ou variáveis que existem numa dada situação ou
comportamento.
• A identificação das variáveis baseia-se frequentemente
numa observação cuidada. Este método assenta em
estratégias de pesquisa para observar e descrever
comportamentos, incluindo a identificação de factores
que possam estar relacionados com um fenómeno em
particular.
MÉTODO DESCRITIVO
• Os métodos descritivos respondem às seguintes
questões sobre o comportamento:
• - Quem, o quê, onde e quando?
• Quem se envolve num determinado comportamento?
• Que factores ou eventos parecem estar associados a
esse comportamento?
• Onde esse comportamento ocorre?
• Quando esse comportamento ocorre?
• Com que frequência?
MÉTODO DESCRITIVO
• A finalidade principal do método descritivo é assim
fornecer uma caracterização precisa das variáveis
envolvidas num fenómeno ou acontecimento.
• É possível que a caracterização das variáveis em
estudo sugira eventuais relações entre elas, mas
ao método descritivo não compete determinar
qual a natureza de tal relação.
• Os métodos descritivos incluem vários tipos de
procedimentos para a obtenção de dados: a
enumeração, a observação naturalista, o estudo
de caso e as investigações de campo.
MÉTODO DESCRITIVO
• 1- A ENUMERAÇÃO: refere-se à contagem ou
frequência com que um acontecimento ou
fenómeno ocorre, sejam eles objectos ou
elementos de uma dada ocorrência.
• A generalidade dos autores considera que este
procedimento metodológico constitui uma das
formas mais primitivas e elementares de
investigação em qualquer ciência
MÉTODO DESCRITIVO
• Exemplos:
• - A determinação do número de estudantes do sexo
feminino que se inscreveram neste Politécnico no
primeiro ano em que o mesmo iniciou.
• - A percentagem de reprovações neste politécnico
nos primeiros 5 anos.
• - A determinação das necessidades escolares em
termos de número de salas de aula e de professores
de ensino do primeiro nível nos próximos 10 anos
(enumeração prospectiva).
MÉTODO DESCRITIVO
• 2- OBSERVAÇÃO NATURALISTA OU CIENTÍFICA:
visa determinar o significado, a orientação e a
dinâmica de uma situação pela colheita de factos.
É realizada de modo flexível de forma a tirar
partido, não só de todos os comportamentos sob
observação, mas também de acontecimentos
inesperados que eventualmente possam ocorrer.
• Exs: Darwin (teoria da evolução); Margaret Mead
(usos e costumes de várias tribos asiáticas).
MÉTODO DESCRITIVO
• 3- O ESTUDO DE CASO: este procedimento
metodológico consiste na exploração intensiva de
uma simples unidade de estudo, de um caso (ex:
indivíduo, família, grupo, comunidade, cultura),
apresentando grandes semelhanças com a
observação naturalista ou científica, embora exija
do investigador uma atitude mais interventiva.
• Tal como na observação naturalista, o método de
estudo de caso não tem como finalidade manipular
variáveis ou estabelecer relações entre elas.
MÉTODO DESCRITIVO
• A sua finalidade será descrever de modo
preciso os comportamentos de um indivíduo,
ou seja, neste procedimento, o sujeito é o
centro da atenção do investigador.
• Contudo, este método pressupõe que o
investigador seleccione e determine
previamente o tipo de comportamento que
pretende observar e consequentemente
estudar.
QUESTIONÁRIO
• É o instrumento mais usado para a recolha de
informação, constituindo um dos
instrumentos de colheita de dados que
necessita das respostas escritas por parte dos
sujeitos, sendo constituído por um conjunto
de enunciados ou de questões que permitem
avaliar as atitudes e opiniões dos sujeitos ou
colher qualquer outra informação junto
desses mesmos sujeitos.
QUESTIONÁRIO
• Contrariamente à entrevista, o questionário é
habitualmente preenchido pelos próprios sujeitos
e sem assistência; pode ser enviado e recebido
pelo correio.
• É um instrumento de medida que traduz os
objectivos de um estudo com variáveis
mensuráveis. Ajuda a organizar, a normalizar e a
controlar os dados, de tal forma que as
informações procuradas possam ser colhidas de
uma maneira rigorosa.
QUESTIONÁRIO
• O investigador utiliza o questionário como um
instrumento de medida que lhe permitirá
eventualmente confirmar ou infirmar uma ou
várias hipóteses de investigação.
• Assim, a primeira etapa consistirá, portanto,
em fazer a lista dos conceitos a
operacionalizar, a decompô-los quando for
pertinente e a escolher os indicadores que
determinarão as questões a colocar.
QUESTIONÁRIO
• Podem-se distinguir diversos tipos de medida
segundo o que é medido. Pode-se adoptar uma
categorização que distinga, por um lado, as medidas
objectivas das medidas subjectivas.
• As medidas objectivas têm relação com factos, com
características dos indivíduos (sexo, idade,
rendimento), com os seus conhecimentos, assim
como com os seus comportamentos.
• As medidas subjectivas compreendem o que se
retira do termo genérico «atitudes».
QUESTIONÁRIO
• Fazem referência ao que as pessoas pensam e
sentem, assim como aos julgamentos que
fazem. Compreendem as medidas de opinião,
de satisfação, de percepção, de valores, assim
como às intenções de comportamento.
• Logo que se determine exactamente o que se
quer medir, o investigador pode proceder à
elaboração propriamente dita do
questionário.
QUESTIONÁRIO
• A estratégia de conjunto é relativamente
simples. A partir dos indicadores, o
investigador deve elaborar as questões.
• Deve assegurar-se que os sujeitos
compreendem bem a questão, que são
capazes de dar uma resposta, que aceitem dá-
la e que a resposta seja autêntica.
• Pré-teste: pequena amostra (10 ou 12
indivíduos) da população a inquirir.
QUESTIONÁRIO – TIPO DE QUESTÕES
• O conteúdo de um questionário não constitui um
acumular de questões em jeito de livre arbítrio,
desordenado e sem nexo.
• Esse conteúdo deve responder a pressupostos
colocados pelo problema e, sobretudo pelas hipóteses e
variáveis de investigação.
• Quanto ao conteúdo do questionário, podemos
distinguir duas grandes categorias de questões: aquelas
que se debruçam sobre os factos e aquelas ainda que se
debruçam sobre opiniões, atitudes, preferências, etc.
QUESTIONÁRIO – TIPO DE QUESTÕES
• Os factos constituem toda a informação detida pelos
sujeitos que em princípio são susceptíveis de serem
conhecidos de outra forma sem ser através de um
inquérito. Por exemplo, poder-se-á perguntar à pessoa
inquirida qual o jornal que leu na véspera, em que lugar
trabalha, onde é que passou as últimas férias, etc.
• Aquelas questões incluídas em questionários que se
debruçam sobre opiniões, atitudes, preferências, etc.,
são geralmente designadas como questões de opinião.
QUESTIONÁRIO – TIPO DE QUESTÕES
• Ex: Pensa que este jornal é objectivo? / Porque
passou as férias nesse local? / O trajecto até ao
seu local de trabalho é cansativo? ( Questões
de natureza psicológica ou subjectiva )
DESVANTAGENS
- Dificuldade em organizar e categorizar as
respostas;
- Requer mais tempo para responder às
questões;
- Muitas vezes a caligrafia é ilegível;
- Em caso de baixo nível de instrução dos
inquiridos, as respostas podem não representar
a opinião real do próprio.
QUESTIONÁRIO – TIPO DE QUESTÕES
• RESPOSTA FECHADA
VANTAGENS:
- Rapidez e facilidade de resposta;
- Maior uniformidade, rapidez e simplificação
na análise das respostas;
- Facilita a categorização das respostas para
posterior análise;
- Permite contextualizar melhor a questão.
QUESTIONÁRIO – TIPO DE QUESTÕES
DESVANTAGENS
- Dificuldade em elaborar as respostas possíveis a
uma determinada questão;
- Não estimula a originalidade e a variedade de
resposta;
- Não preza uma elevada concentração do inquirido
sobre o assunto em questão;
- O inquirido pode optar por uma resposta que se
aproxima mais da sua opinião não sendo esta uma
representação fiel da realidade.
AS ESCALAS DE MEDIDA
• Em questionários com perguntas fechadas
torna-se necessário escolher um conjunto de
respostas alternativas para cada uma destas
perguntas, devendo associar-se números a
essas perguntas para que estas possam ser
analisadas posteriormente por meio de
técnicas estatísticas.
QUESTIONÁRIO
• a) Escalas nominais
A palavra nominal refere-se ao sentido do verbo
«nomear». Por tal motivo, uma escala nominal
não mede mas, sobretudo, nomeia.
Por outras palavras, as observações são
simplesmente classificadas em categorias que
não têm qualquer relação entre si com a
matemática.
QUESTIONÁRIO
Esta escala é utilizada para atribuição de números
a elementos para representar categorias
mutuamente exclusivas e exaustivas sem que os
números tenham algum valor quantitativo. .
Eles representam apenas categorias ou classes
qualitativamente diferentes e mutuamente
exclusivas.
O sexo, a religião, o local de nascimento, a língua
materna são disso exemplos.
QUESTIONÁRIO
• Exemplo de uma escala nominal
Gerente Técnico Administrador Operário
1 2 3 4
• b) Escalas ordinais
A palavra ordinal refere-se ao sentido do verbo
«ordenar», ou seja, uma escala ordinal é uma
série ordenada de coisas, obedecendo a uma
categorização.
QUESTIONÁRIO
• Esta escala de medida é utilizada para atribuir um
valor numérico a pessoas ou objectos que se
classificam em categorias segundo uma ordem de
grandeza; ou seja, nesta escala são atribuídos
números aos elementos segundo o seu valor
relativo para representar uma ordem de grandeza.
• Esta ordem de grandeza não significa que os
intervalos entre as categorias sejam iguais, mas que
as categorias são ordenadas, além de serem
diferentes.
QUESTIONÁRIO
• Se tiver de escrever, por exemplo, uma listagem
dos seus dez alimentos favoritos, por ordem de
preferência, terá também uma escala ordinal.
• Exemplo de uma escala ordinal: considere a
seguinte questão: «Coloque por ordem os
seguintes itens em termos do grau de
importância que lhes atribui» (utilize a escala
de 1 a 5, atribuindo 5 ao item mais importante
e 1 ao menos importante)
QUESTIONÁRIO
Item Grau de importância
Ter trabalho interessante
Ter ordenado alto
Ter chefe de secção simpático
Ter bons colegas no local de trabalho
Ter segurança no emprego
QUESTIONÁRIO
• c) Escala de intervalos
Numa escala de medida por intervalos os valores
numéricos são de intervalos iguais. As medidas de
intervalos indicam não só a ordem das coisas, mas
também o intervalo, ou as distâncias entre os níveis de
apreciação. As categorias correspondem então a números.
A idade , medida em anos, o rendimento, expresso em
Kwanzas, e a taxa de desemprego, expressa em proporção
(número de desempregados sobre a população activa), são
disso exemplos.
QUESTIONÁRIO
Nesses casos, não só se pode ordenar os
objectos de estudo uns em relação aos outros,
mas pode-se igualmente apreciar com exactidão
as distâncias que os separam uns dos outros.
Vejamos um exemplo de uma escala de
intervalos sobre categorias etárias dos docentes
de uma determinada escola, cujo intervalo é de
4 anos:
QUESTIONÁRIO
• CATEGORIAS ETÁRIAS DOS PROFESSORES
a) 23-27 anos………………………………………………………………….
b) 28-32 anos………………………………………………………………….
c) 33-37 anos………………………………………………………………….
d) 38-42 anos………………………………………………………………...
e) 43-47 anos……………………………………………………………......
f) 48-52 anos…………………………………………………….............
g) Mais de 53 anos………………………………………………………….
QUESTIONÁRIO
• d) Escala de razão ou de proporção
A escala de razão é a escala de medida que, para
além de possuir valores conhecidos entre os seus
intervalos, estabelece a relação entre dois valores em
relação a zero. Esta escala é o nível mais elevado da
medida. Possui todas as características das escalas
precedentes, mas, para além disso, possui um zero
que corresponde à ausência do fenómeno.
Um objecto pode ser duas vezes maior que um outro;
QUESTIONÁRIO
O volume, a duração, o peso são correntemente
medidos pela escala de razão ou de proporção.
Um aspecto importante a ser observado é o de
que, nas escalas de razão, um valor «2»
efectivamente indica uma quantidade duas
vezes maior do que a do valor «1», e assim por
diante, o que não acontece necessariamente nas
demais escalas.
QUESTIONÁRIO
• Exemplos de medidas realizadas usando-se
escalas de razão são idade, peso, altura,
pressão arterial, frequência cardíaca,
equivalente esférico do olho e nível de
determinada substância no plasma sanguíneo,
de entre muitos outros (fita métrica, régua
graduada …).
QUESTIONÁRIO
• A CONSTRUÇÃO DE ESCALAS
As escalas são dispositivos construídos e utilizados
pelos investigadores para quantificar as respostas
de um sujeito, sobre uma determinada variável.
As escalas são passíveis de utilização na obtenção
de dados de intervalos, relativos às atitudes das
pessoas, os seus juízos de valor e as suas
percepções acerca de quase todos os tópicos ou
objectos.
QUESTIONÁRIO
• As escalas mais utilizadas são as seguintes: 1)
Escala de Likert e 2) Escala diferencial semântica.
a) Escala de Likert: É uma escala de cinco níveis, em
que cada um desses diferentes níveis é considerado
de igual amplitude, significando que a análise dos
dados provenientes deste tipo de escala se baseia,
normalmente, em resultados somados a partir de
um número de itens, podendo trabalharem-se com
o pressuposto do intervalo igual.
QUESTIONÁRIO
• Esta escala permite a um sujeito exprimir em que
medida está de acordo ou em desacordo com cada
um dos enunciados propostos: o total obtido faculta
uma indicação da atitude ou da opinião do sujeito.
• A escala é designada como sendo «semelhante a
uma escala de intervalo». A sua utilização tem lugar
na procura de indicadores para registar o grau de
concordância ou de discordância com determinada
afirmação sobre uma atitude, uma crença ou juízo
de valor.
QUESTIONÁRIO
• Os exemplos seguintes ilustram as respostas
alternativas mais usuais neste tipo de escala:
1) Quantidade; 2) Frequência; 3) Avaliação; 4)
Probabilidade, e 5) Atitudes.
• Vejamos um exemplo de cada uma delas:
1. Respostas sobre quantidade
Muito pouco Pouco Médio Muito bastante
1 2 3 4 5
QUESTIONÁRIO
2. Respostas sobre frequência:
Nunca Raramente Às vezes Muitas vezes Sempre
1 2 3 4 5