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INTOXICAÇÕES OCUPACIONAIS

Doenças causadas
por
produtos
químicos
Disciplina: Saúde Coletiva III
Prof.: Dr. Guilherme R. Câmara
Medicina/9º Período - FAMEVAÇO
INTOXICAÇÕES
OCUPACIONAIS
Doenças causadas por produtos
►Acadêmicos:
químicos
 Fernanda F. Perucci

 Hamberlandt P. Duarte
 Lawrence de O. Assis
 Leonardo N. Santos
 Luiz Eduardo C. Fava
 Mayara M. Socorro
 Melissa H. C. B. Q. Moreira
 Thaís N. Baessa
EXPOSIÇÃO

 Via Respiratória: grande superfície de contato.


Sinais e sintomas → desde simples irritação do trato
respirat. até graves manifestações sistêmicas.
 Via Cutânea: penetram através da pele, mesmo
íntegra. Manifestações locais (dermatites) ou
sistêmicas.
 Via Digestiva: pouca importância no local de trabalho
(ingestão acidental de agente toxicante).
MEDIDAS PREVENTIVAS

 Uso de EPI;
 Armazenamento dos produtos em ambientes
identificados e locais adequados e seguros;
 Treinamento dos trabalhadores em relação aos
cuidados com a manipulação das substâncias e
esclarecimento dos riscos relacionados com suas
atividades;
 Manutenção de ambiente de trabalho bem ventilado;
 Dentre outras.
PRINCIPAIS INTOXICAÇÕES
OCUPACIONAIS

►Intoxicação por Arsênio e Gás Arsina;


►Intoxicação por Cianeto;
►Intoxicação por Organofosforados;
►Intoxicação por Monóxido de Carbono;
►Intoxicação por Mercúrio;
►Intoxicação por Chumbo;
►Intoxicação por Benzeno;
►Dentre outras.
ARSÊNIO E GÁS ARSINA
INTOXICAÇÃO POR ARSÊNIO E
►Uso:
GÁS
 Indústria de vidro, ARSINA
pigmentos e semicondutores;
 Mineração e fundição;

 Preservação da madeira;

 Pesticidas.

►Formas de Interesse Médico:


 Sais pentavalentes (arsenatos)- < toxicidade

 Sais trivalentes (arsenitos)

 Gás arsina (uso na indústria eletrônica)- ↑ toxicidade


INTOXICAÇÃO POR ARSÊNIO E

GÁS
►Mecanismo de Ação: ARSINA
 Combinação reversível com grupos sulfidrila-SH.
 Inibição da enzima di-hifrolipoato → inibição da formação
de Acetil-CoA → bloqueio do Ciclo de Krebs → depleção
de ATP → distúrbios metabólicos + morte celular.
 Impede uso da Tiamina → quadro clínico de deficiência de
Tiamina.
 Gás Arsina (AsH3) → reações hemolíticas → insuf. renal
→ hemoglobinúria + anemia grave.
INTOXICAÇÃO POR ARSÊNIO E

GÁS
►Absorção / Distribuição: ARSINA
 Arsenicais Pentavalentes → hidrossoluveis; rápida
absorção através das mucosas.
 Inalação → níveis séricos ↑.
 Absorção → eritócitos/Hb → barreira hematoencefálica.
 Espaço IV → 24h → fígado, rins, baço, pulmões, TGI.
 2-4 sem → pele, unhas, cabelos (ligação a grupos
sulfidrila- SH da queratina).

►Excreção:
 Preferencialmente renal.
 Céls tubulares → arsenito (+ tóxico).
INTOXICAÇÃO POR ARSÊNIO E

►Quadro Clínico: GÁS ARSINA


 30 min após ingestão → quadro abrupto de náuseas,

vômitos, cólica abdominal, câimbras musculares, sede,


diarréia aquosa profunda.
 Vasodilatação generalizada + perda de fluidos →

“vazamento capilar” → colapso circulatório →


insuficiência renal + oliguria, proteinúria, hematúria.
 Casos muito graves → cianose e convulsões.

 Alterações ECG → prologamento de Q-T; inversão de T;

arritmias.
INTOXICAÇÃO POR ARSÊNIO E

►Quadro Clínico: GÁS ARSINA


 1-3 sem após → manifest. Neuropatia Periférica: fraqueza

muscular; parestesias nas plantas dos pés e palmas das


mãos – progressão proximal.
 5 sem após ingestão → Linhas de Aldrich-Mee: estrias

brancas e transversais nas unhas e abaixo das cutículas.


 A longo prazo → CA

(pulmão, fígado, pele).


INTOXICAÇÃO POR CIANETO

T+ N
Muito Perigoso ao
tóxico ambiente

Dose mortal de cianureto de potássio


INTOXICAÇÃO POR CIANETO

► ≈ Gás Cianídrico
 Gás incolor; odor de “amêndoas amargas”.

►Uso:
 Fumigante industrial;

 Praguicida;

 Sínteses químicas;

 Liberado da combustão de materiais (plásticos, tecidos de

seda, madeira) e do cigarro.


 Produção de borracha sintética.
INTOXICAÇÃO POR CIANETO

►Absorção:
 Rápida → Inalação, ingestão, injeção EV, absorção

mucosa ou pele íntegra.

►Distribuição:
 Ligação às proteínas plasmática → todos os tecidos.

 Meia-vida → 20-60 min.

 Eritrócitos → concentração ↑.

 Tempo de eliminação → ≈ 20h.


INTOXICAÇÃO POR CIANETO
►Mecanismo de Ação:
 Ligação reversível ao íon férrico (Sist. Citocromo-

oxidase/mitocôndria) → inibição enzimática → paralização


da cadeia transportadora de elétrons → ↓ capacidade do
uso de O2
 ↓ ATP

 Produção de Ác. Lático

 Não uso de O2
 Hipoventilação Hipóxia Tecidual
 ↓ DC (*coração e cérebro)
INTOXICAÇÃO POR CIANETO

► Mecanismos de ação tóxica:


 Fosforilação oxidativa:

- Alteração na cadeia respiratória


- Síntese de ATP

 inibe o transporte de elétrons


INTOXICAÇÃO POR CIANETO
►Quadro Clínico:

 Hipóxia tissular → coma, convulsões, choque, insuf.


respiratória, morte.
 Aparecimento e progressão rápidos → 30min – 1h.
 Sinais e sintomas precoces → ansiedade, cefaléia,
ruborização, taquicardia, hiperpnéia, HAS, palpitações.
 Sinais e sintomas tardios → náuseas, vômitos,
taquicardia ou bradicardia, hipotensão arterial, convulsões
generalizadas, coma, apnéia, midríase, efeitos cardíacos
(BAV, alterção QRS, taquiarritmias ventriculares, etc).
Cianose.
 Inalação ↑ doses → perda súbita de consciência.
INTOXICAÇÃO POR
ORGANOFOSFORADOS
INTOXICAÇÃO POR
ORGANOFOSFORADOS
► Pesticidas Organofosforados

► Uso:
 Controle e combate a pragas (agricultura/pecuária).

► Absorção:
 Lipossolúveis;

 Vias: *respiratória → digestiva → *cutânea;

 Atravessam Barreira Hematoencefálica → tecidos (*SNC);

 Fígado; rins → concentrações ↑


INTOXICAÇÃO POR
ORGANOFOSFORADOS

► Eliminação:
 Urina e fezes;

 48h → Excreção de 70-80% da dose absorvida.


INTOXICAÇÃO POR
ORGANOFOSFORADOS
► Mecanismo de Ação:
 Inibição da acetilcolinesterase → acumulação de

Acetilcolina nas sinapses nervosas → hiperestimulação


colinérgica.
 Neuropatia periférica

tardia.
INTOXICAÇÃO POR
ORGANOFOSFORADOS
► Quadro Clínico:

Sítio / Ação Efeitos

Gls. Exócrinas Sialorréia, lacrimejamento, transpiração

Olhos Miose, ptose palpebral, visão turva, hiperemia


conjuntival

TGI Náuseas, vômitos, dor abdominal, tenesmo,


diarréia, incontinência fecal

CV Bradicardia, hipotensão

Bexiga Incontinência urinária

SNC Excitabilidade, letargia, inabilidade de concentração,


cefaléia,
confusão, agitação, coma, convulsões, morte
INTOXICAÇÃO POR
ORGANOFOSFORADOS
► Quadro Clínico:
 Polineuropatia tardia / sensitivo-motora:

→ 6-21 dia após exposição;


→ Início: dores musculares, fraqueza distal progressiva,
ataxia, ↓ reflexos tendinosos;
→ Progressão: paralisia flácida, espasticidade,
quadriplegia;
→ Perda de sensibilidade, sensação de queimação e
formigamento.
INTOXICAÇÃO POR
MONÓXIDO DE CARBONO
INTOXICAÇÃO POR
MONÓXIDO DE CARBONO
 ↑ difusibilidade;
 Formado a partir da combustão incompleta de subst. que
contém carbono;
 Exposição → ambientes fechados ou com pouca
ventilação (incêndios, alto-fornos, garagens-
funcionamento do motor); fogões (a lenha, carvão e gás)
 Cloreto de Metileno → solvente de tintas (metabolizado
no organismo em CO)
INTOXICAÇÃO POR
MONÓXIDO DE CARBONO
► Absorção:
 CO inalado → membrana alveolocapilar → CO +

Hemoglobina → Carboxiemoglobina (HbCO);


INTOXICAÇÃO POR
MONÓXIDO DE CARBONO
► Mecanismo de Ação:
 ↓ capacidade de transporte

de O2 pela Hb
 Alteração na curva de saturação

da oxiemoglobina → ↓ liberação de
O2 para os tecidos

Hipóxia Tissular
INTOXICAÇÃO POR
MONÓXIDO DE CARBONO
► Quadro Clínico:
 Sintomas inespecíficos;

 Intoxicações Leves → cefaléia, fadiga, discreta apnéia;

 Intoxicações Moderadas → cefaléia intensa, vertigens,

náusea, mal-estar, turvação visual, astenia, dificuldade


para pensar;
 Sintomas Físicos → taquicardia, taquipnéia, hipotensão

sistólica, ↓ tolerância ao exercício;


 Intoxicações Graves → síncope, convulsões, rigidez

muscular generalizada, coma, morte por choque e


insuficiência cardiorrespiratória.
INTOXICAÇÃO POR
MONÓXIDO DE CARBONO
► Quadro Clínico:
 Coração → sensibilidade ↑ (angina, infarto);

► Toxicidade:
 Depende da concentração de CO, da duração da

exposição, das condições individuais prévias, da atividade


metabólica.
INTOXICAÇÃO POR
MONÓXIDO DE CARBONO
INTOXICAÇÃO POR MERCÚRIO

Forma Mineral Forma Líquida


INTOXICAÇÃO POR MERCÚRIO

 A mais antiga das intoxicações profissionais;


 Único metal líquido à temperatura ambiente;
 Inodoro;
 Fácil volatização;
 Formas: elementar, sais inorgânicos, orgânico;

► Uso:
 Tintas, pinturas faciais, cerâmicas, mineração.
Vias de Penetração do Mercúrio
INTOXICAÇÃO POR MERCÚRIO

► Fontes Ocupacionais:
 Principal via → Inalatória

► Uso:
 Indústria de cloroalquilo → catodo na eletrólise de
salmoura;
 Indústria → produção de gás de cloro e soda cáustica;
 Produção de instrumentos científicos e aparelhos de
controlo elétrico;
 Produção de pintura e cerâmica;
 Baterias, pilhas e lâmpadas de vapor de mercúrio;
 Extração de ouro;
Ciclo de Intoxicação do Mercúrio
Mercúrio Elementar/Orgânico
Vapor de Mercúrio
 Líquido à temperatura ambiente;
 Volátil → liberta gás monoatômico → vapor de mercúrio;
 Vapor de Mercúrio → quimicamente estável, podendo
permanecer na atmosfera por um longo período de tempo,
onde sofre oxidação e origina os compostos inorgânicos
(compostos mercurosos e mercúricos);
 Fonte → desgaste natural da crosta terrestre.
Mercúrio Elementar/Orgânico
Vapor de Mercúrio
► Absorção:
 Inalatória;

 Pulmões → fixação em proteínas.

► Deposição maior:
 Rins e Cérebro.

► Excreção:
 Renal e intestinal.

► Meia-vida:
 35-90 dias
Mercúrio Elementar/Orgânico
Vapor de Mercúrio
► Intoxicação Aguda:
 Inalação do Vapor → irritação vias aéreas (tosse e

dispnéia), dor pleurítica e bronquite;


 Exposição maciça → pneumonite intersticial e edema

agudo pulmonar;
 Fraqueza, gosto metálico, vômito, diarréia, iritação aguda,

reação psicótica, Insuf. Renal Aguda;


 Ingestão de Mercúrio Líq → ↓ risco (absorção < 0,01%).
Sais Inorgânicos de Mercúrio
 Combinação cloro, enxofre ou oxigénio → sais de
mercúrio (Sais Mercurosos e Mercúricos).

► Absorção:
 Vias inalatória e digestiva;

 Transporte sangüíneo → proteínas plasmáticas e

hemácias;
 Concentração maior → rins
Sais Inorgânicos de Mercúrio

► Excreção:
 Renal.

 Não atravessa facilmente a barreira hematoencefálica ou


placentária;

 Meia-vida → 40-60 dias.


Sais Inorgânicos de Mercúrio

► Intoxicação Aguda:
 Ingestão → corrosão e necrose da mucosa TGI;

 Manifestações →dor abdominal, diarréia hemorrágica,

vômitos.
 Rápida evolução → choque hipovolêmico e óbito.

 Complicações → Insuficiência renal; colite hemorrágica.


Mercúrio Orgânico
 Ligação covalente de 1 átomo de mercúrio a, pelo menos,
1 átomo de carbono→ mercúrio orgânico (metilmercúrio,
etilmercúrio, fenilmercúrio).
 Mais perigosos;

► Absorção:
 Inalatória, digestiva, cutânea;

 > lipossolubilidade → fácil absorção TGI;

 Metilmercúrio → transporte pelas hemácias.


Mercúrio Orgânico

► Ação:
 SNC (córtex occiptal e cerebelo);

 Atravessa barreira placentária acumulando-se no cérebro

fetal.

► Excreção:
 Biliar;

 Leite materno

 Meia-vida → 40-105 dias (≈ 70 dias)


Mercúrio Orgânico

► Manifestações Agudas/Crônicas:
 Anormalidades do SNC:

- Distúrbios visuais (escotoma, diplopia, ↓ campo visual,


cegueira);
- Alterações motoras (tremores musculares, disartria, etc);
- Alteração do estado mental, perda da audição,
parestesia, convulsão;
- Dermatite e queimadura nas áreas de contato.
Potenciais fontes de exposição ao

Elementar MERCÚRIO
Inorgânico Orgânico
Baterias Produção de acetaldeído Bactericidas
Barômetros Cosméticos Fungicidas
Instrumentos de calibração Desinfetantes Produção de inseticidas
Cerâmicas Explosivos Produção de papel
Produção cloroalquílica Tintas Comidas marinhas
Luzes fluorescentes Processamento de peles Processos de
Extração de ouro e prata Plantas medicinais embalsamar
Procedimentos dentários Lâmpadas de vapor de Quintas
Pintura mercúrio Adorno de sementes
Minas Pintura Conservantes de madeira
Produção de polpa de Curtimento de couro
papel Produção de cloreto vinil
Fotografia Verniz para mobília
Termômetros
Remédios tradicionais
INTOXICAÇÃO POR MERCÚRIO

► Controle da exposição e prevenção da intoxicação:


 Controle ambiental com medições periódicas dos locais

fechados;
 Ventilação adequada;

 Usar o mercúrio em sistemas fechados;

 Uso de equipamentos: roupas, luvas, etc.


INTOXICAÇÃO POR CHUMBO
INTOXICAÇÃO POR CHUMBO

► “SATURNISMO” → Intoxicação por Pb.


“Referência ao deus Saturno,
idolatrado na Roma antiga. Os
romanos acreditavam que o chumbo,
"o metal mais antigo", foi um
presente que Saturno lhes deu e com
ele construíam aquedutos e
produziam acetato de chumbo,
utilizado pelos aristocratas da época
para adocicar o vinho. Acredita-se
que essa mistura e a conseqüente
intoxicação por ela provocada seria a
causa da imbecilidade, perversidade
e esterilidade reconhecidas de
imperadores como Nero e Calígula.
Conjunto de sinais e sintomas decorrentes da presença de chumbo no
organismo humano
INTOXICAÇÃO POR CHUMBO

► Fontes de intoxicação :
 Pinturas antigas;

 Escapamentos de automóveis (depositado como um pó

no solo);
 Utensílios domésticos;

 Peso em vara de pescar;

 Munições;

 Tubos de pasta dental;

 Água (tubulação soldada com chumbo)


INTOXICAÇÃO POR CHUMBO
 Intoxicação crônica;
 Ocorre em baixos níveis do meio ambiente, sem causar
danos à saúde;

► Risco maior:
 Montagem de veículos,

 Montagem e recuperação de baterias,

 Soldagem,

 Mineração,

 Manufaturação de plásticos, vidros, cerâmicas,

 Indústrias de tintas, oficinas de artesanato.


INTOXICAÇÃO POR CHUMBO
► Absorção:
 Sistema Respiratório, Pele e TGI.

 Deficiência de ferro → absorção >.

► Excreção:
 Taxa limitada

► Meia-vida:
 Sangue → 1-2 meses.

 Ossos → 20-30 anos.

* Efeito da intoxicação é lento e cumulativo


INTOXICAÇÃO POR CHUMBO
► Efeitos da Exposição Ocupacional:
 Sinais Típicos → cólica abdominal, fraqueza, sonolência

e fadiga, anemia, cefaléia, tonturas, náusea, vômitos,


perda de peso, ↓ apetite, constipação, diarréia, artralgias,
síncope e perda visual transitória.

 Acometimento do SNC → insônia, pesadelos, cefaléia,


fraqueza muscular e instabilidade emocional.
→ Exposição intensa: alucinações, ataxia, movimentos
musculares exagerados e estado maníaco.
→ Complicação: encefalopatia aguda.
INTOXICAÇÃO POR CHUMBO
► Efeitos da Exposição Ocupacional:
 Efeitos neurocomportamentais → distúrbios na

neurotransmissão, inibindo função colinérgica e


sinaptogênese;
 Efeitos auditivos /Limiar para detecção de tom puro

→ ↑ limiar auditivo associado ao nível de Pb no sg;


 Efeitos hematológicos → anemia microcítica

hipocrômica (encurtamento da ½ vida das hemácias e


interferência na síntese do heme), reticulocitose;
 Efeitos renais → disfunção tubular reversível,

glicosúria, aminoacidúria, fosfatúria.


INTOXICAÇÃO POR CHUMBO
INTOXICAÇÃO POR CHUMBO

► NR-7, Portaria nº 24:


 Nível de Plumbemia → concentração de Pb no sange

(Pb-S) ≥ 40µg/dl (VR) até o limite de tolerância biológica


(Índice Biológico Máximo Permitido), cujo valor = 60µg/dl.

OBS: Metal pesado, estranho ao organismo


humano.
VR: ≥ 40µg/dl
LTB: até 60µg/dl

LTB: Limites de Tolerância Biológica


INTOXICAÇÃO POR CHUMBO

 Intoxicação Profissional pelo Chumbo (IPCh)


 ATSDR (Agency for Toxic Substances and Disease
Registry)-1988:

Níveis de Exposição ao Pb / Tx de Pb-S:


↓ Exposição: entre 10-20 µg/dl;
→ Exposição Moderada: entre 21-60 µg/dl;
→ ↑ Exposição: > 61 µg/dl.
INTOXICAÇÃO POR CHUMBO
► Importante!!!

 Sinais clínicos de anormalidade do SNP ocorrem em


níveis ↓ de absorção → Pb-S de 40-50 µg/dl, podendo
ocorrer em poucos indivíduos até < 40 µg/dl;

 Alterações das funções nerv. superiores (SNC)


começam a surgir em níveis de intoxicação < às
necessárias para produzir alterações do SNP → Pb-S
entre 40-60 µg/dl: mal desempenho em testes de
formação de conceitos verbais, performance visual-
motora, memória e humor.
INTOXICAÇÃO POR CHUMBO

► Medidas Preventivas:
 Remoção do chumbo do petróleo e aditivos, tintas, vasilhas de

estocagem de alimentos, cosméticos e medicamentos;


 ↓ dissolução de chumbo nos sistemas de tratamento e distribuição

de água;
 Melhora do controle nos locais de trabalho, através de fiscalizações

mais sérias;
 Melhora da identificação de populações de risco;

 Melhora de procedimentos preventivos através da educação

populacional;
 Promoção de programas que visem a diminuição da desnutrição e de

outros fatores que agravem a intoxicação ao chumbo.


INTOXICAÇÃO POR BENZENO
INTOXICAÇÃO POR BENZENO

 Líquido incolor, volátil e explosivo;

► Exposição:
 Contato com solventes, colas, tintas, resinas, inseticidas,

removedores de tintas, desengordurantes, tabagismo.

► Obtenção:
 Destilação de petróleo e carvão mineral.
INTOXICAÇÃO POR BENZENO

► Intoxicação Ocupacional pelo Benzeno:


 Todo quadro clínico de manifestação aguda

ou crônica decorrente de exposição


ocupacional ao agente, por tempo e
dose suficientes, sem proteção adequada,
para a caracterização do nexo causal, em
conjunto com a constelação de sintomas,
sinais e dados laboratoriais compatíveis
com a doença.
INTOXICAÇÃO POR BENZENO

► Produtos de Biotransformação:
 Fenol → principal produto em qdade;

 Catecol, quinol, triidroxibenzeno;

 Àc. trans-transmucônico → potencial mutagênico ↑;

 Ác. fenilmercapitúrico;

 Fenilguanidina → estimativa de risco carcinogênico .


INTOXICAÇÃO POR BENZENO

► Indicadores Biológicos/Produtos da
Biotransformação:
 Até o momento, em nosso meio, não se dispõe de

indicador adequado para avaliar a dose absorvida de


benzeno em indivíduos expostos a ↓ concentrações
ocipacionais.
INTOXICAÇÃO POR BENZENO

► Absorção:
 *Inalação e cutânea.

 Metabolização hepática → 50% - 70% → fenol, catecol e

hidroxiquinona (metabólitos).
 Rápida distribuição tecidual.

 Concentração > em tecidos com ↑ teor lipídico.

► Excreção:
 Após 12h da exposição.

 Pulmonar → ≈ 50%.
INTOXICAÇÃO POR BENZENO

► Mecanismo de Ação:
 Metabólitos tóxicos → reação com macromoléculas

(proteínas, DNA).
 Medula óssea → alterações cromossômicas nas células

do estroma hematopoiético, desregulando o crescimento


e a proliferação das céls precursoras linfóies e mielóides.
INTOXICAÇÃO POR BENZENO

► Efeitos do Benzeno à Saúde:


 Efeito mielotóxico:

- depressão das células progenitoras primitivas e


indiferenciadas;
- lesão do tecido da medula óssea;
- formação clonal de células primitivas afetadas, decorrente
de danos cromossômicos dessas células.
 Efeito imunotóxico:

- manifestações relacionadas aos efeitos na medula óssea,


que provocam alterações na imunidade humoral e celular.
INTOXICAÇÃO POR BENZENO

► Efeitos do Benzeno à Saúde:


 Efeito carcinogênico:

- agente leucemogênico → leucemias agudas;


 Efeito no SNC:

- Exposição Aguda → euforia, tonturas, sonolência, coma,


convulsões, morte por depressão cardiorrespiratória;
 Danos cromossômicos:

- alterações numéricas e estruturais;


- perda do material cromossômico (clastogênese).
INTOXICAÇÃO POR BENZENO

► Notificação:
 Objetivo → registro dos casos de Benzenismo.

 Confirmado o diagnóstico de Benzenismo → emitir a

Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT), mesmo nos


casos que não acarrete incapacidade laborativa, para fins
de registro e não necessariamente para o afastamento do
trabalho.
INTOXICAÇÃO POR BENZENO

► Prevenção:
 Medidas de proteção coletiva adotadas no processo de

trabalho, minimizando ou extinguindo o agente, e medidas


de proteção individual contribuem decididamente na
prevenção da intoxicação.

Uso de equipamento de proteção respiratória em descarga de produto contendo benzeno


Obrigado!!!
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