You are on page 1of 13
TEORIA DA LITERATURA: UMA INTRODUCAO Terry Eagleton = aii i Martins Fontes x TeORIA DA LeRuruRe ewe nITRODLCIO code literatura. Alguns se quixam de que ator teria ‘ inconcabivelmenteesotrica julgan-n uma categoria 3 pate eit e misteions, de ceia forma semethaste 3 isica uclar|Uma“educag isrra”ceramente io Co eatin mais indado para se eximula pensament aalitco, mas {Neon tenia de to nao mas ie do que mits outst fRemas trea de investigagfo, senda mist mito mais i sido que algumas dela) Espero que esto ivr pose eons bir para desmistifear aqueles que temem estar 0 assum fordeseusleace,Alguns estates cricosambem oe fam ques tera licira "se nleepde eae ear ea bea ‘Arespeta mals spies esta obserago Gade qu sem ag ‘a forma de eo, por menos cosets epics que se}, no saberamos, em primeira lugar, como defini uma "ahr Utero como deveramos la, A hoeidade pas cont 3 ‘eoragefalment sigifia uma oposigto is tora de outas essa alm de um eaqucimento da eoia qu ote O peo sito deste fio liminar eta forma de repressSoe perm {ir que dela nos lembremos. Introducaio: O que é literatura? Seateoria litera exist, parece dbvio que haj alguna coi chamada eratira, sobre s qu se torzn,Podestos ‘omegar, eno, po evaniara questo: o ques itera? | ‘Mulia tm sido a tontatvas dese defini ert, E pessvel, por exempo, stints como a est “agin a"; no sentido de lego eset esta gue ni iterimente Veridica. Mas so reflatimos,ainds que brevemente, sabre ‘aquilo que comumente se considera Ktratur, veremos que tal definigo no procede. A Iiteratura ingles Josée. XVIL inclu Shakespeare, Webster, Mele Milton; mas compre: {ds também os ensios de Francs Bacon, crm de Join Donne, 3 astobiografia esprit de Bunyan, eos escrito de Sir Thomas Brotne, qualquer que ssn o nome que sed & cles, Eventualmene els podetis abranget © Levatd, de Hobbes, ea History ofthe Rebellion, de Clarendon. A Hera tra fancesa dose XVI conta, alm de Corneille e Racin, ‘com as miximas de La Rochefoucaul, eam os discusos Finebes de Bossut, com o watado de poesia de Boles com sscartas de Mime de Sevigné& sua iha, com a Tlsofia de Descares ¢ Pasa. Ieratra ingles do abe. XIX ge ‘mente inclu Lamb (mas no Bentham), Mscaulay (rs 0 Marx) Mill as no Darwin ou Heber Spaces). ‘A distingZo entre “Tato” « "Togo", portant, no pare- seo ger muito tile uma das rites pra ita ede gue 8 ‘prdpria dstingdo & mits vezesquestionivel|Js se ise 2 eon Da enerune: oa nrRoDUIO por exemplo, que a oposigio que estahelecemos etre vend fl “histiica”everdade “ars”, do modo algum se apl- fh As antigns eagasiandsas!. No inglés de ins do sé. Xévteprincipios dose. XVI, a pales “povel” oi usa, fa que poze, tanto pars 08 aeoniecimentas ees quanto para os Fetcos send que até mesmo as noticias de joral {ifclmente poderiam rer consideradasfauas. Os roman es as noiias no eran clramente fats, em ela tents Fccios, isting que fzemos clr estas calepe- tas simplesmente nfo era apliada". Ceramente Gibbon fchava que esoreva # verdade histrica, e talveztamibem Fosse este o sentiment dos autores do Gene; tis obras ort, so das hoje como “alos” por alguns, e como "fc- [io" por outros; Newnan sem divida aan ue suas mo Sitagdes teo}dgicos eram verdades, mas muitos llores 35 ‘onsideram hoje "iteratus”. Além dio, xe “itera inclu muito a eserita“Ttual”, também exclu uma boa ‘argon de foo. As histérias em quadtinhos do Super: fhomem eo: romances de Mills Boon so Feeo, mas 550 no faz oom que sejam geralmenteconsiderados como lie ‘afr e mut menos com Literatur, O fate dea iterate Sera esta “rita” ou “imagintvn” impicaia serena hist, a ilosofia ea inca natrai no crativas e des tituidas deimaginagio? "Talves nos sen necessiria uma abordagem totaennte ifeente. Toler Ieratura sea dfinivel nao plo fato de fer ficeonal ou “imaginativa", mas porque empresa alin tEuagem deforma peculiar. Sopundo essa tora, iteratra {a escrta que, nas plavia do exiticorusso Roman Jakob Son, repretent unasioleeia organizada conta a fala co muni A ieratura transforma e intensifiea a linguogem ‘Comin, afisandoesstematicomente da fla coidana. Se Slguém se aroximar de mim em un posto de Gaibus ed Ser, nova ainda imaclada da quietsde”, tenho eons rRopcto-0 ove éirenaruna 3 tia imesita de que estou em presenga do iter, Sei iso porque a tesa, orto ea ressonnca das pleas superam o seu signified abstrato om oslingtitas Aitiam de mancca mais nies, existe uma desconfornia {Se entre 0s signfieantesc 0 sgnificades, Trotase dem tipo e linguagem que chama tatenga0 sobre i esna © cexibe sua existéncia material, 90 contro da que acore ‘om frases ais como “"Voeé no sabe que os motorists de “niu eno em prove? De fata, eta fo a defini de “erro” presenta pelos formals ress, nite os quis etavam Vitor Sklovs- ki, Roman Jakobson, Osp Bri. Yury Tynvanos, Bors Ei ‘henbaum e Boris Tomashevski, Os fomnaistassrgitam na asia antes da rovolugo bolchovista de 1917, suas ida Aorseoram durante a dea de 1920, a gerem eficiente mente silenciadas pelo Stalinismo/ Sendo um grup dee 0s litte polemics, ces rjetaram as Gouin in bolsts quase mistieas que haan inluenciado 2 exten ‘Merdra st eno, mbuldos de um espiiopatio e cen tific ransfriean a tengo pata realidad mtril Jo texto iteriro em (A crten caberia dssocar arte emit Tio © preocupar-se om manera pela qual om texto ee fos funeionavam na pitca Mra no era uma psc ovtlisit, ou psicoogi, ou sociologi, mas wiht agai zach particular da inguagem. Tina ss leis especifeas Sas estrturas e mecanisinos, que deviam ser estudados in Sl,endo reduzidos a alguma outa cosa A obra Berri 30 ‘raum veleulo de itis, nem ums reflex soe reali ‘desocal, nema encarnacio de uma vesade transcendental 72. um Tao materia, ojo funcionamento pia set anal domais ou menos como se examina una mguina, Era Fits fe palaves, nip de objets 0 sentntnton| endo um eit ‘onsider-la come a expresefo do pensamento de unt at torllO Fugénio Onegin de Pushkin ~ observou cert vee 4 eon DA LirRATURG UMA DITRODEGIO sip Brk com eorta ousasla - tia sido eserito mesmo gue Pushkin ato vest vivido) "fem sua esfnca, 0 formalin foi a aplicasso dln pita ao estudo di Iteratura| comela linguists em ‘esti er do io forma, preoedpada cosas esutuas dx Iinguagem eno com o que ea de ato podeiadze, 0 for- ‘malistspassaramn a0 Lago da sls do eonteddo” iterd- Fo (nencia em que Sempre existe a tendncia des reco rer peologa ou 8 sociologia) eWledicaramse ao estado da forma itera, Longe de comsiderarem a forma como & expresso do conta, eles inverteram ess reap 0 cone feido em simplesmente 8 "motivaeio" da forma, uma oca- ‘Bo ou pretexto para um ipa sapecifio de e mnil|O Bom Quasar io uma obra "sobre o personigem ‘do mesmo nome: 0 personagem & apenas Um amici para Sse reunirem diferente pos de éenieas marae revola- ‘co dos bichos io sera para os formalistas una eleporia do Sialinisno; pelo conti, o Stalinism siiplesmente of ‘ceria ura oportonidade propicia eiagdo de uma alego tis, Fok eset isist@nca obstinada que conquistou para os formalist sua denominagao deproviatvs, # ees abu por seus antagonists. embora eles no negassem que & fre tivesse una relagdo com a relidade social ~ de ato flgunsdelesestvam estetamante asociados aos Bole ‘ques ~ os formals afrmavam, provocadoramet, que ‘st rela figia an Ambo doable do eitco. (0s formalistas comegaram por considera a obra iterd- sin como una feunio maison menos arbitra do "ae ‘ioe es6 mais tarde passram a ver esses atficios como ‘lementosrelaeionados entre si: "fungoes” demo de umn Sistema textual! global, Os "arfcios” incl Som, mae fens, rim, sine, métiea, rma, Wenieasnaratvs; a "erdd,inculam todo o grog de elementon iteririos Formaisi ew que todos esses elementos tnham em comm, vrmonuciovo ove éerexerina? . 7.9 sou efeito de “estranhamento” ou de “desire. {30". A especfieidade da linguager itera, auilo que a isting de ouras formas de diseurso, era flo de ela ‘deforma a linguagem comm de vitae mancinas, Sob presso dos atifcosIitervon, a linguagem comune ine fensifieada, condensada,tocid, redid, ampli, iver tida Era uma linguagem que = “tornarsestanha”-egragas 2 este esranhamento, too mundo eoiiano tsastorms- ‘ase, subitament, em algo no familie, Ne otina da fla otidiana, nosas porcepydese reagbes 8 realigade se 1 nam embotadas, spagades, ou com os formalist diviam, “automatzadas™ A Ieratra, impondo-nos um conse ia dramatica da inguagem, renova esas reyes habits, ‘ormando os objetos mais “perceptive” Porter de iar ‘coma linguages de forma mas tablosa, mais utovons- lente do que o usual, o undp que esa linguagem encerra renovado de forma ineasa| A poesia de Gerard Manley Hopkin oferece um exemple paticularmente claro do gue seafimou, O discuso ierri toma eatran, aliens 3 fla omum; ao fazélo, porém, paradoxalmente nos len a ‘ivenelar a expergnci de maneis as na, as ite a. Estamos quase sempre respirando sont ter conssncia ‘isso; come a lingungem, arg, por excelencis, abet fem que vivemos. Mas sede iio eles tornar mas dens, ‘9 poluid, somos Frgados a renova o eidado com qc ‘espirames «0 resultado disso pode ser intensificagio da texperincia de nossa vida materia. Lemos obit exert [por um amigo, sem prestarmes muta ang as estrus ‘Fe natativa tas ens hist se interrompe e rcomece, pasa consantemente de um nivel sazeative pach Ou, ¢ tarda 0 climax para nos manter em suspense, equities fentfo a conseigncia de como la € construlda, a0 meso tempo cm que nosso intresse por cs pode se easTicar A ria, como dram os formalist, sn areas ue fs 6 Teonts ma uieeera: ua tsoD0e% a sales aes eee eae meer eee aes Sn core SED ia ar rie Mar ferro ie Od vr fraslamagen omen teen eA ‘conversa com o vigario de sua pardquia \A idéia de que exis- set lin eae ce moe Sieh eercceemeenns i tl ering ie soni amc eee So ee rem oe Pen atin spire oooh nay tema mp ey een ee po SE pee eee Ne Bele semicearmammemengen ic | memonucto-o que eumenartea 7 oe aa eeeans ‘nc exeriore a eles|Quem aeredita gue a "tent" 5 eons pa urenarune cnc ernoouciO de Marvel, No ne arto “terre” - meni fri, singdogue, Mote ula, ge. ae lo sea sada imensivaments no discret ‘Anni oy formalist thar que aesséncia do terror "Yorn eta Els apenas felts ‘se soda linguage, vendo como umn quote de con- ions ene un ipo de dsc oto. Mas es no are uve algun dcr na mest a ad da min: cai fie € emuedamente read!” Sena uma ngage itcrva, ou nd-iterina? Na vedade, tase de lingutgem “ita pois em Jo orange 4 fome, de Keut Hams Mas como paderia eu saber gue Merri? Anal de com tas ela no exige que seu acto patel Ihe see ‘pense enn dsampenho verbal: Ura das esos tas nenn png seria dior qe ase prove do oman ol jome de our Hanson E pare de am tx qe eo coine “cao”, qe te anal cme ut "romance, que ode Fae parte do curiulo iver, assim por dane {2 content motreme que € ero, as ingugem ‘tsi t enh propiedad ou qualidade que is Simos de outros tos de Uc, tanto ge podria pet tetamete dwt ao nu ar sem prvocar#adniso os outs ps ons abode Mera Pesar mira fe como os formalist fen oa reliade, consider {da terra como poste ft, quando o formal {as aor da ror splestbent extender laa t= nicas due havin tind para «poesia Deum moo gs {aL porém,comider-se que eatre conten mais Cui ov ln da poesia por exempo, obras realise ‘ atralise gue no so lngsteamenc auoconscien {Com constituents fclzao pala em sme tras Po eat, ui etl considerd “bom precise te pong no aa ane st mesmo una steele indvid ‘siamo snplildae laeica osu sobiedade, E et porcini trovucio: gue eitexsrUa? ° ‘que dizer das piadas, dos slogans «relies das tocidas de fuebol, das manchetes de jomal, dos sino. que muias vezes so verbalmente exuberant, nas que, de una Mo ‘eta: no so clasificados con itcratra? ‘Um outro problems concermente ao agumento da “x teamheza" & de que todos os ipo de exes pom, Se balhados com a devida engenhosidade, ser cossideradoe “stranhos"|Veja-se uma afimagio posta, perfitamente lar, como a que se eneonta por vezesno met “Cacho ros devem ser carregades na escudarolante” sso avez alo Seja to claro quanto pode parser primeita visa sgntice "que nds tems de caregar tm cichorr na escae ole? Seremos impedidos de usé-la se no encontcarmoy algun rlata para tomarmes nos bragos, antes de subir ou descermos? Muitos avis, aparetemente caro, enceramn anbigdidades vemelhantes "Cologue lino no cesto", por ‘xemplo, ow a placa de sinalizagio de un ead nglsa ‘que diz "Said", ida por um americana da Califia. Mes: to se deixarmos de lado tas ambighldades prturbadoras, ‘ertamente€ Sbvio que oanincio do me podeia stl ‘como literatura, Poderiamos nos dinar levar pelo stacato brupto, ameagador, dos primis vocibulos ponders Doderiamos surprecnder nossa ment, no momento em que ‘la dearasse com aie lugs sscitade pelo vocibula “eat regades”,divagand ene ressonincas que sugerem ost mento de edes coxos: ealver pudéscinos a mestno dete. lar na prpria moda e i exo da pales “sant una lusdo ao movimento de subi edescer da coisa en si Ta ‘xericio pode ser intatfrs, mas no sed siiictivamen te mais intro do que etender ouvir oeneechoee dos sabres aa desrieo potion de um dlo pelo mts fea ‘vantage de sugerir que lteratra” poder intone gus ‘0 digulo que a pessoas fazom com exer, com dagsi- loqueaeserta faz com at pessoas 0 eon pa renerona vue rRoDUCxO Mas meso que slguém lesseo aso dessa maneira, sind assim seria ta questo de I-o como se Toss poo a, que & apenas uma parte do qu a Iiteratiracomumente fdrange, Vamos, portent, exsminar uma outa maneia de “er ereoneamesis" 0 aso, que nos pode Tevar wm pve tai alm em nosssandlise- Imaginemos um bebedo, ade ‘ds noite, sepeano-seno corr da escada rolantee que Wo avieo com difiultoa ateng20 durante vios minutos para depois dizer a si mesmo: "Como ¢ verdade!” Que ipo ‘Se ero oe verficn neste caso? O que o Bébede faz &consi- derar9 avio corno una espécie de afirmagio dotads de uma sgnificac geal al mesmo eésmica. Aplicando cer fas convengbes de Tetra As suas lavas, cle a log em felacion-las com o seu context imediato, genralizando- salem de sua fialidade pragmatic edandosthos wa si nificagio mais ampla e provavelmente mais profunda, Isto Sem evi parece ser umn operagio envoiviganaguilo que fs pessoas chamam de Titeratura” Quando o poeta nas siz {que sew amor € coo uma rosa vermelha, sabemds, pelo ‘Simple fito de le colocar em verso tal afimacto, que blo The devemos penta e ele realmente teve ua namorada ‘que, po alguna esta 280, the parecia ser semelbantea Aina rosa, Ele nor cath dizendo alguma coisa sobre as Imuleres © sob © anor em ger Poderiamos diet, por tanto, que Iersture & um diseusso “a-pragmitico™; 90 ‘onto dos manus d Biologia ereeadosdetnados para © Teter, ela ao tem neniuma finalidade prética imediat, ‘eferindo-re apenas 9 um estado geral de coisas] Por vezes, thas nem seme, ela pode empregar uma igstgem pect Tar como se quisessefomarevidnte esse (ato para indicat (que se trata de uma marcia de falar sabre a mulher, © 30 Sobre alguna mulher da via real em particular Esse enfo {que na maneia de fla, fo ma realidade daguilo de que se fh, por vezes conslderado como una indicagio do gue rrooucto-o gure ureearvees a eatendemos or literature: fe especie de inguagem autoe "efron inguagem que fala de mest ‘tas também esa defini da Hiteraturs enter pro bemas. Ene outs coisas, tera sida uma surpwesa para Geogpe Orvel saber que seus ensios deve se ido cone S608 pcos por ele examina fossent niet imporanies ‘do que maneita pela qual os examinow. Em grande pate ‘agile que éelssifieado com itratrs 0 valor veridicoe a elevinca pica go que ¢ dito & considera importante Daa 0 efito geralJContudo, mesmo em se considerado ‘quo diseurso “nto pragmdtico” & parte do que se entende Por "teratura, segues dessn“detnigaa” fat dea Ite filura nfo poder sex, de fata. dafnida“abjeivamente™ fldetingdo de literatura fica dependendo. ds mancita pela ‘qual alguén resolve fer, e nfo da natura daguilo se © lida! certostpos de eseritos ~ poemas, pegas de teatro, roves ~ que, de forma clramente evidente,petendem Ser “into-pragmaticos nesse sentido, mas sso pin os £3 ate que sero realmente lio desea nancial Eu posta ‘nt hem Tera destigdo que Gibbon fz da nip roma no no porgue essa sficintementecquivacao para achar ‘que ela ser uma fonteTidedigna de informagis sabe & ‘Roma antiga, as pore gst do etl da prose de Gibbon ‘porque me agredaln as imagens da corrpgde humana, ‘qualquer que saa sua font isrca, Mas eu podti let 6 ‘oma de Robert urns porque nose} ~ supondorse gue Fosse um hididejaponts~ sea rosa vermtha Noresseu na nglaterea do sée-XVIM so, podo-se dizer, no signif 8 ler Burns como “tteratra; mae ser que miler ‘ds ensios de Orwell come literatura ser possvel se eu igeneaizar o que ele dir sobre a guersa civil espanhol, imterpretando-o como um tipo de observa cami sro vida humana? Se ¢ cero que muita dae bras estas omo literatura nas nsitgdesacadémens foram "constru y 2 rons oa uerenerune ue van00Ue%O ‘Som reo pla gua oa a Orsi abga anita SEneanfo torn, enbors code sols que ina producigo hi rato tree devaparei. Mas como Frnermos aber se la conus so"eeraenis™ ct Toncdra jo que s tsi nda nto terminoimagie ros qe tals alguns hal pesquisa soso, es obrirnos fut mat sore o que nig a res teats significa pars pico orga, recone ‘Sucre ques introns eto mt distaste dos nos Sone cmeysemos alr ela pers hr dene now co hcsiman Come consencn poletianoe dear dese ‘Hi lerPodeimos pasa wer oe das govamos por Ge mvolutriamente a mos ie de nossa props reocupasdesumndo tel tera trmnrse Mens TPoshetodrmdrnou dtr sigifeal para © fat de sept interpreta obras Meri, a6 —» | cen panto hz de nose popion eres 0 10 de wmoou to: gus étirexarUne? ” a xendade,sermosincupazos de, mum certo sent, iter: Dretilas de outa maneira ~ poet er uma das ares elas quoi certas obras fteras parecem conservar set ‘alorattavés dos séculos| Pode sontecer, lao. que ainda onservetos muita das preaeupagdes inerentes dda p= bri obra, mas pode ecorer também que nao estjemos ‘alorizandoexatamente a “mesma” abr emibor assim hos ‘urega. O “nosso” Homero nio ¢ gual a0 Homero da dade Média, nem 0“nosso" Shakespeare ¢ igus so dos conten Potinsos desse autor. Dierenes periods historicos eats: teiram um Homero eum Shakespeare "ifetentes” de aor. do com seus interesese proocupardes priprioy,choontat ‘do em sous textos elementos «serein valoritos odes lorizados, embora nio ncessariamente os mesmos fas ss obras liters, em outa palavas, so "reser mes ‘mo que inconseientements, plas soviedades que lems ‘a verdade, lo hi zlota de uaa ura ue nose tam ‘bém uns “roeseritra”|Nenhama obra e menu aval ‘lo stual dela, pode ser simplesmente estendile @ novos _rupos de pessoas sem que, nese rovsss, saa oui ‘es, talves quaseimpercptveisE eova€uina das abe elas quis o ate de se clasficar ago como literatura & ‘eemamenteinstivel | 'Nio quero dizer qu sea instivel porque os juizos de ‘alr seam “subjetvos", Deacordo com liters, 0 ‘mundo €diviido ene fats sis, “enteriores", com esupio feroviria Grand Cental, © atbiteronjuizos de ‘aor interiones", como gostar de batanas ou thar ue © ‘om de um poems de Yous vida fanfaronice defensive 8 resignasao sombra, Os fatos to pics inisetivei, (0s valores so privads egratitos, Ha uma diferenga dbvia. ste deserever um fato, como “Fst ented fot constuida fm 1612", e registrar um juizo de valon como "Esta ete Aral € um exerplo magnifico ds arqittir baross” | Vie 6 eon pa uienerune: cata wrmaoU¢10 nos sup, parm, qu peimeia afimasio tena sido fe ‘um visite esrangeiro que pereore 3 Inglaterra, © 0 ‘en itrignda mito, Por ge, ele podeiaperguna, voce insste em menclonae as datas da const de todos exes ‘lficioe? Por que ex absesso com as origens? Na soc ‘dade em que v0, ele poderia continua, no mantemos um registro desiesacontecimentos;nossos eis so class Feados de aoordo com sea posigio em reap ao noreste fot a0 wkd Iso demonstara parte do sistema incons- ente de jus dele gue sblinha minhas proprias des. {ies Eses jlzos de valor lo slo neessaramente do mesmo tipo sie “Esta catedral & um exernplo magnifico da "rquitrura baroca”, mas anda assim so julzos de var, © nenfims afirmapio relaconada com fatos pode eviti-los. ‘Afial, ae afirmagdes sobre 08 fos so afrmagdes que Dressupiem alguns juizos questioniveis: os julzos de que tas aflimagies so digns de seem fits, avez mas dig tas do que slpumas utas, de que eu sow pessoa indiada pata fat-lasetaver a pena capac de assegurr sua Vera- idee, de que voce a pessoa india para fia de que ‘eben algo de il com esta airmagd,e assim por dan- te. Uma conversa eafé pode transmit informagio, mas ‘que predomi ness tipo de conversa ¢ um forte elemento ‘daquilo que os lingistas chamariam de “ca, uma preo- ‘upocto corn to dt coniniagao em si mesmo. Ao com ‘sar eon voce sobre as condigbes do tempo, estou asin lando também que considero digna de valor a conversa com ‘voce, que o consider um pessoa corn quem vale a pena ‘converse no sou ante-scil e que no estou inclined * fier uma crtion dettida de suaaparéncia posal ‘Nesse sentido, nfo hi possbilidade dese fazer uma ‘bservagio totalmente desnteresada, Natralments, © £10 dese mencionara data om que wma ctedal fi consuls & ‘considera, em nose cults, como tna afimacto mais rrrouio:o our éureneriar imparcial do que exressar ma opin sob ta argues ‘armas pseamos abn magia sitagSee na qa 9 afimagko ani xara mals earegada de alow” do gue 2 segunda, Tales “bareoeo" e"mngifien” steam ans Tormado mon menos sind, a paso que apenas tum punhado de pessoas einen se apegatn renga de ata de consti de ui eifcosej significative i= ths afirmagio sj toniada como uma mancia caida de ssnlr esa pogo, Todas aa toss eae: dee sta faze eno dein ed, freien ni Tel, de categoria de valores de ft, sa esas categories ‘eames adie os sos outos No goe tans fu cois chamds coecnentoit qe pose set deformao por itereses joo arate, oor eso Sei pefeament pose: corte, porn, gue sem interes Ses paiculres mo terames neni cones, pose uci vertu qualquer lads em nos drm 9 Bath de aut sonbecmentn, Or nrc sto eon tivo de nosso coecimete io apenas pconects te ocolocam em rico preensode que o concn todeveser"nenlo de valores” ems juzo de alr | Pade ocorer gus a proeénea por banana 5 aa uso morro part enbor tl at sea esto bavel| Une anise exsucva de minhasprofsesiay por Aimenos povaveinene ever 2 ponds relents ue elas em para coas experiencia formats de mn {ntinei, pars a relagdes com mes use ifs © para ‘ultos ous futores clr que too soca = “nos ‘bjetivos” quan as stage rani ts cain mais ‘iid no qu de resp jest fundamental de cen tase inerestes que me enol dade ncn, come ‘nombeo de uma determina soci, scons cane {ode que me devo unter en ho sue, de que a ses {as ds papi sexes Sm sa izes na blogs hua, 2» ‘wonua Da tirenaroRa- Una argoDUex on do gus sere humans sfo mais importanos do gue ot GtovodloeJPanos disordar dso ou dail, ma tl di ‘Sedinci ab ¢posivel porque patiiameos de certs mane. ‘arpofundae do ver evalrizar, qe exo Higa nos ‘ia soca qe nfo podria or meificadas sem ns Tormaror eta vida: Niagun me cntigar serameete por no getar de un dstrminado peta de Doane, ns 3, ‘ent circunstnciae, cu argumenar que Done ng ier tora eu core orco de perder mou emprege Sou live for var fvor dow tababists ou do conserva, ‘asco fntae apr com a convieto de queens ebcolha ‘pens matcara um preooacta mas proinde 0 presone Sho de que osgntiado da damnocraci imita-w a olor th eu nam 9010 de anos em anos 08 eno Certs irsnstncas excopeionals, podria saber na chia HA esrturs de valves, gm grande parte oct, qe n= foci enfin noose afrmagdes fai, & pate do qe tends por “ieologis™ [Pr ideloga” quero dz, ‘sproximadament a mane pela qualaqalo qe dizemos ¢ so que ardiamos se elacona com extras do poder Sona relays de pdr da socedade em que vvemon \Stuusse des rosie dings, que nem odo 0 os So jz e categoria rbjacetes pode ser provtor tote consideadoe ideoogios|Temon 4 convee30 po. Tanda de que evangemos paso fir (pelo noe una ten eiedade acha que esta recuansd para 0 ftir, mas “ fembors essa maneim de ver passa se flacionar de mode ‘Sgnificativo com a estruura de poder de nossa sociedad, {sso ecessaramtente no ocorre Sempre e em toda a patel [Nao entendo por "ieologia” apenas a5 erengas qu tm a es profnday, slo mulls vezes inconsciates; consider ‘ule parcurmente, como sendo 0 modos de seni, vain, poreeber escredial, que se relacionam de agua rRoDuCIO: Ogu EtarencTena? a forma com a manutensio erepradusdo do par socal! O fato de que tis conviegdes mo so apenas eprichos pat