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ositi2017 Nobitro da tha da Madeira - tule MORAES (fol. 113) MORAES BRAZAO D’ARMAS Rei d’armas Portugal d’o muito alto, e mui excelente e poderoso Principe e Senhor El Rei D.Manuel, por Graga de Deus Rei de Portugal e d’os Algarves, d'aquem e d’alem mar em Africa, Senhor de Guinée d'a Conquista, navegacdo, commercio d’Ethiopia, Arabia, Persia e d’a India, ete, Fago saber a quantos esta minha Carta de certidio virem que Sebastido de Moraes Escudeiro de linhagem me requereu e pediu em sua Petigzo que procedia por descendencia d’a linhagem e geraco d’os proprios Moraes d’eses Reinos de Portugal, de que antigamente sempre houve, ¢ hi muitos cavalleiros, Escudeiros, fidalgos de nome d’armas e solar conhecido; por cuja verdade, e sucesso devia haver, e trazer as armas ¢ insignias d’a gerago d’os Moraes, d’onde assim descendia por linha direita masculina, e assim haver e gosar d’as honras, liberdades e franquezas que ho os mesmos fidalgos de cota d’armas e solar conhecido, por elle assim descender d’o tronco d’a dicta linhagem e solar, por ser filho de Jodo de Moraes e neto de Jo30 Formoso de Moraes, e bisneto outrosim de Joo Formoso de Moraes Escudeiros fidalgos de geragdo, e de ser de legitimo matrimonio nascido, etc, d’o sobredicto Jodo de Moraes e de Izabel Nunes Cardosa, sua propria mulher, e serem filhos de Ferndo Nunes Cardoso Escudeito fidalgo de linhagem d’este nome, d’armas e solar conhecido; 0 que assim faria certo por testemunhas quantas cumprissem, e provando (verso) 0 contetido em sua petigdo me pedia lhe mandasse dar d’elle minha Carta de Certidao e firma costumada com as armas e signaes d’a dicta sua linhagem d’os Moraes, e 0 notificasse por Escudeiro fidalgo de cota d’armas e solar conhecido por legitima conservacio de sua nobreza, e para os que d’elle descenderem por linha direita masculina, segundo forma ¢ lei d’a nobreza, e para d’ellas usar quando cumprir, assim como usio ¢ devem aquelles que n’a successio e armas insignias teém; e que para prova d’o que assim dizia offerecia uma iquirigo que era em meu poder, a qual foi tirada por parte ¢ a pedimento de Francisco de Moraes seu proprio irmao e pac € mie, como se em ella declara, e bem assim offerecia e appresentava um instrumento publico com o theor de certos testemunhos que elle Supplicante tiréra por auctoridade de Justiga, por se delles esperar d’ajudar, em que assim affirmava ser irmao d’o sobredicto Francisco de Moraes, ¢ filho dos sobredictos, ¢ neto e bisneto; e bem assim outro instrumento publico em que vinha incorporado a transumpto d’a Carta d’o dicto seu irmao por mim dada. E visto por mim seu requerimento e obrigagdo que tenho para com meu officio provér a semelhantes necessidades, antes de satisfazer a seu requerimento mandei por meu Dezembargador que me apprezentasse mais duas outras testemunhas que 0 bem conhecessem e soubessem de sua geragio; e satisfazendo o meu dezembargo em apprezentou certas testemunhas, 4s quaes foi dado juramento d’os Sanctos Evangelhos, € perguntadas por todas interrogagies € (fol. 114) € feito exame as mandei ajunctar 4 mais prova em o qual feito testemunhérdo as testemunhas seguintes = Jodo de Sa, Izabel Dias, ¢ Bras Dias Escudeiro d’El Rei Nosso Senhor, Garcia Nunes, Ferndo de Moraes, outrosim Escudeiro d’o dicto Senhor, ¢ Pedralyares, Maria Lopes, Fr. Pedro Nunes, Vigario d’a Villa d’a Praia, & Vascalvares, Gongalo Annes, Gil Vaz Escudeiro = por virtude d’as quaes testemunhas se prova inteiramente os hps:web archive. orgiveb/200310111966S4ip/fplanetatera.com.br8Oazertamilapaiva’NobilarodallnadaMaderalmoraes.him us osit12017 Nobili da tha da Madeira -ttulo MORAES, sobredictos pae, avd e bisavd delle Supplicante Sebastiio de Moraes serem d’a dicta geragdo e tronco verdadeiro d’o Moraes, Escudeiros fidalgos de nome d’armas ¢ por taes ero havidos, honrados € catados, vivendo honradamente a lei d’a nobreza, mantendo sempre e aviventando seu nome e appelido d’armas como devem e sio obrigados aquelles que nobres sao ¢ armas ¢ isignias teem, e que nao havia duvida o supplicante ser filho, neto e bisneto d’os sobredictos, e ser de legitimo matrimonio nascido, e por seu filho ser baptisado, criado e conhecido e assim descender d’os proprios Moraes; segundo mais cumpridamente se declara n’os dictos de seus testemunhos: a qual vista por mim, como Juiz d’a nobreza, que sou, e 0 pedir d’o Supplicante e como se mostra por prova mais inteira que abasta, elle ser d’a dicta linhagem, e tronco d’a geragio d’os proprios Moraes, ¢ vir por linha direita masculina sem nenhuma bastardia, e viver nobremente, lhe mandei passar esta minha Carta com as armas d’a dicta sua linhagem d’os Moraes, conhecidas e pintadas aqui n'o meio della, assim e d’a maneita que fico registradas, ¢ assentadas n’o livro d’a nobreza que em meu poder so, como Juiz d’ella, ¢ como esto assentadas n’o livro d’o tombo que (verso) Sua Alteza ordenou e por mim mandou fazer por memoria d’os passados, e pelo aos porvir, o qual em signaes ¢ escudo sdo as seguintes: (1) Um escudo partido por meio ao longo, ¢ n’o primeiro, de vermelho, uma torre de prata perfillada de préto, assentada sobre a agua de prata ondeada de azul; n’o segundo, de prata, uma amoreira verde com amoras de tenado e com as raizes sobre o campo d’o mesmo verde, e com sua differenga de chefe que toma d’ambas partes, ¢ em signaes. Pelo qual requeiro, e mando d’a parte d’o dicto Senhor Rei Nosso Senhor pelo poder ¢ auctoridade, que de Sua Alteza tenho, a todos os Cavalleiros fidalgos de cota d’armas, ¢ a todos os Corregedores, Justigas, Officiaes, ¢ PessGas a que esta minha Carta de Certidao for mostrada, e 0 conhecimento della pertencer, por qualquer maneira que seja, deixem ao dicto Sebastido de Moraes supplicante trazer 0 dicto escudo, armas e insignias, em elle contetidas em todos os logares de honra em que os nobres e antigos fidalgos de cota d’armas sempre costumarao e por direito commum, leis, ordenagées, usangas d’estes reinos devem trazer © trazem, ¢ com ellas o leixem entrar em quaesquer tranzes de batalha, campos, reptos ¢ escaramugas, e desafios que elle houver, e exercitar com ellas em todos os outros actos licitos de guerra e de paz, e finalmente se servir, approveitar e honrar em todo e por todo, e Ih’as deixem lograr e possuir como cousa sua propria, assim a elle como aos que d’elle descenderem por linha direita masculina, vivendo 4 lei d’a nobreza, como dicto é e os deixem gouvir de todas as honras, proeminencias, privilegios, liberdades, gragas, e isengdes, franquezas que hao e devem haver (fol. 115) 0s outros fidalgos nobres, ¢ de antigas linhagens, ¢ de que gosario todos seus antecessores, por razio de sua nobreza ¢ fidalguia que assim teém de cota d’armas e isolar conhecido, cumprindo 0 assim uns e outros sem davida nem embargo algum que a elle ponhdo em maneira alguma que seja. Dada em a mui nobre e sempre leal Cidade de Lisboa a vinte e septe d’o més de Janeiro.Cepta, Arauto d’EI Rei Nosso senhor, a fez anno d’o Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil quinhentos e oito annos. Rei d'armas Portugal. gis N.° 1 ~ Jodo de Moraes, o primeiro que veio a esta Ilha, era filho de Jodo Formoso de Moraes, ¢ neto de outro Jodo Formoso de Moraes, como consta d’o Brazio que tirou seu filho Sebastiio de Moraes, 0 Velho, n’o anno de 1508, e fica langado n’o principio d’este titulo; e diz Diogo Gomes de Figueiredo n’as suas memorias gencalogicas que o dicto Jodo Formoso de Moraes fora Alcaide Mér de Braganga. Viveo hps:web archive. orgiveb/200310111966S4hip/fplanetatera.com.br:8Oazertamilapaiva’NobilarodallnadaMaderalmoraes.him 2s osit12017 Nobili da tha da Madeira -ttulo MORAES, (1) Na margem externa, com este sina, estéo te6r seguinte: (1) Armas 0 dicto Jodo de Moraes n’esta Ilha, e fez. seu assento n’a Villa de Machico. Casou em Portugal com Izabel Nunes Cardosa, irmai de Nuno Fernandes Cardoso, o de Gaula, e filhos de Ferndo Nunes Cardoso, d’a Gouvéa, em titulo de Cardosos em Portugal De quem houve 2.—Francisco de Moraes, que tirou Brazdo d’armas, ¢ viveu n’a Iha 3°. 2—Sebastido de Moraes. 2.—Joao de Moraes, § 3. 2.—Maria de Moraes, que casou tambem (verso) n’a Ilha 3, e foi me d’o Licenciado Antonio de Moraes. 2—Sebastido de Moraes, filho 2.° de Joao de Moraes, viveu n’esta Ilha n’a Villa de Machico, ¢ foi chamado 0 Velho em razio de seu filho d’o mésmo nome; foi o que tirou o brazdo d’armas n’o anno 1508; teve casa e engenho n’aquella Villa, onde mandou fazer a Capella d’o Espirito Sancto n’a Egreja parochial para seu enterro, ea fez Cabega do morgado que instituio de seus bens n’aquella parte em seus primogenitos. Morreu em 22 de Novembro de 1527. Casou 1." vez com Izabel Fernandes Tavares, filha de Fernao de Ennes, ¢ de Catharina Vaz Tavares, em titulo de Tavares, § ..., N.° De quem houve io de Moraes, 0 mogo. 3 —Femio de Moraes, § 2°. 3 — Iria de Moraes, 1." mulher de Mem de Brito de Oliveira, filho de Pedro de Brito de Oliveira, ¢ de Catharina de Bettencourt, em titulo de Britos Oliveiras, § 1.°,N.°2°. Casou 2..* vez. com Maria de Souza, filha de...rnncneneinSe B 3 ~ Sebastitio de Moraes, filho I.° de Sebastitio de Moraes, 0 Velho, chamérdo-he 0 mégo em distinegao de seu pae, foi herdeiro d’o Morgado d’o dicto seu pae; viveu em Machico, onde morreu em 25 d’Abril de 1560, jaz com seus paes n’a sua Capella, e instituio morgado de seus bens Casou com D. Jeronima de Vasconcellos, que a0 depois foi mulher 1.* de Vasco Moniz Barreto, e filha de Antonio Teixeira o Rei (fol. 116) © Rei Pequeno, e de D. Izabel de Vasconcellos, em titulo de Teixeiras, § Julho de 1561, ¢ jaz com seu primeiro marido. NO cong @ qual morreu em 24 de De quem houve 4 — Francisco de Moraes, que casou em Julho de 1558 com D. Antonia de Castello Branco, filha de André de Aguiar d’a Camara e de D. Leonor Leme, 2.* mulher, em titulo de Aguiares, § 1°,N.°3.%. g. 4 — Femi de Moraes de Vasconcellos, hps:web archive. orgiveb/200310111966S4hip/fplanetatera.com.br:8Oazertamilapaiva’NobilarodallnadaMaderalmoraes.him ais ositi2017 Nobitro da tha da Madeira - tule MORAES 4D. Antonia de Vasconcelos, 2° mulher de Mem de Omellas de Moura, filo de Jodo de Omellas de Vasconcellos, ¢ de D. Cecilia de Moura, em titulo de Omellas, § oy N2ou 4—Ferndo de Moraes de Vasconcelos, filho 2.° de Sebastitio de Moraes, 0 m6¢o, foi herdeiro d’os morgados de seu pae ¢ avé; viveu tambem em Machico onde morreu em 28 d’Abril de 1612, ¢ instituio com sua mulher morgado de suas 3.as n’os descendentes de sua filha D. Maria d’a Camara. Casou em 15 d’Abril de 1561 com D. Maria d’a Camara, filha de André de Aguiar d’a Camara, e de D. Leonor Leme, em titulo de Aguiares, § 1.°,N.°3. De quem houve 5 — Francisco de Moraes de Aguiar, que herdou a Casa de seu pac, ¢ morreu em 23 de Fevereiro de 1634: casou com D. Antonia de Moura, filha de Jodo de Omellinhas de Moura, ¢ de D. Constanga Vellosa, em titulo de (verso) Omnellas, § 4.°,N.°5.%,s. g. 5 —D. Izabel de Castello Branco, mulher de Garcia de Mondragio, filho 1." de Antonio Rodrigues Mondragio, ¢ de D. Brites de Andrada, em titulo de Mondragoes, § 1.",N.°3.°, s. g. 5 - D. Filippa d’a Camara, que veio a ser a herdeira d’a casa de seu pae por morte de seus irmios, ¢ casou com Antonio d’a Silva Barretto, filho de Jorge Mialheiro Pereira, e de D. Hellena de Menezes, em titulo de Homens Souzas, § 2.°, No 5°. 5—D. Catharina Leme, mulher de Diogo Pereira de Menezes, filho tambem do dicto Jorge Mialheiro Pereira, ¢ de D, Hellena de Menezes, em titulo de Homens Souzas, § 7.°, N.° 5.°, a qual morreu n’ o 1.° de Fevereiro de 1634. 5—D. Antonia de Castello Branco, que casou em 1598 com Joao de Bettencourt Corréa, filho de Jorge Corréa Bettencourt, ¢ de D. Maria Vieira, em titulo de Corréas, § 1.°, N.° 4.°, a qual morreu em Fevereiro de 1610, ¢ jaz com seu marido em N.* Sr d’o Calhau, n’a Capella d’o Sanctissimo. 5 —D. Maria d’a Camara, mulher de Francisco de Bettencourt Corréa, filho tambem d’o dicto Jorge Coméa Bettencourt, ¢ de §2° N.°3—Femao de Moraes, filho 2.° de Sebastido de Morais, o Velho, § 1.°, Casou com Filippa Casco (fol. 117) De quem houve 4—D. Filippa de Moraes, mulher de Antonio Mendes de Vasconcellos, filho de Henrique de Bettencourt, ¢ de D. Hellena de Vasconcellos, em titulo de Bettencourts, § 13.°,N°4.. gan hps:web archive. orgiveb/200310111966S4hip/fplanetatera.com.br:8Oazertamilapaiva’NobilarodallnadaMaderalmoraes.him is, ositi2017 Nobitro da tha da Madeira - tule MORAES N22 Jodo de Moraes, filho 3.° de Jodo de Moraes, § 1.°,N.°1.° Fez testamento de mio commum com sua mulher em 18 de Junho de 1522, e n’elle fizerio Capella de suas 3.°s, ¢ mandardo fazer a Capella, onde jazem n’o Salvador, de St." Cruz, d’a parte direita d’a dicta Fgreja, que hoje serve ao Sanctissimo. ‘Casou com Catharina Fernandes Tavares, irmaa de sua cunhada Izabel Fernandes Tavares, e filha de Ferndo de Ennes e de Catharina Vaz Tavares, em titulo de Tavares, § 1.°,N.°3.° De quem houve 3.—Antonio de Moraes, ¢ Manuel de Moraes, que morrérao solteiros, s. g, 3 —D. Joanna De Moraes, que casou com Henrique de Bettencourt, filho de Joo de Bettencourt o Cavalleiro, € de Guimar Ferreira, em titulo de Bettencourts, § 12° N° 4. s. g.; ella fez testamento em 19 d’Abril de 1574, em que deixou parte herdeira sua sobrinha D. Maria de Madureira, filha de sua irmaa Francisca de Moraes, e depois mulher de Antonio Barretto. 3 — Francisca de Moraes, mulher de (verso) de Luiz d’a Maia de Madureira, que succedeu n’a Capella e morgado de seus paes, por falta de Vario. 3 — Beatriz de Moraes, mulher de Pedro Soares de Souza, Capitio d’a Ilha de St.* Maria, filho de Joao Soares de Souza, Capito d’a Ilha de St.* Maria, c.g. em titulo de Soares Souzas, 3 — Catharina de Moraes, mulher de Jo%o Gongalves d’a Camara, e de Mecia Nunes Cardosa, em titulo de Camaras, § 12.°,N.°4.°, hps:web archive. orgiveb/200310111966S4hip/fplanetatera.com.br:8Oazertamilapaiva’NobilarodallnadaMaderalmoraes.him 9s

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