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UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL

CAMPUS CAPÃO DA CANOA

TIAGO LUIZ SOARES

WORKING PAPER
PRINCÍPIOS NO PROCESSO DO TRABALHO
E QUESTÕES SIMULADAS DE PROVA

CAPÃO DA CANOA
DEZEMBRO/2016

C O N T A T O @ T I A G O S O A R E S.C O M . B R W W W .T IAG O SO A R E S. CO M .B R
 

TIAGO LUIZ SOARES


 

 
 

PRINCÍPIOS NO PROCESSO DO TRABALHO


E QUESTÕES SIMULADAS DE PROVA

Trabalho de Graduação, apresentado à


disciplina de PROCESSO DO TRABALHO, no 8º
Semestre do Curso de Direito da Universidade
de Santa Cruz do Sul, Campus Capão da Canoa,
com objetivo em obter crédito complementar
para a disciplina.

Professor: Mauricio Antonacci Krieger


E-mail: maukrieger@yahoo.com.br

CAPÃO DA CANOA
DEZEMBRO DE 2016
 

S UMÁRIO  

1  INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 3 
2  PRINCÍPIOS NO PROCESSO DO TRABALHO ................................................................... 3 
2.1  Princípio da Proteção ao Trabalhador ....................................................................................3 
2.2  Princípio Dispositivo...............................................................................................................5 
2.3  Princípio inquisitório ou inquisitivo........................................................................................5 
2.4  Princípio da concentração dos atos processuais e celeridade ...............................................6 
2.5  Princípio da oralidade ............................................................................................................6 
2.6  Princípio da identidade física do juiz .....................................................................................6 
2.7  Princípio da irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias .....................................7 
2.8  Princípio da conciliação .........................................................................................................7 
2.9  Princípio do jus postulandi da parte.......................................................................................7 
2.10  Princípio da extrapetição .......................................................................................................7 
2.11  Princípio da subsidiariedade ..................................................................................................8 
2.12  Princípio da Lealdade processual...........................................................................................8 
2.13  Princípio da Indisponibilidade de direitos ..............................................................................8 
2.14  Princípio da Estabilidade da lide ............................................................................................9 
2.15  Imparcialidade do juiz ............................................................................................................9 

3  PROVA SIMULADA DE PROCESSO DO TRABALHO........................................................ 10 


3.1  QUESTÃO 1 ............................................................................................................................10 
3.2  QUESTÃO 2 ............................................................................................................................10 
3.3  QUESTÃO 3 ............................................................................................................................11 
3.4  QUESTÃO 4 ............................................................................................................................11 
3.5  QUESTÃO 5 ............................................................................................................................12 
3.6  QUESTÃO 6 ............................................................................................................................12 

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................ 14 


 
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INTRODUÇÃO
   
 

1 INTRODUÇÃO

A primeira parte do presente trabalho tratará dos Princípios no Processo do


Trabalho. Princípios são suposições universais, abstratas, que inspiram na elaboração
de uma norma legal. Elas também atuam como fonte integradora, suprindo as
omissões e lacunas do ordenamento jurídico. Exercem ainda uma importante função,
atuando como orientadoras na interpretação de determinada norma. Portanto, os
princípios possuem função orientativa, normativa, informativa e interpretativa.

A segunda parte do trabalho, será realizada conforme orientação do Professor


orientador como pré-prova e estudo para a prova final da disciplina de Teoria Geral
do Processo do Trabalho. Serão respondidas questões referentes ao conteúdo,
simulando uma prova da disciplina.
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2 PRINCÍPIOS NO PROCESSO DO TRABALHO

Em relação ao direito processual do trabalho, foram identificados alguns pontos


de discórdia entre os doutrinadores, havendo uma pequena coincidência entre eles.
Uma divergência natural, tendo em vista que o processo do trabalho é assistemático,
principalmente por utilizar, subsidiariamente, parte das normas do processo civil,
necessitando de uma normalização mais abrangente e completa que defina seus
próprios princípios no ramo trabalhista, sem ter que se adequar ou importar os
princípios gerais do processo civil.

2.1 Princípio da Proteção ao Trabalhador


Um dos princípios onde existe maior divergência doutrinária. Defendido por
autores como Wagner Giglio, Carlos Henrique Bezerra Leite e Sergio Pinto Martins.
Pelo princípio, o caráter tutelar, protecionista, tão evidenciado no direito material do
trabalho, também é aplicável no âmbito do processo do trabalho, o qual é permeado
de normas, que, em verdade, objetivam proteger o trabalhador, parte hipossuficiente
da relação jurídica.

Não se trata do mesmo princípio da proteção do Direito Material do Trabalho,


mas de uma intensidade protetiva, vista sob o aspecto instrumental ao trabalhador.
Ele tem a finalidade de assegurar-lhe algumas prerrogativas processuais para
       
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PRINCÍPIOS NO PROCESSO DO TRABALHO
   
 

compensar eventuais limitações ao procurar a Justiça do Trabalho, devido à sua


hipossuficiência econômica e, muitas vezes, à dificuldade em provar suas alegações.

Todavia, existe a posição divergente de alguns doutrinadores, os quais


entendem que os poderes instrutórios do juiz do trabalho não autorizam conclusão
afirmativa, porque o favor laboratoris é princípio de direito material, que nele cumpre,
justificadamente, o seu papel como disciplina substancial da relação de trabalho, mas
as disposições de natureza estritamente processual não o comportam, pois a relação
jurídica processual não autoriza o juiz a redirecionar o seu poder para uma das partes.

O processo pode e deve ter leis que atendam à desigualdade das partes na
relação jurídica processual tais como distribuição do ônus da prova, acesso à Justiça,
desoneração de pagamento de custas e outros gastos processuais porque é evidente
a disparidade econômica entre os seus sujeitos. Assim, temos alguns exemplos do
princípio da proteção previstos na legislação:

► A gratuidade da justiça (isenção de pagamento de custas e despesas


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processuais) e a assistência judiciária na Justiça do Trabalho são destinadas,


exclusivamente, aos trabalhadores e não aos empregadores;

► A inversão do ônus da prova implementada no âmbito do processo laboral


também aproveita, exclusivamente, ao trabalhador, mediante presunções que
lhe são favoráveis;

► O impulso oficial nas execuções trabalhistas (art. 878 da CLT), em que o juiz
do trabalho pode, de ofício, impulsionar a execução, favorece, evidentemente,
ao credor trabalhista (trabalhador exequente);

► A ausência do reclamante à audiência importa tão somente no arquivamento


da reclamação trabalhista (art. 844 da CLT), evitando a apresentação da defesa
e possibilitando ao obreiro ajuizar nova ação trabalhista;

► A obrigatoriedade do depósito recursal em caso de eventual recurso


objetivando garantir futura execução (art. 899, § 1.°, da CLT), é comando
destinado exclusivamente ao reclamado;

► O dispositivo previsto no art. 651 da CLT determina que a reclamação


trabalhista deve ser proposta na localidade em que o empregado (seja ele
reclamante ou reclamado) efetivamente prestou os seus serviços, também

       
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PRINCÍPIOS NO PROCESSO DO TRABALHO
   
 

protegendo o obreiro, principalmente facilitando a produção de provas pelo


trabalhador, como também diminuindo as suas despesas.

2.2 Princípio Dispositivo


O princípio dispositivo, também chamado de princípio da inércia da jurisdição,
previsto no CPC, informa que nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando
a parte ou o interessado a requerer. Portanto, o judiciário permanece inerte
aguardando ser provocado. Em princípio, quem provoca é o titular do direito lesado.

Porém, temos o caso de Processo administrativo, apesar de parecer, não fere o


princípio dispositivo, neste caso quem tirou o judiciário da inércia não foi o titular do
direito, mas foi o órgão local do ministério do trabalho ou emprego:

Art. 36, CLT - Recusando-se a empresa fazer às anotações a que se refere o art. 29
ou a devolver a Carteira de Trabalho e Previdência Social recebida, poderá o
empregado comparecer, pessoalmente ou intermédio de seu sindicato perante a
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Delegacia Regional ou órgão autorizado, para apresentar reclamação. (Redação dada


pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

Art. 39, CLT - Verificando-se que as alegações feitas pelo reclamado versam sobre
a não existência de relação de emprego ou sendo impossível verificar essa condição
pelos meios administrativos, será o processo encaminhado a Justiça do Trabalho
ficando, nesse caso, sobrestado o julgamento do auto de infração que houver sido
lavrado. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

Já o processo de execução trabalhista não obedece ao princípio dispositivo, já


que segundo o art. 878, CLT – a execução poderá ser promovida até pelo juiz.

Art. 878, CLT - A execução poderá ser promovida por qualquer interessado, ou ex
officio pelo próprio Juiz ou Presidente ou Tribunal competente, nos termos do artigo
anterior.

2.3 Princípio inquisitório ou inquisitivo


Confere ao juiz a função de impulsionar o processo, na busca da solução do
litígio. Uma vez proposta a demanda, por iniciativa da parte, caberá ao juiz impulsioná-
la, de ofício, em busca da efetiva e célere prestação da tutela jurisdicional (art. 262 do
CPC).

Logo, objetivando impulsionar o processo, poderá o juiz ordenar as diligências


que julgar necessárias ao deslinde da demanda, mesmo que as partes tenham
permanecido inertes, conforme se observa no art. 130 do CPC, in verbis:

       
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PRINCÍPIOS NO PROCESSO DO TRABALHO
   
 

Art. 130 do CPC – Caberá ao Juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar


as provas necessárias à instrução do processo, indeferindo as diligências inúteis ou
meramente protelatórias.

Outrossim, o art. 878 da CLT permite que a execução trabalhista seja promovida
ex officio pelo magistrado trabalhista, independentemente de provocação ou
requerimento das partes interessadas, o que representa, também, manifestação do
princípio inquisitivo.

2.4 Princípio da concentração dos atos processuais e celeridade


O princípio da concentração dos atos processuais objetiva que a tutela
jurisdicional seja prestada no menor tempo possível, concentrando os atos
processuais em uma única audiência.

A concentração dos atos processuais em audiência, sem dúvida, objetiva


prestigiar o princípio da celeridade processual. Evidenciada pela Constituição Federal
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de 1988, que, no art. 5.°, LXXVIII, com redação dada pela EC 45/2004, assegura a
todos, no âmbito judicial e administrativo, a razoável duração do processo e os meios
que garantam a celeridade de sua tramitação.

2.5 Princípio da oralidade


O princípio da oralidade consubstancia-se na realização de atos processuais
pelas partes e pelo próprio magistrado na própria audiência, de forma verbal, oral. Ele
constitui um conjunto de regras destinadas a simplificar o procedimento, priorizando a
palavra falada, com um significativo aumento dos poderes do juiz na direção do
processo, imprimindo maior celeridade ao procedimento e efetividade da jurisdição,
destacando o caráter publicista do processo.

2.6 Princípio da identidade física do juiz


O princípio da identidade física do juiz determina que o juiz que colheu a prova
(depoimento pessoal das partes, oitiva das testemunhas, esclarecimentos verbais do
perito etc.) é quem deve proferir a sentença. Esse princípio ganha especial relevância
uma vez que é na inquirição direta das partes e testemunhas que o juiz consegue
firmar o seu convencimento, alcançando a verdade real, esta muitas vezes não
reproduzida nas atas de audiência.
       
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PRINCÍPIOS NO PROCESSO DO TRABALHO
   
 

2.7 Princípio da irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias


Decisão interlocutória, conforme previsto no art. 162, § 2.°, do CPC, é o ato pelo
qual o juiz, no curso do processo, resolve questão incidente. O processo do trabalho
traz em seu bojo uma peculiaridade ao informar, no art. 893, § 1.°, da CLT, que as
decisões interlocutórias não são recorríveis de imediato, somente permitindo-se a
apreciação do seu merecimento em recurso da decisão definitiva.

2.8 Princípio da conciliação


O art. 764 da CLT contempla, de forma explícita, o princípio da conciliação, ao
dispor que os dissídios individuais ou coletivos submetidos à apreciação da Justiça do
Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação.

Tradicionalmente, a Justiça do Trabalho é a justiça da conciliação.


Historicamente, os primeiros órgãos de composição dos conflitos trabalhistas foram,
eminentemente, de conciliação.
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Dizia Carnelutti que a conciliação é uma sentença dada pelas partes, e a


sentença é uma conciliação imposta pelo juiz.

Sem dúvida, a conciliação é a melhor forma de resolver o conflito trabalhista,


visto ser uma solução vinda das próprias partes que conhecem a real dimensão do
conflito, suas necessidades e possibilidades para a melhor solução. Muitas vezes, a
sentença desagrada a uma das partes e até mesmo a ambas.

A CLT determina que a conciliação seja tentada, obrigatoriamente, em dois


momentos: antes da defesa, conforme o art. 846 da CLT, e após as razões finais (art.
850 da CLT).

2.9 Princípio do jus postulandi da parte


O princípio do jus postulandi da parte está consubstanciado no art. 791 da CLT,
o qual estabelece que os empregados e os empregadores poderão reclamar
pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações.

2.10 Princípio da extrapetição


O princípio da extrapetição permite que o juiz, nos casos expressamente
previstos em lei, condene o réu em pedidos não contidos na petição inicial, ou seja,

       
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PRINCÍPIOS NO PROCESSO DO TRABALHO
   
 

autoriza o julgador a conceder mais do que o pleiteado, ou mesmo vantagem diversa


da que foi requerida.

O art. 293 do CPC, por exemplo, permite que o juiz determine que sobre a
condenação da parcela principal incida juros e correção monetária, mesmo que no rol
de pedidos não conste tal requerimento.

2.11 Princípio da subsidiariedade


O art. 769 da CLT disciplina os requisitos para aplicação subsidiária do Direito
Processual Comum ao Processo do Trabalho, com a seguinte redação: “Nos casos
omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do
trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título”.

Conforme a redação do referido dispositivo legal, são requisitos para a aplicação


do Código de Processo Civil ao Processo do Trabalho:
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Omissão da CLT: quando a CLT e as legislações processuais trabalhistas


extravagantes (Leis ns. 5.584/70 e 7.701/88) não disciplinam a matéria;

Compatibilidade com os princípios que regem o processo do trabalho.

Porém a norma do CPC, além de ser compatível com as regras que regem o
Processo do Trabalho, deve ser compatível com os princípios que norteiam o Direito
Processual do Trabalho, e máxime o acesso do trabalhador à Justiça.

2.12 Princípio da Lealdade processual


É dever das partes de colaborar para o esclarecimento da verdade, não podendo
alterar a realidade dos fatos, opor resistência ao andamento do processo ou usar
deste para alcançar objetivos ilegais (CPC/73, arts. 14, I, e 17; NCPC, arts. 77, I, e
80).

2.13 Princípio da Indisponibilidade de direitos


O empregado não pode dispor, por simples manifestação de vontade, das
vantagens e proteção que lhe são assegurados pelo ordenamento jurídico e por seu
contrato de trabalho (CLT, art. 9º).

       
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PRINCÍPIOS NO PROCESSO DO TRABALHO
   
 

2.14 Princípio da Estabilidade da lide


Os fatos e pretensões passíveis de discussão no processo são, em princípio,
penas aqueles trazidos na inicial e na contestação (CLT, art. 845; CPC/73, arts. 294
e 300; NCPC, arts. 329 e 336), impedindo-se a inovação na lide.

2.15 Imparcialidade do juiz


O juiz do trabalho deve aplicar imparcialmente uma lei que já é de per si parcial,
protetiva do empregado; o princípio da imparcialidade constitui pilar de toda prestação
jurisdicional (PBCJ, valor 2; CIEJ, arts. 9-17; CEMN, arts. 8-9) e também é erigido
como dever básico do juiz, que é obrigado a assegurar igualdade de tratamento às
partes no processo (NCPC, arts. 7º e 139, I). Assim, ao juiz do trabalho não se
poderiam aplicar os epítetos de direita ou esquerda, progressista ou conservador,
liberal ou formalista, mas, fundamentalmente, conciliador e harmonizador dos conflitos
trabalhistas.
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3 PROVA SIMULADA DE PROCESSO DO TRABALHO

3.1 QUESTÃO 1
MAURICIO FOI CONTRATADO PELA EMPRESA ALFALUX EM SANTA CRUZ DO SUL - RS PARA TRABALHAR EM
FLORIANÓPOLIS – SC. MAURICIO É DESPEDIDO E RESOLVE ENTRAR COM UMA AÇÃO TRABALHISTA PARA COBRAR TODAS
AS VERBAS RESCISÓRIAS DECORRENTES DE UMA DESPEDIDA SEM JUSTA CAUSA. PARA TANTO MAURICIO AJUÍZA A AÇÃO
EM SANTA CRUZ DO SUL - RS. AGIU DE FORMA CORRETA O EMPREGADO? JUSTIFIQUE SUA RESPOSTA APONTANDO A
BASE LEGAL. (VALOR 1,0)

Em regra, a demanda trabalhista deve ser proposta na localidade em que o empregado efetivamente tenha
prestado seus serviços, independentemente do local da contratação. Logo, Mauricio foi contratado para laborar
em Florianópolis, terá competência territorial para processar e julgar reclamação trabalhista uma das Varas do
Trabalho do local da prestação de serviços, qual seja em Florianópolis.
A competência em razão do lugar (relativa), também conhecida como ratione loci, tem como premissa a regra
do artigo 651 da CLT, o qual deixa certo que a ação será proposta, em regra, no foro da prestação de serviço,
ainda que contratado noutro lugar. Tal regra tem como escopo facilitar a colheita de provas.
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ART.  651.  A COMPETÊNCIA DAS  JUNTAS DE  CONCILIAÇÃO E  JULGAMENTO É DETERMINADA PELA LOCALIDADE ONDE O EMPREGADO, 


RECLAMANTE  OU  RECLAMADO,  PRESTAR  SERVIÇOS  AO  EMPREGADOR,  AINDA  QUE  TENHA  SIDO  CONTRATADO  NOUTRO  LOCAL  OU  NO 
ESTRANGEIRO.  
§ 1º QUANDO FOR PARTE DE DISSÍDIO AGENTE OU VIAJANTE COMERCIAL, A COMPETÊNCIA SERÁ DA JUNTA DA LOCALIDADE 
EM  QUE  A EMPRESA TENHA  AGÊNCIA  OU FILIAL  E  A ESTA O  EMPREGADO ESTEJA  SUBORDINADO E,  NA  FALTA, SERÁ  COMPETENTE  A 
JUNTA DA LOCALIZAÇÃO EM QUE O EMPREGADO TENHA DOMICÍLIO OU A LOCALIDADE MAIS PRÓXIMA. 
§  2º  A  COMPETÊNCIA  DAS  JUNTAS  DE  CONCILIAÇÃO  E  JULGAMENTO,  ESTABELECIDA  NESTE  ARTIGO,  ESTENDE‐SE  AOS 
DISSÍDIOS OCORRIDOS EM AGÊNCIA OU FILIAL NO ESTRANGEIRO, DESDE QUE O EMPREGADO SEJA BRASILEIRO E NÃO HAJA CONVENÇÃO 
INTERNACIONAL DISPONDO EM CONTRÁRIO. 
§ 3º EM SE TRATANDO DE EMPREGADOR QUE PROMOVA REALIZAÇÃO DE ATIVIDADES FORA DO LUGAR DO CONTRATO DE TRABALHO, 
É ASSEGURADO AO EMPREGADO APRESENTAR‐SE 

3.2 QUESTÃO 2
O EMPREGADO QUE FOI DESPEDIDO DA EMPRESA ALFALUX RESOLVE AJUIZAR DEMANDA TRABALHISTA. ASSIM ENTRA
COM UMA RECLAMATÓRIA NA VARA DO TRABALHO DE PORTO ALEGRE. DEPOIS DE INSTRUÍDO O PROCESSO O JUIZ
APRESENTA A SUA SENTENÇA. A DECISÃO FOI DESFAVORÁVEL PARA O EMPREGADO E, PORTANTO, ELE DESEJA
RECORRER. QUAL ÓRGÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO SERÁ COMPETENTE PARA APRECIAR O RECURSO DA PARTE? E SE
HOUVER UMA SEGUNDA DECISÃO COM CONSEQUENTE RECURSO DESTA NOVA DECISÃO, PARA ONDE DEVERÁ SER
ENDEREÇADO TAL RECURSO? (VALOR 2,0)

Segundo a doutrina, todos os recursos têm efeito devolutivo no sentido de transferir a outro órgão
hierarquicamente superior ao que prolatou a decisão a reapreciação da matéria que fora objeto de impugnação.
Portanto, o órgão competente para apreciar o recurso seria o TRT da 4º região. Apesar do endereçamento na
petição ser dirigida ao juiz de 1ª instancia, é pedido para ser remetido ao órgão superior, ou seja o TRT, que
deverá apreciar o recurso, conforme previsto no art. 678, b, I da CLT.
Havendo uma segunda decisão desfavorável possível de novo recurso, este deverá ser apreciada pelo terceiro
grau de jurisdição, portanto o Tribunal Superior do Trabalho – TST.

       
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3.3 QUESTÃO 3
É POSSÍVEL AFIRMAR QUE AS JUNTAS DE
CONCILIAÇÃO E JULGAMENTO FAZEM PARTE DA ESTRUTURA JUDICIÁRIA
TRABALHISTA? JUSTIFIQUE SUA RESPOSTA. (VALOR 1,0)

Não. As juntas de conciliação e julgamento foram extintas em função da EC 24/1999. A jurisdição trabalhista no
primeiro grau de jurisdição passou a ser exercida por um juiz singular, denominado juiz do trabalho, que exerce
suas funções nas denominadas Varas do Trabalho.
Vale frisar que nas comarcas onde não houver Varas do Trabalho a jurisdição trabalhista será exercida por um
juiz de direito, conforme autorização prevista na Constituição Federal de 1988, art. 112 (com redação dada pela
Emenda Constitucional 45/2004)

3.4 QUESTÃO 4
O RECLAMANTE AJUÍZA DEMANDA TRABALHISTA MAS NÃO JUNTA A PROCURAÇÃO DO ADVOGADO NOS AUTOS DO
PROCESSO. NO ENTANTO, O ADVOGADO PARTICIPA DO PROCESSO E TEM SEU NOME REGISTRADO NA ATA DE AUDIÊNCIA,
APÓS TER SIDO REQUERIDO E COM A CIÊNCIA DA PARTE. PERGUNTA-SE: O ADVOGADO POSSUI MANDATO PARA DEFENDER
SEU CLIENTE? É POSSÍVEL O MESMO ADVOGADO SUBSTABELECER PODERES NESTE PROCESSO? (VALOR 2,0)
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Sim, A representação por advogado (procurador), por meio de mandato, pode ser:
► Escrito - (não necessita firma reconhecida - NCPC, art. 105);
► Tácito - quando o advogado comparece à audiência acompanhando o empregado (ou preposto) e
consta da ata da audiência o seu comparecimento (provém do apud acta do processo civil – Lei nº
1.060/50, art. 16); a validade do mandato tácito independe da inexistência ou irregularidade do mandato
expresso (Orientação Jurisprudencial 286, II, SBDI-1 do TST).
Conforme advoga Martins Filho e Ives Gandra da Silva (2016) é valido o mesmo advogado substabelecer. A
limitação de poderes para substabelecer não impede que seja considerado válido o substabelecimento, apenas
respondendo o mandatário pelos excessos perante o mandante, por se tratar de res inter alios (cf. TST-E-RR-
1290/2005-465-02-00.9, Red. Desig. Min. Aloysio Corrêa da Veiga, DJ de 26.9.2008);
Porém, conforme Orientação Jurisprudencial nº 200, o Mandato tácito. Substabelecimento inválido. (inserido
dispositivo) - DJ 20.04.2005

       
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3.5 QUESTÃO 5
JOSÉ RESOLVE PROCESSAR SEU ANTIGO EMPREGADOR O BAR “BAURU DO EDU”. NA AUDIÊNCIA O EMPREGADOR (EMPRESA DE
PEQUENO PORTE) CONTRATA UM PREPOSTO QUE POSSUI CONHECIMENTO DOS FATOS PARA IR REPRESENTÁ-LO. O ADVOGADO
DO EMPREGADO JOSÉ ALEGA QUE O PREPOSTO ESTÁ REPRESENTANDO DE FORMA ILEGAL, VISTO QUE PARA SER PREPOSTO NA
JUSTIÇA DO TRABALHO ESTE ALÉM DE TER CONHECIMENTO DOS FATOS DEVERÁ SER NECESSARIAMENTE EMPREGADO, O QUE,
DE FATO, O PREPOSTO EM QUESTÃO NÃO É. O JUIZ DEVERÁ ACATAR A ALEGAÇÃO DO ADVOGADO DO RECLAMANTE E TOMAR AS
MEDIDAS CABÍVEIS? JUSTIFIQUE SUA RESPOSTA. (VALOR 2,0)

Não, para micro e pequena empresa, o juiz poderá acatar o preposto, conforme art. 54 da lei 123 de 1996 e
sumula 377 do TST.

Sumula 377. Preposto. Exigência da condição de empregado.

Exceto quanto à reclamação de empregado doméstico, ou contra micro ou pequeno


empresário, o preposto deve ser necessariamente empregado do reclamado.
Inteligência do art. 843, § 1°, da CLT e do art. 54 da Lei Complementar n° 123, de
14 de dezembro de 2006. (ex-OJ n° 99 - Inserida em 30.05.1997)

3.6 QUESTÃO 6
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QUAIS AS DIFERENÇAS DA CAPACIDADE DE SER PARTE, CAPACIDADE PROCESSUAL E CAPACIDADE POSTULATÓRIA?


(VALOR 2,0)

CAPACIDADE PARA SER PARTE


Qualquer um com vida
CAPACIDADE PROCESSUAL
ART. 792 E 793 DA CLT –

Art. 792 - Os maiores de 18 (dezoito) e menores de 21 (vinte e um) anos e as mulheres casadas poderão pleitear
perante a Justiça do Trabalho sem a assistência de seus pais, tutores ou maridos.

Art. 793. A reclamação trabalhista do menor de 18 anos será feita por seus representantes legais e, na falta destes,
pela Procuradoria da Justiça do Trabalho, pelo sindicato, pelo Ministério Público estadual ou curador nomeado em
juízo. (Redação dada pela Lei nº 10.288, de 2001)

CAPACIDADE POSTULATÓRIA
Súmula nº 425 do TST

JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA DO TRABALHO. ALCANCE. Res. 165/2010, DEJT divulgado em 30.04.2010 e 03 e
04.05.2010

O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais
Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos
de competência do Tribunal Superior do Trabalho.

       
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
   
 

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Garcia, Gustavo Filipe Barbosa, Curso de direito processual do trabalho. 3ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014.
Martins Filho, Ives Gandra da Silva, Manual esquemático de direito e processo do trabalho. 23. ed. São Paulo
: Saraiva, 2016.
Nascimento, Amauri Mascaro, Curso de direito processual do trabalho. 28. ed. - São Paulo : Saraiva, 2013.
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