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SÃO PAULO
2008
INDICE
1 - CRÉDITO RURAL.................................................................................................. 1
1 1 – INTRODUÇÃO............................................................................................... 1
1.2 – OBJETIVOS DO CRÉDITO RURAL......................................................... 2
1.3 – ATIVIDADES FINANCIADAS PELO CRÉDITO RURAL .................... 2
1.3.1- Como se classifica o crédito de custeio....................................... 2
1.3.2- Destinação do custeio ........................................................................ 2
1.4 – QUEM PODE SE UTILIZAR DO CRÉDITO RURAL?.......................... 3
1.5 – CONTRATAÇÃO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA É OBRIGATÓRIA? 3
1.6 – EXIGÊNCIAS ESSENCIAIS PARA CONCESSÃO DE CRÉDITO
RURAL......................................................................................................................... 3
1.7 – COMO DEVE SER A FISCALIZAÇÃO DO CRÉDITO RURAL?........ 4
1.8 – O QUE É NOTA PROMISSÓRIA RURAL?............................................. 4
1.9 – O QUE É DUPLICATA RURAL?................................................................ 4
1.10 – GARANTIAS PARA OBTENÇÃO DE FINANCIAMENTO RURAL .. 5
1.11 – DESPESAS DO CRÉDITO RURAL........................................................ 5
1.12 – LIMITES DE FINANCIAMENTO ............................................................ 5
1.13 – OUTRAS LINHAS DE CRÉDITO ........................................................... 6
1.14 – COMO OBTER O FINANCIAMENTO DESSES PROGRAMAS?..... 9
1.15 – COMO PODE SER LIBERADO O CRÉDITO RURAL? ..................... 9
1.16 – COMO DEVE SER PAGO O CRÉDITO RURAL? ............................... 9
2- PRONAF – PROGRAMA NACIONAL DE FORTALECIMENTO DA
AGRICULTURA FAMILIAR ...................................................................................... 10
2. 1 – INTODUÇÃO.............................................................................................. 10
2.2 – A AGRICULTURA FAMILIAR E O DESENVOLVIMENTO LOCAL. 10
2.3 – PRONAF – UMA CONQUISTA DOS AGRICULTORES
FAMILIARES ........................................................................................................... 11
2.4 – IMPORTÂCIA DO PRONAF PARA A AGRICULTURA FAMILIAR 16
2.5 – OBJETIVOS DO PRONAF........................................................................ 17
2.6 – PÚBLICO ALVO DO PRONAF: CARACTERÍSTICAS PARA
ENQUADRAMENTO NO PROGRAMA............................................................... 17
2.7 – O QUE É A DAP – DECLARAÇÃO DE APTIDÃO AO PRONAF..... 20
2.8 – QUEM PODE OBTER FINANCIAMENTO DO PRONAF? ................. 22
2.9 – O QUE PODE SR FINANCIADO PELO PRONAF? ............................ 22
2.10 – DOCUMENTOS EXIGIDOS PARA ACESSO AO CRÉDITO ......... 23
2.11 – AGENTES FINANCEIROS QUE OPERAM COM O PRONAF ....... 23
2.12 – GARANTIAS PARA ACESSO AO CRÉDITO .................................... 24
2.13 - ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL – ATER NO
CRÉDITO PRONAF................................................................................................ 24
2.14 - ITENS CONSIDERADOS PELOS BANCOS ...................................... 25
2.15 - COMO OBTER FINANCIAMENTO DO PRONAF.............................. 28
2.16 - COMO MANTER O FINANCIAMENTO DO PRONAF ...................... 29
2.17 - RELACIONAMENTO COM OS BANCOS............................................ 29
2.18- PRONAF INFRA-ESTRUTURA MUNICIPAL ....................................... 30
2.18.1 - Modalidade de Aplicação dos Recursos ..................................... 31
2.18.2 - Formas de Reembolso dos Recursos .......................................... 31
2.18.3 - Capacitação Profissionalização de Agricultores Familiares e
Técnicos ................................................................................................................... 31
2.18.4 - O Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural ................. 32
3 – CRÉDITO FUNDIÁRIO ..................................................................................... 32
3.1 - Autonomia para as comunidades .........Erro! Indicador não definido.
3.2 - AUTONOMIA PARA AS COMUNIDADES. FUNDAMENTAL PARA O
BOM DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA ................................................ 34
3.3 - Mecanismos de controle PARTICIPAÇÃO SOCIAL,
MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO. MECANISMOS DE CONTROLE E
TRANSPARÊNCIA.................................................................................................. 35
3.4 - Tipos de financiamento PARA CADA NECESSIDADE, O
FINANCIAMENTO CERTO................................................................................... 36
3.5 - Financiamento para a aquisição de terras ...................................... 36
3.6 - Tipos de financiamento PARA CADA NECESSIDADE, O
FINANCIAMENTO CERTO.....................................Erro! Indicador não definido.
3.7 - Financiamento para a aquisição de terras ...................................... 37
3.8 - Linhas de financiamento - Combate à Pobreza Rural COMBATE
À POBREZA RURAL .............................................................................................. 37
3.9 - NOSSA PRIMEIRA TERRA....................................................................... 38
3.10 - CONSOLIDAÇÃO DA AGRICULTURA FAMILIAR ......................... 39
3.11 - NOVAS CONDIÇÕES DE FINANCIAMENTO ................................... 40
3.12 - Juros............................................................................................................ 40
3.13 - Faixas de financiamento e juros ...................................................... 40
3.14 - Bônus de adimplência .......................................................................... 40
3.15 - Bônus adicional ....................................................................................... 40
3.16 - Bônus .......................................................................................................... 41
3.17 - Prazos de Financiamento .................................................................... 41
3.18 - Eu posso participar do Programa? Quem pode participar? ... 42
3.19 - Quem não pode participar?................................................................ 42
3.12 - Que compromissos estarei assumindo? ........................................ 43
3.20 - Quais serão os meus direitos? .......................................................... 43
3.24 - O que fazer para me cadastrar no sistema do programa? .... 47
4 – SEGURO RURAL ................................................................................................ 49
4.1 – Importância do Seguro Rural .............................................................. 49
4.2 – Coberturas Básicas.................................................................................. 51
3.4 –Modalidades que o Seguro Rural Abrange:..................................... 51
4.3 – O que é o Seguro da Agricultura Familiar?.................................... 51
4.2.1 - O seguro da agricultura familiar garante: .............................. 52
4.2.2 - IMPORTANTE:..................................................................................... 52
4.2.3 - PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE O SEGURO DA
AGRICULTURA FAMILIAR E O PROAGRO TRADICIONAL .................. 53
4.3.4 - EXEMPLOS COMPARATIVOS DA COBERTURA DO SEGURO
DA AGRICULTURA FAMILIAR E DO PROAGRO TRADICIONAL ........ 54
1 - CRÉDITO RURAL
1 1 – INTRODUÇÃO
Para falarmos sobre esse tema, é importante sabermos a definição prevista pelo
Estatuto da Terra (Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964), que diz: “Entende-se por
Política Agrícola o conjunto de providências de amparo à propriedade da terra, que se
destinem a orientar, no interesse da economia rural, as atividades agropecuárias, seja no
sentido de garantir-lhes o pleno emprego, seja no de harmonizá-las com o processo de
industrialização do País”.
Esse conjunto de providências que a Lei menciona se expressa em:
● assistência creditícia;
● garantia de preços mínimos justos – compatíveis com a realidade dos agricultores
familiares.
● difusão de educação informal e formal, escolas no meio rural
● difusão de progresso técnico
● difusão de escoamento da produção
● rede de armazenamento
● apóia à comercialização
● eletrificação e irrigação
● assistência à saúde
● programas para construção de habitações rurais
● acesso aos meios de comunicação
● etc
Ou seja, garantir ao produtor rural sua perfeita integração social e ativa
participação no processo de desenvolvimento. Uma Política Agrícola que formalize
planos de ação para que o produtor possa adquirir seus insumos, produzir e escoar a sua
produção. Uma política agrícola com ênfase no associativismo e cooperativismo, que
oportunize ao homem do campo condições para poder manejar racionalmente a sua
unidade produtiva dentro da região climática e edafológica ( ciência que estuda os
solos) onde está situado
Também faz parte da Política agrícola dotar a área rural de condições de infra-
estrutura básica para o desencadeamento do processo produtivo rural. Assim, com todos
esses anteparos poderá ter o agricultor condições de eleger com a maior segurança
1
possível os mais diversificados tipos de exploração agrícola que deseja praticar em sua
propriedade rural.
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1.4 – QUEM PODE SE UTILIZAR DO CRÉDITO RURAL?
► idoneidade do tomador;
► apresentação de orçamento, plano ou projeto, exceto em operações de desconto de
Nota Promissória Rural ou de Duplicata Rural;
► oportunidade, suficiência e adequação de recursos;
► observância de cronograma de utilização e de reembolso;
► fiscalização pelo financiador.
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1.7 – COMO DEVE SER A FISCALIZAÇÃO DO CRÉDITO
RURAL?
► crédito de custeio agrícola: pelo menos uma vez no curso da operação antes
da época prevista para liberação da última parcela ou até 60 dias após a utilização do
crédito, o caso de liberação em parcela única;
► empréstimo do Governo Federal, conforme previsto no Manual de Operações
de Preços Mínimos;
► demias financiamentos: até 60 idas após cada utilização para comprovar a
realização das obras, serviços ou aquisições. Cabe ao fiscal verificar a correta aplicação
dos recursos orçamentários, o desenvolvimento das atividades financiadas e a situação
das garantias, se houver.
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1.10 – GARANTIAS PARA OBTENÇÃO DE FINANCIAMENTO
RURAL
► remuneração financeira;
► imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, e sobre operações
relativas a Títulos e Valores Mobiliários;
► custo de prestação de serviços;
► adicional do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (PROAGRO);
► sanções pecuniárias;
► prêmio de seguro rural.
Nenhuma outra despesa pode ser exigida do mutuário, salvo o exato valor de gastos
efetuados à sua conta pela instituição financeira ou decorrentes de expressas disposições
legais.
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► R$ 400 mil – para algodão;
► R$ 300 mil – para lavouras irrigadas de arroz, feijão, mandioca, milho, sorgo
ou trigo (somente para crédito de custeio);
► R$ 250 mil – para milho;
► R$ 200 mil – quando destinado à soja nas regiões Centro –Oeste e Norte, no
sul do Maranhão, no sul do Piauí e na Bahia-Sul;
► R$ 150 mil – quando destinado ao cultivo de amendoim, arroz, feijão,
mandioca, sorgo, trigo, soja (nas demais regiões) e frutíferas;
► R$ 100 mil – quando destinados a café (somente para crédito de custeio);
► R$ 60 mil – quando destinado às outras operações de custeio agrícola ou
pecuários do EGF.
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Limite:R$ 150 mil por produtor
Taxa de juros: 8,75% a.a.
7
Taxa de juros: 8,75% a.a.
8
a) até 70% do valor do projeto, quando se tratar de cooperativa com faturamento
superior a R$ 100 milhões
b) até 80% do valor do projeto, quando se tratar de cooperativa com faturamento
acima de R$ 50 milhões e até R$ 100 milhões
c) até 90% do valor do projeto, quando se tratar de cooperativa com faturamento
até R$ 50 milhões.
Taxa de juros: 10,75%
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pagamento, de maneira que os vencimentos coincidam com as épocas normais de
obtenção dos rendimentos da atividade assistida.
2. 1 – INTODUÇÃO
O acesso ao crédito rural pelos agricultores familiares é um importante
instrumento para o desenvolvimento local, principalmente nos pequenos municípios,
pois pode estimular novos investimentos, potencializar experiências de produção e
organização da produção, viabilizar a industrialização e a comercialização da produção,
tendo como conseqüência a geração de empregos e renda.
Apesar de isoladamente o crédito rural não ser a garantia do desenvolvimento,
ele pode ser um grande estimulador da necessidade e da busca por outros instrumentos
de políticas públicas para o meio rural, considerados como pré-requisitos para o
desenvolvimento local, tais como a assistência técnica, a pesquisa, a educação e
formação profissional, infra-estrutura (estradas, comunicação e armazenamento), e o
acesso à terra aos agricultores que não a possuem.
O PRONAF pode transformar-se nesse instrumento de desenvolvimento local,
mas antes deverá avançar muito no processo de articulação com as demais políticas
públicas, e melhorar a utilização dos recursos do crédito rural por parte dos agricultores,
em especial através do financiamento de atividades que gerem mais empregos, que
sejam economicamente viáveis e ecologicamente sustentáveis. Além disso, será preciso
ampliar significativamente o público de agricultores familiares que tem acesso ao
programa, favorecendo o processo de democratização e extensão de seus benefícios.
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compreendido a produção, a industrialização e a comercialização, que gera e mantém a
grande maioria dos empregos na área rural.
Considerando a população total dos pequenos municípios somadas à população
rural dos demais, obtém-se que entre 35 a 40% da população brasileira depende direta
ou indiretamente do desenvolvimento da atividade agropecuária.
Entre os agricultores brasileiros, os agricultores familiares são os que mais
geram empregos e fortalecem o desenvolvimento local, pois distribuem melhor a renda,
são responsáveis por uma parte significativa da produção nacional, respeitam mais o
meio ambiente e, principalmente, potencializam a economia nos municípios onde
vivem.
Com base nos dados do Censo Agropecuário de 1995/96, demonstra-se que os
agricultores familiares somam 4.139.369 estabelecimentos rurais, o que representa
85,5% dos quase 5 milhões de estabelecimentos rurais, existentes no Brasil. Estes
estabelecimentos familiares ocupam 30,5% da área agrícola total, respondendo por 38%
do VBP – Valor Bruto da Produção Agropecuária Nacional, o que equivale a cerca de
R$ 18,5 bilhões.
Estes dados, apesar de demonstrar a importância da agricultura familiar, não
mostram os sérios problemas estruturais e conjunturais vividos pelos agricultores
familiares no Brasil. Por exemplo, uma parte significativa desses não tem acesso a terra,
sendo que 39,8% deles possuí, sob qualquer forma, menos de 5 há de área e apenas
16,7% têm acesso a algum tipo de assistência técnica.
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A agricultura familiar nunca foi, e ainda não é, uma prioridade do governo
federal. Durante toda a ditadura militar, quando o crédito rural era farto e barato, muitos
agricultores familiares tiveram acesso ao crédito, mas o grosso do dinheiro e dos
subsídios foi para empresas agroindustriais e latifundiários, que ficaram com mais de
80% do valor do crédito rural liberado no período.
A maioria dos agricultores nunca teve acesso ao crédito rural. Em relação ao
crédito de investimento, importante instrumento do desenvolvimento, as condições e
valores foram muito diferenciados entre aqueles que o acessavam. Enquanto alguns
conseguiram financiar a compra de máquinas e implementos, a construção de
benfeitorias produtivas, ou a compra de mais terra, a maioria dos que o acessaram
tiveram que se contentar com pequenos investimentos, normalmente destinados à
compra de trilhadeiras, carrroças, instrumentos de tração animal e, no máximo, a
construção de pequenos galpões.
Em contraposição aos minguados recursos disponíveis para os agricultores
familiares, os agricultores patronais e os grandes latifúndios recebiam milhões para
consolidação e ampliação de seu domínio. Muitas agroindústrias que se instalaram neste
período também cresceram as custas do dinheiro público, através de subsídios diretos e
indiretos. Foi também o período dos projetos faraônicos nas regiões Norte e Nordeste,
que cresceram graças ao apoio e suporte do governo, manifestado através de subsídios e
isenções fiscais.
Em 1980, auge do crédito rural no Brasil, foram efetivados três milhões de
contratos, atendendo a cerca de 2 milhões de agricultores. Neste período, apesar do
grande número de contratos, cerca de 60% dos estabelecimentos rurais brasileiros não
tinham acesso ao crédito rural. Nos anos seguintes, a exclusão aumentou ainda mais,
sendo que no final da década de 80, o número de contratos já era inferior a um milhão e
no início dos anos 90, não alcançava os 500 mil contratos anuais.
Muitos agricultores familiares integrados às industrias, em especial as
fumageiras, mesmo sendo pouco capitalizados, tiveram acesso ao crédito de custeio ou
de investimento, mas as atividades financiadas são restritas às determinações das
agroindústrias.
A luta mais articulada e propositiva por um crédito de investimento destinado
aos agricultores familiares iniciou em 1993, quando da realização de um seminário
organizado pelo então Departamento Nacional dos Trabalhadores Rurais – DNTR/CUT
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em Chapecó/SC. Neste seminário foi estruturada uma primeira versão do que poderia
ser um programa nacional de fortalecimento da agricultura familiar.
Na época travou-se uma grande discussão entre os dirigentes do movimento
sindical sobre qual deveria ser a bandeira central de luta do movimento naquele
momento. A proposta escolhida foi o crédito, defendendo que a luta e conquista do
crédito rural pelos agricultores poderia ser o estopim de uma série de outras
reivindicações dos agricultores familiares, colocando na pauta de luta questões
fundamentais, como assistência técnica, crédito fundiário, pesquisa, educação e
formação profissional, infra-estrutura e habitação.
Para concretizar estes objetivos, a proposta elaborada apresentava uma
diferenciação entre os agricultores familiares, mostrando a necessidade de um programa
de crédito que contemplasse a diversidade no interior da agricultura familiar.
Com o lema CRÉDITO DE INVESTIMENTO – Uma luta que vale milhões
de vidas – a proposta de crédito de investimento subsidiado para os agricultores
familiares tinha como objetivos:
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obra utilizada na produção. Apesar de toda a propaganda governamental, este programa
foi limitado, atingido um número insignificante de agricultores.
Em 1995, novamente fruto da ação dos agricultores familiares, através do II
GRITO DA TERRA BRASIL, o governo federal criou o PRONAF (Programa
Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), substituindo o PROVAP. Apesar
do Conselho Monetário Nacional ter regulamentado as modalidades de crédito de
custeio e investimento, somente o custeio dói efetivado. Neste ano, os critérios para a
classificação do público beneficiário do PRONAF foram:
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O PRONAF global, destinado a investimento em infra-estrutura comunitária e
formação foi aprovado em 1995, mas os projetos locais de desenvolvimento somente
começaram a ser aprovados no ano seguinte.
Em 1996, novamente devido a pressão do III GRITO DA TERRA BRASIL,
os agricultores familiares conquistaram a redução das taxas de juros para o crédito de
custeio de 12% para 9% e uma perspectiva para liberação de crédito de investimento.
Os recursos para o investimento viriam do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador),
sendo que o BNDS (Bando Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) deveria
assumir a intermediação dos recursos entre o FAT e os bancos. A taxa de juros foi
calculada pela TJLP (Taxa e Juros de Longo Prazo) acrescida de juros de 6% ao ano. .
Neste ano a classificação dos beneficiários do PRONAF foi alterada,
permitindo aos agricultores que contratassem até 2 empregados permanentes
tivessem acesso ao programa.
Em 1997 a luta continuou, sendo que com o IV GRITO DA TERRA as taxas
de juros baixaram para 6,5% ao ano. A continuidade dessa luta, principalmente a
partir de uma greve de fome realizada por um grupo de agricultores familiares do Rio
Grande do Sul, resultou na criação do PRONAF ESPECIAL, destinado aos
agricultores familiares de menor renda.
Em 1998 as mobilizações das organizações de agricultores familiares avançaram
para a redução das taxas de juros de custeio,as quais caíram para 5,75% O PRONAF
ESPECIAL CUSTEIO, também conhecido como PRONAFINHO garantia também um
rebate de R$ 200,00 por contrato.
Nesta safra inicia-se uma linha de crédito específica para a agroindústria
familiar, com os primeiros projetos do PRONAF AGROINDÚSTIRA e do
AGREGAR (Projeto de Agregação de Renda da Agricultura Familiar). Outra novidade
foi a regulamentação do custeio na forma de crédito rotativo, também conhecido como
Rural Rápido, operado exclusivamente pelo Banco do Brasil.
Em 1999, com a extinção do PROCERA (Programa de Crédito Especial para a
Reforma Agrária), são criadas novas categorias de beneficiários do PRONAF, sendo
que os assentados também passam a ser considerados como beneficiários do programa.
Também foi criado o crédito coletivo para pessoas jurídica, destinado a
associações, cooperativas ou formas de agrupamento de caráter jurídico. Passam a ser
financiadas as atividades não agrícolas, como o turismo rural e o artesanato, além de
outras atividades ligadas ao meio ambiente.
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2.4 – IMPORTÂCIA DO PRONAF PARA A AGRICULTURA
FAMILIAR
Primeiro, até por uma questão de sobrevivência própria, a unidade familiar aprendeu a
diversificar sua produção. Hoje, diversificar a produção é uma clara e consciente
estratégia de redução de riscos e de incertezas.
Segundo, também por falta de recursos, aprendeu-se na unidade familiar a utilizar a
adubação orgânica como meio de melhorar a sua produtividade. Hoje, o mercado se
abre ao produto orgânico, pelo valor agregado que os consumidores contemporâneos
neles conseguem ver. Tem sido crescente a produção de orgânicos em todo mundo.
Terceiro, também por escassez de capital, a unidade familiar aprendeu a trabalhar com
baixa exigência de capital fixo e baixo nível de investimento. Aprendeu-se a
desenvolver dentro da própria unidade os recursos necessários para a sua produção. Tal
característica reduz a dependência de insumos e serviços, o custo de produção e os
riscos, o que eleva a viabilidade e a sustentabilidade do sistema.
Estes, entre outros aprendizados, que num momento anterior acabaram sendo o
remédio necessário, tornaram-se hoje, experiências preciosíssimas que, dentro de um
novo universo econômico, aliado ao apoio governamental através do PRONAF, se
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apresentam como os ingredientes perfeitos para o pleno sucesso desta sofrida classe
social.
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► Agricultor Familiar – Grupo B
Agricultores familiares e trabalhadores rurais que explorem parcela de terra na
condição de proprietários, arrendatários, parceiros, posseiros ou beneficiários da
Reforma Agrária, desde que :
a) residam na propriedade ou em povoado urbano ou rural próximo e não
dispõem, a qualquer título, de área superior a quatro módulos fiscais;
b) obtenham renda familiar oriunda da exploração agropecuária ou não
agropecuária do estabelecimento;
c) tem o trabalho familiar como base na exploração do estabelecimento e obtém
renda bruta anual familiar de até R$ 1.500,00, excluídos os proventos de aposentadoria
rural.
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c) tem o trabalho familiar como predominante na exploração do estabelecimento,
utilizando apenas eventualmente o trabalho assalariado, de acordo com as exigências
sazonais da atividade agropecuária;
d) obtém renda bruta anual familiar acima de R$ 8.000,00 até R$ 27.500,00
Para enquadramento nos Grupos “C” e “D”, a renda bruta proveniente das
atividades de avicultura, aqüicultura, bovinocultura de leite, caprinocultura, fruticultura,
olericultura, sericicultura e suinocultura deve ser rebatida em 50%.
O agricultor que for enquadrado em grupo de menor renda pode ser
reenquadrado em grupo de renda superior, desde que demonstre capacidade produtiva,
representada por terra, mão-de-obra familiar e acompanhamento técnico, além de
apresentar projeto com taxa interna de retorno compatível com os limites de
endividamento e as condições financeiras estabelecidas para o grupo de maior renda
pretendido. O beneficiário reenquadrado em grupo de maior renda, para efeito de
recebimento de futuros créditos, não pode retornar ao gruupo a que anteriormente
pertencia.
A linha de crédito aberta aos estabelecimentos familiares tem a finalidade de
suprir a necessidade de capital durante o ciclo produtivo, chamado de custeio da
produção, bem como a necessidade de capital para o investimento necessário na terra
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que tenha como função viabilizar a manutenção, a expansão e a competitividade dos
produtos objetos da exploração agropecuária pela unidade familiar.
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crime e deve ser denunciado ao Ministério Público, ou seja, ao Promotor de Justiça de
sua comarca. Também é crime a emissão desse documento a pessoas, associações ou
cooperativas que não se enquadram nas condições do PRONAF.
A DAP deve ser assinada tanto pelo homem como pela mulher que chefiam a familia.
Para o caso de associações e cooperativas compostas por famílias agricultoras e que
desejem acessar o crédito, existe a DAP para Pessoa Jurídica, que deve ser assinada
pelo representante legal da Pessoa Jurídica.
21
2.8 – QUEM PODE OBTER FINANCIAMENTO DO PRONAF?
22
► Tenham renda bruta anual compatível com a exigida para cada grupo do
PRONAF. Ver anexo Quadro II resumo.
Obs: Os pescadores artesanais, os ribeirinhos, os extrativistas, os
silvicultores, os aqüicultores e comunidades quilombolas ou povos indígenas que
atendam aos requisitos do Programa também podem obter financiamento.
► Documentos Pessoais:
● Carteira de Identidade (RG);
● Cadastro de Pessoa Física (CPF);
● Certidão de casamento, se for o caso.
► Documentos do Imóvel:
● Se proprietário, na DAP deve constar a informação de propriedade do imóvel
● Se arrendatário, comodatário, parceiro, meeiro ou similar, deve apresentar
Contrato de arrendamento, Comodato, Meação ou Parceria e/ou Carta de
anuência;
● Se posseiro, na DAP deve constar a informação de que o(a) produtor(a) tem a
posse.
► Banco do Brasil,
► Banco do Nordeste,
► Banco da Amazonia,
► Banrisul,
► Nossa Caixa,
► Banestes,
► bancos estaduais em geral,
► bancos cooperativos (Bansicredi e Bancoob),
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► cooperativas de crédito,
► Bradesco, Itau, Unibanco e os demais bancos privados.
24
prestação de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), como condição para o
financiamento do projeto.
Os serviços de ATER no credito Pronaf devem compreender o estudo
técnico, representado pelo plano simples, projeto ou projeto integrado e a orientação
técnica a nível de imóvel ou agroindústria. Devem ainda contemplar, no mínimo, o
tempo necessário à fase de implantação do projeto, limitado ao máximo de 4 (quatro)
anos e no caso das agroindústrias, devem contemplar aspectos gerenciais, tecnológicos,
contábeis e de planejamento.
As despesas com ATER podem ser objeto de financiamento dentro do
próprio crédito ou pagas com recursos próprios da família agricultora. Quando
financiados pelo próprio crédito do Pronaf, seus custos, não podem exceder 2% a.a.
(dois por cento ao ano) do valor do financiamento, à exceção do Grupo “A” que possui
regra específica.
25
pontos a seguir:
Sempre que uma pessoa faz uma compra a prazo, no crediário, e fica
devendo uma ou mais prestações, o comerciante/vendedor fica com o prejuízo. O
comerciante que vendou a mercadoria e não recebeu o pagamento, coloca o comprador
na lista de maus pagadores, nas entidades de proteção ao crédito. São pessoas que não
podem mais comprar a prazo, não podem mais ser financiadas, perderam o crédito. O
mesmo ocorre com quem passa um cheque sem fundos. Os comerciantes, os postos de
gasolina, as empresas em geral e os bancos, produzem uma lista, que é atualizada todo o
dia, com o nome e o CPF das pessoas que deixaram de pagar uma ou mais prestações
ou passaram cheque sem fundos. Estas pessoas estão na lista dos que não podem receber
financiamento, comprar a prazo ou abrir conta em banco. Não tem crédito. Tem
“restrições cadastrais” no comércio e nos bancos. As listas mais comuns de restrições
cadastrais ou de cadastros negativos de crédito são o SPC – Serviço de Proteção ao
Crédito, o SERASA, empresa privada que distribui para o comércio e bancos mais de
3,5 milhões informações por dia sobre pessoas e empresas que solicitam crédito, o
CADIN – Cadastro Informativo dos Débitos não quitados do Governo Federal e o CCF
– Cadastro de emitentes de cheques sem fundo.
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► Capacidade de pagamento
Os bancos estudam, a partir de informações do agricultor, do projeto e dados
de mercado, se a atividade que o agricultor quer financiar vai gerar renda suficiente para
pagar as parcelas do financiamento mais os juros e se, ainda, vai deixar lucro para o
agricultor. É a análise da capacidade de pagamento. A capacidade de pagamento é a
condição ou habilidade apresentada por um tomador de crédito para pagar seus
compromissos. O banco, quando analisa a proposta de crédito, procura medir esta
capacidade. O banco faz uma avaliação da necessidade do crédito e se as receitas e
despesas permitem o cumprimento das obrigações que serão assumidas. O banco avalia
a capacidade de pagamento a partir das informações do agricultor sobre os gastos, as
despesas e as receitas previstas. Também faz uma investigação para ter certeza que
foram calculadas com base na realidade de custos e de receitas que são, normalmente,
obtidas no município ou região. No cálculo da capacidade e pagamento o banco leva em
consideração o valor do financiamento, a capacidade de produção da unidade familiar,
as despesas e receitas que são esperadas com a venda da produção. O financiamento só
será concedido se a renda esperada é suficiente para pagar os compromissos e ainda
deixar algum lucro para o agricultor, ou seja, se a capacidade de pagamento é positiva.
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Algumas vezes, mesmo quando o agricultor tem crédito e a atividade
financiada tem boa capacidade de pagamento, os bancos decidem não conceder o
financiamento. Entre os outros fatores que, algumas vezes, os bancos estudam e que
podem provocar a não concessão do financiamento, pode estar o risco de morte do
tomador do financiamento, o excesso de dívidas e até a existência de doenças.
Alguns bancos oferecem um seguro de vida que, em caso de morte ou
invalidez permanente do marido ou de sua esposa, irá pagar a dívida. O seguro de vida
reduz o risco para o agricultor, sua família e para o banco. O banco pode oferecer o
seguro de vida, mas jamais condicionar a concessão do financiamento a contratação do
seguro. A contratação ou não do seguro é uma decisão do agricultor e de sua família e
não pode ser uma imposição do banco.
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financiamento de investimento. Para financiamento de custeio basta apresentar a
proposta de crédito que se aprovado, o agricultor será chamado para assinar o contrato.
QUINTO PASSO: O projeto elaborado será assinado pelo técnico e o
agricultor, depois encaminhado ao Banco ou à Cooperativa de Crédito, para ser
analisado. Se for aprovado, o agricultor será chamado para assinar o contrato. O banco,
criará uma “conta corrente governo” e um Cartão Pronaf, válido em todo o território
nacional.
SEXTO PASSO: Após contratado e liberado o financiamento, o agricultor e sua
família implantarão o projeto, observando as normas e aplicando os recursos e
finalidades definidas.
SÉTIMO PASSO: O projeto será acompanhado e fiscalizado pelos técnicos
responsáveis pela assistência técnica e pelo agente financeiro (Bancos ou Cooperativa
de Crédito), para observar a aplicação do crédito e garantir o pagamento do
financiamento na hora certa.
OITAVO PASSO: Efetuar o pagamento até a data do vencimento com o
objetivo de manter os benefícios da linha de crédito.
29
partir daí outras etapas que envolvem a concessão do crédito do PRONAF - até o
momento em que ele quita suas obrigações financeiras, contraídas através do
empréstimo obtido, com o agente financeiro.
Cabe ressaltar que o Banco é o agente do Programa, é quem operacionaliza
as normas e concede os créditos necessários para viabilizar a implantação do projeto,
analisando itens como: histórico do produtor e de sua família, limite de endividamento
da família e capacidade de pagamento e outros itens também mencionados
anteriormente.
● recuperação de solos
● estradas vicinais e caminhos de acessos
● armazenamento
● energia]
● comunicação e transporte
● obras hidro-hidráulicas
● pequenas e médias agro industrias- atividades não agrícolas
● ampliação e cobertura de serviços de apoio como pesquisa agropecuária e assistência
técnica
● instalação de postos telefônicos comunitários ou serviços de telefonia rural
● construção, ampliação ou reaparelhamento de armazéns e silos
● saneamento rural
● práticas conservacionistas
30
● construção e manutenção de mercados do produtor
● construção, ampliação ou recuperação de poços e açudes de uso comunitário
● construção ou recuperação de escolas rurais
● construção ou recuperação de postos de saúde na área rural
31
O Programa libera recursos financeiros às entidades públicas ou privadas que
proporcionam conhecimentos e habilidades, tanto de natureza tecnológica quanto
gerencial, dentro do enfoque de cadeia produtiva na agricultura familiar
Através desta linha de ação , o Programa se propõe a:
a) proporcionar aos agricultores familiares e suas organizações conhecimentos
necessários à elaboração de Planos Municipais de Desenvolvimento Rural
b) proporcionar aos agricultores familiares os conhecimentos, habilidades e
tecnologia indispensáveis aos processos de produção, beneficiamento,
agroindustrialização e comercialização
c) ampliar as atividades de informação, disseminação e transferência de novas
tecnologias
d) promover intercâmbio e difusão de experiências inovadoras em educação,
profissionalização e de tecnologias coerentes com as atividades do homem do
campo.
3 – CRÉDITO FUNDIÁRIO
32
políticas de combate à fome e de inclusão social do Governo Federal. As trabalhadoras
rurais e as agricultoras familiares também serão atendidas pelo programa em cada uma
de suas linhas de financiamento.
Todos os investimentos são gerenciados pelas próprias comunidades, e tanto
podem servir para compra de terras como para aumento da produção ou, ainda, para
projetos que visem à melhoria da qualidade de vida da população e ao desenvolvimento
local sustentável.
A estimativa é criar para cada família mais de três ocupações produtivas
permanentes, estimulando indiretamente outros setores da economia.
Descentralização das ações para os Estados e força na participação das
comunidades que detêm o maior poder de decisão. Poderíamos resumir assim a
estratégia de implantação do programa, que para assegurar a participação efetiva e o
controle social atribui um grande poder de decisão aos Conselhos de Desenvolvimento
Rural.
Dessa forma, as associações terão ampla autonomia, desde a seleção dos
participantes até a escolha e negociação de terras. Aos governos estaduais caberá prover
todo o apoio técnico.
A descentralização na execução do programa se dará por meio de assinaturas de
parcerias entre Estados e associações dos Municípios participantes. Caberá ao Estado a
elaboração e a aprovação do Plano Estadual de Implementação do Programa, em que
serão definidos os objetivos, as diretrizes, as metas, as regiões prioritárias, o público e a
estratégia de ação. Esse plano e a estratégia de ordenamento territorial implementada
pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário [MDA] nos Estados deverão estar
articulados. É também na esfera estadual que serão avaliadas e aprovadas as propostas
de financiamento dos beneficiários potenciais.
Sem falar na adequação do programa às especificidades do meio rural de cada
território e de cada Estado da Federação. A descentralização e a participação efetiva da
sociedade civil vão contribuir decisivamente para uma maior sinergia com as ações de
programas locais de desenvolvimento, como infra-estrutura, educação, saúde,
saneamento, combate à pobreza e ação social.
Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentavél (CONDRAF).
Estabelece, no âmbito nacional, as diretrizes globais e as metas do programa, além de
aprovar seu Regulamento Operativo e os Manuais de Operações, assegurando a
33
harmonia entre estes e os demais programas de reforma agrária e de desenvolvimento
rural, enquanto avalia sua execução como um todo.
Por meio desses mecanismos, o que se busca prioritariamente é a
descentralização, garantindo a participação das organizações dos trabalhadores, além de
uma maior integração com outros instrumentos de política de desenvolvimento
sustentável no meio rural.
Os investimentos com recursos do programa poderão ser realizados pelos
próprios beneficiários. Assim, os recursos para mão de obra dos projetos servirão ao
sustento das famílias durante a implantação dos projetos.
Conselhos Estaduais de Desenvolvimento Rural (CEDRS). Principais instâncias
decisórias do programa. Aprovam os Planos Estaduais de Implementação, as propostas
de financiamento e a operação de compra e venda.
Também asseguram a articulação com outras políticas de desenvolvimento
agrário nos Estados.
Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural (CMDR). Bases de apoio do
programa. Verificam a elegibilidade dos beneficiários e opinam sobre as propostas
iniciais de financiamento. São, portanto, a primeira instância consultiva e de
monitoramento, asseguram a articulação do programa com outras políticas locais e
garantem que os beneficiários sejam incluídos nessas políticas.
Unidade Técnica Estadual. Órgão executor do programa no Estado. Apóia todo o
trabalho, assegura a tramitação e monitora a execução das propostas de financiamento.
A verificação da elegibilidade dos imóveis selecionados para aquisição pelos
beneficiários e dos preços acordados entre as partes envolvidas no negócio cabe aos
Estados.
34
determinação do destino dos recursos não-reembolsáveis disponibilizados pelo
programa, a execução dos projetos de investimentos comunitários produtivos e a
escolha dos prestadores de assistência técnica, entre outras importantes funções, como,
por exemplo, as formas de organização da associação e da produção, a divisão eventual
do imóvel adquirido e a definição da forma de repartir os ônus e os benefícios entre os
associados.
A escolha do imóvel e a negociação do seu preço pelos beneficiários assegura a
aquisição de áreas mais produtivas e mais adequadas aos seus projetos, e os
beneficiários serão assessorados pelos sindicatos e pelo órgão executor.
A elaboração criteriosa de uma proposta de financiamento também contribui
para que seja levada em conta, desde o início do projeto, a viabilidade técnica e
econômica do assentamento tanto por parte dos beneficiários quanto dos órgãos de
apoio ou executores do programa.
35
de vista físico, financeiro e institucional -, os impactos sociais, financeiros, econômicos
e ambientais do programa e propor as adequações sugeridas por essas avaliações. Por
outro lado, o MDA está implantando um sistema de monitoramento do mercado e dos
preços de terra que permitirá controlar e dar transparência às aquisições de imóveis
pelos beneficiários.
36
Periodicamente, em cada Estado e em todo o país, o programa deverá ser objeto
de estudos externos e independentes que têm por objetivo avaliar a execução - do ponto
de vista físico, financeiro e institucional -, os impactos sociais, financeiros, econômicos
e ambientais do programa e propor as adequações sugeridas por essas avaliações. Por
outro lado, o MDA está implantando um sistema de monitoramento do mercado e dos
preços de terra que permitirá controlar e dar transparência às aquisições de imóveis
pelos beneficiários.
37
rurais com acesso precário à terra e proprietários de minifúndios: imóveis cuja área não
alcance a dimensão da propriedade familiar.
Mulheres e jovens também podem participar dessa linha de financiamento, onde
os trabalhadores devem preencher os seguintes requisitos: estarem organizados em
associação legalmente constituída; terem renda familiar anual inferior a 5,8 mil reais e
patrimônio familiar inferior a 10 mil reais, não considerada a casa de moradia da
família; terem, no mínimo, 5 anos de experiência com a exploração agropecuária; não
terem sido beneficiários de quaisquer outros programas de reforma agrária e não terem
sido, nos últimos três anos, proprietários de imóvel com área superior à de uma
propriedade familiar; não serem funcionários públicos. Na linha Combate à Pobreza
Rural, o financiamento para aquisição de imóveis é reembolsável e os recursos partem
do Fundo de Terras e da Reforma Agrária. O financiamento para investimentos básicos
e comunitários, por sua vez, não é reembolsável e seus recursos provêm do Banco
Mundial.
Para as regiões Nordeste e Sudeste, o valor total dos financiamentos recebidos
por família, incluindo financiamento para aquisição de terras e investimentos básicos e
comunitários, será estabelecido de acordo com os tetos adequados para cada
microrregião [os imóveis localizados no semi-árido têm um crédito adicional de 2 mil
reais por família].
Para a região Sul, o teto de financiamento será estabelecido após a conclusão de
estudos técnicos e de entendimentos com os participantes do programa.
O mecanismo de tetos é um importante incentivo para a negociação do preço dos
imóveis, pois quanto mais se economiza no valor da terra, maior o volume de recursos
não-reembolsáveis disponíveis para a associação.
Serão contemplados todos os Estados da região Sul e do Nordeste, além de
Minas Gerais e Espírito Santo. Linhas de financiamento - Nossa Primeira Terra
38
fundiária no Brasil. Hoje, parte significativa dos agricultores brasileiros não tem
sucessor, o que os obriga a vender suas terras para grandes proprietários, pessoas do
meio urbano ou, mesmo, a abandoná-las.
Já os jovens do campo encontram dificuldade em permanecer na agricultura,
pois não têm acesso à terra nos primeiros anos da idade adulta e dificilmente encontram
no meio rural oportunidades de trabalho ou geração de renda, sendo obrigados a migrar
para as cidades.
É a oportunidade de ocupação no meio rural para os jovens, fixando mão-de-
obra qualificada no campo e promovendo a inovação tecnológica.
Os interessados devem estar organizados em associações. Os demais requisitos
são idênticos aos da linha Combate à Pobreza Rural. O tempo de escola pode ser
computado no período de experiência em exploração agropecuária previsto em lei, [5
anos], e não poderão ser beneficiados filhos de proprietários com mais de 3 módulos
fiscais.
O financiamento para aquisição dos imóveis é reembolsável, e os recursos são
provenientes do Fundo de Terras e da Reforma Agrária. Já o financiamento para
investimentos comunitários não é reembolsável e seus recursos provêm do Banco
Mundial.
O Nossa Primeira Terra inicialmente será implantado em todos os Estados da
regiões Sul e Nordeste, além de Minas Gerais e Espírito Santo. Linhas de financiamento
- Consolidação da Agricultura Familiar
Essa linha é voltada a agricultores com renda familiar inferior a 15 mil reais e
patrimônio inferior a 30 mil reais. Nela, as aquisições podem ser individuais ou
realizadas por grupos de agricultores organizados em associações. Os demais requisitos
são iguais aos das linhas Combate à Pobreza Rural e Nossa Primeira Terra. Mulheres e
jovens podem ser beneficiados.
O financiamento para aquisição dos imóveis é reembolsável, assim como o
financiamento para investimentos comunitários. Todos os recursos são provenientes do
Fundo de Terras e da Reforma Agrária.
Já estão vigentes - ou em negociação - convênios com todos os Estados das
regiões Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste.
39
O limite máximo de financiamento da linha Consolidação da Agricultura
Familiar é de 40 mil reais por família. Condições de financiamento
3.12 - Juros
O bônus se aplica agora não somente sobre os juros, mas também sobre o
principal e vai de 15 a 40%, de acordo com a região; O bônus se dá no pagamento da
parcela em caso de pagamento até o vencimento [bônus por adimplência]. Esta
gratificação também está condicionada ao cumprimento do previsto no projeto.
40
Haverá bônus adicional para os agricultores que comprarem a terra com mais de
10% de desconto em relação a seu preço de referência. Isto servirá de estímulo à
redução do preço da terra.
3.16 - Bônus
Bônus, pela
Bônus
Regiões redução no valor
Fixo
da terra até
41
Trabalhadores Rurais; Federações dos Trabalhadores na Agricultura
[FETAG]; Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura
[CONTAG]; Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da
Região Sul [FETRAF SUL];
42
3.12 - Que compromissos estarei assumindo?
43
Os recursos para investimentos serão depositados em conta bloqueada da
associação ou do beneficiário e serão liberados à medida em que são apresentados e
aprovados os projetos de investimento.
Os investimentos com recursos do programa poderão ser realizados pelos
próprios beneficiários. Assim, os recursos para mão de obra dos projetos servirão ao
sustento das famílias durante a implantação dos projetos.
Os beneficiários poderão, também, escolher o agente financeiro. No Nordeste,
atuam o Banco do Brasil e o Banco do Nordeste. No restante do país, apenas o Banco
do Brasil, mas outros agentes financeiros serão progressivamente incorporados no
Programa.
44
Posteriormente, os beneficiários poderão acessar as demais linhas do PRONAF,
assim como o PRONAF Jovem, o PRONAF Mulheres. Mas, ao acessar o PRONAF C
ou D, os beneficiários perderão direito aos créditos de custeio PRONAF A/C, assim
como outros financiamentos exclusivos para o público da Reforma Agrária.
- Outros apoios
Em vários estados, os beneficiários do Crédito Fundiário não precisam realizar
investimentos para eletrificação, pois estão incluídos no público prioritário do programa
"Luz para Todos". Também há estados em que o governo estadual ou os governos
municipais estão assegurando a construção de moradias ou outros investimentos em
infra-estrutura.
45
rural que o dono tenha interesse em vender. O proprietário deve apresentar o título
legítimo e legal da propriedade, além de vários outros documentos que comprovam que
o imóvel não tem irregularidades e que os impostos estão em dia. É o proprietário que
deve pagar para obter os documentos e as certidões do imóvel.
Importante! - O imóvel tem que ter um potencial para produção e para o
desenvolvimento das famílias;
- O preço da terra tem que ser compatível com o mercado local. Haverá uma
avaliação deste preço pela UTE.
- Verifique se a legislação sobre o meio ambiente permite o uso que se pretende
fazer da terra;
- O imóvel não pode estar em processo de desapropriação para a Reforma
Agrária;
- Se o imóvel tiver mais de 15 módulos fiscais, será necessário verificar a
possibilidade de aquisição com financiamento do Programa (será solicitado parecer ao
INCRA);
- A divisão da área do imóvel entre as famílias não pode ser inferior à Fração
Mínima de Parcelamento, que varia de município para município. Verifique qual é esta
Fração no seu município.
- O imóvel não pode ter qualquer problema jurídico que possa impedir a sua
transferência,ou comprometer a sua implantação do projeto;
- Em caso de imóvel hipotecado, verifique a situação e o valor da hipoteca antes,
pois ela deverá ser quitada antes ou durante a venda;
- A terra não pode estar em reserva indígena, em área ocupada por quilombos,
área de interesse ecológico e de proteção ambiental. Se a terra estiver próxima a uma
área deste tipo, será importante consultar a Unidade Técnica sobre a possibilidade de
financiamento;
- O dono não pode ter dívidas com a União, com o INSS ou com o FGTS.
Cuidado! Quando a propriedade teve ou tem arrendatários, parceiros, moradores ou
assalariados, é importante:
- Que a situação destes trabalhadores tenha sido regularizada e que sejam
fornecidos os comprovantes destes acertos trabalhistas - o proprietário não poderá
condicionar a venda da propriedade à inclusão destes trabalhadores na associação, assim
como o acesso à terra também não pode ser usado como pagamento dos direitos
trabalhistas.
46
3.24 - O que fazer para me cadastrar no sistema do programa?
47
- que cada família beneficiária terá uma quantidade igual de cotas da associação,
mas poderá dividi-las entre seus membros (ex: metade das cotas para o marido, metade
para a mulher);
3. Junte toda a documentação Junto com a proposta, você deve apresentar cópia
de toda a documentação exigida para conseguir o financiamento. Alguns documentos
são exigências da legislação bancária, afinal, os beneficiários receberão financiamento,
vão abrir contas ou terão a possibilidade de abrir contas em banco. Outros são
necessários para evitar que você compre um imóvel irregular. Outros, ainda, são
exigidos pela legislação eleitoral ou ambiental para todo financiamento público.
Importante:
- O programa tem recursos para quem ajuda os interessados a organizar a
papelada e a preencher a proposta de financiamento. Não aceite o pagamento direto de
taxas ou de comissões: isto é proibido. Também não é permitida a cobrança de
corretagem na negociação dos imóveis ou na tramitação das contratações.
- Não é necessário reconhecer firmas, nem autenticar as cópias.
- O proprietário deve fornecer gratuitamente a sua documentação e a do imóvel.
Mesmo assim, é importante saber que a documentação do imóvel (escritura e Certidão
de Registro) é pública e pode ser solicitada aos cartórios por qualquer pessoa.
Conheça a tramitação da proposta de financiamento até a contratação
A proposta de financiamento tem que percorrer uma série de passos para o
financiamento sair. Veja quais são:
1. Assim que a proposta é elaborada, ela tem que ser encaminhada ao Conselho
Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável - CMDRS. Este Conselho não tem
poder de recusar uma proposta, mas ele dá um parecer sobre os beneficiários e sobre o
imóvel.
2. A proposta deve, em seguida, ser enviada à Unidade Técnica Estadual - UTE.
A Unidade Técnica avalia a proposta, analisa a documentação, realiza vistoria no
imóvel e, se estiver tudo em ordem, envia a Proposta ao Conselho Estadual de
Desenvolvimento Rural Sustentável.
3. É o Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável - CEDRS, que
deve aprovar as propostas de financiamento. Caso seja aprovada, a proposta é enviada
ao Banco.
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4. Se o Conselho aprovar a proposta, ela é enviada ao Banco. O banco analisa
somente a documentação de cada integrante da associação e da terra. Se estiver tudo
certo, o agricultor ou o grupo é chamado para assinar o contrato no cartório.
5. Depois, é só registrar a escritura em nome do beneficiário do crédito no
Cartório de Registro de Imóveis.
6. O pagamento ao dono da terra, aos cartórios e à Prefeitura (ITBI) são feitos
pelo Banco, após o registro da escritura em nome do beneficiário no Cartório de
Registro de Imóveis.
7. O dinheiro para os investimentos vai para uma conta bloqueada da associação
ou do agricultor. Para cada projeto de investimento, será necessário apresentar um
pequeno projeto, para aprovação na UTE.
4 – SEGURO RURAL
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Para aumentar a cobertura da safra, o governo federal vai subsidiar quem quiser
segurar suas plantações. Os agricultores vão receber em dinheiro um pagamento de 30%
a 40% do que gastaram com a apólice. A verba disponível para isso será de 15 milhões
de dólares. "Segurar a safra é importante porque reduz a possibilidade de o agricultor
quebrar em um ano ruim", diz Marcelo Guimarães, coordenador de planejamento do
Ministério da Agricultura. A cobertura agrícola é cara porque protege as lavouras de
riscos climáticos, como geadas e secas. Imprevisíveis e devastadores, esses desastres
naturais tendem a concentrar os danos em uma mesma região. "É como se fosse uma
perda total generalizada em todo um estado", diz Miguel Gallego, diretor de seguro
rural da Mapfre. Isso torna os sinistros gravíssimos. No Paraná, por exemplo, as perdas
com a forte geada do ano 2000 superaram as receitas totais das seguradoras em 400%.
Além disso, as despesas administrativas do seguro agrícola são altas. "É preciso ter
profissionais especializados para vender e fazer vistorias nas fazendas, que costumam
ser distantes dos grandes centros urbanos", diz Luiz Roberto Foz, presidente da
Seguradora Brasileira Rural (SBR). Os problemas afastam as seguradoras. Apenas
quatro empresas dominam quase 95% do mercado de seguro agrícola: a Mapfre, a SBR,
a Cosesp, controlada pelo governo paulista, e a Aliança, do Banco do Brasil. A Porto
Seguro parou de vender cobertura agrícola há dois anos. "O objetivo do subsídio é atrair
produtores e empresas para esse mercado", diz Guimarães. Mas é um processo lento.
Em 2005, apenas as plantações de milho, soja e maçã foram beneficiadas pela ajuda do
governo.
50
4.2 – Coberturas Básicas
► Granizo;
► Geada;
► Chuva excessiva;
► Ventos fortes;
► Incêndio
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Para o agricultor familiar que solicitar financiamento de custeio para as culturas
zoneadas (algodão, arroz, feijão, feijão caupi, maçã, milho, soja, sorgo e trigo) e para as
culturas de banana, caju, mandioca, mamona e uva, a adesão ao SEGURO DA
AGRICULTURA FAMILIAR será compulsória (obrigatória). Assim, mais de 95% dos
financiamentos de custeio agrícola realizados no PRONAF serão cobertos pelo Seguro
da Agricultura Familiar.
As demais culturas não zoneadas (batata, tomate, cebola, girassol, mamão, laranja,
etc), não se enquadram no SEGURO DA AGRICULTURA FAMILIAR. Mas, nesses
casos, os agricultores familiares podem, se o desejarem, aderir a modalidade anterior de
PROAGRO (que permanece sendo opcional), pagando 2% de adicional (contribuição do
produtor, correspondente ao que é denominado de prêmio no mercado segurador).
4.2.2 - IMPORTANTE:
Para minimizar esses riscos e reduzir os prejuízos que eles podem causar aos
agricultores familiares, o Governo Federal, por meio do Ministério do Desenvolvimento
Agrário, em parceria com as organizações dos agricultores familiares e agentes
financeiros que atuam no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
– PRONAF, dando seqüência à política do Governo Federal de apoio à agricultura
52
familiar, está à frente da implementação de medidas que irão dar maior segurança às
plantações.
● somente 70% (setenta por cento) do valor do financiamento (podia chegar a 100%
para aqueles que não tiveram perda amparada depois da quarta adesão);
● somente parte dos recursos próprios aplicados pelo agricultor familiar (de modo
geral essa cobertura não vinha ocorrendo);
● apenas as culturas zoneadas: algodão, arroz, feijão, feijão caupi, maçã, milho, soja,
sorgo e trigo.
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4.3.4 - EXEMPLOS COMPARATIVOS DA COBERTURA DO SEGURO DA
AGRICULTURA FAMILIAR E DO PROAGRO TRADICIONAL
54
financiamento é coberto pelo SEGURO DA AGRICULTURA FAMILIAR, O
agricultor liquida integralmente o financiamento e ainda recebe mais R$ 1.560,00.
55
► SEGURO DA AGRICULTURA FAMILIAR: O agricultor(a) paga o adicional (ou
prêmio) de R$ 55,60 (2% do valor de enquadramento que é o valor financiado mais o
valor dos recursos próprios aplicados, calculados como sendo 65% da receita líquida
esperada, que neste caso foi estabelecida, em R$ 1.200,00, o que significa 60% acima
do valor financiado). Têm um valor segurado de R$ 2.780,00 (100% financiamento +
65% receita liquida esperada) acrescido dos juros. A receita bruta esperada é de R$
3.200,00. Havendo perda de 50% (parcial), o agricultor colhe o correspondente a R$
1.600,00 e recebe R$ 1.180,00 do SEGURO DA AGRICULTURA FAMILIAR. O
agricultor liquida integralmente o financiamento e ainda recebe mais R$ 780,00.
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► PROAGRO tradicional: O agricultor(a) paga o adicional (ou prêmio) de R$ 200,00
(2%) para adesão. A receita bruta esperada é de R$ 16.000,00. Havendo perda de 50%
(parcial), o agricultor colhe o correspondente a R$ 8.000,00. O valor segurado é de R$
2.000,00, ou seja a diferença entre o que colheu (R$ 8.000,00) e o que foi segurado (R$
10.000,00). Vai receber 70% de R$ 2.000,00, ou R$ 1.400,00. Fica devendo R$ 600,00
do financiamento ao banco.
57