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MONOGRAFIAS DE MATEMATICA N° 58 UNIDADES EM ANEIS DE GRUPOS CESAR POLCINO MILIES. IME-USP INSTITUTO DE MATEMATICA PURA E APLICADA RIO DE JANEIRO 1998 Copyright ©1998 by CESAR POLCINO MILIEs. Direitos reservados, 1998 por Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnolégico, CNPq, Ay. W-3 Norte, Brasilia, DF Impresso no Brasil / Printed in Brazil Distribuigao: Instituto de Matematica Pura e Aplicada Estrada Dona Castorina, 110 22460-320 - Rio de Janeiro-RJ Tel. (021)529-5276 Fax (021)529-5005 e-mail: sic@impa.br ISBN 85-244-0140-0 1 Prefdcio A estrutura algébrica dos anéis de grupo é particularmente rica. Para ex- ploré-la é necessério recorrer no somente a técnicas da teoria dos grupos e da teoria dos anéis como também & teoria dos nimeros algébricos, das representagGes de grupos e dlgebras e, as vezes até, & dlgebra homoldgica. Esta é uma das principais razdes que nos levaram a oferecer o presente curso, uma vez que acreditamos que o jovem estudante se beneficiar grande- mente de abordar um assunto que mostra a integragao entre os diversos ramos da algebra. Nestas notas demos especial atengdo ao estudo do grupo das unidades. Os principais resultados aqui incluides podem ser considerados jé cléssicos. Porém, optamos por adotar uma abordagem recente que se apéia em técnicas. que estao sendo utilizadas na pesquisa atual. O primeiro capftulo é inteiramente dedicado a motivar 0 estudo, Na primeira segéo damos uma viséo histérica das razdes que levaram a in- trodugao de prério conceito de anel de grupo para mostrar que sua definigao é inteiramente natural e surgiu como consequéncia de determinadas cir- cunstancias histéricas. Na segunda, mostramos porque o chamado Problema do Isomorfismo é talvez o problema central da 4rea e como ele leva natu- ralmente 0 pesquisador a se intere grupo dos elementos inversiveis deste anel. segundo capitulo é dedicado a estudar alguns aspectos concretos do grupo das unidades. Finalmente, no terceiro capitulo damos rapidamente uma viséo do estado atual da pesquisa em relagdo a dois problemas intima- mente relacionados com a determinagio da estrutura do grupo das unidades. Agradecemos & Comissio organizadora da XIV Escola de Algebra pelo convite para ministrar este curso e A Profa. Sénia P. Coelho pela leitura atenta dos originais. Contetido 1 Prefacio I Anéis de Grupo 2 Antecedentes histéricos 3 O Problema do Isomorfismo II O Grupo das Unidades 4 Introdugao 5 Unidades de ordem finita 6 Unidade ciclicas e biciclicas 7 Unidades triviais III Alguns problemas 8 A conjectura de Zassenhaus 9 Subgrupos de indice finito 13 13 14 16 23 32 32 34 Parte I Anéis de Grupo 2 Antecedentes histéricos Em 1833, Sir William Rowan Hamilton formulou a primeira teoria formal dos niimeros complexos definindo-os, tal como ¢ frequente fazer hoje em dia, como pares ordenados de miimeros reais, acabando assim com quase trezen- tos anos de diividas quanto & real existéncia destes niimeros. Ele jé conhecia a interpretagdo geométrica dos complexos como vetores do plano, formulada Poucos anos antes por autores como Wessel, Argand e Gauss, de modo que percebia que o que tinha feito, na verda onstruir uma Algebra que permitia trabalhar com os vetores do plano. Tinha também total consciéncia de que © maior desafio para a matemética da época era construir uma linguagem apropriada para desenvolver a dindmica; algo semelhante ao que tinha sido feito antes por Newton ao criar o cdlculo, dando condigées para o desen- volvimento da cinemftica. Para isso, seria necessério criar uma algebra que permitisse trabalhar com os vetores do espaco. Apés muitos esforgos, ele percebeu que nao era possivel criar uma tal es- trutura e, por consideragées essencialmente geométricas, chegou & conclusio de que poderia descrever operadores que agem sobre os vetores do espago, trabalhando com uma dlgebra de dimensio quatro. Passou entao a considerar elementos da forma a = a+ bi + oj + dk, que chamou quatérnios, onde os coeficientes a,b, c,d representam nimeros reais. Era claro para ele que a soma de dois elementos desta forma devia ser definida somando coeficiente a coeficiente; isto é, na forma: (a+bi-+ej+dk)+(a'+ bite j+d’k) = (ata)t (b+0')it (c+e)j+(d+a)k. A grande dificuldade era definir adequadamente o produto de dois destes. elementos. E claro que, se era de se esperar que esse produto tivesse as propriedades usuais das operagdes, como a propriedade distributiva, entdo seria suficiente definir apenas os produtos dos simbolos i, j,k, dois a dois © esiender depois a definiggo de forma natural, usando a distributividade. Isto levou ainda muito tempo porque, de inicio, Hamilton assumiu que esse produto seria comutativo ( 0 qu feitamente razoavel, uma vez que ele ndo sabia que estava por descobrir a primeira dlgebra néio comutativa na histéria da matemética). Finalmente, em outubro de 1843 ele descobriu as formulas fundamentais para a multiplicagéo de quatérnios: =P aR aijk= No dia seguinte, ele apresentou uma extensa meméria sobre 0 cdlculo de quatérnios 4 Académia Real da Irlanda. A descoberta destes ntimeros causou um grande impacto na época, por diversas razées, Entre outras coisas, porque abria as possibilidades para novas extensdes dos campos de ntimeros, justamente num momento em que a descoberta relativamente re- cente do Teorema Fundamental da Algebra parecia indicar que todos os campos numéricos realmente necessérios se esgotavam com o os complexos. Em dezembro desse mesmo ano, numa resposta a uma carta do proprio Hamilton, o matematico inglés John T. Graves introduz ainda um outro conjunto, os octénios, que podem ser definidos como elementos da forma a9 +e; + azeg+-+++ a7e7, onde os coeficientes aj, 1 < i < 7, séo mimeros reais e os simbolos e;, 1 < i < 7, sfio chamados unidades basicas. Novamente, a soma se define coeficiente a coeficiente e o produto se define nas unidades bdsicas, uanto vale o produto de unidades, tomadas duas a duas. Graves no chegou a publicar esta descoberta e este ntimeros foram redescobertos por Arthur Cayley em 1845, razo pela qual eles séio chamados, as vezes, de naimeros de Cayley. O préprio Hamilton percebeu as possibilidades de generalizagao e definiu primeiro os chamados biguatérnios, que so elementos da forma a = a+bi+ cj + dk, onde os coeficientes a,b,c,d se tomam agora nos ntimeros com- plexos. Mais adiante, ele deu uma definigao geral: introduziu os nimeros hipercomplexos, que sio elementos da forma a = ae; + azez + +++ + Onén- Novamente, dois destes elementos se somam coeficiente a coeficiente e se multiplicam defini odutos das unidades basicas duas a duas, e extendendo distributivamente. Como o produto de duas unidades bdsicas deve ser no- vamente um elemento do mesmo conjunto, deve ser da forma: ee3 = So mi Dew =i Resulta assim que para dar a estrutura de algebra a este conjunto basta escolher adequadamente os valores dos coeficientes -y,(i, j). Por causa disso, estes coeficientes so chamados de constantes estruturais. Os fatos que relatamos até aqui constituem os primeiros passos no desen- volvimento da teoria de anéis. Paralelamente, outros desenvolvimentos es- 4 tavam sendo feitos no continente. Na sua célebre meméria sobre a resolugao. de equagées algébricas de 1771, Joseph Louis Lagrange tinha ressaltado a importancia singular do estudo das permutagdes. Apds as contribuigdes de Niels Heinrich Abel e Paolo Ruffini, coube a Evariste Galois, em 1832, no trabalho que deu origem a t hoje leva seu nome, introduzir efetivamente o conceito de grupo de permutagées ¢ definir algumas das nogées fundamentais da drea. Posteriormente, no periodo entre 1844 ¢ 1846, Agustin Cauchy pub- licou uma sequéncia de trabalhos sobre grupos de permutacdes que deram a esta drea uma vida independente da teoria das equagdes, Finalmente, inspirado por estes trabalhos, e seguindo a tendéncia & ab- stragéo que era mais marcada na Inglaterra, Arthur Cayley publicou em 1854 un trabalho com o titulo On the theory of groups as depending on the symbolic equation 6" = 1 [7] que € considerado hoje como o artigo que deu origem & teoria abstrata de grupos. Trata-se de um trabalho relativamente curto, mas que introduz uma série de fatos fundamentais: * Dé uma definigéo abstrata de grupo, utilizando uma notagéo multi- plicativa, © Introduz as tabelas da operagio. © Mostra que existem dois grupos nio isomorfos de ordem quatro, e dé exemplos explicitos dos mesmos. * Mostra que existem dois grupos no isomorfos de ordem seis, um deles comutativo ¢ 0 outro no, provando que este tiltimo ¢ isomorfo a Ss, © grupo das permutagées de trés elementos. © Prova que a ordem de todo elemento é um divisor da ordem do grupo. No inicio do artigo, quando esta enfatizando que num grupo se trabalha com uma tnica operagao, ele observa que, como esté utilizando a notacio multiplicativa, simbolos tais como 0 ou + nao tem sentido neste contexto. Jé no fim do artigo ele retoma esta questdo e mostra como, a partir de um grupo, é possivel construir um outro conjunto onde estes simbolos tém sentido. Para isso, ele imita, de certa forma, a construgdo dos sistemas hipercomplexos. Vamos examinar sua idéia empregando uma notagio atualizada. Dado © grupo G, enumera os seus clementos indexando-os: 91,92,...,9n. De- pois considera combinagées lineares formais destes elementos; isto , algo semelhante a “polinémios”, ndo em poténcias de uma variével mas usando 5 os elementos do grupo: a191 + a2g2 +--+ angn. Note que se trata essen- cialmente da mesma construgdo dos sistemas hipercomplexos, com a tnica diferenca que, em vez lizar simbolos quaisquer para as unidades basicas, ele se utiliza dos elementos de um dado grupo. Trata-se da primeira construgio concreta de um anel de grupo. Claro que, como a teoria de anéis nao estava. ainda adequadamente desenvolvida, a nogdo de anel de grupo nao tinha uma utilidade vistvel ¢ caiu, por um tempo, no esquecimento. Vamos dar agora a definicio explicita. Definig&o 2.1 Dados um grupo finito! G = {91,92,..-,gn} € um anel com unidade R, 0 anel de grupo de G sobre R é 0 conjunto ‘ RG = {Sorigi |r € R}, = com. as operagdes definidas por: Sn 1+ 3 Slevin FE i=l 1 (Yo rigs 853) = S385) (gah) = =i a verifica-se facilmente que, com estas operagées, RG resulta um anel, com unidade. Podemos definir ainda o produto de um elemento de RG por um escalar NER Por: Sona) = Nene. or) = 2 Também € facil verificar que, com a soma definida acima e este produto por escalares, define-se em RG uma estrutura de R-médulo. Note que a fung&o y;G — RG definida por: * GEG 99) = Do rigi E RG "Esta nogdo pode-se definir também no caso geral dos grupos infinitos, apenas nos restringimos ao caso finito pata simplificar a exposigéo. onde r; = 0 se g: # 9 er; = 1 se 9; = g 6 um monomorfismo. Identificando G com sua imagem 9(@), nossas definigdes implicam imediatamente que G é uma base de RG quando considerado como médulo sobre R. Dado um elemento a = Dkirigi € RG, chama-se suporte de @ ao conjunto de elementos de G que comparecem efetivamente na expressao de @ Le.: sup(a) = {91 € G| a; £ 0}. O conceito de anel de grupo reaparece nos trabalhos de Theodor Molien que,'em 1898, dé um critério para decidir quando um sistema hipercomplexo pode se decompor como a soma direta de sistemas simples, Ao buscar aplicagies para seu critério, ele redefine anéis de grupo e aplica esta nogdo para desenvolver a teoria de representacdes de grupos, chegando a descobrir inclusive as relagées de ortogonalidade de caracteres por esta via. Mais uma vez, estas descobertas nao ti nde impacto na coletividade matemética pois foram eclipsadas pelas descobertas simultaneas de resultados importantes na teoria das representagdes por William Burnside e Georg Frobenius cujos trabalhos tiveram ampla aceitacio. Finalmente, entre os anos de 1927 e 1929, numa série de trés trabalhos [31], [6], [5] (sendo um deles em conjunto) Emmy Noether e Richard Brauer revolucionaram a teoria das representagées ao descobrir sua intima relagao com a teoria de estrutura de algebras. Justamente a conexdo fundamental entre ambas as teorias 6 feita através do conceito de anel de grupo, A partir deste momento, esta nog&o veio a se tornar de grande importancia na Algebra. Cabe mencionar ainda que, em 1963, Ian G. Connell [9] publicou um trabalho em que trata de propriedades dos anéis de grupo do ponto de vista especifico da teoria de anéis. A partir dali, esta nocio adquiriu também importancia como fonte de exemplos - e também de problemas - para a teoria de anéis. 3 O Problema do Isomorfismo Fundamentelmente por causa da conexio com a teoria das representages, € muito natural se perguntar até que ponto o conhecimento da estrutura e propriedades de um dado anel de grupo pode determinar a estrutura do grupo dado. Mais formalmente, podemos nos colocar a seguinte pergunta: Dados dois grupos G e H e um anel R, serd que a existéncia de um isomorfismo RG = RH implica que G™ H?. Esta questéio tem, em geral, uma resposta negativa. Mostraremos, por exemplo, que se R = C, 0 corpo dos mimeros complexos e Ge H sio dois grupos abelianos de ordem , mesmo que nio isomorfos, tem-se que CG=CH. Consideremos primeiro 0 caso em que G =< a | a” =1> é um grupo ciclico e seja K um corpo tal que car(K) / |G|. Considere a funcio ¢ : K[X] — KG dada por: fe K(X] 4 f(a) e KG. muito fécil verificar que ¢ ¢ um epimorfismo de anéis. Logo, Kix] Ker($) onde Ker($) = {f € K[X]|f(a) = 0}. Como K[X] é um dominio principal, Ker(g) é 0 ideal gerado pelo polinémio ménico fo, de minimo grau, tal que fo(a) = 0. FE importante notar que, neste isomorfismo, o elemento a corresponde com a classe X + (fo) € KI KG al. Como a” = 1, segue que X" — 1 € Ker(¢). Note também que, se f= Dhar kX" € um polinénio de grau r um grupo ciclico de ordem finita n. Entéo tem-se que: Qix] IG = @, 2 . Q an Tp a(X)) = Pain (Ca) onde (q indica uma raiz primitiva d-ésima de unidade, para cada divisor d de n, Neste isomorfismo, o elemento a corresponde ao elemento {Echajn € Gain Q(Ca)- Antes de explorar mais um pouco estas observagdes, vamos computar alguns exemplos concretos. Exemplos 3.2 G=,K=Q. Neste caso, a decomposigéo de X7 — 1 em Q[X] é XT =15(X-1(K94 X54 X44 X94 24.41). Logo, se ¢ denota uma raiz primitiva da unidade de ordem 7, temos que: QG=Q6Q(). Exemplos 3.3 G=,K =Q. 9 A decomposicio de X® — 1 como produto de polinémios irredutiveis de ais] é X15 (X~-1(X41(X?4+X41(X?- X40. Logo: ace qegeqt Aqui, = ¢ uma raiz de X24+.X-+1¢ 14#V8 6 uma raiz de X?—X +1. O leitor deveré notar que, na verdade, os dois Ultimos somandos sio iguais. Note agora que, se K = C, 0 corpo dos ntimeros complexos, entéo todo polinémio irredutivel de C[X] é de primeiro grau e todos os quocientes da forma C[X]/(f:) so isomorfos a C donde, se G € ciclico e |G] = n, temos que: CG=Ce---eC. wes’ m Vezes Para estender este resultado para os grupos abelianos finitos em geral, precisamos de mais uma observagao. Seja G um grupo que pode se escrever como produto direto de dois subgrupos G = H x N e seja K um corpo qualquer. Dado um elemento a € KG, enumerando os elementos de cada um destes subgrupos na forma H = {hi,hy,...hr} e N = {mi,ng,....ne}, podemes escrever a na forma a = D4.) (Diy tyhi)ny, com ay € K. Chamando aj = Df, ahi temos que a = D'_, aynj, com a; € KH. A partir desta observagéo é facil demonstrar que: K(H x N) & (KEN. Em outras palavras, o anel de grupo sobre K' do produto direto H x N € isomorfo ao anel de grupo do grupo N com coeficientes no anel KH. Uma outra observagao de que iremos necessitar e que decorre diretamente da definigio de anel de grupo é @ seguinte: se R é um anel que é soma direta de uma familia de anéis R =: @erR; tem-se que: RG © @ier(RiG). Finalmente estamos em condigdes de demonstrar a seguinte. 10 Proposigéo 3.4 Seja G um grupo abeliano de ordem finita n. Entao: CG=Ce---eC n vezes Demonstragao. De acordo com o teorema de estrutura para grupos abelianos finitos, podemos escrever G ua forma G = Gy x -- x G; onde G; 6 um grupo cielico, 1 < i < ¢, Faremos a demonstragio por indugao em t. Se t = 1 ent&o G é ciclico e o resultado ja foi demonstrado nesse caso. Suponha entéo que o resultado vale para um grupo que é um produto direto de t—1 grupos ciclicos. Escrevendo G = Gy x --- x Gi x G, temos que: OG (Cx xGiuG = (Ce--eOG = CG:6---eCG,. Isto mostra que CG'¢ isomorfo a uma soma direta de cépias de C. Como a dimenso de CG como espago vetorial sobre C é precisamente n = |G|, segue imediatamente que o mimero de somandos diretos é igualan. Corolario 3.5 Sejam G ¢ H dois grupos abelianos da mesma ordem finita n. Entéo CG® CH. Demonstragao. Com efeito, basta observar que: CG=C@---eC. n VEzeS Como é facil determinar grupos abelianos da mesma ordem, que néo so isomorfos, 0 corolério acima mostra que o problema do isomorfismo tem resposta negativa quando se trabalha sobre C, Em 1950 S. Perlis e C. Walker [32] provaram que grupos abelianos finitos esto de fato determinados pelo seu anel de grupo sobre o corpo dos ntimeros racionais. Pouco depois, em 1956, W.E. Deskins [11] demonstrou que p- grupos abelianos finitos estavam determinados pelos seus anéis de grupo sobre quaisquer corpos de caracteristica p. Houve também alguns resultados parciais sobre grupos néo comutativos devidos a D.B. Coleman [8] e DS, Passman [34] e [35]. Isto parecia sugerir que, para familias especificas de grupos poder-se-ia determinar algum corpo adequado onde a resposta a questiio tivesse sempre uma resposta positiva. Porém, em 1972, E. Dade (10] publicou um exemplo de dois grupos (que tém uma estrutura razoavelmente simples, j4 que so ll grupos metaciclicos) nao isomorfos, mas que tém anéis de grupo isomorfos sobre qualquer corpo K'! Isto levou a centralizar as atengdes sobre os anéis de grupo sobre os inteiros, formulando-se a seguinte conjectura para grupos finitos quaisquer: (Iso) ZG=ZH=GEH. Uma razio fundamental para voltar as atengdes para esta questdo é que pode-se demonstrar facilmente que se para dois grupos G e H tem-se que ZG & ZH, entéo também tem-se que RG = RH para todo outro anel com unidade R, Resulta assim que esta hipdtese é a mais forte que se pode formular, neste contexto. Em apoio a esta conjectura sabia-se que em 1940, Graham Higman [17] tinha demonstrado que ela é verdadeira no caso dos grupos abelianos fini- tos ¢ também no caso dos 2-grupos que sio Hamiltonians (isto 6, quando todo subgrupo é normal). Até agora a conjectura, em todo sua generali- dade, continua em aberto, mas ela j4 foi demonstrada numa série de casos particulares: * Os grupos metabelianos finitos [49]. © Grupos simétricos e grupos alternados. ‘© Grupos finitos que so grupos de unidades de algum anel, por exempto, os grupos do tipo GL(n, F), onde F indica um corpo finito [47]. « Grupos nilpotentes finitos [50]. 12 Parte II O Grupo das Unidades 4 Introdugao Para motivar adequadamente a necessidade de estudar o grupo das unidades de um anel de grupo vamos fazer primeiro algumas consideragées. Para isso, precisamos definir novos conceitos. Definigéo 4.1 A aplicagdo ¢: ZG + Z dada por Dh rigi + Dy ri (que € um homomorfismo) chama-se @ fungao de aumento de ZG. Definigéo 4.2 Um isomorfismo y : ZG + ZH diz-se um isomorfismo nor- malizado se, para todo elemento a € ZG tem-se que g(a) = e(y(a)) (ou, equivalentemente, se para todo elemento g € G tem-se que ¢(o(g)) = 1). Se existe algum isomorfismo y : ZG —+ ZH entéo também existe um isomorfismo normalizado entre estes anéis. De fato, basta definir uma nova aplicagio y : ZG — ZH da seguinte forma: para cada elemento a = Thi nigi € ZG definimos Ya) = Ti, € 0 y(g:)Irigi. (Note que, como g & G é inversivel e como ¢ é um epimorfismo, tem-se que ¢ 0 y(g) é inversivel em Z: ie., y(g) = +1). E fécil verificar que w 6, de fato, um isomorfismo normalizado, Assim, toda vez que consideramos o problema do isomorfismo, néo perdemos generalidade se supomos que o isomorfismo com que estamos trabalhando é normalizado. Seja entio y : ZH — ZG um isomorfismo normalizado. Note que se (9) € H, para todo elemento g € G, entdo o préprio y da, por restricao, um isomorfismo entre os grupos H e G. Alids, esta foi justamente a técnica empregada por Higman para demonstrar seus resultados que mencionamos na segio anterior. A grande dificuldade consiste precisamente em que, em geral, nfo temos maiores informagées sobre os elementos da forma y(h), h € H, porém, afirmar algumas coisas. Note que, como |H| = n, temos que h" = 1 para todo h € H e, como ¢ é um morfismo, segue que também (h)* = 1. Isto significa que y(h), h € H, é sempre um elemento inversfvel, de ordem finita em ZG. Isto justifica nossa préxima definigio. Definigdo 4.3 Seja @ um grupo finito. Definimos entéo: U(ZG) = {a € ZG | a € inversivel}, 13 Uy(ZG) = {a €UZG) | e(a) = 1). O primeiro conjunto é chamado de grupo das unidades de ZG e 0 se- gundo, que é um subgrupo normal do primeiro, de grupo das unidades nor- matizadas de ZG. £ natural se perguntar entéo que informagdes podemas obter sobre o grupo das unidades normalizadas de ZG uma vez que um conhecimento adequado deste grupo poderia nos levar a solugdes do problema do isomor- fismo. 5 Unidades de ordem finita Comegaremos nosso estudo com um resultado, publicado em 1955 por S.D. Berman (8), que permite dar uma demonstracio muito simples do teorema de G. Higman sobre isomorfismos de anéis de grupo abelianos e que tem também outras aplicagdes importantes. Teorema 5.1 Seja G = {91 = 1,92,-..gn} um grupo finito e seja p = Thi aigi € U(ZG) wma unidade de ordem finita. Se a, #1 entéo p= 41. Demonstragao. Vamos considerar ZG incluido em CG. Para cada elemento a € ZG, consideramos a fungio T, : CG — CG definida por Ta(e) = ox, Ve € CG. Claramente, esta é uma funcdo linear; i.e., ela verifica que Ta(rz + sy) = 7Ta(x) +1Ta(y),¥r,s € C, Va,y € CG. Vamos calcular o trago de T,, a partir de sua matriz na base G de CG. Para isso, devemos estudar a ago de T,, em cada um dos elementos da base. Note que 7,,(1) = 1 = 4 = DL, aigi. Logo, o elemento que esté na posig&o 1,1 da matriz de T,, & precisamente 0 coeficiente a}. Em geral, se consideramos um elemento 9; # 1 temos que Ty(9;) = 9; = TL ai(9:9;)- Para conhecer o elemento que estd na posigdo j,j precisamos determinar 0 coeficiente de gj na expresso de T,(g;). Note que 9:9; = 9; 86 quando g = 1; logo o elemento procurado é novamente a1. Este argumento mostra que todos os elementos da diagonal desta matriz sdo iguais a a, donde tr(T,) = nay. Agora, vamos calcular o mesmo valor ér(T,) de outra forma. Note que como p é de ordem finita, existe um inteiro positivo m tal que 4 = 1; logo (Tm) = Ty = I. Resulta assim que Ty é raiz do polinmio X™ — 1 = (X —&)(@—&2).++: (X — &n), onde &, &,...&m denotam as raizes m-ésimas da unidade. Isto implica que Tj, 6 diagonalizdvel e que existe uma base de GG onde a matriz de T,, 6 da forma: 14 &n Logo, comparando ambos os valores obtidos para tr(Z,,), temos que: nar = DE, i=l donde Como |na;| = njay| > a deve ser Ja;| = 1 e ainda, deve-se ter que | Xia Gil = DAs |6l, © que 6 acontece se & = & = --- = &, Neste caso, temos que A = £1] é uma matriz diagonal e, consequentemente, a matriz de T, na base G também é essa matriz diagonal. Finalmente, 6 facil ver que se fosse a; # 0 para algum indice i 1, na i-ésima coluna da matriz de J, ter-se-ia um elemento ndo nulo fora da diagonal, o que 6 uma contradigéo. Logo, deve ser aj = 0 para todo i #1 segue que j= 4191 = a;1. Como Jay| = 1 temos que a; = £1, © Corolario 5.2 Seja G um grupo finito. Se = TP, aig: € U(ZG) é tal que, para algim elemento g; € Z(G) onde Z(G) denota o centro de G, tem-se que a: # 0, entao p = +9). Demonstragéo. Basta observar que jg7! 6 ainda uma unidade de ordem finita cujo coeficiente de 1 é a; #0 e aplicar o Teorema acima. Em geral, as unidade da forma -tg, g € G chamam-se unidades triviois de ZG. No caso particular em que G 6 abeliano, todo elemento de G é central; isto nos permite concluir imediatamente o seguinte. Corolario 5.3 Seja G um grupo finito, abeliano. Entdo, toda unidede de ordem finita de ZG é trivial. Em outras palavras, se G é um grupo finito, temos que: U(ZG) = {+1} x G, 15 U(ZG) =G. Podemos dar agora uma demonstragio muito simples do Teorema de Higman sobre isomorfismos de anéis de grupos abelianos. Teorema 5.4 Seja G um grupo finito e seja H um outro grupo tal que ZG & ZH. EntéoG™ H. Demonstragao. E claro que, se G é um grupo abeliano, entio o anel ZG é comutativo, portante o anel ZH é comutativo e segue que H também um grupo abeliano. Devido & invarifincia da dimenso dos médulos livres sobre Z, segue imediatamente que H também é finito e que |G] = |H]. Se ZG & ZH, tal como observamos anteriormente, podemos supor que existe um isomorfismo normalizado y : ZG — ZH. Para cada elemeto 9 € G temos que y(g) é uma unidade normalizada, de ordem finita, de ZH. Pelo lema anterior, segue que y(g) € +H e como y é normalizado, segue que y(g) € H. Isto mostra que y(G) C H e como |G| = |H| temos que y(G) = H. Em outras palavras, a restrigo de y a G estabelece um isomorfismo de grupos entre Ge H. © 6 Unidade ciclicas e biciclicas ‘Tendo em vista os resultados da segéo anterior e suas aplicagées ao prob- Jema do isomorfismo, é natural se perguntar também quais s&éo os grupos G tais que todas as unidades de ZG sao triviais. A resposta a esta pergunta também é devida a G. Higman [17]. Os métodos que ele emprega na sua demonstragio precisam de sofisticados resultados da teoria dos ntimeros e, em particular, do Teorema das Unidades de Dirichlet. Existe uma demon- stragao mais recente, devida a E. Jespers, M. Parmenter e P. Smith (25] que tem a vantagem adicional de utilizar um certo tipo de unidades especiais que tém sido de utilidade no estudo de muitos outros problemas da drea. Na seco §3,2 mencionamos a mais importante destas aplicagdes. Vamos introduzir agora essas unidades e estudar algumas de sus prorpiedades. Seja g um elemento de um grupo G, de ordem n. Denotaremos por § 0 elemento: Galtgtg?+---g €2G. Definicdo 6.1 Seja G um grupo finito. Uma unidade biciclica do anel de grupo ZG é um elemento da forma: 16 Pgh = 1+ (1 = g)hg onde g,h sdo elementos de G. Note que 9(1 — g) = 0. Isto permite demonstrar facilmente, mediante um célculo direto, que jig, é de fato uma unidade, cujo inverso é: Heh = 1- (1 —9)hG. Estas unidades desempenharam um papel fundamental no estudo de subgrupos de indice finito nos grupos de unidades de anéis de grupo. Veja, por exemplo, [39], [20] e [21]. Sera muito importante saber quando estas unidades sao triviais. Lema 6.2 Sejam g,h elementos de um grupo finito G. Entéo a unidade Bicéclioa Hey é trivial se © somente se existe um inteiro positivo j tal que h-lgh = 9). Demonstragao. Suponhamos que hgh = 9, para algum j. Note que 99 =G. Como temos que gh = hg! resulta que gh9 = hg. Substituindo na expresséo de jig, vern diretamente que jig = 1. Reciprocamente, suponhamos que jig, & trivial. Como esta 6 uma unida- de normalizada, deve existir um elemento x € G tal que ftp = 2. Temos ent&o que: 1+(1-g)hg =<, donde Lth tg tg? te +9) act ghltgtg? +--+"), Como 0 elemento 1 comparece no primeiro membro desta igualdade, ele deve aparecer também no segundo membro; logo, deve existir um inteiro Positivo i tal que 1 = ghg?. Isto implica que h = g~@+) e segue que h~1gh é uma poténcia de g. > Para introduzir mais um tipo de unidades, lembramos que o simbolo ¢ denota a chamada funcéo phi de Euler; i.e., para um inteiro positive n 17 define-se $(n) como sendo o numero de inteiros positivos menores que ne relativamente primos com ele. Lembramos que para calcular o valor de ¢ num inteiro positive n basta decompor n como produto de fatores primos: n= pf.---.pft. ent&o, tem-se que: O(n) = py May — 1). ee - 1). Uma propriedade interessante desta fungdo é dada pelo chamado Teo- rema de Euler: se i e n sao inteiros relativamente primos entio i") (mod n). Definigio 6.3 Sejag um elemento de ordemn de um grupo finito G. Uma unidade ciclica de Bass um elemento do anel de grupo ZG da forma: pe = (Lt g +--+ gt) + ——, onde i é um inteiro tal que 1 Vamos resumir uma série de fatos bem conhecidos sobre as ordens no nosso préximo lema. Como antes, dado um anel R, o simbolo/(R) denotaré © grupo das unidades de R; i.e., 0 conjunto de todos os elementos inversiveis de RB. 19 Lema 6.6 Sejem R; ¢ Ry duas ordens de uma Q-dlgebra A. Entdo: 1. Ry MR € uma ordem em A. 2. O tndice (U(Ri) : U(Ry N Re) é finito. 3. Se um subanel unitdrio R de A é finitamente gerado como Z-médulo eR, CR, entéo R é uma ordem em A. 4. Se Ry C Ry eu€ Re € inversivel em Ry, entdo u-! € Ro. Demonstracdo. A demonstragao dos itens (1) e (3) é imediata. Para demonstrar (2) vamos denotar Rj 1 Ro = R. De acordo com o lema 6.5, existe um inteiro d tal que dy C Re, quando tomamos Re dRy como grupos aditivos, temos que [R : dR} é finito. Consideremos entdo 0s grupos multiplicativos U(R;) e U(R). Para demonstrar que o indice (U(Ry) : U(R)] é finito, vamos provar que ele é limitado pelo indice [R : dR). Com efeito, sejam z,y € U(R1) tais que z+dR; = y+dR1. Entao temos que z—1 € dR; C Re portanto y~ 1x € U(R) o que implica que = € ylé(R). Este argumento mostra que se dois elementos esto na mesma classe aditiva médulo dR entéo também estéo na mesma classe multiplicativa médulo U(R); portanto, as classes laterais de U/(R) estdo formadas por reuniao de classes aditivas médulo dRy, o que prova nossa afirmagao. Finalmente, vamos demonstrar (4). Note que, se u € Rp é inversivel em 2; entdo temos que Rj = uR;. Considerando estas Algebras com sua estrutura aditiva, temos que [Ry : wRs] = [wRy : uRe]. Agora, dados x,y € Ry, se ur € uy + ue, jd que u é inversivel em R, segue que x € y + Ro. Isto mostra que, se %1,...,%, sao todos os representantes de classes de Ry em Rj, 0s elementos ury,...,ut, certamente representam classes diferentes de uRy em uRi, donde [Ri : Ro] < [Ri : uP]. A desigualdade de sentido contrario é imediata, logo uz = Re. Como 1 € Re segue facilmente que u é inversivel em Ro. ° Seja agora g um elemento de ordem n. num grupo finito G. Sejam ainda i um inteiro tal que 1 < i < n com mde(i,n) = 1 e &, uma raiz primitiva n-ésima da unidade. Como antes, vamos denotar por Q(En) a extensio de Q pelo elemento & ¢ vamos indicar por Z|Eq] 0 subanel de Q(E,) gerado por &. Note que o elemento 20 Srl ia g ee &=1 pertence a Z(En] ¢ é inversivel nesse anel, jd que seu inverso 6: f&-1_ &F-1 Bai~ gar tS ee, oI & onde & é um inteiro tal que ik = 1 (mod n). De acordo com a Proposigéo 3.1 podemos escrever: Q<9 >= Gyn Q(EA). (Note que & é uma raiz primitiva da unidade de ordem n/d; assim, quando d percorre 0 conjunto de todos os divisores positivos de n tem-se que £4 também percorre o conjunto de todas as raizes primitivas da unidade de ordens divisores de n). No isomorfismo acima,‘o elemento g corresponde ao elemento: {Eien € Pain Q(E). Vamos denotar R = @gnZ(E4]. Seja v= 1+g+---+9! € ZG. Entioa projecdo de v em cada componente de Fé uma unidade, exceto no caso em que d = n quando vale precisamente 7. Como mdc(i,n) = 1, do Teorema de Euler segue que i”) = 1 + tn para algum ¢ € Z. Consideramos entao ua=(Lt gto tg tO) — ig, Note que a projegdo de § em qualquer componente Q(£4), com d # n, é 0, logo a projegdo de w continua sendo uma unidade. Ainda, a projecdo de § no caso d = n é precisamente n donde a projecio de u 6 i") — tn = 1, Assim, a projegao de u € Z < g > em todas as componentes de Qé uma unidade; logo u € Z < g > é uma unidade em Q < g > e, de acordo com o lema 6.6 também é uma unidade de Z < g > 2G. Como t = (1 —i#"))/n, este argumento prova que, de fato, as unidades ciclicas de Bass so unidades de ZG. Vamos dar agora um critério para decidir quando as unidades ciclicas de Bass so nao triviais. Lema 6.7 Seja g um elemento de ordem n num grupo finito G e sejai um inteiro tal que 1 2 donde m = ¢(n) é par. Ainda, note que a hipétese 1 # £1 (mod m) implica que n > 4 e portanto m > 2. Como as poténcias de g no primeiro membro desta igualdade sao todas diferentes, resulta que o elemento 1 aparece efetivamente nesse primeiro membro, com coeficiente igual a 1. Logo, deve comparecer também no segundo membro e também com coeficiente igual a 1. Temos portanto duas possibilidades: ou gi = 1 ou gi#™ = 1, Consideremos primeiro 0 caso em que gi = 1. Comparando entao os elementos de ambos os membros que tém coeficiente igual a m segue que g' =g oug' =g""", Porém, nossa hipétese sobre i i implica que a primeira possibilidade néo pode acontecer; logo, deve ser gi = g”~!. Nesse caso, temos que g% = g?"~?, Comparando agora somandos com coeficiente igual a (), e lembrando que g?"-? # 9”? (pois nm), conclui-se que g?"7? = g = 9°. Isto que n | (2m — 4). Como 2 < m 2 temos uma contradigao. No caso em que g/+ = 1, comparando novamente termos com coefi- ciente igual a m em ambos membros da igualdade, temos que gé = git! = gitmtimm = gi-m on gi = gitm-] = gl, Como nossa hipétese sobre i implica que este tiltimo caso no pode acontecer, deve-se ter que gi = g!-™ © que implica que 9?i = g?-?” g?-™, Logo, comparando agora os termos que tém coeficiente igual a (}) segue que g = g~?. Novamente isto implica que n |$ 0 que leva 4 mesma contradigéo. > ep githm (l+g+--+9° 1) = 22 7 Unidades triviais Com os elementos introduzidos na seco anterior, estamos agora em condi- ses de caracterizar os grupos finitos G tais que o anel de grupo ZG tem apenas unidades triviais. O primeiro passo nesse sentido tem agora uma demonstragao muito simples. Lema 7.1 Seja @ um grupo finito tal que Us(ZG) = G. Entao todo sub- grupo de @ é normal. Demonstragao. Para demonstrar a afirmagio bastard provar que todo subgrupo ciclico de G é normal. Suponhamos, por absurdo, que existe um subgrupo ciclico < g > que nfo é normal .Entéo existe h € G tal que ho"gh ¢< g > e segue do Lema 6.2 que a unidade biciclica u = 14 (1—g)ag néo é trivial. 9 Obviamente, se um grupo é abeliano entdo todos os seus subgrupos sio normais. Lembramos que um grupo no abeliano tal que todo subgrupo € normal chama-se um grupo Hamiltoniano ¢ que estes grupos sio bem conhecidos. Em particular, sabe-se que se G 6 um grupo finito Hamiltoniano ent&o ele é da forma: G=Qsx Ax B, onde A é um grupo abeliano 2-clementar (i.e., todo elemento a 1 de Aé de ordem 2), B é um grupo abeliano de ordem impar e Qs 6 0 grupo quatérnio de ordem 8; isto é, 0 grupo Q3 =< a,b| a4 = 1,0? = 87, bab") = at > Note que um grupo Hamiltoniano é um 2-grupo se e somente se B = {1}, ou seja, se é da forma G = Qs x A. Proposig&o 7.2 Seja G um grupo finito tal que Uj(ZG) = G. Entao G é ‘um grupo abelano de expoente igual a 1,2,3,4 ou 6 ou um 2-grupo Hamilto- niano. Demonstragao. Do lema anterior segue que G é abeliano ou Hamil- toniano. Suponhamos inicialmente que G é abeliano. Se o seu expoente é diferente de 1,2,3,4 ou 6 entéo G conter um elemento de ordem n tal que n= 5 oun > 6. em ambos os casos tem-se que ¢(n) > 2 ¢ o Lema 6.7 mostra que G contém uma unidade ciclica de Bass que no é trivial. 23 Da mesma forma, se G é Hamiltoniano mas nao é um 2-grupo entéo @ contém um elemento 2 € B de ordem p 4 2. Entdo o elemento g = az tem ordem n = 4p e novamente temos que $(n) > 2, logo também neste caso G contém uma unidade ciclica de Bass que no é trivial. © Na verdade, a condig&o obtida na proposigéo acima também é suficiente. Isso serd demonstrado numa série de passos. Lema 7.3 Seja G um grupo finito tal que as unidades de ZG sao triviais © seja Cy um grupo ciclico. Entéio as unidades de Z(G x C2) também sao triviais. Demonstragao. Seja Cp =< a| a? = 1 >. Como Z(GxC2) © (ZG)Co, um elemento u € Z(G x C2) pode-se escrever na forma u = a + Ba onde a, 8 € ZG. Se u é uma unidade, existe um outro elemento u7! = 7 + 6a tal que (a + Ba)(y + 5a) = (ay + 96) + (a6 + By)a =1, logo, ay + fb =1 ad + By =0 Ento, temos que: (2+ By +6) =a7+ 5 +06+By=1 (a~ B)(y- 8) = oy + 85 — (a5 + By) =1 © que mostra que @ +e 7+6 sao unidades de ZG e consequentemente sio triviais. Devem existir entao dois elementos 91,92 € G tais que: a+f=+9, a-fB= tgp. Portanto temos que a = 3{:tg1 + g2) e como os coeficientes de a devem ser inteiros, segue que g1 = g2 ea = +g). : Assim, temos que: a+B=a-f=tn, 24 ou at8=—-(a-B)=+9. No primeiro caso vem que a = +9 e 8 = 0 e no segundo que a =0¢ 6 = +91. Em ambos os casos temos que wu é trivial. > Lema 7.4 As unidades do anel de grupo ZQs séo triviais. Demonstragéo. Podemos escrever explicitamente todos os elementos de Qs: Qs = {1,a,, ab, a, a°, ab, ab>}, Logo, todo elemento a de ZQs é da forma: @ = 29 + 0+ mab + z3ab + yoo? + ya? + yoa"b + ysa°B. Consideremos agora o anel dos quatémios inteiros; isto é, 0 anel: H= {m9 + myi + maj + mgk | mo,m,m2,m3 € Z}. E facil demonstrar que as tinicas unidades de H sio 1, +i, 43, tk (veja por exemplo [16, Lema 7.12]). Pode-se definir um epimorfismo y : ZQs + H por + (ao — yo) + (a1 ~ 1)i + (wa ~ ye) 7 + (ws ~ ya)h. Se a é uma unidade de ZQg entio y(a) é uma unidade de H; logo, para algiim indice i, 0 < i < 3, deve ser: a-y = +1, ty = 0 se iFj. Por outro lado, é facil ver que a? é central e que Qs/ < a? >& Cy x C, Se denotamos por J a classe de um elemento 9 € Qs no quociente e por y : ZQzs — Z(Qs/ < a* >) a extenséo da projegio canénica Og + Q3/ < a? > a todo ZQg, por linearidade, temos que: (a) = (0 +40) + (a +a)é + (x2 + yp) + (ws + ys)k. 25 Do lema anterior temos que as unidades de &(C2 x C2) sao triviais, logo, para algum indice h, 0 < A < 3, deve ser: th+Y, = +1 mty = 0 se h¢k Como os coeficientes so ntimeros inteiros, comparando os sistemas de equagoes obtidos acima é facil ver que deve ser i= he math, y=0, a =yj=Osej Fi, ow a=0, wot, sj=yj =0sej Zi. Em ambos os casos temos que a é uma unidade trivial deZQs, Note que os lemas 7.3 7.4 j4 mostram que se G é um 2-grupo Hamil- toniano ou um 2-grupo abeliano elementar ent&o as unidades de ZG so triviais. Lema 7.5 Seja G =< a| a? = 1 > um grupo ciclico de ordem 3. Entéo UZ) = G. Demonstragdo. Mostraremos inicialmente que se € denota uma raiz ctibica da unidade, entéo as tinicas unidades do anel Z[é] sio +1, £6, £7. Note que o polinémio minimal de € é X? + X +1; logo todo elemento @ € Z[é| 6 da forma ao = a + bf, com a,b € Z. Suponhamos que a é uma unidade de Z{¢]. Como a fungao f : Z[f] > Z[€| definida por f(x + y€) = a +yé? é um automorfismo, segue que a’ = a + b€? também é uma unidade e portanto oe! = (a+bé)(a+bé) = 0? +0? + ab(E +e") a? +B? —ab é uma unidade. Como aa’ € Z deve ser a? +b? ~ ab = £1. Suponhamos que a > b. Se b # 0,1 tem-se que a? + 8? > ab+1. Se b = 0 segue que a =a € Zé uma unidade, logo a = +1. Se b= 1 temos a? +1=a2t10 que implica a? = @ ou a? —a+2=0. No primeiro caso temos que a = 0 26 ou a = 1 e no segundo caso a equagao nio tem solugées inteiras. Se a = 0 temos que a = bf e como |a| = 1, segue que a = +£. Se a= 6 = 1 temos que a = 1+£ = -€7. O caso leva a um resultado semelhante. Agora consideremos 0 epimorfismo y : ZG —» Z{€] definido por zo + 2a + xa? x + 2x6 + a98?. Seja v = a9+210-+2207 uma unidade de G. Como e(v) = 29-21-4209 = 1, temos que: v1 = 29+ 20+ m0? — (ag + ay + 2) = 24(a ~ 1) + m(0? - 1) 21(@~ 1) + 29(a—-1)(a+ 1) = (a-1)(e1 + 22+ x90) Assim, chamando yo = 21 +22, yi = ap podemos escrever v na forma: v=14(@-1)(y + m0). Agora calculamos: tv) = 1+ (1 = (yo + 1) = £1 + (90 + 11) + (2x — Wo)é. Como (v) deve coincidir com uma das unidades de Z(], a saber +1, +6, 4¢? = +(~€—1) temos trés possibilidades: Caso(i) 1+(so+m) #1, (2¢ — yo) 0. Somando ambas as equagdes temos que 3y; = —2 ou 3y1 = 0. A primeira equagdo nfo tem solugdo em Z e a segunda implica y) = 0, donde yy = Oe portanto 2, = z= 0, consequentemente v = 1. Caso(ii) £14 (yo-+m1) 0, (2y—yo) = 41. Neste caso, uma anélise semalhante mostra que v = a. Caso (tia) £1+(yo+u) = (241 - 4). (241 ~ yo) = #1 27 Da primeira equagdo vem que y1 — 20 = 1 e, somando com a segunda, temos que 3(y: ~ yo) = 2 ou yi — yo = 0. Novamente, a primeira equagéo néo tem solugdo em Z, a segunda implica que yi = yo e, voltando ao sistema inicial, segue que y; = —1; donde 2; = Oe x2 = —1. Isto implica que v = a2, 9 que completa nossa demonstragao. © Lema 7.6 Seja G = C3 x +++ x Cz, onde C3 denota um grupo ciclico de ordem 3. Entéo U,(ZG) = G. Demonstragiio. Faremos a demonstragdo por indugéo no ntimero de fatores diretos de G, que denotaremos por ¢. Se t = 1 a afirmago é ver- dadeira, pois foi provada no lema anterior. Suponhamos entio que o resultado vale para grupos que podem se escr- ever como o produto direto de no maximo ¢ — 1 grupos ciclicos de ordem 3. ‘Vamos escrever G na forma G = Ax xonded==1leA é um produto direto de t—2 grupos ciclicos de ordem 3 (ou, eventualmente, A={ip. Seja v € ZG uma unidade. Como no lema anterior, podemos escrever v na forma v=1+(1-d)(yo + mb), onde yo,y1 € ZAX < a >& (ZA) < a >. Consequentemente, existem sb; € ZA, 0S i,j <2, tais que: v=1+t (1—d)[(q + 7a + 9207) + (6 + 610+ 62070). O grupo G/ < a,b > tem posto t — 1, logo a imagem de v em Z(G/ < a,b >) deve ser trivial. Como b = a2ab, essa imagem é: 1+ (1—b)[(y0 + 110 +7207) + (60 + 610 + 6207)a?} 1+ 70+ + 61 — 8 + (m1 72 + 62 + 60)a-+ (92 ~ 0 + 40 - 61)0”. a i Consequentemente, dois destes coeficientes devem ser iguais a 0, Temos que considerar entao trés casos possiveis. Caso (i): 1 — ¥2 + 62 — 69 = 2 - 0 + 60-61 = 0. Como G/ < a?b > também tem posto ¢ — 1, a imagem de v em Z(G/ < 0b >) também deve ser uma unidade trivial. Essa imagem 6 28 0 = 14(1~a)ho +a +0? + (6 + 514 + 620?)a} = 1490-12 + 62 ~ 61 + (1 = Ww + bo — b2)0- + (92 ~ 1 +61 — &)0? = (1+ 8 ~ 251 + 8) + (Yo +71 — 262)a-+ (-20 + 1 +-79)02. Como sé um destes trés coeficientes pode ser diferente de 0 sabemos que ou © segundo ou o terceiro coeficiente seguramente é 0. Note que ambas as situacGes implicam que o primeiro coeficiente é congruente a 1, médulo 3. Logo tanto o segundo como o terceiro coeficientes devem ser iguais a 0 € isto implica que 9 = 1 = 72 donde segue também que & = 5; = 65. Finalmente, notamos que a imagem de v em Z(G/ ) 6 1+(1—b)(3q)+ 360b) e, como nos casos a , deve ser trivial, Segue entéo que 79 = 69 = 0, 0 que implica y = 1. Caso (i): 1+ 70-1 +51-& =n — 712+ 62-9 Neste caso, a imagem de v em Z(G/ < a2 >) é = w-2n +7 -2+ (1+ go +1 — 2g2)a+ (-2g0 + gi + ga). Como no caso anterior, concluimos que ¥—2y1 +72 = 0 —2yo+71 +72. Segue que yo = 1 = 72 © que 6; = 62 = 144. A imagem de v em Z(G/ < a >) é agora 1+ (1 — b)(2 + 34 + 3690); concluimos entdo que 6 =-1, 7 =Oev=5. Caso (#i): 1+ 0-1 + 61 ~ 62 = 72-0 + bo — 61 = 0. Agora, a imagem de v em Z(G/ < a2 >) é D=14+%-2n +74 (L4-w +N — 2p)a = (-1— 2+ + )e?. Novamente, como no primeiro caso, temos que 1+ + 271 +72 = O=1+ +71 — 2% € assim obtemos 72 — =1+ywe & =6 =14+6. Finalmente, a imagem de v em Z(G/ )é 1+(1—b)[2+370+(2+3y0)d}, de modo que concluimos que jo = 6) = —1, 0 que implica que v = b?. Em todos os casos temos provado que v é uma unidade trivial, o que completa nossa demonstragio. rs Lema 7.7 Seja C4 um grupo ciclico de ordem4 eG = Cyx+++x C4. Entéo U4 (ZG) = 6. 29 Demonstragao. Mais uma vez, vamos proceder por indug&o no ntimero de fatores diretos de G, que denotaremos por t. Se ¢ = 1, entéo G é um grupo ciclico de ordem 4. Como o elemento a € Qg é de ordem 4, o anel de grupo ZG ¢ isomorfo ao anel Z < a >C ZQs. Como este ultimo tem sé unidades triviais, segue nossa afirmago neste caso. Suponhamos agora que o resultado vale para grupos que so produto de #1 fatores diretos iguais a Cy. Vamos escrever G = Ax x , onde 2! = y* = 1. Seja v uma unidade de ZG. Podemos escrevere v na forma v = 9 + ny + 72? + W343, com y% € ZAx <2 >,0 / < y? > temos que 7 é um elemento de ordem 2 e a projecdo de vem ZAx x(/) & D> (wt 12) + (mn) +78)9 Pela hipotese de indugio, toda unidade de Z(Ax < x >) é trivial e, pelo Lema 7.3, temos que também as unidades de Z(Ax x(/< y? >)) so triviais. Portanto temos dois casos possiveis: Ou temos que ¥ + 72 = 0 ey) +73 = 1 on 90 +72 entw=1. No primeiro caso, escrevendo yz = —79 e 73 = 1--y— 1 temos que v 6 da forma v = y* + (yo + n1y)(1 — y*); no segundo, procedendo de forma andloga obtemos que v = y” + (yo + 11y)(1 — 9), de modo que, em ambos os casos, multiplicando v por uma poténcia conveniente de y temos outro unidade v' que é da forma v’ = y? + (y0 + n1y)(1 — y?). Isto implica que v! pode se escrever também na forma: uf 1+ (ao + arr + age? + ages + Boy + erty + Box?y + Bgz*y)(1 — y*) onde a;, 8; € ZA, 0 < i,j < 3. Como a projegio de v' em Z(G/ < x? >) também deve ser trivial, obtemos que a1 +03 = fo + fo = a4 +3=0e a9 +02 = 0 ou a9 +02 = ~1. De forma andloga, a projeco de vo’ em Z(G/ < 27y? >) deve ser trivial, e obtemos assim que a1 — a3 = fy — fa = fi ~ By = 0 e ap — a2 = 0 ou a — 02 = -1. Combinando ambos resultados obtemos que a1 = a3 = fo = A (G3 = 02 = 0 ao = 0 ou ag = —1. Isto implica que v' = 1 ou v' ambos os casos v’ € trivial, o que implica que v também é trivial. ° Finalmente estamos em condi¢ées de enunciar o resultado principal desta segao A= 30 Teorema 7.8 Seja G um grupo finito. Entéo todas as unidades de ZG sio triviais se ¢ somente se G e um grupo abeliano de expoente igual a 1,2, 3,4 ou 6 ou um 2-grupo Hamiltoniano. Demonstragao. Em uma diregio a afirmagio jé foi provada na Proposi- 40 7.2, Para demonstrar a reciproca, note que, se G é um 2-grupo Hamil- toniano, o resultado é uma consequéncia dos lemas 7.3 ¢ 7.4. Finalmente, se G é abeliano e sou expoente é um 1,2,3,4 ou 6, sua decomposi¢éo como produto direto de grupos ciclicos deve ser de uma das seguintes formas: G=Cyx--- x Ca, GEC3x+--x Cs, G2Cyx--- x Cy, GE C2 x ++ x Cy x Cy x +-- x C5, Em todos os casos, os lemas acima mostram que as unidades de ZG sio triviais. o 31 Parte III Alguns problemas 8 Aconjectura de Zassenhaus No inicio da década de setenta, H.J. Zassenhaus formulou diversas conjec- turas sobre as unidades e os isomorfismos normalizados de um anel de grupo. Nés as listamos a seguir, junto com o nome com que elas sfio conhecidas na atualidade, « (Aut) Seja @ : ZG — ZG um automorfismo normalizado. Entio existem uma unidade a € QG e um automorfismo o € Aut(G) tais que (9) = a-ta(g)a, Vg E.G. * (ZC1) Seja u € U(ZG) um elemento de ordem finita. Entdo existe uma unidade a € QG tal que a~!ua € G (neste caso, dizemos que u € racionalmente conjugado a um elemento de G). © (ZC2) Seja 24 um subgrupo finito de U4ZG) tal que [H| = |G]. Entdo existe uma unidade a € QG tal que a“ Ha = G. * (ZC3) Seja 1 um subgrupo finito de %4ZG). Entéo existe uma unidade @ € QG tal que a "Ha CG. Note que (ZC2) é obviamente um caso particular de (ZC3). Também (ZC1) & (ZC3) no caso particular dos grupos eiclicos. Infelizmente, esta conjectura néo é verdadeira, como foi recentemente demonstrado por K.W. Roggenkamp e L. Scott. O contraexemplo destes autores é particularmente dificil e foi simplificado por L. Klinger em 1993 (27]. Mesmo assim, o con- traexemplo apresentado € de dois grupos de ordens iguais a 29.3 Damos, a seguir, uma lista dos grupos para os quais vale (ZC1). © Ss (I. Hughes e K.R. Pearson [18]). * Da (C. Poleino Milies [36]). « Grupos metaciclicos da forma G =< z > » < y > onde o(x) = p, o(y) = q com p, q primos diferentes (A.K, Bhandari e 1S. Luthar (4). 32 * Grupos metaciclicos da forma G =< x > onde mde(o(2), o(y)) =1(C. Polcino Milies, J. Ritter e S.K. Sehgal [37], (371, [39].) © Sy (N.A. Fernandes [31]). * As (LS. Luthar e B.S. Passi [28]). © 5s (LS. Luthar e P. Trama [26]). * Grupos da forma G=< 2 > »H onde H é um grupo abeliano tal que made(o(a), ||) = 1 (LS. Luthar e P. Trama [30]). Jé a validade da conjectura (ZC3) foi estabelecida para os seguintes grupos. © Grupos nilpotentes (A. Weiss [50]). * Grupos metaciclicos da forma G =< x > x onde mde(o(2),0(y)) =1(A. Valenti [48}). * 55, As e SL(2,5) (M. Dokuchaev, 8.0. Juriaans e C. Polcino Milies [23)). Finalmente, cabe mencionar que recentemente foi formulada uma versio mais fraca da conjectura: * (p-ZC) Seja 1 um p-subgrupo finito de 1442ZG). Entio existe uma unidade a € QG tal que a Hac G. Note que esta conjectura é, em certo sentido, semelhante ao Teorema de Sylow. Esta verso da conjectura, até a presente data, foi estabelecida para as seguintes familias de grupos. * Grupos nilpotentes-por-nilpotentes. ‘+ Grupos sohiveis tais que todo p-subgrupo de Sylow 6 abeliano ou quatérnio generalizado. * Grupos sohiveis cujas ordens nao so divisveis pela quarta poténcia de um primo. * Grupos de Frobenius em geral para p > 2 ¢ grupos de Frobenius que nao tém imagem homomorfa a Ss, no caso p = 2, Os primeiros #rés resultados foram estabelecidos por M. Dokuchaev e 8.0. Juriaans [12] e 0 ultimo por M. Dokuchaev, §.0. Juriaans e C. Poleino Milies (13). 33 9 Subgrupos de indice finito No caso geral, resulta muito dificil descrever completamente o grupo das unidades de um anel de grupo sobre os inteiros. Uma tentativa recente tem sido a de determinar, mediante familias de geradores, pelo menos um subgrupo “grande”, isto é, um subgrupo que seja de indice finito em U(ZG). As unidades ciclicas de Bass, que definimos na segio anterior, foram intruduzidas por esse autor em [1] e utilizadas por H. Bass e J. Milnor em [2] para mostrar que elas geram um subgrupo de indice finito no anel (ZA), onde A é um grupo abeliano. No caso no abeliano € necessério introduzir novas unidades, as unidades biciclicas que também definimos na segao anterior e que foram assim denom- inadas por J. Ritter e S.K. Sehgal em [41], embora nem sempre estas duas familias de unidades sejam suficientes para gerar subgrupos de indice finito. Nés daremos aqui uma idéia dos resultados obtidos em torno deste problema, seguindo essencialmente a primeira parte de [26]. O leitor interessado nes- tas questis geralmente, na estrutura e propriedades dos grupos das unidades, pode consultar os surveys recentes de J. Ritter [44] e S.K. Sehgal [45]. Uma visio mais abrangente sobre o assunto pode-se obter em [46] ‘A pesquisa sobre este problema foi iniciada numa série de artigos por J. Ritter e S.K. Sehgal, [40], (41], [42] e [43]. Muitos dos resultados por eles obtidos seguem agora do seguinte resultado recente de E. Jespers e G. Leal [21]. Teorema 9.1 Seja G um grupo finito tal que a algebra de grupo QG nao tem componentes simples de nenhum dos seguintes tipos: 1. uma digebra com diviséo néo comutativa, diferente da dlgebra de quater- nios totalmente definida. 2. o anel M2(Q). 3. um anel da forma Mo(F), onde F ¢ uma extenséo quadrdtica ima- gindria dos racionais, 4. um anel da forma Mo(D), onde D € uma dlgebra com diviséo, néo comutativa. Para cada idempotente primitivo central e; tal que a componente (QG)e: no é um anel com divisdo, seja fi um idempotente ndo central de (QG)e: 34 € nm um inteiro positive tal que nifi € ZG. Entiio, o subgrupo gerado pelas unidades ciclicas de Bass ¢ as unidades da forma : L+nbfin(l— fi) ¢ 14+72(1- Afi, hE G, é de thdice finito em U(ZG). Lembramos que um grupo diz-se livre de pontos fizos, se existe uma rep- resentacgao complexa irredutivel p tal que para todo elemento x #lemG tem-se que p(z) tem todos seus valores préprios diferentes de 1. Estes gru- Pos sao precisamente os complementos de Frobenius e sio bem conhecidos, Veja, por exemplo [33]. Como consequéncia deste resultado pode-se provar © seguinte, Corolario 9.2 Seja G um grupo finito tal que QG satisfaz as condigées (2),(3), € (4) do teorema acima. Se G tem uma imagem homomorfa néo abeliana que € livre de pontos fizos entéo o subgrupo gerado pelas unidades ciclicas de Bass e as unidades da forma: 1+gh(l-g) e 1+(1—g)hg, Gh EG, € de indice finito em U(ZG). Se ainda QG nao contém compo- nentes simples que seja dlgebras com diviséo néo comutativas, entéo vale também a rectproca. Um resultado anélogo jé tinha aparecido em (40). ~ Alguns exemplos que satisfazem as condigdes deste corolirio so os seguintes: © Grupos simétricos Sq, n > 5. Neste caso pode-se demonstrar que as unidades dadas no corolério, junto com uma transposigio geram um subgrupo de indice finito. © Grupos metacfclicos da forma: < a,b | a™ = bf = 1,6-1ab = a? >, onde s é impar, mde(s,m) =1e ri, =i (mod m) implica ri = i (mod m), paracadal 3 and Spyn, jn 22, Publ. Math. 1H.E.S., 33 (1967), 59-137. (3] Berman, S.D., On the equation X" = 1 in an integral group ring, Ukrain, Math. Zh., 7 (1955), 253-261. 4] Bhandari, A.K. and Luthar, LS., Torsion units of integral group rings of metacyclic groups, J. Number Theory, 17 (1983), 170-183. [5] Brauer, R. Uber Systeme Hypercomplexer Zahlen Math, Z., 30 (1929), 79-107. [6] Braver, R. and Noether, E., Uber minimale Zerfallungskérper irreduz- ibler Darstellungen, Sitz. Preuss. Akad. Wiss. (1927), 221-228. [7] Cayley, A. On the theory of groups as depending on the symbolic equa- tion 6” = 1, Phillos. Mag., 7 (1854), 40-47. [8] Coleman, D.B., Finite groups with isomorphic group algebras, Trans. Amer. Math. 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INTRODUCAO A ALGEBRA E ARITMETICA (1979) —espotada 34) ‘Thayer F.Javie NOTES ON PARTIAL DIFFERENTIAL EQUATIONS (1980), 235). Bierstone, Edward THE STRUCTURE OF ORBIT SPACES AND THE SINGULARITIES OF EQUIVARIANT MAPPINGS (1980) 36) ‘Thayer, F.Javier~ THEORIE SPECTRALE (1982) 37) Carmo, ManfiedoP. de- FORMAS DIFERENCIAIS E APLICAGOES (1933) 38) Presel Aexander/ Rogue, Peter - LECTURES ON FORMALLY p-ADIC FIELDS (1983) 39) Lequain, Yves / Garcia, maido - ALGEBRA: UMA INTRODUGAO (1583) —esgouda 40) Barbosa, J. Lucas / Colares, A. Gervasio~ MINIMAL SURFACES IN R? (1986) 41) Bérard, Pere H.~ SPECTRAL GEOMETRY; DIRECT AND INVERSE PROBLEMS (1986) 42) ‘Bérard, Pierre H.- ANALYSIS ON RIEMANNIAN MANIFOLDS AND GEOMETRIC APPLICATIONS: AN INTRODUCTION 987) 43) ‘Tomes, Felipe Cano - DESINGULARIZATION STRATEGIES FOR THREE-DIMENSIONAL VECTOR FIELDS (1988) 44) Endler, Otto - TEORIA DOS CORPOS (1988) 45). Bruns, Wined/ Veter, Udo -DETERMINANTAL RINGS (1968) 46) Hefez, Abramo - INTRODUGAO A GEOMETRIA PROJETIVA (1990) 47) Gouvéa, Fernando Quadros~ FORMAS MODULARES: UMA INTRODUCRO (1990) 48) JOngensen, et ~ EXPONENTIAL DISPERSION MODELS (1991) 49) Bustos, Oscar H./ Frery, Alejandro C. - SIMULACAO ESTOCASTICA: TEORIA E ALGORITMOS (Versto Completa) (1992) 50) Less, Gérard - LECTURES ON NATURAL EXPONENTIAL. 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