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Capitulo 13 Terapia Analitico-Comportamental ‘Michela Rodrigues Ribeiro Universidade Catélica de Gots Dente as diversas tina tropéutas, podomos ientiiar a tralia analtco comportement, que esthbaseade nos Drincipios da apendzagn e na losola behav racial, Hee em a, a tera enaico-comportarentl aida & ‘ontundiéa com as praeas comum nos anos 70 de modleagi do comporamenta.Entetanto essa conuseo & corel os fal sbordagon proton rao apenas apear teense pare moda’ cempotamenos, mas também vero nc 2mo um todo, um conju complexo de cormpetamantcs que eso sob carole de Um our conunts complexo Yards A liapa analilca compocainentl @ um proceteo que pode set dvado nas sogites clapas‘) envevsta Iria 2) ernapso comporaental, 3) alamenlo, 4) yoceseo ce aka 8) folbw-up(sequmenc). Cada a dese ‘tapas &erclarecca no captule © 6 erasers una fustragSo, 9 per do cago do uma clanle que buscou 8 erp por esa inal com seu catamorto opr estar etendo osos de pica, Bo al 3 trap, to cbsarvaco ‘ue hoave uma macanga do compartment da chet, com aunento da easton na oagsocorugaleoseamarta das (sos de parca, Palares-chave:eropa,andse co comportament,formulacdocompotaental Diversas séio as abordagens ou linhas terapéuticas dentro da psicologia. Dentre ‘essas linhas, esté a Terapia Comportamental ou, mais especificamente, a Terapia Analitco- ‘Comportamental, que tem como base a analise do comportamento e como filosofia 0 Behaviorismo Radical. Tal linha terapéutica esté comprometida com os principios da aprendizagem, que so instrumentos que podem produzir mudangas no comportamento humano, no sentido de tomar 0 comportamento do individuo mais funcional (Masters, Burish, Hollon & Rimm, 1987) Ainda hoje, a terapia comportamental & confundida com a modificagao do ‘comportamento, qué foi bastante difundida e eplicada na década de 70. A modificagao do ‘comportamento utlizava os principios comportamentais e técnicas como instrumento para ‘amodificagdo do comportamento problema de determinado individuo. Em geral, otratamento ra individualizado com a manipulago de varive's e modificagao do ambiente do individuo, Seus principais clientes eram pacientes institucionalizados, tendo em vista que a manipulagdo ambiental era facilitada nesses anibientes. Entretanto, a terapia analitico-comportamental se diferencia da modificagéio do comportamento no momento em que nao hé uma mera aplicagao de técnicas © que ha uma investigac&o dos problemas apresentados pelo cliente e uma definigao de um programa intervengdo individualizado (Meyer & Turkat. 1988), no qual a tecnologia que esta a servigo do terapeuta pode ou ndo se adequar ao caso e onde o objetivo principal &levar 0 Sobre Compartamento « Cognito 99 liente a auto-observacéo e ao autoconhecimento (Guilhardi, 1997), oferecendo uma melhor qualidade de vida e uma independéncia para a resolugo de problemas futuros, O terapeuta, enquanto um cientista, tem que compreender como o comportamento problema ou disfuncional se instalou no repert6rio do individu, quais sao as varidveis, atuais mantenedoras desse comportamento e definir quala forma de diminuir ou cessar a ‘ocorréncia desse comportamento ou de aumentar a ocorréncia de comportamentos opostos. Ao realizar esse trabalho, 0 terapeuta deve fazer andlises funcionais, isto quer dizer que ele vai avaliar as variavels de controle, levantar hipéteses acerca da manutengo de tal padréo comportamental,testar tals hipéteses, reavaliar essas hipéteses, manipular (na medida do possivel) as varidveis independentes e observar 0 efeito nas variaveis dependentes, sugerir planos de controle de varidveis ao cliente, entre outras tarefas. Ao fazer andlise dos comportamentos disfuncionais e da vida do cliente como um todo, 0 terapeuta comportamental vai utilizar como seu principal instrumento a andlise funcional. Dessa forma, sera necessério identificar as variaveis contextuais, antecedentes @ conseqiientes dos comportamentos, considerando néo s6 0s aspectos funcionais mas também os topogrétficos. © proceso terapéutico analitico-comportamental se constitui das seguintes etapas: 4. Entrevista inicial; 2. Formulagéo comportamental; 3, Tratamento (formulagao, testagem e reformulacao de hipéteses, aplicagao de procedimentos, avaliagdes, etc.) 4, Proceso de alta; 5. Follow-up (sequimento). Durante a entrevista inicial, que pode durar mais do que uma sesséo, o terapeuta vai buscar conhecer a histéria de vida do cliente, solictando informagGes sobre as mais, diversas areas da vida do cliente, tais como historico familiar, relagbes afetivas, histérico educacional, profissional, de saiide, outros tratamentos psicol6gicos e situagéo atual de vida. Além disso, 6 nesse momento que o cliente vai falar sobre sua(s) queixa(s) e quais, ‘so seus objetivos coma terapia, Durante a entrevista inicial, oterapeuta deve tentar estar bastante atento e buscar informagdes que permitam andlises funcionais, identificando as variéveis antecedentes, conseqiientes e de contexto, envolvidas nas situagées relatadas pelo cliente. Além disso, ele pode obter informacdes complementares com terceiros (tais ‘como pais, cOnjuge, filhos, médicos, terapeutas anteriores), desde que haja a concordéncia do cliente e que sejam fontes esclarecedoras, Apés essa etapa de entrevista inicial, na qual foram coletadas informagées para que o terapeuta possa ter um panorama amplo sobre a vida de seu cliente, o terapeuta, entdo, vai apresentar a formulagéo comportamental. Essa segunda etapa pode durar de uma a duas sess6es e tem dois objetivos principais: 1) apresentar as andlises formuladas pelo terapeuta acerca da queixa do cliente e 2) estabelecer um contrato com o cliente. Portanto, a formulagéo comportamental é o momento no qual o terapeuta vai upresentar 100 Miche Rodiigues Ribeiro a0 cliente todas'as suas reflexGes e andlises daquelas informacdes © queixas trazidas pelo conte. 0 terapeuta pode também identificar na fala do cliente outros comportamentos disfuncionais e apresenté-tos ao cients, juntamente com as andlises funcionais referentes acles. ‘Ao contrario do que pode parecer, a formulagdo no 6 apenas um conjunto de anélises funcionais, ela 6 uma analise molar sobre a vida do cliente. Essa andlise molaré realizada com base nos principios e teorias comportamentais. Fazer uma analise molar significa “ver 0 todo", avaliar todas as areas de vida.do cliente considerando sua complexidade e a rede de relagGes existente entre tals dreas, que 0 tornam uma pessoa ‘unica, completa e complexa. Dessa forma, a formulago comportamental exige do terapeuta duas tarefas: anélise e sintese. Em uma primeira etapa —a de anélise—o terapeuta trata das contingéncies separadamente, de forma a compreender as varidveis presentes e descobriros controles dos comportamentos analisados e, em seguida, na etapa de sintese, rene todas as contingéncias e as sintetiza, observando um cliente dnico, exposto a vvérias contingéncias simultaneamente, respondendo a um conjunto de varidveis de controle. Ainda na sesso de formulagéo comportamental, o terapeuta vai apresentar ao cliente um plano de trabalho, especificando como o tratamento ira se desenvolver. Esse plano néo tem que ser rigido ou seguir uma estruturafixa, Na verdade, ele pode ser modificado em qualquer momento do tratamento, desde que haja necessidade. Ele pode ser modificado até mesmo durante a sesso de formulagao comportamental, sendo que o cliente pode cconcordar ou no com o plano apresentado, tendo a oportunidade de sugerir modificagées quanto a procedimentos utilizados e objetivos definidos. Aqui é o momento de definir os objetivos a ser alcangados com a terapia. A terapia comportamental busca trabalhar com objetivos bem claros, dando oportunidade ao cliente de participar ativamente no seu tratamento. © terapeuta apresenta também ao cliente alguns aspectos relacionados a sua linha de trabalho, como a teoria na qual se baseia, esclarecendo de uma forma simples 0 ‘modo de ver e analisar 0s comportamentos, dando énfase ao ambiente na determinagao dos comportamentos. Além disso, mostrar ao cliente que ele tem um papel fundamental em seu tratamento, tanto na realizacdo de deveres de casa, quanto 2o aprender a observar ‘© comportamento dos outros @ o seu proprio, dando subsidios para as andlises. Deve também esclarecer o funcionamento da terapia, com suas etapas, e apontar para a possibilidade de constante avaliagao e modificagéio do processo e defini termos praticos do contrato terapéutico, como frequiéncia, horério e tempo de sesso, faltas eférias, entre outros. ‘Apés a formulacéio comportamental, tem inicio o tratamento propriamente dito, no qual vai ser posto em pratica aquilo que foi estabelecido no contrato entre terapeuta e cliente. Dependendo do caso, alguns procedimentos poderao ser implementados, 0 terapeuta podera passar dever de casa para o cliente, mas, o mais importante, 6 que iniciard um processo de aprendizagem e madelagem do comportamento do cliente, baseado na relacdo terapéutica, Essa modelagem acontece a partir de dicas e feedbacks — tanto verbais como ndio-verbais — do terapeula a respeito do comportamento do cliente (Rosenfarb, 1992). A relacdo terapéutica pode ser considerada um dos principais instrumentos do terapeuta analltico-comportamental, e esse tem sido 0 foco de atengao do trabalho e das Sine Comportamento e Cognisio 101

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