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a comosautes Faz, parte dessa estratégia, inclusive, a instituigio das OSCIPs, como, Dorganizagies com a finalidade de concessio de microcréditos nao sujeitos & lei de usura (Medica Proviséria n. 1965/2000 sobre modelos alternativos de crédito). Para o terceiro setor, as entidades de microcrédito sto apenas asOSCIPs, além das instituicdes com autorizagio de funcionamento conce- dida pelo Banco Central e as sociedades de crédito a0 m roempreendedor, io sueitas as estipulagdes usurérias, Sao excluidos dessas relagdes econd- micas os planos de satide, fundos de pensio, escolas e hospitais privados nado gratuitos, AL 0s nas OSCIPs, considerando legitimas as despesasna renovagaoe os adian- tamentos feitos a conta bancéria da organizagao, na hipotese de atrasos nos repasses de re deicitacio pablica, agora substituidoe incentivado por meio de concurso de 9,790 /1999 flexibilizou a forma de aplicagio dos recursos ptbli 1508. O acesso das OSCIPS aos recursos dispensouo processo projetos, cujo valor se superior a 600 mil reais (valor em 1999), exige a con- tratagio de auditoria independente, para avaliar o termo de pa Com relagio aos incentivos fiscais, as entidades ¢ organizagées sem fins > remunerem of seus dir de renda (Lei n. 9532/1997). E as entidades filantrépicas, assim como as de utilidade ptilica, ficaram isentas da cota patronal das contribuigdes previ- dencisrias (art. 195, § 7? da CF e Lei n. 8212/1991), Se forem de assis social ou educativas, gozam de imunidade do imposto sobre o patriménio, renda ou services (art. 150, VI, alinea c da CF) No Estado de Sao Paulo, o Decreto n. 51.346, de 08/12/2006, regula- mentou sobre 0 controle e fiscalizagio de recursos priblicos, geridos por lucrativos, que r ntes, estio isentas do imposto enticades do terceiro setor em parceria com o Estado (ver Anexo 1), SOIT ‘ wo AProfi Assistente Social —Histéria Legislativa A profissdo do assist nte social é regulamentada pela Lei n. 8662, de 07/06/1993. Tem 0 objetivo de controlar os procedimentos ea natureza dos servigos profissionais, por meio dos quais se realizam os principios constitu- ionais da assisténcia social, sauide, previdéncia social e demais direitos sociais. Paraisso, institui a profissio de assistente social, de um lado exigindo-lhe determinados deveres e, de outro, assegurando-Ihe direitos, competéncias e atribuigdes privativas. Institui o Conselho Federal de Servigo Social —CFESS © a8 Conselhos Regionais de Servigo Social — CRESS —, na esteira do Decreto n. 20,931 /1932, fonte original da legislagao especifica acerca do con~ trole do exerci o profissional. Observ) sse que, ao colar grau em uma faculdade de: cialmente reconhecis ervigo social, oft- a, 0 estudante adquire apenas o titulo de bacharel Somente com o registro no CRESS 6 que adquire a qualifieagio de lente social E ia, quaisquer atos deste, como o de cancelamento do. registro, nioafetam o titulo. Nessa hipétese, por exemplo, obacharel perde a qualificagio de a sistente social, mas nao o titulo universitario. Por isso, quando a legislagao.e os textos doutrinarios se referem A profissio, tém sen pre como pressuposto a qualificagao do Grgio institucional e os efeitos jt dicos de suas decisses sobre 0 exereicio profissional. A profissio de assistente social, cuja natureza liberal foi declarada p Portaria n. 35, de 19/04/1949, do Ministério do Trabalho, foi insti inaugurada pelas encfclicas Rerum Novarum de Leo XII, de 15/05/189 Quadragésimo Anno de Pio XI,de 15/05/1981), classificada como de nat ‘t6cnico-cientifica, cujo exercfcio determina a aplicacéo de processos eg ficos de servigo social. Além dos diplomados em escolas de servigo social, brasileiras ou trangeiras, desde que reconhecidas pelo Ministério de Educacao, foram mitidos também os antigos agentes sociais, a que se refere a Lei n. 1.889, 13/06/1953. O art. 18 do citado Decreto reconheceu,como assistentes s 05 funcionérios piiblicos que haviam sido admitidos no servico social, a tulo precério, nos termos do pardgrafo tinico do art. 4° da Lei n. 3.252, 27/08/1957; assim como os titulares de outros cargos que, antes 12/07/1960, tivessem exercido, durante pelo menos os tltimos dois a ‘rgdos estatais, paraestatais, autarquicos e de economia mista. A Lei n. 3.252/1957 descrevia como exclusivas do assistente social § seguintes competéncias: — dirigir escolas de servico social, assim como 0 respective demais atividades académicas; —— planejar, assessorar, dirigir e executar servigos sociais; — realizar pericias, judiciais ou nao; — elaborar pareceres sobre essa matéria. Atribuiu a disciplina e fiscalizagao do exercicio profissional ao ant ‘Conselho Federal de Assistentes Sociais—CFAS —eaos Conselhos Regi de Assistentes Sociais —CRAS —, estabelecendo regras de sua constituig € funcionamento e determinando a publicagéo do Codigo de fica Profiss nal, entio aprovadona Convengio Nacional da ABAS — Associacio Bra de Assistentes Sociais — de 1948e publicado na Revistado Seraigo Social n. ano VI, de Sio Paulo. ‘Aatual regulamentagio velo conta Lei n, 8,662, de 07/06/1993, cujo art. 24 revogou a Lei n. 3.252/1957 e as dlisposigdes em contrério. Por isso, en- tendemos que 0s dispositivos do Decreto n. 994, 6 citado, nao contradit6rios ‘com 0 texto da nova lei, continuam em vigor, no que forem apliciveis; como, por exemplo, o seu art. 1%, que designa o servigo social como objeto da ativi- dade do assistente social ¢ 0 art. 2°, que atribui a aplicago dos processos especificos de servico social as atividades profissionais do assistente social. Ficaram revogados, no entanto, os dispositivos adiante comentados. HW — Natureza institucional da Profissao A profissao nasceu, no Brasil, a partir de ages socials de inspiracaio cat6lica, crescendo com a intervengdo estatal ou privada, especialmente a partir dos anos 1940. A primeira escola de servico social foi a Faculdade de Servico Social da PUC-SP, fundada em 1936, por iniciativa do CEAS — Centro de Estudos Agao Social —, atual Curso de Servigo Social integrado a Faculdade de Ciencias Sociais. Até o final da Segunda Guerra Mundial, sofreu a influéncia franco-belga, inspirada em Sao Tomas de Aquino nos prineipios do direito natural. Nos anos 1950, destaca-se a influéncia norte-americana, de matriz positivista. Até meados dos anos 1960, essa influéncia adquiriu o idedrio do desenvolvimentismo. A partir de 1965, 0 servigo social passou pelo movimento de reconcei- tuagio, que se desdobrou em varias tendéncias, entre elas, sobretudo, a da modernizagio (funcionalista, fenomenolégica ¢ eclética) ¢ das correntes marxista e socialista de varios matizes. A Lei n, 8.662/1993 nao declarou, como na anterior, que a profissio é denatureza liberal e técnico-cientifica. Manteve, simplesmente, as exigéncias académicas,o registrono CRESS e a vigéncia do Cédigo de Ftica Profissional, caracteristica das profissdes dessa natureza. Observe-se que 0 qualificativo deliberal, atribuido as profissdes de nivel universitério, decorreu originaria- mente da extingio das corporagées e da liberalizagio das relagdes de trabalho. Ascorporagies de oficios foram abolidas, no Brasil, pelo art. 179, inciso XXV da Constituicao de 1824, instituindo a liberdade do trabalho no seu inciso XXIV. Foi com 0 processo de proletarizagio das profissdes de nivel superior, a partir de 1940, justamente porque subordinadas ao poder ditetivo do em- Pa cans pregador, quese tornou necessario assegurar-Ihes as prerrogativas profissio- nais. Por isso, hoje, esse qualificativo designa uma profissio cujo exercicio depende, fundamentalmente, da iniciativa e das qualidades pessoais do. profissional; e que, por isso, exige marcada autonomia de trabalho, mesmo quando exercida sob vinculo empregaticio ou no regime estatutario dog servidores pablicos, o que implica elevado senso de condita ética, Por isso, 0 conceito de autonomia profissional de modo algum se con! funde com o regime civil de prestagao auténoma de servigos (art. 593 a 609 do CO). O conceito tradicional de profissio liberal estava associado a ideial de que a profissio era exercida sob regime autor propria) e, unicamente, segundo a consciéncia ¢ os prineipios do prépri no de trabalho (conta, profiscional, concebidos independentemente de qualquer hierarquia técnica, naescala de trabalho. Anova lei, aocontrério da anterior, apresenta, por isso, uma diferenca basica, pela qual conectow o principio da autonomia ao exer- cicio das competincias ¢ atsibuicées profissionais, assim superando o indi« vidualismo, que caracterizava a lei anterior, Atualmente, as profissdes liberais so aquelas cujo exercicio decorre da exigéncia legal dos requisitos de diploma em um curso de nivel superior, inscrigio em um 6rgao normatizador,fiscalizador e de defesa da profissao (ver relagio nos Anexos 4 e 5) e a subordinagao a um Codigo de Ftica Profissional, Porém, assegurando o reconhecimento da autonomia profissio- nal, imprescindivel para o seu exercicio, como veremos adiante (ver PARTE VIII, inciso 1). Do ponto de vista sindical, os assistentes sociais formam uma eatego- ria de profission: iberaise, por isso mesmo, segundo a lei, sua organiza- «0 6 formulada pelo critério da identidade profissional (art, 511 da CLT), como acontece com as demais categorias liberais (médicos, advogados, engerheiros, professores, psic6logos, odontélogos e outros). Por isso, se instituiu 0 Sindicato dos Assistentes Sociais no Estado de Sio Paulo e em outros Estados. Em 2014 seis sindicatos se encontram organizados em cin- co Estados, unificados pela Federagi FENAS. 0 de Sio Paulo foi extinto em decorréncia da decisio da Central Unica dos Trabalhadores, em que estava integrado, de filiagao sindical por amo econdmico ou de atividade e nao por profissio. Juridicamente, tal rtétio significa a filiagao pela atividade preponderante, segundo a qual, io Nacional dos Assistentes Sociais — por exemplo, no setor privado, seo profissional trabalha em uma indvistria metahingica, deve filiar-se ao sindicato dos metaliirgicos;em um banco, a0 sindicato dos bancirios; em uma loja dedepartamentos, a0 dos « no setor estatal, ao sindicato dos servidores puiblicos respectivo, por exem- plo,o da satide, previdencia, Judicisrio e policia civil cidrios; ‘Assim, no setor estatal, os assistentes sociais filiam-se aos respectivos sindicatos de servidores ptblicos (36%), na dcea da saxide (12%), previden: cidria (6%) familia criangas € adoles vimos, os conselhos profissionais nio tém fungies sindicais, assim enten- dlidas as descritas no art. 8° da Constituigio Federal e no art. 513da CLT € que consistem, basicamente, na defesa e melhoria das condigdes de traba- tho, por meio da negociacao coletiva entre empregados e empregadores ou entre servidores ptiblicos e entes estatais, limitadas ao prinefpio da reserva legal. Nao Ihes compete a defesa de direitos salariais e nem a cobranga de contribuigSes ou taxas sindicais. intes (5%), aproximadamente. Como Segundo dados colhidos em Ademir A. Silva (2004), que passamos a expornos pardgrafos seguintes, no setor privado,0 salario e condicbes sociais tendem a ser melhores do que no estatal. Neste, os melhores salérios estao no Judictério, nas varas da familia e da infancia e juventude. No setor priva- do, estio no setor industrial, seguidos do setor de servicos e de satide. Havia um projeto de lei, restrito a0 Estado de Sio Paulo (Projeto n. 154/1996 do deputado Roberto Gouveia), com 0 objetivo de instituir o piso salarial e a jornada de trabalho de seis horas para os assistentes sociais Contudo,o projeto de lei dodeputadlo federal Mauro Nazif (PL. 1.890/2007) que instituia a carga hordria semanal de 30 horas (que corresponde a seis horas/dia para uma semana de cinco dias, com eventual compensacio), incluindo o respective dispositive na Lei n. 8.662/ 1998 (art. 5A), foi apro- vado e sancionado em 2010 (Lei n. 12.317/2010), Nestas condigdes, essa carga horiria semanal tem validade nacional e aplicabilidade tanto no setor privado (regime da CLT) quanto no estatal (regime estatutario). Nos EUAe em alguns paises da Europa, o assistente social denomina-se de social worker ea profissao, de social work. Nos p. espanhola, denomina-se de trabgjador social e a profissao, trabajo social; nos ymericanos de de lingua francesa, assistant social ¢ assistance social; e de lingua alema, Sozialarbeiter e Sozidarteit, respectivamente. Em 2001, no Bra 25no Estaclo deo Paulo, sendoa i Em 2009, esse niimero aumentou para 3 |, existiam 85 faculdades de servigo social, entre elas estatal a do campusde Franca-UNESP. Na cidade de S80 Paulo 0 curs

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