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. 338 45 P878y Porter, Michael E : A vantagem competitiva das naco e 92292 Ac. 57138 Bcc N° Pat. 9299 i AT i fr Np CEM nd DAS NACOES (iim a publicagdo de seus best-sellers Weerategta Competitiva (1980) € bivretagem Competitive (1985), Michael E, Portes, da Harvard Business School, ‘mou reputagdo como a principal aoridade mundial em vantagem sompdtitiva, Agora, num momento em. yue o desempenho econdmico, mais do jue o poderio militar, sced 0 indice de nya nacional, Porter desenvolve as clas estimulantes das suas obras anteriores para examinar o que torna as smpresas ¢ inctistrias competitivas.nos nercados globais e impulsiona toda a seanomia de um pais. Ao fazé'lo, ipresenta um novo e brithante paradigma .” que, além de suas aplicagées priticas, 3em pode suplantar o conceito de 200 anos da “‘vantagem comparada” na andlise econdmica da competitividade internacional. . Pura escrever este importante livro nova, Porter ¢ seus colaboradores realizaram BKuisa em dez destacados paises, tatudando detalhadamente os padrdes dé sucesso na inddstria, bem como as ratégias empresatiais c as politicas nacionais que levaram a esse sucesso. OS palses estuclados sio0 Gra-Bretanha, Dinamarea, Alemanha, Itdlia, Japdo, Cardia, Cingapura, Suécia, Suiga e Estados Unidos. As és maiores poténcias industrials estao incluidas bem come outros paises intencionalmente varlados ¢m tamanho, politica Ravernamental para a inddstria, filosofia gokal ¢ geogratia, A pesquisa de Porter identifica os determinantes fundamentais da vantagem campetltiva nacional numa inddstria ¢ como funcionam juntos em um sistema Ble explica o iniportame fendmeno do 4 mes" HO qual grupos HLHLUM ats. A VANTAGEM COMPETITIVA NACOES A VANTAGEM COMPETITIVA DAS NACOES Editora Canpis ss | Bosc ,f 11008, Camara Caumipun Lt, ‘Yeon oe chation ravarvaion # proteghton pala Let S988 ce 14/1/r3, ‘era i av renege eae teproaida ou traesiC Bal OF meios emergados: tevbicn mecknese ogthtnn, forte ov uae canes Ste Se Ader Poe frp Cotas Radato: Maroaio Batbio Ronee Faces oom Vicia drtoe Raninsive: Mares Antonio Corda ‘Grtoo: fallre Cari Lice aticade ca Fn Sie oo Suemne 171-18 Talafona: (021 221-549 FAX (021}507-199 20060-002 Fo te Janeiro Fu Bras Enderego Teleysttco. CAMPUSRIO. BH 86-7001-758.0 {Bckgda orginal: SAN 0-02-025961-0, The Free Precc, a dusion of Macro, ne, AY, NY. USA) Fiche Catniograniea ‘CIF Braell, Catalogerbe-na-tonie. ‘Sindleato Heclonal dow Ediiores de Livros, RU Porter Micheal E, 1947- PET A’vaniager corrpeltva das nagtes / Michael E. Pome, wadusso Walters Dutra, — Fo de Janeiro: Garpus, 1983. ‘Takagi de: The Compotive advantage of nations. Aptadice Biblogeafa fedice ISBN 85-7001-758-8 1, Politen incustial2, Concorséaca ntemecland 8. Desenvohimente eccrinko. I Thue. Para Deborah Hla i PREFACIO. . or que alguns grupos sociais, instituigdes econdmicas e nagdes progridem ¢ prosperam? © assunto tem fascinado e ocupado a atengao de escritores, empresas ¢ governos desde que surgiram as unidades sociais, econémicas politicas. Em campos tio diversos quanto a antropologia, a historia, a sociologia, . aeconomiaea ciéncia politica, tem havido persistcntes tentativas de compreendér « [i forgas aie explicam as questies suscitadas pelo progresso de algumas entl- ” Idades.c.o.declinia de outras. | Nos ultimos anos, grande parte do trabalho sobre esse assunto se tem relacionado com as nagées, cxaminadas sob o padrio do que é comumente ompetitividade”. A nolavel intermacionalizagao da competigge mas as posteriores 4 Segunda Guerra Mundial foi acompanhada por-grandes ‘econémica das nagdes e suas empresas| Governos ¢ empre- ‘Cheguel a esse problema com alguma relutincia, tendo passado a maior parte de minba carteira profissional, até agora, concentrado nao em nages, mas | empresas. Minha preocupagiio central tem sido a natireza da competigéo nas I inddstrias e os principios da estratégia competitiva. Minha pesquisa anterior, ' resunida em Estratégia Competitiva (1980), era sobre a estrutura das indistrias ¢ a escolha de posicio dentro delas. O tivro Vantagem Competitive (1985) apresentava uma moldura para © entendimento das fontes de vantagem competi- tiva de uma empresa ¢ como essa vantagem podia sermelhorada, Em Competition in Globat Industries (1986), ampliei a moldura para ocupar-me dos desafios da competicao intemacional. Embora a estratégia da competi¢ao intemacional tenha sido parte essencial da equago, minhas principais unidades de andlise foram & industria e a empresa. A nagdo ¢ 0 seu govemo tinham papel em minba moldura, , mas limitado. Isso comegou a mudar quando fui nomeado pelo presidente Ronald Reagan & pata presidir a Comissio de Competitividade Industrial, um grupo de executivos de empresas, lideres sindicais, professores ¢ ex-funciondrios piiblicos encarega- : do de examinar a competitividade nos Estados Unidos, A Comiss3o, nomeada em te" meio a um debate altamente politizado sobre a nevessidade de uma “politica iechustriat” nos Estados Unidos, estudow a guestio por nals de um ano apresen- tou um relatério bem elaborado & cequilibnado. Para mim, oque se tornau claro durante cxistencia da Comissao foi a falia ds uma definigio geralmente aceila sobre competitividade. Para as empresas, significava a capacidade de competit nos mereados mundiais com uma estratégia global. Para ‘muitos deputados ¢ senadores, compeditividade significava.que 2 nagGo tinba uma balangs comercial positiva, Para: algungeconomistasysignilicava, ‘paixo custo unitério da mio-de-obra, ajustado as uixas de edmbio, Bm parte devido a essas diferengas, muite energia se gastoti nos Estados Unidos debaten- do-se sc hi realmente um problema de compotitividade. 0 relutério da Comissio, nao oferecendo tm consenso sobre a aga, Leve pouco efeito, O debate sobre competitividade continuow aceso ¢ continsa ainds hoje. Qualquer que soja a definigio de competitividade adotada, problema ainda mais sério € a ine éncia de uma teoria geralmente aceila para caplicd-ta. Numerosas caracteristicas de napbes e fimmas foram sugeridas como importantes, nae no houve cog isolar c integrar as mais destacadas. ‘Além disso, varias explicagées baseiam-se em pressupastos snuito distantcs da competigéo, susci- tando questées sobre sua relevéneia € generalidade, Foi dificil conciliar muitas das explicagdes com minha propria experiencia de esludo e trabalho em compa- nhias intemacionais. ‘Também no faltaram recomendagées para qnelhoria da competitividade, tanto através da estratégia das empresas como ds politica governamental. Essas recomendagées foram tao diversas € ineoerentes quanto as opinides, implicites ou explicitas, sobre competitividade, que lhes servitam de base. Muitas delas pareceramtne, ainda sob a perspectiva de alguém muito femiliartzado com as empresas, contraproducentes. om iwen By ‘Apesar do tudo isso, desenvolvi a forte eonvicgdo de que o panorama| inacional tem, papel central ne éxito competitive das empresas. Com notivel regularidadc, as eanpresas de uma ou duas goes consegueraum sucesso mundial desproporeional em detszminadas indistrizs, Alguns ambientes nacionais pars: ‘com mais estimulapies ao ayanga ¢ progresso do que outred. Convenel.tne.de.gus, a compreensio do|papel da nagio. na dispute internacional seria téo valioga para. as cInpresas quanto para. goverilos, porque proporcionaria percepgdes sobre a maneira pela qual a vanlagel compelitiva era criada e mantida ‘Neste livro, procurei irazer a minha contribuigso para © emendimento da vantage competitiva dus nag6es ox dos atributos nacionais que estimulam & vantage compeitiva em determinads indisirias, bem como das implicages tanty para empresas cote para governos, No néicleo de minha teoria esto 0s prinefpios da estratégia competitive emt indistrias individuals. Isso néo deve vrausar surpresa aos que eouhecem meus tabaThos anteriores. Embora possamos idéntilicar as caraeteristicas nacionais que se aplicam & rnuitas indistrias, minha: experiéncia mostra: que clas siio obscurecidas na coupeticao pratica pelas cireuns- tincias, opgies © resultados peculiares ¢ com freyiléncia espectfieas a cada indistria. Embora muito se possa aprender com uma abordagem global, que abranja toda a economia, para o entendimento do éxito competitive de um pais, busquei qui um ponto de partida diferente. Minha teoria parte das industries e competi- dores individuais até chegar 4 economia como um todo. A industria expectfica — carros de: passeio, maquinas de fac-simile, servigos de contabilidade, rolamentos _— G onde a vantage competitiva ganha ow perdida, (O pais onde a jincisstrl (esté situada influi ma ca ‘dade de stias firmas terem Gxitdjem doterminadas indistrias|O resultado its dellutas em indisitias individuais determina 10 ésiddo dé uh ia nacional e sua capacidade de progredir\ Ha certas ‘anmadilhas intelectuais, ao se passar das industrias para’a totalidade da economia, que devemos ter o cuidada de evitar, mas essa abordagom proporciona, segundo ereio, melhor compreensio do progresso econdmico de wina nago. | A teoria apresentada neste liveo procura captar toda a complexidade ¢ riqueza da competigio rea}, em lngar de faver abstrag6es a partir dela. Busquei integrar 05 muitos elementos que influcneiam a maneira pela qual as empresas se comnportam e as economiss progridem. O resultado € urna zbordagem holista cujo nivel de complexidade pode scr incmodo para alguns. Acredito, porém, que ums siraplificagdo maior obscureceria partes mais importantes do problema, come o jnteredmbio entre as influéncias individuais e sua evohugao no tempo. _ A teoria recorte a muitos eampas © por eles se espalha, Em seu nticleo, 8 teoria da estratégia competitiva, mas ba também conhecimentos importantes @ seret. adquiridos pela pesquisa constante em setores importantes como inovagiio techolégica, economia industiah, desenvolvimento econdmnico, geografia econidr mica, comércio internacional, cincia politica e sociologia industrial, que nao cosiumam ser combinados, , ___Tendoem vista ogrande niimero de trabathos em diferentes disciplinas que incidem de alguma maneira sobre o meu assunto, simplesmente nfo foi possivel oferecer referéncias commpletas. Nem posso Lentar aqui uma histéria intelectual completa do meu tema. Procurci, porém, registrar alguns dos antecedentes mais importantes A ininha abordagem, nos virios campos, bem como alguns dos traballios individuais que me pareceram mais interessantes. _ Para desenvolver uma teoria abrangente da vantagem competitiva das rages e demonstrat a su relevancia, estudei varias delas ¢, dentro de cada uma, investiguel es detathes da competigiio em muitas indiistrias. A pesquisa baseada ein apenas uma ou duas nagées, ou um punhado de industrias, corre o risco de cometer cerrade considerar o que é excepeional como um principio geral. Escolhit dea nagées para a minha pesquisa, com caracteristicas ¢ instituigdes muito diferentes. ‘Um dos resultados da natureza da minha teoria ¢ da abordagem que adotel para aprosenti-tn e verificé-la é um livra muito lango. Sua extensio é alga que Jamento tet que impor ao leitor, mas constatei que seria impessive! evité-la ge rye . Multesse testar minha teoria contra dados suficientes e desenvolver as suas Implicagdes para os empresiitios ¢ os formuladores de politicas. A primeira parte do livro apresenta a teoria em si, fornecendo uma visao geral dos prine{pios da estratégia competitiva, suficiente para estabelecer o pano de fundo necessario. Na segunda parte, aplico a teorla para explicar as histérias de quatro indistrias represcatativas, escolhidas cate as muitas que estudamos. Também aplico a teoria ao setor de servicos, ha muito um setor importante, mas onde 1 competigio. intemacional tem sido pouco estudada, apesar de sua erescente importincia. Na terceira parte, aplico a Ieoria 4s nagies. Para ito das dez nages investigadas oferego um perfil detalhado das indistrias internacionalmente bem-sucedidas na economia ¢ mostro como o padrao se vem modificando. Uso minha teoria para explicar tanto os éxitos ¢ fracassos come a evolugdo da economia do pais no perfodo de pés-guerra. A experiéncia coletiva das nagdes permite-me estender a teoria até a explicagéo de como avangar a totalidade da economia nacional, A quarta parte desenvolve algumas das implicagdes da teoria para a estratégha empresarial ¢ a politica do governo. O capitulo final ilustra como a teoria pode ser usada para identificar algunas das questées que govecuaria o desen- volvimento futuro da economia de cada pais. Os leitores podem, porém, desejar seguir atalhos dentro do livro, depen- dendo de seus interesses particularcs. A maioria dos Ieitores deve ler 08 quatro primeiros capitulos, a um nivel de detalhe que dependerd de sua formagao e grau de intimidade com a woria, A segunda parte seri do maior interesse para os que desejam uma demonstragio da teoria em relag%o a determinadas indistrias. Os executivos empresariais devem lera maioria da segunda parte, o leitor geral deve pelo menos folhedta. O couhecimento do processo pelo qual wna indistia nacional ¢ formada e chega ao éxito competitive intemacional, pelo menos etn alguns casos especificos, € uma referencia importante para capitulos posteriores, A lerceira parte oferece a oportunidade de selecionar, entre as nagées que analisamos, aquelas que interessam particularinente ac leitor. Todos os leitores, pontm, devem ler a introdugio ao Capitulo 7, onde se explica a metodologiae # estrutura da descrigdo de cada pais, bem como a parte final do Capitulo 9, que compara as nagdes come um grupo. Os tcitores podem, entio, sclecionar para estudo as nagGes que Ihes interessam, as nagées onde competidores impattantes estio localizados ou outras nagies de interesse. Depois de ler o que escrevernos: sobre algumas ou todas as nagées, os leitores devem examinar o Capitulo 10, que amplia os argumentos, desenvolvende uma teoria de como progride cada econd- ynia nacional, Os conceitos do Capitulo 10 serdo particularmente importantes 40 se examinar as agendas de cada nago, assunto do Capitulo 13. A quarta parte também pode ser compulsada de uma maneira que reflita as referéncias do leitor, embora as implicagées da teoria para os executives empre- sariais sejam titeis para os elaboradores de politica e vice-versa, Os executives empresariais descjardo ler o Capitulo 11 sobre as implicagdes que a minha tearin tem para a estratégia empresarial. Os leitores interessados na formulag3a de ™ Politicas puiblicas, ou que dela participam, devem ler o Capitulo 12. Copitiits| 13, que expe alguns dos problemas enfrentadas por todo pais pare que & mux economia progtida mais, pode ser lido seletivamente, dependendo do interesse do leitor, Como um objetivo importante ¢ ilustrar a aplicagio da teoria pane a identificugdo de limitagdes do progresso econémico nacional, os Jeitores 40 beneficiarao no sé do estudo de seu proprio pais, mas também do conhecimento dos problemas enfrentados por outras nages, cujas circunsincias sio diferentes, ° iio conelui em um breve epilogo com algumas reflexes pessoais sobre o estudo. O texto do livro contém o argumento bisico ¢ minhas constatagdes empi- ricas, apresentados de forma acessfvel ao leitorsério. Gs especialistas encontrariio & maior parte das referéncias na bibliografia bem como as comentétios mais técnicos sobre a teoria c suas telagdes com tabalhos anteriores, nas notas. A metodologia ¢ deserita nos Capitulos 1 ¢ 7 e Apéndice A. _ Meu objetivo, aqui, nio é um livro sobre wma nagdo isolada, mas sobre um Conjunto de principios que tém aplicagao mais ampla, Embora alguns leitores possam achar que hé nele uma tendenciosidade americana, tentel evité-la, Tam- bém espero que nenhum leitor focalize apenas o que tenho dizer sobre os paises individualmente, cm especial no Capitulo 13. Como procurei deixar elaro, meu conheeimento de qualquer pais nao pode comparar-se. ao do especialista. Nem Pretenderia ew um conhecimento abrangente de todas as complexas influéncias uuituas, politicas ¢ sociais, que yuiam as opges individuais de politicas adotadas, A finalidade aqui nao ¢ oferecer TecomendagSes detalhadas ¢ autorizadas pata, cad pafs,ou discutir todos os problemas relevantes, massim ilustrar uma maneira Util de pensar, que se pode aplicar a qualquer nagio. Minha esperanga € que os Icitores, com suas formagées ¢ perspectivas variadas, possum it mais aléza, na dedugao de implicagSes para as suas dreas de interesse. Este livro estd sendo completado durante um periodo de acontecimentos emoctonantes ¢ excepcionalmente significatives dentro de nagées individuais « de ‘STUpos de nages os quais atuam de mancira importante sobre as questées. aguil discutidas, Entre os mais notiveis estio as medidas destinadas 4 maior unificaggo eeonémica européia em 1992, um acordo de livre comércio entre Canadé ¢ Estados Unidos, uma séric de iniciativas politicas novas na Gri-Bretanha, pro- postas de mudangas tributaries no Japio e Alemanha, uma tiova lei de comércio controversa nos Estados Unidos e as mudangas sociais e politicas na Europa Oriental, com suas conseqiiéncias econdmicas ainda imprevisiveis’ | Minha finalidade aqui, porém,ndoéanalisar acontecimentos correntes, mas criar uma teoria que possa ser usada para ta] anilise. Na verdade, uma das constatagées da pesquisa histérica & que tem havido mais estabilidade nos determinantes da vantagem competitiva nacional do que eu supunha inicialmente, muito embora as proporedes da internacionslizagzo tenham crescido; Muitos dos Principios sio independentes das preocupagdes do momento, Farei referéncias Sobre as implicagdes que a minha teoria tem para acontecimentos importantes, syne como a Europa 1992, onde for oportuno, mas deixarei uma andlise completa dos acontecimentos da atualidade a outros foros. Epossive! que as opiniées aqui spresentadas parequm controversas a alguns leitores. Meu objetivo néo foi buscar, nem furtar-me,a qualquer controvérsia mas, sim, desenvolver uma teoria bem estruturada, apoiada em amplos dados. Ao concluir, devo observar que minhas constatagées contrariam posigdes convencio- nalmente associadas a réuilos como liberal e conservador, cuja visio do problema tende a reflelir posigdes filosdficas. Acho, de acordo com a posigao liberal tradicional, por exemplo, que leis antitrustes rigorosas, tegulamentos duros de satide ¢ seguranga ¢ pesados investimentos no treinamento de recursos humanos sdo bendficos. Mas meus dados questionam seriamente a conveniéncia da inter- vengio para salvar indistrias doentes, da regulumentagio que limita a competi- io, da maioria dos esforgos para restingir as importagdes e de politicas para isibutar os ganhos de capital a longo prazo. Embora suspeite que pouces leitores ficardo totalmente satisfeitos com minhas constatagbes, espero que muitos se sintam convencides. * * * Este estudo no poderia ter sida concluido sem a assisténcia extraordindria de muitas pessoas ¢ instituigies. Ele foi, realmente, um estudo global, envolvenda varies indistrias € nagdes, que buscou representar a riqueza da competigiio internacional. © seminério prélico que a equipe do meu projeto realizou em Harvard, em 1987, para discutir nossas descobertas preliminares ¢ indicagio disso. Compareceram 24 pessoas, representando nove nacionalidades. As equipes corcana e japonesn competiram para ver quetm trabalharia alé mais tarde, & noite, As equipes succa ¢ cinamarquesa intercanbiaram opinides sobre as semelhangas e diferengas de seus paises vizinhos. Os pesquisadores alemies, sufgos ¢ italianos troearam informagdes e discutiram as diferentes posigées de seus paises em indistrias como a de miquinas de impressio ¢ de embalagem. Todos os partici- pantes aprenderam muito sobre scus paises, 10 aprenderem sobre outros que tinham sido estudados com uma metodologia comum. Michac! J. Enright foi o coordenadar geral, Ajudou a estruturar ¢ organizar todo o projeto ¢ passou um ano Viajando entre nagdes, fazendo a supervisiio ¢ critiea dos esforgos individuais de cada pais. Realizou pessoalmente muita pesquisa e foi fonte de idéias, comentarios e arlentagio, durante toda a fase de pesquisa bem como durante o prepato dos originais. Ele é pesquisador talentoso, ¢ um estudo desta magnitude simplesmente nao teria sido possivel sem cle. Enright esté concluindo seu doutorado em Harvard e promete eontribulgées importantes para este assunto, através de suas proprias pesquisas, | Uina equipe de pesquisadotes, hascada nos Estados Unidos, participou nfo 86 da parte americana do estudo como desempenhou também um papel tnais amplo e essencial em outras fases do projeto, Sou grato a Cheng Gaik Ong pelo Yr meena papel destacado que teve durante o estudo, também a William MoClements, Thomas Lockerby, Thomas Wesson © Mari Sakakibara. Alice Mill também merece muitos agradecimentos pela assistincia a pesquisa. Equipes de pesquisadores locais, bascadas em muilas das nagdes, realiza~ ram grande parte das investigagdes em cada pais ¢ contribuiram de maneira significativa para as constatagdes e conclusdes sobre seus respectivos paises. Sau especialmente grato aos chefes de equipe pela sua energia e percepgio. O grupo japonés foi liderado pelo professor Hirotaka Takeuchi, da Universidade de Hitotsubashi, ¢ dele participaram Hiroshi Kobayashi, Hiroshi Okamoto, Laura Rauchwarg e Ryoko Toyama, A equipe sueca foi comandada pelo professor Orjan Sdlvell, do Instituto de Comercio Internacional di Escola de Economia de Bstocolmo. Ivo Zander foi o principal pesquisador sueco e também passou algum tempo como residente em Harvard. Ainda pasticiparam do grupo sueco Thotnas Gyllenmo, Maria Lundqvist e ingela Solvell. A equipe coreana foi chefiada pelo professor (e dedio) Dong Sung Cho, da Universidade Nacional de Seul. Os pesquisadores que colaboraram foram Chol Choi, In-Chul-Chung, Don-Jae Kian, Junsoo Kin, Sumi Kim, Dac-Won Ko, Seung Soo Lec, Ho-Scung Nam, Ki-Min Nam, Gyu Seok Oh c Joo-chol Om. A cquipe dinamarquesa foi liderada por Henrik Pade, em colaboragiio com Kim Maller ¢ Klaus Moller Hanson (ambos professores assistentes da Escola de Comércio de Copentiague). Outros pesqui- sadores dinamarqueses que colaboraram no estudo foram Clans Baycr, Bent Dalum, Birgitte Gregersen, Patrick Howald, Henrik Jensen, Frederik Pitener Jorgensen, Ultik Jorgensen, Bodil Kithn, Morten Kvistgaard, Mogens Kihn Pedersen, Bent Petersen, Henrik Schaumberg-Milller, Jesper Suandskov ¢ Finn ‘Thomassen, Grande parte da pesquisa suiga foi feita por Edi Tschan, que entio realizava estudos de doutorado na Universidade de St. Gallen, em calaboragio com Michael Enright. © professor Silvio Borer, da Universidade da Basiltia, assumiuo comando do trabalho suigo, ¢ a pesquisa adicional naquele pais foi feita por Rolf Weder, A pesquisa alemi foi conduzida com muita eficiéncia por Claas van der Linde, que também colaborou na andlise de dados no estudo em geral. Ele continua a aplicar a tcorja 4 economia da Alemanha Ocidental, em sua tese de doutorado na Universidade de St. Gallen. Dennis deCombrugghe também cola- horou na pesquisa suiga ¢ alemi. A investigagao italiana foi responsabilidade de Paola Tenti, que durante todo o estudo foi sempre uma fonte de conhecimentos, Michac! Enright também patticipou muito da pesquisa alcmii c italiana. A inglesa foi conduzida em grande parte por mim inesmo ¢ Michael Enright, com a assisténcia de Terry Phillips. Em varios paises, estio sendo preparadas publi- cages especifieas que descrevem a pesquisa mais detalhadamente. Recebi assisténcia € apoio extremamente generosos da Esoola de Coméreln, de Harvard, na realizagao deste estudo. A escola oferece ambiente excepcional para tealizagiia de projetas de pesquisa multidisciplinar em grande escala € ar acesso a instimiges ¢ empresas em tade o mundo, O deao John McArthur, amigo ¢ fonte de ortentagio c estimulo durante muitos anos, merece meus agradccinen- tos especiais. Também recebi muita ajuda e apoio financciro de Jay Lorsch e seu pessoal na Divisio de Pesquisa. Recursas proporcionados pela Shell ‘Companies Foundation constituiram parte do orgamento deste estudo e€ por eles sou grato. ‘Uma ow mais instituigdes cooperaram etn cada puts, proporcionando assis- téncia na infra-estrutura, ajudando no acesso a empresas ¢ autoridades governa~ mentais e, em certos casos, dando apoio financeiro, Sou muito grato pela contribuigio, embota no tanham responsebilidade pelas minhas constatagoes ¢ conchisdes: Dinamarea Escola de Economia e Administragio Comercial de Copenbague, Henrik Pade & Associates” Deutsche Bank Grapo Ambrosetti Ministério do Comérelo Intemacional ¢ Induistria (MITD) Universidade de Hitotsubashi Banco Industrial do Japio Cortia Universidade Nacional de Seul Cingapura Junta de Desenvolvimento Econdmico Suécia Instituto de Comércio Internacional da Escola . de Economia de Estocolino - Suiga Universidade da Basiléia ‘Universidade de St. Gallen ‘Unio dos Banos Suigos The Economist Escola de Comércio de Harvard Reino Unido Estados Unidos Pessons nessas instituigdes ¢ em outras para as quais tenho uma divide espocial sio: Hans-Peter Ferslev e dr. Siegen Bilstein (Deutsche Bank) Alfredo ‘Ambrosetti ¢ Giovanna Launo (Grupo Ambrosett); Shinji Fukukawa, Walaru ‘Aso, Hirobumi Kawano e Shin Yasunobe (MITD; Yoh Kurasawa, A. Yatsunemi @ Naoya Takebe (Banco Industrial do Japao); professores Ken-ichi linal ¢ Yaujiro Nonaka (Universidade de Hitotsubashi); Phitip Yeo ¢ Tan Chin Nam (Sunts de Desenvolvimento de Cingapura); dedo Staffa Burenstam Linder ¢ professor Gunnar Hedlund (Escola de Economia de Estovolmo); dr. Werner Rein e dr. Beat Schweizer (Uniio de Bancos Suigos) e David Gardon ¢ Rupert Penmant-Rea (The Economist). Gostaria de agradecer, também, 20 Databank e Istituto per la Ricerca Sociale (Itilia) pola assisiéncia na obtengao dos dados italianos; ¢ Nixdorf Corporation pela ajuda em obter acesso a empresas na Alemanha, ee Varios colegas de Harvard c outros centros concederam-me generosammente sca tempo para leitura ¢ critica de totalidade dos originais, ou grande parte dele. ‘Além de Michael Enright, gostaria de agradecer a Richard Caves, David Chol, Hernan Daems, Pankaj Ghemawat, Theodore Levitt, Thomas ‘MeCrawy, Richart! Tedlow ¢ David Yoffie, todos de Harvard ou visitantes. Além disso, quero agradecer a Silvio Borner, Thomas Craig, Roger Martin, Richard Rawlinson, Peter Schwartz, Paul Schwarzbaum, James Stone ¢ Mark Thomas. ‘Outras pessoas fizeram sugesties valiosasa partes: dos originais ou nas suas apresentagdes. Quero agradecer a Roger Bobn, Alfred D. Chandler, Jr., Joseph Fuller, Mark Fuller, David Gordon, Heather Hazard, Steve Kelman, Donald Lessard, John Nathan, Fabrizio Onida, Cuno Piimpin, Rupert Pennant-Rea, Garth Saloner ¢ Malcolm Salter. Semindrios na Northwestern, MIT, Escola de Econo~ mia de Estocolmo, Universidade de Zurique, Ministério do Comércio Internacio- nal e [ndistia do Japio, Foro de Reforma Estrutural (apo), Conselho de Consultores Econémices da Alemanha, um foro especial de politica organizado pelo patrocinador dinamarqués¢ Harvard proporcionaram cotaentirios iteis bem como as apresentagées em reunides du Sociedade de Admainistragio Estratégiea, do Foro cle Planejamento e de outros grupos econdmicos. Os membros ¢ 0 pessoal da Comissio de Competitividade Industrial do presidente © o Conselho dé Competitividade proporcionaram valiosa educagiio em questdes de politica eea- némica. Centenas, literalmente, de exeeutivos empresariais, lideres sindicals, pro- fessores, consultotes, especialistas em indistria, bangueiros e elaboradores de politicas concederam-nos liberalimente seat tempo. Concordaram com entrevis- tas ¢ forneceram inforagdes valiosas sobre suas indiistrias ¢ paises. Alguns fizeram comentirios detalhados sobre estudo de casos individuais ou sinteses sobre seus palses. Este projeto nio poderia ter sido realizado sem a sua ajuda & cooperagio. FE pena que 0 espago impega o agracecimento a cada uma dessas pessoas, individualmente. Sou muito grato a todos pela ajuda. A administragio desse enorine estudo multinacional ¢ o preparo de um original téo volumoso encerravain desafios ineomuns. Quero agradecer especit- mente a Lyn Pohl, minha assistente, por ter acompanhado cste longo projeto do comego ao fim. Sua ajuda no planejaunento, esquematizayio, organizagio de reunides, prepare dos originals ¢ revisio foi muilo valiosa, Quero agradecer, também, a Denise Zaceagnino, Kathlecn Kenahan € especialmente Linda Estes, pelo seu belo trabalho na produgio, prepara de grificos ¢ revisio. Beneficici-me muito de uma boa ajuda na confecgao do original ¢ na imethoria de sua clareza. Erwin Glikes, presidente da The Free Press € meueditor, foi uma fonte de amizade, inspiragdo c incontiveis sugestoes ¢ idéias. Sou grato também a Robert Wallace ¢ Barbara Ankeny pela apurada revisio de todos 0g originais ea Ann Hirst pelo copidesque cuidadoso. Finalmente, quero agradecer 4 minha mulher Deborah a quem este liveo dedicado. Fla participou deste projeto absorvente. desde oseunascimento. Acom+ panhou-me durante uma prolongada residéncia no exterior € proporcienou-ras idéias, estimulo e apoio taoral durante este esforgo. Eu simplesmente rio teria podido realizii-lo, nio Fosse ela. W nyires ‘NOTAS |. Comissio Presidencial de Competitividade Industrial (1985). 2. Recursos para o estado dinamarqués foram proporcionados pelo Departa- mento Nacional de Indistria e Comércio, Fundo de Pensocs de Capital dos Empregados Dinamarqueses, Conselho Consultivede Politica Planejamen to de Pesquisas, Sociedade Dinamarquesa de Engenheiros Quimieas, Civis, Elétricas e Mecdnicos ¢ Borsen Daily, mr SUMARIO * Capitulo t A NECESSIDADE DE UM NOVO PARADIGMA ©. 2.0... , 1 Explicugdeseonflitantes sae 3 Fozeraperguataceria... | Lee 6 Explicagtes eléssicas para a éxitisna inetisitia | ou A necessidade de um novo paradigma . 212 Para uma nova teoria da vantagem competitiva nacional . -19 Oestido oe = 22 Conceito mais aniplo de vattagem competitiva . »® PARTEI ASBASES . aL Capitula 2 A VANTAGEM COMPETITIVA DE EMPRESAS EM INDUSTRIASGLOBAIS.. 2... | 3 ae a3 intemacionslmente . . . wae a 65 © papel day vircunstaneias naciomais no éxito competitive. RO Capitula 3 DETERMINANTES. DA VANTAGEM COMPETITIVA NACIONAL ... vee » a8 * Determinantes da vantagem nacional . . * Condigdes dos farores . . , + Coniighes de demanda || Inditstrias correlatas e de apoio ~ Estratégia, estrotura ¢ rivalidacle da + O papel doacasn . . * Opapeldogovernn . , . Os delerminantes em perspectiva |. - pperrenrrpene Capitulo 4 A DINAMICA DA VANTAG EM NACIONAL : 161 » Relapdes entre os determinantes ©... ren 2 \ Os delerininantes como sistema . 175 Agrupamento de indistrias compelitivas . . in O papel da concunttagin geugnitica . 186. Gérese e evolgi de oma indisria eoonpetitiva 190 § Perda da vantagetn nacivnal . -. 198 + O “diamante” em perspeet - 205 PARTE It ASINDUSTRIAS 000000002 eee coves 213 Capitulo 5 QUATRO FSTUDOS SOBRE VANTAGEM COMPRTITIVA NACIONAL 218 A industria alema de mayuinas impresseras 26 A indstiia americana de equipumeato de monitorag: 232 A induswia italiana de azulejax de cerdmmica 248 A induistrie robitica japonesa os. 264 Capituto 6 A VANTAGEM COMPETITIVA NACIONAL EM SERVICOS . . 283 O crescente papel dos servigos mas eeononis 284 Competigéo internacional em serviges Relugan entre servigos e manufaiara: ‘Vamtagem competitiva nacional em servigos . . . Exemplos de desenvolvituentn de indiistrias de servigas competitivis . -.. 313 PARTE ML ASNAGOES 20000 ee 323 Capitulo 7 PADROKES DE VANTAGEM COMPE OS PRIMEIROS VENCEDORES DO POS GUERRA... eee 325 Deininio americana fo peis-guerra . . 332 Acstvel Suigd 6 ee 356 Asexcalhas da Sudo... 381 Odinamisine alentia renvava sks 405 Capitulo 8 PAISES £M SURGIMENTTO NAS DECADAS DE 19706 1980... 439 A ascension do Japaoe oe ees : 440 + AThilinem ereseimento . 479 A Coreia em ascensiia - . S13 mi + AS Capitulo 9 OSCILAGOES DA VANTAGEM NACIONAL. A queda da Gra-Bretanha : «846 Correntes cruzitias nos Estados Unides 6.» 1. $72 Perspectiva do desenvelvinnenter da pos guerra... 5 + - 601 Capitulo 10 © DESENVOLVIMEN TO COMPETITIVO DAS ECONOMIAS NACTONAIS . . tL Desenvolvimento econdmico . we - + O12 Etapas do desenvolvimenie competitive... . +. 3 As clapas € as economias de pos guerra das nagies: . 634 O progresso ecantimica do pis-guetta em perspective. - 642 PARTE IV ASIMPLICAGOES . 2.26 0-2 ee 645 bee eee 647 \Vantegem: competitive Soa patte ete ‘oma - 648 O contextu da vantagem compeliliva . . . 654 A melhoria do ambiente competitive nacional. Onde e como campetir Uso das vantagens seleti Locallizagéa da base mucional . . . © papel da lideranga . Capitulo 12 * POLITICAS GOVERNAMENTAIS . . - - + Premissas da politica governamental para a indus « Poittica gavernanwental ¢ vantagem nacional + Influéneia do govemo sobre + Influéneia da govern sohne as + Infiudneia do govero sobre as indus Infludncia do gevernn sobre a + A polities govermamental et 119 correlatas ¢ de apoio aes estrututa e tivalidade ds empresas 73 Alvos. 2 0. ee se » A politica governanental em pa tec TH + Opapel da governs occ cece ete teeters 758 Capitulo 13 AGENDAS NACIONAIS 168 Agenda pata'a Coréia 780 Agenda para altétia . mm Agenda para a Sudcia : 42 Agenda para o Tapio... 787 wv "| Agenda para Suiga ....- beeen : 798 i Aenea pa Ale ae CAPITULO * In Agenda para a Gra Brolunhi . 803 Agenda para os Estates Unies » 807 Agendas nacionais em perspective BR EPILOGO 0.00 eee scenes B20 Apéndice A METODOLOGIA DO PREPARO DOS QUADROS DE GRUPOS. #25 Apéndice B DADOS SUPLEMENTARES SOBRE PADRORS DE COMERCIO : NACIONAL Sno eens ee ss A Necessidade de um BIBLIOGRAVIA. 00 cee ee cee 864 Novo Paradigma INDICE REMIsS! Por que algumas nagdes tém éxito ¢ outras fracassam na competigio internacional? Essa talvez seja a pergunta econémica mais freqiiente em nossa época. A competitividade tornou-se uma das preacupagées centrais do govern eda industria de todos os paises. Os Estados Unidos sio um exemplo dbvio, com : seu crescente debate piiblico sobre o suecsso cconémico, aparentemente maior, de outras nagées comerciantes. Mas um debate intenso sobre competitividade ocorre também, hoje, em paises “de sucesso” como o Japio ¢ a Coréia.! Os paises socialistas, como a Unido Sovictica ¢ outros na Europa Oricntal ¢ Asia, também esto fazendo essa pergunta, ao reavaliarem fundamentalmente os seus sislemas econdémicos. Embora a pergunta seja feita com freqiiéneia, trata-sc de indagagao errada, se 0 objetive ¢ mostrar os sustentéculos da prospetidade econémica, seja para empresas ou para nagdes. Devemos fazer uma outra pergunta, muito mais limita- da: por que uma nagao se torna base para competidores internacionais bem-succ~ znuma indiistria’? Cu, em outras palavras /pior' qué a5 einpresas sediadas auin jeterminado pais sac capaxes Ue Griar € 7 ‘inter uma vantagem compelitiva em 1 ly) { Somparagiio com os melhores competidores do mundo num determinado campo? E por que uma sé nagio é, com freqliéncia, sede de wntas empresas Iideres | tnundiais de uma industria? { Como explicar por que estiiona Alemanha tantos dos principais fabticantes de méquinas impresoras, carros de luxo e produtos quimicos’? Por que a pequena Suiga ¢ sede dos Lideres intemacionais das industrias farmacéutica, do chocolate rane wee i tithe: lider do comércio? Por que as prineipais empresas de caminhées EHsil Hi \\! pemndase nuipamentode minetago ficam na Suécia? Por que os Estados Unidos " tém produzido os principais competidores intcrnacionais cm computadores pes- soais, software, catlées de crédito ¢ cinema’ Por que as firmas italianas sia tio fortes em azulejos e ladrilhos de cerimica, bolas para esquiar, maquinas de eonbalar ¢ equipamento de automagio fabril? O que toma as empresas japonesas tio dominantes em eletrénica de consumo, mdquinas fotogrdficas, robdtica e miaquinas de fac-simile? __-~ AS tespostas tém, evidentemente, interesse central para firmas que devem| ‘competir em mercados internacionais cada vez maiores. A empresa tem de saber ‘o que, no pais de sua sede, € mais importante va detcrminagao de sua capacidade, on incapacidade, de criar ¢ manter uma vantagem competiliva em termos inter- ais| Mas a mesma pergunia sérd decisiva também pura a prosperidade. ‘econdmica nacional. Como iremas ver, o padrao de vida de um pais depende, a Jongo prezo, de sua capacidade de alingir um alto nivel de produtividade nas inchistrias em que suas empresas. competem. Isso se bascia na capacidade que esas empresas tém de obter uma qualidade serapre melhor ou maior eficiéncia. (A influéneia ‘do pais-sede na busca da vantagem competitiva em determinados | famoee de importingia central para o nivel ¢ indice de crescimento de rod. ! lividade, ! ‘ Falta-nos, porém, 2 explicagio convincente da influtneia do pus, © para- digma ha muito dominante para a razio do éxito internacional das nagdes, em determinadas indistrias, esté mostrando sinais de cansago. HA uma extensa hist6ria de teorias que explicam,os padres de importagdes, ¢ exportagSes de um pais ¢ que temontam a obra ae fi Fam Smit e David ‘Ricaflo, no século xvi. | yu) Admite-se geralmente, porém, queje ‘orld tortial inadlegii mudangas na naturezi da amnpeuensTaettaclondll enire as quais a ascciisiio a 1 empresa multinacional que nfo s6 exporta, mas também compete no exterior . através de subsidiérias estrangeiras| enfraquecerum as explicagoes tradicionais 99. porqué. ¢ onde.uma nagio exporta.[Eifibora novas explicagdes tctham sido, j Sugeridas, nenbuma é suflclente para mostrar por que empresas com sede em determinadas na;Ses podem competir com sucesso, tanto por meio da exportaggio > ! como do investimento no exterior, em determinadas indtistrias. Nem servem para explicar como as empresas de wm pais podem manter posigdes competitivas durante periodos consideriveis IK eaiplicagio do papel * desemiiinds pelo ambiente econamicc, pelas sn, | instituigdes e pelas politicas de uma nagio no éxito competitive de suas empresas | * de. determinadas indiistrias € 0 assunto desle livro, Nele, procuramas isolar a Jee | Ivantagem competitiva de uma nagao, isis ¢, os alribulos nacionais que estimullam, ja vantagem competitiva numa indstria| Bascaca no meu estudo de dez nages e nas historias detalhadas de mais de 100 industrias, apresentarci na pritneira parte tuna teoria da vantagem competitiva das nagdes em determinados campos. Na segunda parte, ilustrarei como a teoria pode ser usada para explicar o sucesso ry “oT aul competitive de determinadas nagées num certo mimero de indisteias Na terceira parte, usarei a teoria para langar luz sobre os padrées sd e fracasso das inchistrias nas cconamias das nagdes estudadas e como padrdes vém mudando. Isso servita de base para a apresentagao de uma moldura que exptica como as economias nacionais avangam, no todo, em termos compe- titivos, Finalmente, na quarta parte, desenvolverei as implicagées de minha teoria tanto para a esiratégia empresarial como pam as politicas govermamentais. O tivro conclui com um capitulo intilado “Agendas Nacionais™, que ilustra a maneira pela qual a woria pode ser usada para identificar algumas das questdes mais importantes que condicionasio o futuro progresso ccondmico cm cada uma das nagdes estudadas. Antes de aptesentar minha tcotia, parém, devo dizer por que as tontativas de explicar a competitividade de uma nagio em sua totalidade foram pouco convincentes ¢ por que essas tentativas fizeram a pergunta errada. Devo demons- trar que o entendimento da capacidade das empresas de um pais para‘criar e manter a vantagem competitiva em detenninadas inclistrias constitul a pergunta certa, nio sd para informar a esuratéyia das empresas, como também para alcangar as metas econémicas nacionais. Devo, também, descrever por que hé um crescente consenso de que o paradigma predominante usado até agora para explicar 0 sucesso internacional em determinadas indiistrias é inadequado ¢ por que até mesmo tentativas recentes de modified-lo ainda néo fazem algumas das perguntas mais centrais. Finalmente, descreverei o estudo que foi reatizado, a fim de que 0 leitor compreenda as bases factuais do que se segue. EXPLICACOES CONFLITANTES Nao tém sido poucas as explicagdes das razdes pelas quais algumas nagdes so competitivase outras nao? Nao obstante, essas ex plicagées so, com freqiién- cia, conflitantes, ndo hd uma teoria geralmente aceita. Est longe de ser claro o que significa a palavra “competitive” quando se refere a uma nado. Essa ¢ a principal dificuldade, como ircmas ver.O fatode estar havendo um intensodebate. em miuitas nagdes sobre a existéncia, ali, de um problema de competitividade, representa, em primeiro lugar, indicio seguro de que o assunto nfio ¢ totalmente compreendido. “7, Algumas pessoas véem competitividade como um fendmeno macroeconé- mico, impulsionado por varidveis como taxas de cdmbio, taxas de juros ¢ déficits governameniais. Mas ba nagdes que desfrutaram de padrdes de vida de ascenstio | répida apesar de déficits orgamentérios (Japio, Itélia e Coréia), de moedas em valorizagio (Alemanha e Suiga) e de altas taxas de juros (Itélia e Cortia). 4 Qutras argumentam que competitividade € fungao de mio-de-obra barata " e abundante. Nao obstante, paises como Alcmanha, Suiga ¢ Suécia prosperaram apesar de saldrios altos ¢ longos perfodos de escassez de mio-de-obra. Q apo, | iil

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