You are on page 1of 12

Computação desplugada: Ensinando a representação de procedimentos

Abstract:

Nowadays it is way more necessary the usage of new methodology so that the apprenticeship of students
became more significantly. We're facing a generation surrounded by technology and builds it's learning
distinguishly. This article has as goal present an experience report in the reformulation of the discipline
Estrutura de Dados in a computation upper course, using gamification and unplugged computation to
motivate and simplify concepts, so it can obtain significantly learnship. The results indicates that the usage
of such methodologies has provided improvementes in the students learning. Concluding, the usage of such
teaching methods is essential to attract the attention of students and yet, create strategies to the education of
contents that were considerated complex, such as programming languages and in Brazil, 52% of schools do
not have Internet access. In addition, many of the schools that are connected have poor connectivity quality.
Infrastructure vulnerability is still one of the main reasons that make it difficult to insert technological tools
into teachers' plans. However, it is possible to minimize these difficulties by means of computational
techniques that do not use computers, it is called Decomposed Computing. This study presents the
possibility of constructing didactic strategies for the dissemination of Computational Thinking among Early
Childhood teachers, through the techniques of Declined Computing. The strategies are based on algorithms,
sequence and debugging through play activities for students of Early Childhood Education. For its
implementation, a theoretical-practical workshop was held with 37 teachers from the municipal public
network. The proposal proved that most teachers had not yet had contact with Computational Thinking or
Deployed Computing. It was observed that, although all expressed an interest in new training on the subject,
much said that probably does not replicate such knowledge in their pedagogical practices
.

Keywords: gamification. unplugged computation. data estructure.

Resumo:
Nos dias atuais se faz ainda mais necessário o uso de novas metodologias para que a aprendizagem dos alunos se
torne mais significativa. Estamos diante de uma geração rodeada por tecnologias e que constrói o seu aprendizado
de maneira diferenciada. Este artigo tem por objetivo apresentar um relato de experiência na reformulação da
disciplina Estrutura de Dados em um curso de computação, usando gamificação e computação desplugada para
motivar e simplificar conceitos, para obter aprendizagem significativa. Os resultados apontam que o uso de tais
metodologias proporcionou melhorias no aprendizado dos alunos. Conclui-se que o uso de tais métodos de ensino é
essencial para atrair a atenção dos discentes e ainda criar estratégias para o ensino de conteúdos considerados
complexos, como linguagens de programação e no Brasil, 52% das escolas não possuem acesso à Internet.
Além disso, muitas das escolas que se encontram conectadas possuem baixa qualidade de conectividade. A
vulnerabilidade de infraestrutura ainda é um dos principais motivos que dificultam a inserção de ferramentas
tecnológicas nos planejamentos dos professores. Contudo, é possível minimizar essas dificuldades por meio
de técnicas computacionais que não utilizam computadores, é a chamada Computação Desplugada. Esse
estudo apresenta a possibilidade de construção de estratégias didáticas para disseminação do Pensamento
Computacional entre professores da Educação Infantil, por meio das técnicas de Computação Desplugada.
As estratégias são baseadas em algoritmos, sequência e depuração por meio de atividades lúdicas para
alunos da Educação Infantil. Para sua implementação, foi realizada uma oficina teórico-prática com 37
professores da rede pública municipal. A proposta comprovou que a maioria dos professores ainda não tinha
tido contato com o Pensamento Computacional ou com Computação Desplugada. Observou-se que, apesar
de todos manifestarem interesse em novas capacitações sobre as temáticas, boa parte afirmou que
provavelmente não replique tais conhecimentos em suas práticas pedagógicas.

Palavras-chave: gamificação. computação desplugada. estrutura de dados.

1. Introdução
A programação de computadores tem sido explorada em diversos projetos de pesquisa como uma
maneira de estimular o pensamento computacional. Nesse contexto, uma ferramenta amplamente
utilizada é o Scratch (scratch.mit.edu), a qual possibilita a criação de histórias interativas, animações,
simulações e jogos. Além disso, permite que o iniciante tenha contato com a programação de maneira
divertida e interativa, propiciando o ensino de programação de forma lúdica.

Experiências que envolvem o ensino de programação no Brasil vêm crescendo nos últimos anos.
Diversas pesquisas têm mostrado resultados de intervenções realizadas em vários níveis de escolaridade.
Destaca-se que o ensino de programação é um conteúdo fundamental nos cursos de computação, o
assunto requer dedicação e motivação para existir uma aprendizagem significativa. Publicações
científicas apontam que existem grandes dificuldades do ensino da programação nos cursos de ensino
superior, conforme citado por Barbosa (2011) e Correia (2015). Esses estudos, ainda, apontam dados
alarmantes sobre a evasão dos cursos de Computação. As componentes curriculares que possuem como
conteúdo programação são as que causam maior desistência por parte dos alunos. Para construir bons
programas é necessário saber pensar computacionalmente, o que não é um sinônimo de “programar”.
Segundo Andrade et al. (2013), o Pensamento Computacional se utiliza de atividades que introduzem os
conceitos de coleta, análise e representação de dados, decomposição de problemas, simulação,
automação, algoritmos, paralelismo e abstração, sem o uso de computadores. Muitos conceitos são
importantes de serem entendidos para que possam ser utilizados adequadamente. Além dos conceitos
iniciais a motivação e interesse afetam diretamente o desempenho do estudante, com consequências
explícitas no processo de aprendizagem. Segundo Bell et al. (2009) as atividades desplugadas envolvem a
resolução de problemas para alcançar um objetivo e ainda auxiliam na compreensão de conceitos fundamentais
de Ciência da Computação, de acordo com os autores do livro Computer Science Unplugged, o material foi
construído visando suprir as dificuldades encontradas no ensino da computação (Bell, et al, 2009). Outro ponto a
ser destacado sobre a metodologia Computação Desplugada é que a mesma pode ser aplicada não somente
para crianças, mas para todas faixas etárias, desde o ensino fundamental até o ensino superior, proporcionando
dessa maneira, diferentes conhecimentos e experiências. Tais atividades têm despertado o interesse de
professores e pesquisadores, e tem sido empregada em diversos países ao redor do mundo. A maioria
das atividades é baseada em conceitos matemáticos como, por exemplo, o entendimento dos números
binários, problemas envolvendo padrões e ordenamento, e criptografia. Outras atividades estão mais
relacionadas aos currículos da área de tecnologia, bem como o conhecimento e a compreensão sobre o
funcionamento dos computadores. Este artigo tem como objetivo popularizar os fundamentos da ciência
da computação aos alunos de escolas públicas, ensino fundamental e médio, usando a técnica da
computação desplugada.

1. Metodologia

A metodologia de ensino é feita através de jogos e dinâmicas que tomam como base o livro chamado
“Computer Science Unplugged”, que estimulam a imaginação e facilitam o aprendizado, trazendo exemplos
da vida real. A forma de ensino possui total independência tanto de hardware quanto de software, podendo
até ser aplicada por pessoas que não possuam formação na área de computação. Com o objetivo de avaliar
as dinâmicas desse livro, aplicamos a dinâmica de Algoritmos de Busca em uma turma do segundo semestre
de Redes de Computadores. Foi comprovado que a maioria dos alunos conseguiu compreender os conceitos
mostrados em sala através de formulários entregues para avaliar o entendimento sobre o tema apresentado.
Com isso, podemos concluir que, por meio desses formulários, a utilização dessa dinâmica facilita o
entendimento sobre Algoritmos de Busca, tornando-o simples, porém do mesmo modo abstrai alguns
detalhes importantes, como utilização de memória e desempenho. Mas, em geral, o objetivo foi alcançado,
pois poderá servir como base a conceitos que serão vistos mais adiante nos cursos de computação.

2. Referencial Teórico
O pensamento computacional é uma forma de resolver problemas, de criar sistemas computacionais e
também de compreender o comportamento humano, baseando-se em princípios e conceitos da Ciência da
Computação. Vale destacar também que esses princípios podem e devem ser aplicados ao conteúdo de
outras disciplinas, de forma transversal, a começar pela educação básica, conforme aponta Mestre et. al.
(2015). É importante frisar que os conceitos de pensamento computacional, aliados à sua proposta, vem nos
fornecer métodos para solução de problemas, isso em diversas áreas, mas, em especial, na disciplina de
matemática. Essa ideia onde o ensino de Computação pode ser utilizado como uma forma de organização do
pensamento, de ideias e de propostas de solução de problemas.

Esse tipo de raciocínio pode beneficiar profissionais de diferentes segmentos, como é caso do jornalismo.
Ao mencionar a importância que a tecnologia tem para essa área, traz uma afirmação que um jornalista que
consegue descobrir e operar sistemas de informação obtém vantagens ao exercer sua profissão, pois constrói
a capacidade de extrair informações relevantes dos meios de comunicação. Pensar computacionalmente
sobre os problemas das diversas áreas pode contribuir para elevar a qualidade da educação, visto que o
desenvolvimento da capacidade de abstração de problemas e a sistematização do raciocínio.

Diante de tal contexto, este trabalho surge com objetivo de construir estratégias didáticas para
estimular o Pensamento Computacional em professores da Educação infantil, a partir de técnicas de
Computação Desplugada. Tal proposta foi apresentada a professores da rede pública de um município
do estado do Rio Grande do Sul e desenvolvida por meio de uma oficina teóricoprática, que buscou
trabalhar com os princípios do Pensamento Computacional. Para tanto, foram apresentados algoritmos
baseados em linguagem lúdica, na qual o objetivo era percorrer um «caminho» respeitando algumas
regras. Os professores envolvidos no experimento, em sua maioria, atuam na Educação Infantil. Tratase
de uma pesquisa quantiqualitativa, construída por meio de um estudo de caso. A partir dessa proposta,
observouse que a maior parte dos professores desconheciam os assuntos tratados, manifestaram o desejo
de conhecer mais sobre o assunto, mas poucos mencionaram que desejam replicar tais conhecimentos em
suas práticas pedagógicas.

3.1 Pensamento computacional

O termo Pensamento Computacional foi primeiramente abordado por Wing (2006) para tratar da Ciência da
Computação e de suas aplicações que, conforme o entendimento da autora envolve desde a estruturação do
raciocínio até o comportamento humano para a ação de resolução de problemas, podendo ser observado nos
processos de leitura, escrita e matemática como parte integrante da habilidade analítica das crianças desde a
idade infantil. Nesse mesmo sentido, segue a apreciação de Nunes (2010, 2011), conforme citado por
França, Silva e Amaral (2012), de que a Ciência da Computação compreende o estudo de tudo aquilo que
pode ser computado e as formas de ser computado ou processado, envolve ainda suas aplicações e os
impactos causados na sociedade. Entendem que a introdução de conceitos da ciência da computação nas
séries iniciais pode alavancar o raciocínio lógico e computacional dos estudantes. Afirmam ainda que “os
cursos de Licenciatura em Computação têm entre suas responsabilidades a de formar profissionais para
introduzir a Ciência da Computação na Educação Básica, disseminando assim o pensamento computacional
ou algorítmico” (Nunes (2010, 2011) apud França, Silva e Amaral, 2012, p.2). Esse entendimento nos leva a
considerar o Pensamento Computacional como sendo essencialmente interdisciplinar, uma vez que envolve
os conceitos de algoritmos, complexidade computacional, organização de computadores, linguagens de
programação, redes de computadores, bancos de dados, sistemas operacionais, etc., como um processo
cognitivo que sistematiza os passos da solução de problemas, ou seja, o algoritmo, base da Ciência da
Computação, que pode ser aplicado nas demais ciências (Nunes, 2011 apud Ramos, 2014, p. 27). Assim, os
conceitos do Pensamento Computacional estão nos princípios da computação e não em suas tecnologias.
Peter Lee em National Research Council (2010) descreveu o Pensamento Computacional como o estudo de
mecanismos da inteligência humana que podem descrever aplicações e modelos que ajudem a tratar a
complexidade. Segundo Wing (2008), conforme citado por De Carvalho et. al. (2013) o pensamento
Computacional pode ser definido ainda como o pensamento analítico que compartilha com o pensamento da
matemática, engenharia e ciência o objetivo de aprimorar a busca por soluções de problemas, de
modelagens, projetos e do entendimento sobre computabilidade. Percebe-se que a essência desse
pensamento pode ser utilizada em qualquer campo do saber, e deve com ele interagir.
O Pensamento Computacional está atrelado às Ciências da Computação e é considerado uma
forma de raciocínio. Quanto mais contato o usuário tiver com essa ciência,
mais incentivo ao desenvolvimento desse tipo de raciocínio ele terá. Trata-
se de uma metodologia para resolução de
problemas que pode ser automatizada e aplicada entre os indivíduos. De acordo com Wing (2006),
computational thinking – pensamento computacional – é uma alternativa para resolução de problemas,
de forma com base nos conceitos das Ciências da Computação. Para que isso aconteça é
importante conhecer conceitos básicos dessa área do conhecimento, como abstração,
decomposição, depuração, automação, recursividade, iteração, entre outros.

3.2 Computação Desplugada

A computação é muito utilizada nos dias atuais, estando presente em quase todas as atividades do nosso cotidiano,
e existem cada vez mais métodos de se aprender e entender a computação. Uma destas formas é com a
denominada computação desplugada.
A computação desplugada consiste em ensinar os princípios básicos da computação sem o uso de computadores.
Este projeto foi desenvolvido com a pretensão de aperfeiçoar os métodos utilizados nas escolas de nossa região, e
apresentar métodos diferentes para ensinar técnicas da computação, e facilitar assim o ensino da computação em
escolas e polos com poucos recursos computacionais. Portanto, a computação desplugada é uma técnica que visa
ensinar os fundamentos da computação de forma lúdica, sem distrações e detalhes técnicos em abundância e
envolve jogos e exercícios físicos, de modo a introduzir o aluno ao Pensamento Computacional através de
conceitos como: números binários, redes, algoritmos computacionais e compressão de dados. As atividades
praticadas têm como característica principal o lúdico para que haja o desligamento da ideia de que o ensino
de computação depende de aparelhos digitais, como também para evitar a distração provocada pelos
materiais eletrônicos. O material pedagógico utilizado pelas atividades de computação desplugada são
diversificados e o tipo depende da atividade sugerida. Podem ser cartões pontilhados, laranjas ou bloquinhos
de papel, por exemplo.

Todavia, as políticas públicas voltadas para a educação ainda não contemplam a inserção da Computação
Desplugada como um componente curricular. Entretanto, a constituição de novos cursos nessa área, como é
o caso de cursos de Licenciatura em Computação, referenda os interesses em consolidar a criação de um
espaço de atuação na escola para os professores que visam a educação. Dessa maneira, estando a
composição de um currículo mínimo para o ensino de Computação Desplugada e a formação de humanos
em um processo de construção, todas as ações para que este movimento aconteça devem ser incentivadas.

4. Estudo de caso: Aprendendo representação de procedimento

Quadro 01: Algumas características dos trabalhos relacionados

Nível de Atividades Atividades Atividades Resultados


ensino prontas adaptadas criadas Obtidos

Ensino básico X X Satisfatório


[DE SOUZA
BARBOSA, 2015]

Ensino básico X X Satisfatório


[VIEIRA, 2013]

[FERREIRA, 2015] Ensino básico X X Andamento


[GONÇALVES, Ensino superior X Satisfatório
2013]

[MARTIHAGO, Ensino superior X X Insignificativo


2014]

Observando o quadro 1, em relação às atividades desplugadas, percebeu-se a


necessidade de adaptação e desenvolvimento de atividades para o ensino superior. A
partir de resultados como o do trabalho de [MARTINHAGO, 2014] percebe-se que nem
sempre a análise qualitativa permite observar se a diferença dos resultados é significativa.
Já o trabalho de [GONÇALVES,2013] permite observar que com atividades criadas
obtiveram resultados significativos. Dessa forma, este trabalho busca realizar uma análise
tanto quantitativa quanto qualitativa do uso da computação desplugada no ensino
superior. Para isso foi feito um levantamento de atividades desplugadas existentes, sendo
que essas atividades foram adaptadas para serem aplicadas com alunos de cursos da área
de tecnologia buscando atender as necessidades e contexto dos alunos.

O uso da computação desplugada ainda é mais frequente no ensino básico,


existindo poucos relatos de uso desse método no ensino superior. Dessa forma, é
importante que estudos sejam realizados no ensino superior com a finalidade de
identificar os benefícios do uso desse método para apoiar o processo de ensino e
aprendizagem em disciplinas como programação e estrutura de dados nos cursos da área
de tecnologia.

5. Trabalhos Relacionados

Alguns autores ultimamente vem discutindo a importância da inclusão da ciência da


computacção no currículo da educação básica [de França and do Amaral 2013,de Souza
Barbosa et al. 2015, da Siva et al. 2015]. Diversos países desenvolvidos já apresentam um
currículo mínimo para o ensino de computaçãoo na educação básica. No Brasil, diversas
práticas vem sendo aplicadas para alunos do ensino fundamental e médio, trazendo
contribuições através de estudos de métodos que podem futuramenteser incluídos no currículo
de computação para a educação básica, tais práticas estão relatadas nos trabalhos de [de Paiva
et al. 2015, Scaico et al. 2011, de França et al. 2013,Andrade et al. 2013, Scaico et al. 2012].
Em [de França and do Amaral 2013] .
Os autores apresentam diversos m´etodos uti-lizados no ensino de computação na educação
básica. No caso, a computação desplugada vem ganhando destaque nas pesquisas, porém ainda
há poucos resultados sobre a avaliaçã e estratégias de resolução das atividades desplugadas
que estão sendo desenvolvidas. Em [de Souza Barbosa et al. 2015] foi realizado o
planejamento, execução e identificação das estratégias desenvolvidas pelos alunos do primeiro
ano do ensino médio, em uma gincana desplugada. Mesmo com algumas dificuldades, os
estudantes conseguiram desenvolver as técnicas propostas pelos monitores e também
utilizaram técnicas próprias para a resolução das atividades. As conexões interdisciplinares da
ciência da computação são colocadas emevidência em [de Paiva et al. 2015]. No caso, os
autores relatam a aplicação inter-disciplinar da computação com sete disciplinas regulares da
educação básica. Em [Scaico et al. 2011], através do projeto ”Sem matemática não existe
computação”, os au-tores também reforçam o papel interdisciplinar da computação.

Jeannette Wing vê o pensamento computacional como uma "atitude universalmente aplicável


e conjunto de habilidades que todos, não apenas os cientistas da computação, devem e podem
aprender e usar." Dito isso, tal técnica tem como objetivo popularizar os fundamentos da
ciência da computação aos alunos, principalmente de escolas públicas, que mesmo possuindo
condições desfavoráveis de ensino, em que escolas não possuem laboratório de informática ou
que há uma estrutura precária, possam ampliar seus conhecimentos e compreender melhor a
tecnologia, mesmo não fazendo o uso do computador.

6. Considerações finais

No mundo atual, onde se preconiza (e com toda a razão) o uso de tecnologias na sala de aula, pode
parecer meio estranho o título deste texto. Ensinar computação sem o uso de computadores? Sim, é
possível. Talvez quem seja da área de Computação, já tenha ouvido falar deste tema. Para aqueles
que não conhecem vale a pena conhecer.

Na verdade, essa é a ideia central do livro "Computer Science Unplugged", de autoria de Tim Bell, Ian H.
Witten e Mike Fellows, cuja versão em português se intitula "Ensinando Ciência da Computação sem o uso
do computador". O livro traz uma coleção de "atividades desplugadas" cujo objetivo é ensinar fundamentos
da área de Ciência da Computação sem o uso dos computadores. O sucesso da proposta reside no fato de
não ser necessário nenhum recurso de software ou hardware na sala de aula, podendo ser aplicada sem
grandes dificuldades até mesmo em lugares sem infraestrutura tecnológica.

As atividades propostas são todas lúdicas e estão atreladas aos mais variados conceitos básicos da área de
Computação, envolvendo as formas de representação da informação (números binários, textos, imagens),
algoritmos (ordenação e busca) e representação de procedimentos (linguagens de programação, grafos,
autômato.

A técnica pode ser aplicada para alunos de todas as faixas etárias, desde o ensino fundamental até o ensino
superior, e com conhecimentos e experiências distintas. Atualmente, não existem muitos exemplos de
computação desplugada, por isso, uma das metas do nosso projeto, foi desenvolver novos exemplos. Ainda
não foram realizados testes de campo com o material trabalhado, mas a meta do projeto é apresentar novos
recursos de ensino da computação desplugada para a comunidade acadêmica. Pode-se definir que a
computação desplugada é uma metodologia que possibilita o aprendizado dos conceitos computacionais, e
que sejam transmitidos de forma simples e interativa para os estudantes, sem a necessidade de hardware
e/ou software elaborados especificamente para essa tarefa. E possibilita a realização das práticas
pedagógicas para ensino de computação em diferentes estruturas escolares. Assim, pode-se dizer que o
computador é apenas um mecanismo que facilita o uso da computação, pois ela em si existe a mais de três
mil anos, sendo basicamente o ato de fazer cálculos com números e apresentar o resultado de determinada
equação ou cálculo, atuando atualmente, somente como um facilitador.

7. Referência bibliográfica

DE SOUZA BARBOSA, A. V., Neto, A. F. P., de Oliveira, R. N. R., da Costa, T. L. S.,


Souto, A. L., De Araújo, O., and Costa, F. V. S. (2015). O ensino de conceitos computacionais
para alunos do ensino médio: relato de experiência de uma gincana e das estratégias utilizadas
pelos alunos na resolução das atividades desplugadas. In: XXI Workshop sobre Educação
em Computação.
De Paiva, L. F., Ferreira, A. C., Rocha, C., Barreto, J., Melhor, A., Lopes, R., and Matos, E.(2015). Uma
experiência piloto de integração curricular do raciocínio computacional na educação básica. In Anais dos
Workshops do Congresso Brasileiro de Informática Educação, volume 4, page 1300.

FERREIRA, Ana Carolina; Barreto, Jandiaci; Paiva, Luiz; Matos, Ecivaldo. (2015).
Experiência prática interdisciplinar do raciocínio computacional em atividades de computação
desplugada na educação básica. In: Anais do Workshop de Informática na Escola. p. 256-
265.

FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002. Apostila

GONÇALVES, D. A. S., da Silva, G. M., da Luz, R. S., e Silva, E. P. (2013). Relato de experiência de alunos
do curso de Licenciatura em Computação do IFMG-campus Ouro Branco na utilização de objetos de
aprendizagem desplugados e do Scratch como instrumentos no ensino de programação. In: Anais
dos Workshops do Congresso Brasileiro de Informática na Educação. p. 335-344.

MARTINHAGO, A. Z., Smarzaro, R., Lima, I., & Guimarães, L. (2014) Computação Desplugada
no Ensino de Bancos de Dados na Educação Superior. In: WEI - XXII Workshop sobre
Educação em Computação. Disponível em:
<http://www.lbd.dcc.ufmg.br/colecoes/wei/2014/003.pdf>. Accesso me: 24 mai.
2017.

MERRIAM, S. B. Qualitative research and case study applications in education.


San Francisco: Jossey-Bass, 1998.

Scaico, P. D., Corlett, E. F., Paiva, L. F., Raposo, E. H. S., and Alencar, Y. (2012). Relatada utilização de uma
metodologia de trabalho para o ensino de ciência da computação no ensino médio. In Anais do Workshop
de Informática na Escola, volume 1
R Development Core Team (2009). R: A Language and Environment for Statistical Computing. R Foundation
for Statistical Computing, Vienna, Austria. ISBN 3-900051-07-0.

VIEIRA, A. and Odette Passos, R. B. (2013). Um relato de experiência do uso da técnica


computação desplugada. In: XXXIII Congresso da Sociedade Brasileira da Computação, p.
671–68

You might also like