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Titulo original: Die philosophie des als ob: system der theoretischen, praktischen und
religidsen fiktionen der menschheit auf grund eines idealistischen positivismus
Este livro ou parte dele ndo podem ser reproduzidos por qualquer meio sem autorizagao
escrita do Editor.
193 ‘Vaihinger, Hans
Vi28F A filosofia do como se: sistema das ficgdes tedricas, praticas
¢ religiosas da humanidade, na base de um positivismo idealista /
Hans Vaihinger ; tradugao de Johannes Kretschmer. ~ Chapecé:
Argos, 2011.
723 p.: 23 cm. — (Grandes Temas ; 15)
Inclui bibliografias.
ISBN: 978-85-7897-036-9
1, Filosofia alema. 1. Titulo.
cpp 21-193
Catalogagao elaborada por Caroline Miotto CRB 14/1178
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‘Maria Luiza de Souza Lajis, Murilo Cesar Costelli, Ricardo Rezer,
‘Tania Mara Zancanaro Pieczkowski
Coordenadora:
‘Maria Assunta Busatoda hipétese. Lotze™ diz com razao: “toda hipétese nao pretende ser
apenas uma figura do pensamento ou meio de ilustra¢ao, mas ainda
indicagao de um fato”. “Quem estabelece uma hipétese, acredita ter
enriquecido a série dos fatos reais e observaveis pela adivinhagao fe-
liz de fatos nao menos reais, porém bem menos expostos a observa-
¢a0”. “O fato em questao deve ser representado como uma realidade
existente.” “Ficgdes, no entanto,’ diz ele, “sio pressuposigGes que
foram estabelecidas com a plena consciéncia de sua impossibilida-
de, ou porque sao contraditérias em si, ou porque nao podem ser
vistas, por razes externas, como elementos constitutivos da realida-
de? Aqui, Lotze aponta muito acertadamente nao sé para a diferenga
entre a ficcao e a hipotese: também a diferenca interna de ambos os
géneros das ficcdes é pelo menos sugerida.
Capitulo XXII
A forma linguistica da ficcao. Andlise
do como se (acompanhada de indagacées
gerais acerca da teoria da comparacio)
Agora trata-se de discutir em seu contexto um ponto que de
vez em quando ja se fez notar: a forma como a fic¢ao se expressa na
linguagem. O modo de expresso relativo a ficcao evidenciard a gran-
de diferenca que a separa em principio da hipotese. Ja as diferencas
sobressalentes entre ficcdo e hipétese no que concerne a seus modos
de expressio poderiam ter evitado que uma fosse confundida com a
109. In: Logik, p. 399.
110. Op. cit., p. 400outra. A gramatica é geralmente um campo do qual a ldgica deve re-
colher o seu material; pois, a despeito da nao identidade de pensar e
falar, a linguagem representa nao obstante um meio empregado pelo
pensamento; em consequéncia, a perscrutagao de tais recursos sutis
e mais bem-desenvolvidos do pensamento é uma tarefa sumamente
importante e, ao mesmo tempo, campo fecundo para a teoria logica.
Mesmo que 0 falar e o pensar nao sejam idénticos, ha sim uma cone-
xo entre ambos. Por isso, Aristételes teve razo em ligar sua logica a
gramatica. Dos modernos, s6 Lambert!" apresentou ideias originais,
analisando detalhadamente o significado légico, o valor légico das
particulas singulares. As ligacdes das oragées através de particulas
sao, propriamente, os relés légicos pelos quais os segmentos indivi-
duais se encontram conectados entre si. Nas particulas, comprime-se
muitas vezes toda uma cadeia de pensamentos ldgicos. Por essa ra-
zo, a andlise légica de uma série dada de pensamentos deveria, antes
de mais nada, enfocar as particulas de conexao.
Ja nos deparamos varias vezes com os modos de expressao das
ficgdes: por exemplo, cada linha curva hi de ser contemplada (se se
deixa contemplar, deve ser contemplada) como se consistisse em um
numero infinito de linhas retas infinitamente pequenas. Temos aqui
uma estranha combinagio. Por ora, nao enfatizaremos a possibilida-
de de a primeira oragao vir a ser expressa de forma ora problematica,
ora assertérica, ora apodictica; gostarfamos primeiro de concentrar
nossa aten¢4o em torno do estranho complexo de particulas, o como
se, e de comparar ainda as formas comuns em outras linguas: em
111. Em sua obra Novo Organon.
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