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PIERRE GRIMAL DICIONARIO DA MITOLOGIA GREGA E ROMANA ‘Teatugto do Vitor labile 5? edigdio B ERTRAND BRASIL “Tilo egal: icuomate la Mihai Gece Romaine sans Inpro no Bras Printed rac 1 Mag no ~ Dini Tale “Todos os dios reseraos pl: EITORA BERTRAND BRASIL LTDA, ug Apo, 171 ~ andar ~Sip Casino 2i924-~Rde anto-P Ta: OO) ABSA Fue (DOR) 2887 ‘ioc emia oul et cheap gue nog sma pein rea po eso & Esher Atendemes polo Reembotso Postal INTRODUGAO A EDICAO PORTUGUESA ‘un myteet peru comme mye pa ut eer, in eons ener Euiado pela primera vez em 1951", © Diciondrio da Mitologia (Gregae Romana, que ora se apresenta. 20 piblico itor da lingua por- ‘uguesa, mantém actuals os princpios que orientaram asuaelabora fo. Come afirma, na wlntrodugo»,o Autor, Professor Piette Gri- ‘nal um dos mais emérts classiisas Frances contempordneos, sta ‘bra ambicionavaconstuir «um reportério cémodo das lendas¢ dos mitos mais ctados ou uilizados na literatura antiga». De fact, © Diciondrio da Mitologia Gregae Romana, obra de consulta correnic, ‘cumprecabalmente a fungdo esbosada eproporciona, de uma forma breve mas correcta, a apresentagdo das linha definidors dos prin- ‘pais mitospregos romanose,complementarmente, fornece a 00- 48esindispensiveis compreensio dos textos dos autores elissieos, tao rcos em conteddo mitoldsico. [Nao se tratando de uma obra de toria ou de critica, © Diciond- rio surge como um intrumento de consulta para quem pretenda Aocumentar-se sobre as figuras eos temas das mitologas pega ero- ‘mana ou, também, como um insirumento de esclareimentor4pido de pormenotes micas. Nesta pespestiva, 0 interes da obra n80 fe crcunsereveexcisivamente aos etudiosos das iteraturas antiga be expresso grcgac lta; todos os que no seu prcurs cultural se confrontam com 0 cenéro, 0 enredo, 0 epsOdi0, a cena, @alusdo, ft personagem, a metsfora, o nome, oepiec, 0 smabon oa 9 rele Fente da mitologaclssica encontrar nesta bra uma primeca res posta para satisfazera sua curiosidade, A apresentag descritiva © ‘quae ausncia de solugdesinterpetativas coavidam 9 unizagéo do ‘Diciondrio peo letor nao espeializada embora, por outr lado, 8 lapresentacdo de uma bibiogrtia elemenrar (Fontes etsdos} posse Dice a sua exploracao como obra de referénca bises (O eitoriterestado em aprofundar os seus coahecmnentos da te mética mitelbgica poders recorrer, complementarmer'e, a outras ‘obras. Para alem dos tradicionais Dictionnaire lustre dela Mytho- lopie et des Antquits Grecques *, de P. L2vedan, ox do Dietion- naire des Annigutés Grecques et Romaines pres is textes et les ‘monuments contenant explication des termes qu se rpportent aux Imocurs, ux sitions ala rligion,e! en genera Tove publique (er privée des anciens', de C. Daremiberg, E. Saglio e E. Poster ‘bras actuaizadas, quanto &informacao mivoldsica, pelo Dicio- nario de P. Grimal —, ou, 8 um nivel mais exigente de pesquisa, a indispensivel Rewl-Eneyclopadie der Kiassischen Aitertumswis- senschaft, de Pauly, Wissowa e Krol, oinirumento de eeferéncia fundamental numa pesquisa mitol6gica aprofundada continua a set obra publceda por W.-H. Roscher, 0 4ufuriches Lenton der Grie- chischen und Romischen Mythologie. Advionese a esas obras 0 ‘ctualizaisimo ej inispensivel Lexicon fconosraphicum Mytho Topiae Classica (LIMC)*, obra cotestiva ern cutso de pubicagdo © complemento natural, com: grande copia de documenta iconogré fica, das obras de refertn'a anteriormerse cada ‘Seno momento da publicagdo da primera edo fren ‘ue, ainda consequtecia dos exageros de algimas i rada com descor/iar'¢ deseré dito — o seu periodo de recuperasto ede airmarte como citi fa verdade€ qe, no momento actual, asua eplastacioe aetag30 so inguesionavels. Correntes de investgacZoe de opto apenas ‘sbogadas ov em fase de desenvolvimer'o Na época de reducga0 do Dicionario acabaram por comprovar a sua efcdca cone 0s resulta 4s obtidos. Tomando como ponte de partida cronci6gico 0 final ‘Minis sa Aes sae a a 4d Guerra Mundial, podemos — seauindo actasificago proposta por Edmond Leach” e ainda gevalmente aceite, apesar da difculdade tristenteem sstematiar um conjunto de lishas de ap-oxmagao tiversas — agrupar em Us erandestipos as teoras que fundamen- tam as pesquisas miticas contemporineas: 1. eonasfancionalistas; 2. teoras simbolistas; 3, tora extruturlisias. Segundo estas prs pectvas, a mitologiaafirma-se como uma verdadera cnc, recor endo a metodologias propeias.operando em direeyes muipias © apouando-se em outas discplinas(pscoioea, socioloia,etnologa, histéria das relgies, ingusuia, gnosologa, antropolaga, et.) (Os mits ~ reacydo positva as interpretagdes «pan-comparaivitay (Gobretudo anteriores I Grande Guerra) — sto entendidos como ex. plicagdes diferentes da Flovoia ov da eéncia,resando-e, pos, Sua classificagdo como expresso de mentaidade primiiva. Em odo ‘© processo de evolugdo e implantagdo da wcigncia dos mitos» pa tentea importncia dos estudos sabre as mtologas sre e romana, ‘Bronslav Malinowski* (1884-1942) €o autor que pode resumit as posigdes funcionolisas, que partem de uma realidade que deriva dda expenéncia: 0 papel deserpeahado pelos mos nas socedades em ‘gue permanecem vvoxeactusntes,O funcionalisma no procure des- obriro significado espirital og inelectual das nacraivas micas, nas, im, ealyar a funcio social que desempenbam na vida comuni- tari, O mito fundamenta or usose as normas basicas do convio, ‘ropondo uma justiiagao narrativa tradcionalmente aceite por: ‘dos: «Estudado vivo, © mito, [..] nda € simbolio, ndo € uma ex- reso directa do interes Cietofico, mas uma rescureigio narra ta de uma realidade primoria, conta para satitago de itengdes relpiosasprofundas, de dsejos mora, de submissdes soci, de ce terase, até de neessidades pris, O mito cumpre, na cultura pe- mitiva, uma funcdo indspensavel expres, aventsae coca & ‘renga; prtepeeefosaa moral: vgia acacia do ritual edecertas regraspriticas para a orientacdo do homer. O mito ¢, asim, um ingrediene vital da civiizaylo humana; ro € ura fabula va, mas lum Tore eiadora activa; ndo € uma expiaydo intelectual 04 uma [ig ti aay aie Shc a tai Ria roi ‘ed napaptin mre, ian, Une o in Po ‘Aman en a ek Rk 3 Mae

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