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CIV 2118 - METODO DOs ELEMENTOS FINITOS - Luiz F. Martha Integragéo Numérica Reduzida Adequada Introdugao ‘Uma integrago numérica de ordem menor do que a necesséria para integrar exatamente a matriz de rigidez de um elemento é denominada de “integrago reduzida” e pode ser desejavel por dois moti- vos: + Um menor mimero pontos de Gauss acarreta em uma economia computacional. + Integragdo reduzida tende a tomar o elemento mais flexivel, portanto (espera-se) compensando 0 ‘comportamento rigido associado a uma configuragao de desiocamentos pré-estabelecida. elemento toma-se mais flexivel com integragao reduzida quando alguns termos de ordem ‘mais alta que de outra forma iriam contribuir para a energia de deformacdo nao o fazem porque suas contribuigdes se anulam nos pontos de Gauss da integragao reduzida. Em outras palavras, com um ‘menor nimero de pontos de amostragem, alguns dos modos de deformagao mais complicados ofere- cem menos resisténcia do que o fariam com uma integragao completa. Espera-se com a integragio reduzida que modos de deformagao indesejados sejam ‘filtrados’ retirados da formulagao. Desta forma um elemento mais flexivel e mais eficiente pode ser obtido. E, ortanto, necessario determinar: (a) minima ordem de quadratura necesséria para permitir a convergéncia de um modelo; (b) a ordem de quadratura necessiria para manter a velocidade de convergéncia que seria obtida por uma integragao completa; € (©) as condigdes para que o erro na integrago numérica compense apropriadamente a super-estima- ‘sao da rigidez de uma estrutura modelada por elementos finitos em deslocamentos. © comportamento de um elemento com integracao numérica reduzida no pode afetar as condi- ges de convergéncias. Portanto, a resposta de um elemento, mesmo com integragao reduzida, tem que sempre representar todos os termos de deformacao constante. Deve ser observado, também, que uma integracao reduzida é, em esséncia, sempre utilizada im- plicitamente quando a distor¢ao de um elemento finito € tal que a ordem da quadratura escolhida nao vai integrar exatamente a mattiz de rigidez. ‘Minima ordem de quadratura para convergéncia A regra de quadratura utilizada pelo modelo de elementos finitos deve ser no minimo suficiente para integrar o volume do elemento exatamente. Isto vem do fato que com o refinamento da malha 0 tamanho dos elementos diminue e 0 comportamento dos elementos se aproxima cada vez mais de um estado de deformagio constante. [ [ ermennissin- om f [ veto O integrando da parte esquerda da equago acima tende a uma constante a medida que o tamanho do elemento diminue e a integral da direira corresponde ao volume do elemento. Portanto, para um elemento de geometria arbitréria, a integrago minima requerida é uma qua- ratura que integra exatamente t[J| no caso plano. Para um elemento bi-linear com espessura constan- te, tJ] € linear em cada diregao paramétrica, entéio somente um ponto de Gauss é necessério, Para um elemento quadratico no caso mais geral, t |J| contem poténcias cibicas das coordenadas paramétricas, ento uma integragao de Gauss 2x2 € necesséria. No Entretanto, a condi¢o de convergéncia € requerida somente no limite a medida que a malha é efinada. Neste caso, a subdivisio indefinida acarreta em elementos de lados retos e paralelos (deter- minante do Jacobiano constante). Portanto, no limite, um unico ponto de Gauss seria necessario. Deve-se observar que, como sera visto mais adiante, a utilizagdo de uma integragdo tio reduzida como a minima para convergéncia pode provocar o aparecimento de modos espiirios de deformagio, ea ordem de quadratura recomendada sera maior do que a minima. Ordem de integragao para no afetar a velocidade de convergéncia A regra de integragéo minima é geralmente inaceitavel por dois motivos. Em primeiro porque ela pode provocar instabilidade do modelo (modos espirios de deformagao). Em segundo, mesmo que esta integragao preserve a convergéncia, ela vai resultar em uma perda na velocidade de conver- géncia No outro extremo de precisio pode-se requerer uma regra de quadratura que integre examente a matriz de rigidez do elemento. Isto 56 € possivel quando o integrando é um polinémio, o que signi- fica que o Jacobiano deve ser constante, isto é, um elemento nao distorcido. Isto vai exigir uma or- dem de quadratura muito alta, muitas vezes desnecesséria pois a integragdo exataresulia em uma aproximagao para o campo de deslocamentos que € muito rigida. A partir destas considerages deseja-se uma quadratura que se situe entre estes dois extremos. Por exemplo, pode-se requerer que o erro provocado pela ordem de quadratura seja comparavel a0 erro de discretizagao. Esta é a logica por tras do seguinte argumento: a ordem de quadratura deve ter dad A quantidade mais natural para se medir a velocidade de convergéncia é o erro na avaliagdo da energia potencial total. Termos de deformagao na expressio da energia potencial total so considera- dos completos até o grau (p-m)(para um elemento nao distorcido pois a convergéncia é considerada no limite quando o tamanho do elemento tende a zero), onde P= grau do polindmio completo de mais alto grau presente nas fungbes de interpolagio do elemento; ‘m= ordem de diferenciacao presente na expresso da energia potencial total. E a ordem de diferen- ciagio que aparece na matrix [B] que obtem deformagées em um ponto no elemento em fungio de deslocamentos nodais. ‘Conclui-se que para nao reduzir a velocidade de convergéncia é necessario integrar exatamente um polinémio de grau 2(p-m), que é 0 grau do polinémio completo contido em [B]"[E][B]. Neste caso, a ordem do erro de aproximagao vai ser O(h 2-™*1), onde h é um tamanho caracteristico do elemento, porque somente os termos de grau 2(p-m) podem ser representados corretamente. Considerando-se uma quadratura com mpontos de amostra ¢ sabendo-se que estes 1 pontos integram exatamente um polinémio de grau 2n-i, tem-se: 2n-1=2p-m) => n=(p-m)+12 ou, n=(p-m)+1 Exemplos: elementos lineares. (p= 1) = = 1 ponto de Gauss em cada dirego elementos quadriticos (p= 2) = n= 2 pontos de Gauss em cada diregio elementos cibicos (p= 3) => = 3 pontos de Gauss em cada diregio og Anilise de autovalor de um elemento A andlise de autovalor é utilizada para testar a qualidade de elementos, incluindo detecgao de ‘movimentos associados a uma energia de deformagio nula, invariancia quanto & orientagio, etc. Um problema de autovalor deve ser resolvido para fazer este teste. Para um elemento finito genérico, 0 problema de autovalor é expresso por (Kt4}=Aa) ou (KJ-a) fa) 0 w onde [k] € a matriz de rigidez do elemento ¢ {d} € 0 vetor de deslocamentos nodais do elemento. Para um autovalor especifico A, € 0 seu autovetor associado {d,}, a energia de deformaco é Ui 2a TE) ow 2U;= {aiyTK (ai) Q) Pode-se escrever a equaco (1) como (6)-x) {ai} = 0 ® A equacao acima pode ser pré-multiplicada por {d;}T e entdio expandida como (4) (4s) = as (45) (4) ® na qual, a partir da equaciio (2), 0 expressiio do lado esquerdo é igual a 2U; Se o autovetor {dj} for normalizado de forma que (didi) = 1 (5) a equagio (4) resulta em dam (diJTk] (di) = 20; © Portanto cada autovalor da matriz de rigidez é igual ao dobro da energia de deformago induzida por uum conjunto de deslocamentos nodais normalizados. Desta forma, os autovalores da matriz. de rigidez de um elemento ¢ os seus autovetores asso- ciados podem representar 0 comportamento de um elemento. Com isso, a qualidade de um elemento pode ser também aferida com base em uma analise de autovalor. Os autovetores que correspondem a autovalores nulos representam movimentos de corpo rigido ou modos de deformacao com energia nula. No caso dos modos de corpo rigido, os deslocamentos estio associados a forcas nodais nulas. Existem trés modos de corpo rigido linearmente independen- tes para um elemento de estado plano. A matriz.de rigidez de um elemento deve ter o nimero apro- priado de autovalores nulos de forma que o elemento possa representar todos os possiveis movimen- tos de corpo rigido. Também existem modos de energia nula associados a uma integracio numérica reduzida (vide secao a seguir). Estes sao chamados de modos de deformagao “espirios”. A figura a seguir mostra os oito modos de deformagao de um elemento plano bi-linear. O trés primeiros podem ser identificados como modos de corpo rigido. Os modos 4, 5 e 6 sao modos de deformago constantes. E os modos 7 ¢ 8 estao associados a uma ‘flexao’ do elemento. 404

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