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ve Os chineses, no século XIII, ja empres que chamavam de “flechas de fog0” Em 1601, Sir William Congrave féz experiéncias que resultaram na utilizagio dé foguetes pélvora pelos ingléses, em 1812. Nos Estados Unidos, a 16 de marco de 1926, o Dr. Robert Goddard ‘fz funcionar 0 primeiro foguete a combustivel. Todavia, 86 apés 0 ini cio da Segunda Grande Guerra é que se passou a realizar experiéncias com foguetes, sem se dar, entretanto, ao problema a importancia que o mesmo tinha Na Alemanha, sé em 14 de margo de 1981 é que foi langado o pri melro foguete nas plataformas de tire. A época, 0 Cap. Walter Dorn berger obteve aprovacdo para sperfeicoar um foguete a comburente Viquido, Em 1936, resolveu aquéle Pais realizar um grande programa sébre foguetes e despendeu, inicialmente, RM 100.000,00 no Projeto Peene- miinde, para a criagao de um gigantesco Iaboratério de pesquisas, Na Segunda Grande Guerra, foram utilizados foguetes, controlados ‘ou nao pelo radio, como engenhos de guerra (bombas V-2). Os alemies usaram foguetes com contréles para diregio ¢ equips: dos com bombas telecontroladas, Os americanos utilizaram bombas guiadas pelo radio e os foguetes atingiram seus alvos guiados pela televisdo ou pelo radio. © Dr. Robert Goddard foi um dos ploneiros norte-americanos e apresentou uma su- cessao de foguetes, num trabalho que se estendeu por mals de trés dé eadas. Tambem Dugold Clarke contFibuiu muito para o programa de £0 fuletes, especialmente na parte dos comburentes, Atualmente, importantes centros de experimentagio de foguetes militares ou clentificos foram instalados em muitos paises, Nos Estados ‘Unidos, bases de foguetes estdo situadas em Cabo Kennedy, White Sand ¢ Pensécola; na Unido Soviétiea, as margens do mar de Aral ena Si deria vam foguetes a pélvora, ste Album de Figurinhas conta a histéria das primeiras conguls- tas do Homem no Espago ¢ aquilo que o Futuro nos reserva. eee Texto de 0. BINDER * Figurinhas de © llomen mo =H * Desenhos de C. C. BECK * Tradugéo @ Adaptacéo de FERNANDO ALBAGLI Os et ~ i Relagdo das Figurinhas Pela Ordem Alfabética Pag. Pag. Acrobacias na Lua 40 Langamento do Japiter-C in ‘Antigos Foguetes Chinéses 2 Marinha do Espago 35 ‘Astronave 41 Medicina do Espaco < 9 ‘A Terra Vista do Espaco 4 Meteorito Atingindo Uma Na 38 ‘Aulas . 7 Missdo em Marte 2 Baléo Estratosférico 8 Na Pista dos Satélites a Cagando em Venus 430 Primeiro Satélite Artificial, 16 Cartografia Césmica TZ a6 0 Vanguard em orbita 18 Célula Lunar 10 Queda de Um Satélite 18 Central Césmica 30 Radio do Satelite 20 Cristévao Colombe do Cosmos 13. Refrigerador Césmico 32 Expagoporto 36 -Roupa Pressurizada n Estagdo Espacial em Forma de Roda 22 Satélite de Turismo 33 Estadio do Bspaco ” 3¢ Satelite Lunar 30 Explorando 0 Cosmos 141 Satélites Meteorolégicos 2 Funcionamento dos Foguetes 5 Salélite Solar 46 Laboratério do Espaco 2% Televisio. Mundial B Laica, Pioneira do Espago 12 Visitando Saturno “ Decolagem do foguete do Dr. Goddard, em 1926. Pioneiros da Astrondutica . A PRIMEIRA data incontestavel na his- téria dos foguetes é 1232. Nesse ano, os defensores da cidade chinesa de K'ai-Fong puseram em polvorosa a cavalaria mongélica com “flechas de fogo”. Essa descoberta se espalhou logo pelo mundo com impressionante rapidez. No século XV, os Duques de Borgo- nha fabricavam foguetes de guerra e, no século XVIII, os ingléses, lutando contra os hindus, sofreram baixas to grandes causadas por essa arma, que fizeram também uma pequena fa- brica de foguetes em Woolwich. Os foguetes desempenharam um papel consideravel duran- te a Guerra de Independéncia americana depois, desapareceram, ultrapassados pelo canhao de cano raiado, muito mais preciso E a pesquisa astrondutica que esta na ori- gem dos trabalhos modernos sdbre os fogue- tes; e, se Jilio Verne indiscutivelmente des- pertou o interésse do grande piblico, aprovei- tando o assunto nos seus romances, os primei- ros projetos verdadeiramente cientificos séo do russo Tziolkowsky que, desde 1896, langara a idéia dos combustiveis liqiiidos, da turbina, da direcdo por giroscépio, do freio atmostérico e da posi¢ao horizontal que permite ao piloto suportar a aceleracdo. Na Franca, Bing e Esnault-Pelterie estudaram a nova ciéncia, enquanto que 0 romeno Oberth publicou um tratado que se tornou classico, apresentando 0 esquema de um foguete com as principais caracteristicas da V-2. Naturalizando-se ale- mo, éle participou do filme “Uma Mulher na Lua”, que despertou um extraordinario inte- résse pelos foguetes na Alemanha, o que trou- xe enormes progressos aos trabalhos désse campo. Foi o americano Robert Goddard que féz voar o primeiro foguete a combustivel ligitido (oxigénio e gasolina) em 1926. Ble percorreu 56 metros em 2,6 segundos O Aparecimento das V-2 M 1944, bombas caiam em todos os bair- ros de Londres, sem que nenhum aviao fésse visto. Realmente, lancadas por foguetes, elas se deslocavam’ sizinhas. Eram as célebres ‘V-2 que, atiradas do continente, se elevavam a 95 quilémetros de altura, além da estratos- fera. O inventor désse névo projétil se chama- va Wernher von Braun. Ble o havia dotado de um poderoso motor que podia levantar toneladas e sua audaciosa concepcao tomou de surprésa 0 mundo cientifico. Na América, depois da guerra, as V-2 tomadas ao inimigo foram aperfeigoadas e originaram foguetes como o Red Stone e 0 Jupiter, que tém um alcance de 2.500 quilé- metros. Menos de vinte anos depois, foguetes gigantes ultcapassaram mais de dez vézes essa distancia. Entretanto, o que desejava von Braun era construir foguetes néo para a guerra, mas para a exploracdo do cosmo. Féz os planos de satélites artificiais e de estacdes “relais”, e do foguete de estagios, cujas seges se separam e caem quando seu combustivel termina Foi ésse género de foguete — o Jupiter, de 4 estagios — que, em janeiro de 1958, colo- cou em érbita o primeiro satélite americano — o Explorer I Wernher von Braun, inventor das V-2 alems, traba- Jha. atualmente, nos’ Estados Unidos Foguetes de Apos-Guerra 'M White Sands, no estado americano de Novo México, foi langado, em 1949, 0 primeiro foguete de estagio, que bateu todos 0s recordes, elevando-se a 400 quilémetros de altura. Tratava-se, simplesmente, de uma V-2 alema levando um pequeno WAC Corporal. ‘A V-2 elevou o engenho a 162 quilémetros de altura e caiu, tendo queimado todo o seu com- bustivel, e 0 WAC percorreu sdzinho mais 240 quilometros. A partir désse momento, as pesquisas nao pararam mais; a Inglaterra, a Australia, a Franga, a Unido Soviética construiram mode- los cada vez mais possantes. A Franca esta- beleceu um centro de experiéncias no Sara Mas os projetos mais extraordinarios eram aquéles que se destinavam a lancar um. projétil a 384,000 quilémetros, diretamente a Lua. A velocidade dos satélites artificiais era de cérca de 28.800 quilémetros hordrios, mas a do projétil lunar deveria ser de 40.000 £ 0 que se chama velocidade de liberacao, aquela que é necessaria para escapar & atracdo da Terra — 11,2 quilémetros por segundo ‘A TERRA VISTA 00 ESPACO Pela primeira vez na Historia, no dia 13 de setembro de 1959, as 22 h 02, um foguete atin- giu a Lua Era o Lunik Il, de invengio soviética © Ultimo estagio désse foguete continha um equipamento cientifico e radiotéenico, que pesava 390 quilos Depols da guerra, as experiéneias com foguetes, nos Estados Unidos, vesultaram em versGes melhoradas da V-2 4 ‘Com 0 eseapamento de ar. a bola de encher se movi- menta Ovmesmo principio se aplica e um foyuete pro ulstonado por gases inflsmados Como Funciona um Foguete E enchermos a bola de borracha de uma crianga e deixarmos 0 bico desamarra- do, fazendo com que escape 0 ar ou o gas, ela saird voando, até terminar o seu “combus- tivel” £ exatamente assim que funciona um fo- guete. O gas escapa a tida velocidade pela base, forgando-o para a direcdo oposta: 0 alto. Este principio de Fisica ¢ conhecido des- de o século XVII. Enuncia simplesmente que téda acdo provoca uma reacao igual e em sen- jo oposto Os gases’ que escapam da bola ou do fo- guete representam a aco; 0 woo dessa bola ou désse foguete 6 a reacao Isso significa que o principio da propul- sao dos foguetes é inerivelmente simples; éle nao precisa nem de rodas, nem de hélices, nem de qualquer dispositive mecanico para se mo- vimentar Os gases inflamados que escapam de suas turbinas € que o impulsionam O foguete apresenta ainda uma diferenca importante, se 0 comparamos com os outros motores. Estes uiltimos precisam todos de ar (ou do oxigénio do ar) para queimar o carbu- rante que fornece a energia. O foguete, ao contrario, transporta consigo o ar ou o oxigé- nio de que precisa, sob forma liqiida ou sob forma de um produto quimico s6lido; pode, assim, funcionar no vacuo Por isso, lhe é possivel explorar 0 espaco interplanetario, onde o vacuo s6 permite fun- cionar os motores que levam sua propria pro- visdo de ar aL easotina © foguete mais simples complexo compoemse das meamias ‘partes O Interior de M tubo de metal, dois reservatérios, uma camara de combustéo, uma turbina — eis um foguete. Os dois reservatérios contém © combustivel e 0 oxigénio para queimé-lo. A combustao se produz na cdmara e, de 14, 0s gases inflamados, dilatando-se, projetam-se para fora. O foguete levanta véo. Até uma bicicleta possui mais elementos méveis do que um modélo simples de foguete No entanto, quanto mais possante, mais @le se torna complexo. Para se obter mais poténcia, é preciso que o combustivel seja ‘injetado sob presso. Isso faz com que as cha- mas fiquem mais fortes, tornando-se necessa- rio um sistema de refrigeracdo, para evitar que as pecas de metal se fundam. Os grandes foguetes que aleancam 21 metros de altura precisam de um estabilizador que os impede — um Foguete de oscilar ou mesmo de retroceder. Para isso, coloca-se um giroscépio no seu interior. Um sistema de diregdo é ajustado aos projéteis de longo alcance, que devem atingir um alvo a milhares de quilémetros ‘Todos ésses aperfeicoamentos obrigam a numerosas montagens de circuitos, engrena- gens, instrumentos de precisdo e de muitos quilémetros de cabos e de fios elétricos Os maiores foguetes possuem atualmente cérca de 200.000 pecas. Mas nenhum désses complementos acrescentou qualquer coisa de yerdadeiramente névo ao principio essencial de funcionamento. O gigantesco Atlas se com- poe apenas de um tubo, dois reservatérios, uma camara de combustdo e uma turbina Se contarmos apenas as partes essenciais, éle & igual aos foguetes lancados desde 1926 Gigantes do Espaco 0: foguetes podem ser propulsionados: por motores a combustivel e comburent por motores a combustivel utilizando o ar atmostérico; por motores a energia nuclear, por motores especiais (a plasma, a iénios, a radicais livres, a células solares, a foténios e outros) Dentre os foguetes mais conhecidos, des- tacamos os seguintes: Vanguard — O foguete désse tipo, que colocou em érbita um satélite, no dia 17 de margo de 1958, tinha 21 metros de altura e capacidade de 15.750 quilos, o que significa que éle podia elevar ésse péso do solo e arre- messé-lo ao espaco Jtpiter — Langou os Explorers I e III, com quatro estagios. Também com 21 metros de altura, 1,80m de diametro, capacidade de 32,500 quilos e péso total de 30 toneladas. a (Reostone T ‘Mas éles sé langavam um satélite de 12,5 quilos a uma altura entre 250 e 500 quiléme- tros. Os engenhos balisticos intercontinen- tais carregam ogivas de varias toneladas a distancias de mais de 10.000 quilémetros. O Atlas e o Tit, da aviacao americana, tém uma capacidade de 107.500 toneladas cada um, 0 que equivale a uma poténcia de 500.000 cavalos de férca, mais de seis vézes a de um grande transatantico. Thor e Jiépiter sio engenhos balisticos de porte médio e sua capacidade nao ultrapassa 35 toneladas, percorrendo distancias que va- riam de 2.400 a 4.000 quilémetros. Mas um déles pode constituir o primeiro elemento de um foguete de cinco estdgios que teria capaci- dade suficiente para lancar um projétil & Lua Os foguetes usados pelos soviéticos para lancarem seus satélites de duas toneladas pos- suem enorme capacidade. Nao temos, entre- tanto, elementos precisos para determind-la com exatido. Sabemos que o tiltimo estagio, teleguiado, do foguete que transportou 0 Lunik IT pesava 1.515 quilos. Onde Comeca o Espaco Césmico? 0 VACUO interplanetrio comeca onde termina a nossa atmosfera, mas néo existe uma linha de demarcagao ‘definida Segundo os estudiosos, éle esta compreendido entre a altura de 100 e 300 quilémetros Para facilitar o estudo, a atmosfera ter- restre foi dividida em camadas. A primeira, que toca o nosso planéta, é a troposfera, com cérea de 12 quilémetros de altura e que con- tém 90 % de todo o ar existente. Bste se rare- faz rapidamente, A medida que a altura au- menta. Acima de 4.500 metros, os pilotos de- vem usar mascaras de oxigénio para respira- rem convenientemente. No cume do monte Evereste, ar é trés vézes menos denso do que ao nivel do man. ‘Acima da troposfera, acha-se a estratos- fera, que se eleva a 80 quilémetros, onde a aaah ec ‘A nossa atmosfera é 0 limite do cosmo. BALAO ESTRATOSFERICO temperatura vai do frio enregelante ao torri- do calor, por motivos ainda desconhecidos Ventos extremamente rapidos percorrem-na e giram em volta da Terra, ajudando assim os avides que vao na sua mesma direcao. Vem depois a ionosfera, que se estende a 400 quilémetros de altura, cheia de parti- culas carregadas de eletricidade — os ions ou iontes. Rstes provocam varios fenémenos elé- tricos, como as auroras boreais e a estatica (ruidos que interferem nas transmissoes ra- diofénicas ) ‘Acima de 400 quilémetros esta a exosfera, onde os satélites penetram no apogeu de sua érbita; nessa camada, o ar é tao raro, que 0 vacuo tem mais presséo do que em qualquer laboratério terrestre Tari Gagarin foi o primeiro homem a ul- trapassar 42 quildmetros de altura, atingindo 302 quilémetros, em seu voo histérico. Um futuro plldto espacial sendo examinado. TS, Medicina Espacial N OS parques de diversdes, ha brinquedos que giram a téda velocidade, colando as pessoas contra as paredes. Elas tém a im- pressdo de estar mais pesadas — e realmente esto, devido a forca centrifuga. Se o brin- quedo aleancasse uma determinada velocida- de, elas teriam seu péso duplicado durante a rotagao. Em Medicina Espacial, aparelhos do mes- mo género,’ chamados centrifugadores, sao usados para determinar 0 péso extra que um homem pode suportar antes de perder os sen- tidos. péso normal é representado pela letra g. Pessoas foram submetidas a aceleracoes de 30 g. durante um curto espaco de tempo Assim, um homem de 70 quilos ficaria pesan- do 2.100. Mais de 2 toneladas! Um foguete produziria 0 mesmo efeito ao ganhar veloci- dade rapidamente. A perda de velocidade au- menta também 0 péso ‘Mas 0 corpo humano tem uma resisténcia que ultrapassa tudo 0 que se previa. Acelera~ oes de 43 9 durante alguns momentos foram suportadas sem danos em um bélide que corria sobre trilhos e ultrapassava a velocidade de 1.000 quilémetros horarios, parando em pou- cos segundos Essas_experiéncias so _indispensaveis antes do lancamento de séres humanos em um foguete, porque éste sofre uma presséo esma- gadora no momento da partida. Muitas outras experiéncias séo.feitas, como respirar em baixa presséo ou responder a sinais ‘A Medicina aplicada 20 véo evoluiu em cinco fases: a do “mal das montanhas”, a do “mal dos balonistas”, a do “mal dos aviado- res” e as correspondentes aos véos orbitais tripulados e as viagens pelo espaco sideral MEDICINA 60 ESPACO (Camara hermética para 0 “voo lunar", A Assombrosa Célula Lunar ONSTRUIU-SE uma camara de ago tao pequena, que um homem, no seu inte- rior, nao podia ficar de pé; e, para dormir, era obrigado a encolher pernas e bracos. Em re- sumo, tentava-se reproduzir as condigdes de um voo astronautico até 4 Lua. Era como uma pré-estréia, uma experiéncia que se fazia para uma realidade bem préxima ‘A pressao do ar no interior da célula era baixada na decolagem imaginaria, a fim de tornar a experiéncia 0 mais semelhante possi- vel a um verdadeiro véo espacial. A pessoa que se submetia a -xperiéncia tinha a sensa- cdo de atravessar uma atmosfera pouco densa, exatamente como acontece nas decolagens reais As vigias eram hermeticamente fechadas, 10 como se o futuro pildto estivesse trancado numa astronave e nada pudesse ver do mundo exterior Instrumentos de pilotagem ficticios Ihe transmitiam sinais luminosos e éle manobrava ‘9s comandos exatamente como um pildto di gindo o aparelho em direcao 4 Lua — primeiro grande sonho a ser realizado Um dispositivo especial purificava o ar, pois nada se podia perder da quantidade limi- tada de que éle dispunha. Ele tomava nota das horas que passavam, dividindo-as em dias e noites, para os quais nao existe equivalente no espaco. 4 ficou @le em seu caixdo! E, quando saiu, disse que tivera a impressio de ter esta- do pelo menos na Lua Roupas do Espaco Al SSIM como é preciso se usar escafandros para os mergulhos nas profundezas do mar, roupas especiais também se fazem ne- cessarias para os véos dos cosmonautas. Em ambos os casos, néo existe ar Esse equipamento se tornaré mais impor- tante dentro de pouco tempo, quando os ho- mens construirao estagdes a quinhentos qui- Témetros ou mais do nosso planéta, para ex- plorar outros mundos. Os laboratérios de medicina espacial experimentam varios mode- los — todos diferentes, mas com certas carac- teristicas comuns Em primeiro lugar, uma roupa espacial deve sempre ser hermética, para que o oxigé- nio nao escape, provocando a asfixia do astro- nauta. Em segundo lugar, o tecido ou o metal de que é feita a roupa deve ser bem resistente, para que o ar, no seu interior, tenha uma pressdéo normal: se um homem fésse jogado de repente no vacuo — e 0 espaco césmico quase isso — seu sangue comecaria a ferver e suas veias se romperiam. Em terceiro lugar, a roupa deve ter uma viseira ou um postigo, pelo qual o astronauta possa ver aquily que o rodeia, e uma pequena estagdo de radio auténoma, porque, sem ar, os sons nao se propagam. - Outro elemento essencial é um sistema que aquega ou refrigere o interior da roupa, segundo as necessidades. No espago césmico € nos outros planétas, as temperaturas extre- mas variam entre centenas de graus, acima e abaixo de zero. Finalmente, o mais importante de tudo: cada roupa deve ter sua proviséo de oxigénio sob pressdo, em reservatérios presos nas costas. ‘Mas, seja qual fér a quantidade de equi- pamento levada, hd pelo menos uma coisa com que os astronautas nao precisam se preo- cupar — 0 péso. Uma vez em véo livre no espaco, todo"o péso desaparece. Mesmo na Lua ou em Marte, que tém uma gravidade muito inferior 4 da Terra, o péso total do homem e de sua roupa espacial nao alcangara © seu péso, sem a roupa, em nosso planéta Ble ainda poder saltar como um cabrito ‘As primeiras roupas pressurizadas foram as redursoras dos afuais escafandros do espaco. Pioneiros de Vasuos homens j4 deram voltas em térno da Terra, no interior de um satélite espacial. Mas éles foram precedidos por uma pioneira — a cadela russa Laica, que passou uma semana voando no Sputnik IT, em novem- bro de 1957. Depois disso, nos anos seguintes, varios animais (camundongos brancos, macacos e cobaias) viajaram em foguetes. Em julho de 1959, dois macacos e dois cées foram recupe- rados em bom estado, respectivamente pelos americanos e pelos russos, depois de véos césmicos. Era indispensavel fazer experiéncias com animais, antes de arriscar vidas humanas, porque poderiam existir perigos desconheci- dos no espaco. A possante cintilagéo césmica seria fatal a vida? Seria necessario proteger os astronautas contra as radiacées ultraviole- tas do Sol? Grandes meteoritos poderiam des- truir os satélites e seus pilotos? Poderiam os homens viver sem péso durante horas ou dias seguidos? ‘A perguntas désse tipo os pequenos pio- neiros de quatro patas nos trouxeram respos- tas. Verificou-se que poucos dos perigos pre- vistos eram reais. Os camundongos, que foram filmados automaticamente dentro dos fogue- tes, aparecem:nos, em estado de gravidade zero, vencendo o seu panico e alimentando-se Camundongos filmados pela Quatro Patas LAIGA, PIONEIRA 00 ESPACO como se estivessem em terra firme. Os raios césmicos fizeram acinzentarem-se seus pélos negros, mas sem causar-lhes 0 menor dano fisico. Nenhum meteorito atingiu as naves. Muitos dos animais que passaram por esas experiéneias viveram por varios anos, observados atentamente por cientistas, que nao constataram lesdes de nenhuma espécie O conjunto dessas primeiras experiéncias ser- viu para provar que nenhum perigo grave ameacava o homem na sua muito proxima aventura espacial. © futuro Colombo da espace é, hoje, um jovem estudante Quem Sera o Cristévao Colombo do Espaco? Ne dia 12 de abril de 1961, 0 russo Tari Gagarin foi langado ao espaco tripulan- do um Vostok. Deu uma volta em térno da Terra, em 89,1 minutos, atingindo a altura méxima de 302 km. O Vostok pesava 4.725 kg ¢ atingia a velocidade de 29.000 km,/h Depois de Gagarin, varios outros — entre Tussos e americanos inclusive uma mulher Valentina Terechkova — tiveram também, as suas aventuras espaciais. Dentre estas, a que mais emocionou 0 Mundo foi a do soviético Leonov. A 10 de marco de 1965, éle e seu companheiro Beliaiev entraram em érbita, com o foguete Voskhod II. E Leonov, durante vinte minutos, abandonou sua nave e flutuou no espago. A principio, ficou agarrado ao fo- guete. Depois, afastou-se cinco metros, préso por um cabo que o supria de oxigénio e o li- fava, por telefone, ao companheiro de bordo. Cedo ou tarde, um homem dirigiré a pri- meira astronave 4 Lua: uma viagem de 384.000 quilémet.os, Ble sera o Cristovao Colombo do espaco, deixando a Terra para explorar um névo mundo. Nao sabemos ainda quem sera éle, mas podemos, desde ja, forne- cer alguns dados a seu respeito 13 Ble tera sido escolhido entre milhares de candidatos, pela sua inteligéncia, seu sangue- frio, seus reflexos rapidos e outras qualidades importantes. Certamente, jé teré pilotado um avido a jato. Terd feito véos experimentais em avides-foguetes para se acostumar a gran- des velocidades, e um longo trajeto num sa- télite artificial a fim de ambientar-se & falta de gravidade. E 6 claro que sera jovem Trés! Dois! X: menos dezesseis horas! — E a voz fanhosa dos alto-falantes situados na area de langamento. E 0 comégo da longa “contagem para tras” durante a qual sao reexaminados os menores detalhes do gigan- tesco foguete que aponta para o céu. O am- biente esta tenso. Os operarios formigam s0- bre o andaime metilico que hes permite ins- pecionar tddas as partes da nave, onde milha- res de pecas e dispositivos devem ser minucio- samente verificados — Xis menos dez horas! Cai a noite, mas possantes refletores sio acesos para que o trabalho nao sofra solucao de continuidade. O langamento est previsto para a madrugada. — Xis menos uma hora! O tempo corre. Homens com roupas a prova de fogo se apressam para ajustar man- gueiras aos reservatérios. Seu trabalho é perigoso: éles bombeiam um possante com- bustivel, como o Alcool ou a hidrazina, num reservatério, e oxigénio liquido (ou outro com- burente) em outro. Bombeamento do carburante nos reservatérlos do foguete. 14 Um! Fogo! LANGAMENTO DO JOPITER © — Xis menos trinta minutos! Ha uma ordem para que os operarios se afastem do foguete. Os observadores se reu- nem numa camara protetora de cimento, a ‘cem metros de distancia, enquanto escoam os liltimos segundos — Trés! Dois! Um! Fogo! Pressiona-se um botéo no abrigo. Por comando A distancia, éle inflama o combusti- vel no foguete. Com um ruido ensurdecedor, a astronave comeca a alcar v6o, centimetro por centimetro a principio, e, depois, ganhan- do velocidade, e subindo, subindo, subindo. — Vamos, beleza! Sobe! — murmuram os duzentos homens que trabalharam no langa- mento. E cérca de dez minutos mais tarde, um névo satélite gira em t6rno da Terra, a 500 quilémetros de altura Em Coro 6 que um satélite entra em érbita definitiva, depois de ter sido langado por um foguete gigante? O primeiro estégio, carregado com 27 toneladas de combustivel, projeta o foguete a uma altura de 100 quilémetros em 150 segun- dos, atingindo uma velocidade de cérea de 8.000 quilémetros hordrios Dai em diante, planando até 320 quilé- metros sem impulso, e sob a direcdo de um cérebro eletrénico montado em seu interior, descreve um circulo em volta da Terra. O se- gundo estégio comega a funcionar 240 segun- dos depois e o faz somente durante 6 segun- dos, mas, aquela altura, o ar rarefeito nao opde mais quase nenhuma resisténcia e a veloci- dade da um salto, que a leva a mais de 16.000 quilémetros horarios Finalmente, nos modelos do tipo Van- guard, 0 terceiro e ultimo estégio funciona atingindo a velocidade orbital de 28.800 qui- Jometros por hora. O cone terminal se abre, entao, e uma mola expele a esfera do satélite O Jipiter-C, que conduziu os Explorers & sua érbita, tem quatro estagios. O terceiro al- canga 26.000 quilémetros horarios. Em segui- da, 0 quarto, estreito cilindro de 240m de 20 am pO" ae ‘Vo do Jipiter-c 7 Orbita (© VANGUARD EM OREITA comprimento, chega a 28.800 quilémetros por hora. Nao se abre como no Vanguard: é éle proprio o satélite, com todos os instrumentos instalados na metade da frente. Nos dois casos, 0 foguete leva apenas de 7a 12 minutos para ir da rea de langamento a sua érbita. E, a partir désse momento, um névo saté- lite est girando em volta da Terra doze vézes por dia. veda to, hte 15 Os Primeiros Satélites Artificiais Al HISTORIA dos satélites artificiais & muito recente. No dia 4 de outubro de 1957, os russos surpreenderam 0 mundo, colocando em érbita o Sputnik I. O ponto mais baixo dessa drbita (perigeu) era a 240 km e 0 mais alto (apogeu) a 960. Mesmo nessas altitudes, 0 ar, ainda que rarefeito, retardava, pelo atrito, a marcha do satélite Este caiu em janeiro de 1958 e se desintegrou como um meteorito. O Sputnik II foi langado a 3 de novembro de 1957, levando em seu interior um tripulan- te que ficou célebre: a cadelinha Laica, cuja viagem no espaco durou cérea de uma semana. Esse satélite também voou muito baixo na atmosfera terrestre e caiu depois de alguns meses. O primeiro satélite americano, Explorer I, foi colocado em sua érbita no dia 31 de janeiro de 1958, por um foguete Jupiter-C. Tendo seu perigeu alcancado 363 km, éle encontrou me- nos resisténcia da parte do ar. Mas o Explo- rer III, langado a 26 de margo de 1958, nado teve bom éxito. A altura maxima de sua érbita oval era de 2.520 km; a minima, porém, era de apenas 176 e éle caiu e se desintegrou trés meses e dois dias depois. Em compensa- Go, o Vanguard I, pésto em érbita no dia 17 de margo de 1958, ficaré no espaco ainda du- rante muitos anos, pois seu perigeu atinge 646 km, isto 6, um vacuo quase perfeito Os soviéticos langaram, a 15 de maio de 1958, o Sputnik III, pesando 1.250 kg; e os americanos, no dia 26 de julho, o Explorer IV, cujo apogeu atinge 2.188 km e o perigeu 283. Primeiros satélites russos e americanos que entraram em érbita (1957-1058) 16 ‘A fOrea centrifuga impede a queda dos satélites sSbre a Terra Por Que os Satélites Nao Caem? Qessv0 se gira uma pedra que est amar- rada 4 extremidade de um barbante, uma forea.a impede de cair: é a férca centri- fuga — a mesma que mantém os satélites em orbita Uma velocidade orbital de 28.800 km/h, no espaco, origina uma forca centrifuga (di- rigida para o exterior) exatamente igual & atracéo que a Terra exerce sobre o satélite. Se um déstes alcanca uma altura de 1.000 km, nao encontrar mais nenhuma resisténcia do ar e ficard girando indefinidamente em térno do nosso planéta. Isso pode parecer estranho porque, na Terra, todo. os objetos em movi- mento acabam parando por si préprios,se néo houver algum motor ou forga a impulsiond. los. Mas, na realidade, é 0 atrito que os faz 7 parar — atrito de rodas sébre uma estrada, atrito do ar contra um carro ou um avigo em grande velocidade. No vacuo, nada pode provocar ésse atrito que freia ésses movimentos. Os cientistas for- mularam essa lei do seguinte modo: Todo objeto que se desloca no espaco interplaneté- rio continua seu movimento até que alguma forca o faga parar. Assim, numa érbita acima dos limites da atmosfera, um satélite conti- nuaria a girar como a Lua. Esta, aliés, no que concerne as leis da mecanica celeste, em nada difere dos satélites artificiais, a nao ser pelo fato de ser muito maior. Mas se existir ainda a minima resisténcia do ar, o satélite termina caindo algum dia, como j4 aconteceu a varios que foram colocados em érbita Quando Uma “Lua” Cai JUANDO os meteoritos atingem a atmos- fera terrestre, 0 atrito do ar os inflama. Bles se transformam, entdo, em “estrélas ca- dentes” e emitem uma luz brilhante até se consumirem totalmente. Da mesma forma, oe EI um satélite, quando cai, transforma-se num meteorito flamejante. Mas isso acontece pro- gressivamente. A principio, a resisténcia do ar rarefeito das grandes distancias faz 0 saté- lite perder altura pouco a pouco e, no momen- to em que éle se aproxima mais da Terra, acontece uma coisa estranha: em lugar de sua marcha ser diminuida pelo atrito das mo- léculas, sua velocidade aumenta. Ele é arras- tado para a Terra pela atracdo que se torna, a cada instante, mais forte. A medida que o satélite desee, 0 ar em volta déle se torna mais denso; e, quanto mais © ar se densifiea, mais a resistencia do mesmo © aquece. Finalmente, depois de alguns meses, © satélite descreve uma espiral que o arrasta a uma altura inferior a 160 km. Eo ar, ai, & to denso que o faz ficar vermelho e, depois, branco. Seu metal se funde. Ninguém jamais assistiu aos seus Ultimos momentos, mas os especialistas asseguram que o metal queima como papel. A cérca de 100 km, altura onde os meteo- ritos se consomem, o satélite se desintegra numa explosdo de centelhas. Restos de cinzas, finas como pé, 6 caem sébre a Terra horas ou mesmo dias mais tarde ss. ’ t uragke do giro 1 = I - \ 1 ‘y # ND, Dvragie do. aire \ horas % w N, \, (Os satélites podem seguir multas érbitas em suas voltas em térno da Terra, eorneges Orbitas 4 Vontade 0: cientistas russos escolheram a érbita polar para seus satélites. Isto quer dizer que éstes passam sébre os pélos norte e sul, a cada uma de suas evolugdes em volta da Terra. Os americanos preferiram a érbita equa- torial, na diregdo leste e oeste. Entre as duas existe um numero infinito de trajetérias possiveis, mais ou menos obli- quas, nordeste-sudoeste, ou suleste-noroeste, etc. Os satélites poderiam percorrer qualquer uma dessas. Nao é a diregao que tem impor- tancia, mas sim a altura e a velocidade atin- gidas. O que importa, realmente, é dar forca inicial suficiente ao foguete, para que éle possa langar o satélite & altura que se deseja 19 Segundo as leis da gravidade, quanto mais altura, menos velocidade é necessria para impedir que os satélites caiam novamente sdbre a Terra. Abaixo de 400 quilémetros, éles dao cérea de 16 voltas por dia em térno do nosso planéta; a 800 quildmetros, 14 voltas; a 1.600, 12 voltas, ou seja uma volta de duas em duas horas. Existe uma érbita especial — a 35.200 quilémetros — na qual um satélite daria apenas uma volta em tdrno da Terra, em 24 horas. Sua velocidade, portanto, seria igual A da rotacdo terrestre e éle ficaria exata- mente s6bre 0 mesmo ponto, o tempo todo Se éle fosse colocado em érbita sobre o deser- to do Saara, por exemplo, ali permaneceria, dia e noite amen. € Quarto estinio do fogvete Instrumentos em miniatura do Explorer para transinitir & Terra dados do espago. O Satélite Fala Tors os satélites sféo munidos de mara- vilhosos instrumentos cientificos que recolhem dados sobre as caracteristicas do cosmo, como a intensidade das radiagées, a densidade do ar, o niimero de meteoritos, etc. Bsses dados séo retransmitidos & Terra por meio de sinais em cédigo que podem enviar varias mensagens ao mesmo tempo, no mesmo ‘comprimento de onda Sabendo-se que é necessario um foguete de mais de 750 quilos para colocar em érbita um satélite de meio quilo, todos os instrumen- tos so mimisculos. Cientistas e engenheiros fabricaram um transmissor de radio do tama- nho de uma pedra de dama, mais leve que um camundongo e que emite sinais a 800 quilé- metros de distancia. Cada satélite tem dois radios. Um emite sinais fortes e gasta suas baterias em mais ou menos trés semanas; 0 outro emite sinais fracos e pode durar varios meses. Depois, ambos se calam. Mas o segundo transmissor do Vanguard I foi alimentado por uma extraordindria fonte de energia: pequenas placas de silicom que se recarregam sozinhas, transformando, dire- tamente, a luz solar em eletricidade. Segundo os especialistas, 6 provavel que os sinais emi- tidos gragas a essas baterias solares ainda seréo ouvidos na Terra daqui a um século Na Pista dos 0: sinais dos satélites, vindos diretamente do espago, so captados em estacées receptoras espalhadas por todo o mundo. Os Estados Unidos montaram dez delas ao norte e ao sul do equador e cérea de meia diizia nas regides tropicais do Atlantico e do Pacifico Algumas dessas estacdes se utilizam do sistema Minitrack, determinando a posigio do satélite, quando passa sdbre elas, através do radar, do radio e de cdmaras ultra-répidas. Outras (Microlock) tém um radar de grande sensibilidade que pode seguir uma érbita com preciso abgoluta Tédas sfo equipadas com dispositivos telemétricos para decifrar os sinais dos satéli- tes, cujas mensagens so traduzidas, a fim de permitir seu estudo cientifico. Centenas de grupos de voluntarios fazem parte de um vasto sistema em todo 0 mundo que acompanha os trajetos dos satélites. Bsses voluntarios néo séo cientistas, mas apenas pessoas que tém uma paixdo em comum: seguir satélites. Bles se remem em pequenos postos situados ao abrigo das ofuscantes luzes da cidade, de madrugada ou ao crepiisculo, inicos momentos em que as luas artificiais so Satélites visiveis. Com a ajuda de lentes, de telescé- pios e de cémaras, ésses voluntarios anotam a hora em que os satélites passam sdbre éles € sua velocidade E, como essa velocidade (28.800 km/h) é muito superior & da Terra (1.600 km/h), todos aparecem a oeste e desaparecem a leste, exa- tamente ao contrario do movimento dos astros. Um satélite parece uma estréla, mas atraves- sa o céu como um vagalume e fica visivel ape- nas de 3 a 7 minutos. Pouco antes da aurora ou do pér do Sol. Camara grande-angular para seguir os satélites 21 Estacoes Habitadas Hever. algum dia, estagdes que levarao téda uma equipe em sua érbita. Elas serio muito mais importantes do que os saté- lites e precisardo de uma flotilha de foguetes para langé-las. A primeira levaré os trabalhadores. Tera 3 ou 4 estdgios, dos quais o ultimo, munido de aletas, sera o satélite propria- mente dito, no qual estaro os homens. As ale- tas sero necessdrias para o véo de volta, quando o trabalho estiver terminado Desde que ésse satélite esteja em sua érbita, dezenas de cargas gigantescas lhe serao enviadas. Elas conteréo todo o material de construgio e utensilios necessarios para mon- tar a enorme estagéo que, uma vez terminada e cheia de ar, sera herméticamente fechada. Varias estacdes nesse género foram imagina- das, todas com formas estranhas. Sem duvi- da, uma das mais praticas é aquela de uma enorme roda, cujo aro exterior lembra um pneu. Na realidade, é um tubo 6co de 3 a 6m de largura, em cujo interior viveriam as pes- soas. Corredores dispostos em raios conduzi- riam ao centro, onde os foguetes cargueiros chegariam e seriam descarregados. ESTAGAO ESPACIAL EM FORMA DE RODA Essa enorme estacdo de 75 m de diametro giraria sdbre si mesma 3 vézes por minuto, 0 que geraria uma forca centrifuga no aro ex- terior igual A metade da gravidade terrestre. Essa aparente gravidade permitiria que os homens caminhassem normalmente; sendo, @les flutuariam e sua locomocao se tornaria muito dificil . Futuras estagées do cosmo. Os operitios do futuro trabatharfo a 1.800 km de altura Construcao 0 TRABALHO de construcdo feito a 1.000 ou 1.500 quilémetros da Terra sera muito diferente daquele que conhecemos em solo firme, Depois de colocados em érbita numa astronave de aletas, os trabalhadores vestiréo sua roupa pressurizada e sairdo do aparelho, flutuando sem péso no vacuo inter- planetario. Para se movimentarem, éles pre- cisardo de pistolas a jato, que langardo gases. Cada jato os fara recuar — exatamente como os foguetes. Mas, por medida de seguranca, sero atados A base por longos cabos, pois, se recuarem para muito longe, acabarao deri- vando no espaco, ficando perdidos para sempre. Bsses operdrios comecarao descarregando os foguetes de carga, A medida que éles che- garem & sua érbita. Para éles, as vigas de ago no pesargo mais do que uma pluma. “ We das Estacoes Depois, éles encaixardo e soldaréo, uma por uma, as pecas da estacéo, 0 que pode levar semanas e até mesmo meses de trabalho Terminada essa fase, a primeira equipe vol- taré a Terra para repousar, sendo substituida por outra. Para voltar ao nosso planéta, o satélite se utilizaré da fora de reserva do seu foguete, para sair de érbita; deslizaré durante algum tempo nas camadas superiores da atmosfera, a fim de que o ar rarefeito o va freando sem desintegré-lo como um meteorito. Precisara passar de 28.800 km/h a menos de 1.600 para aterrar sem danos. As equipes se revezarao num vaivém constante, até que a estacdo este- ja terminada, enchendo-a de ar, por meio dé bombas. Sé entdo poderdo tirar suas roupas pressurizadas para se instalarem confortavel- mente no interior do satélite 23 Sera Que Vai Chover? 0 PROJETO para um satélite meteoro- légico j4 foi elaborado por especia- listas. Sua drbita serA polar, a fim de que, a cada dia, éle sobrevoe téda a superficie ter- restre. Os observadores do espaco poderao, entio, estudar as formagdes das nuvens, os ventos, as chuvas, as borrascas, tempestades correntes oceanicas do mundo inteiro. Depois de postos em ordem por cérebros eletrénicos, ésses dados permitirao o estabelecimento, com um més de antecedéncia, de previsdes meteo- rolégicas 97 % exatas Essa precisio sera possivel porque os instrumentos do satélite mediraéo também todo o calor, luz e outras radiagdes provenien- tes do Sol. E sao essas radiacdes que determi- Catistrofes assinaladas do espaco, 24 .’ nam 0 tempo que teremos na Terra. O calor do Sol evapora a Agua, e ésse vapor, esfrian- dose, forma as nuvens de chuva. O ar super- aquecido do equador toma a direcdo norte, e 0 ar muito frio do Artico se desloca para o sul, criando, assim, os ventos. Sé sera possivel estudar as radiagdes solares no satélite me- teorolégico, onde elas nao serdo filtradas por nossa atmosfera. Além disso, ésse observatério espacial enviara sinais de alarma, sempre que um de- sastre natural for se abater sbre a Terra Seus telescépios assinalarao, imediatamente, tufdes, furacces, terremotos e, até, erupcoes vulednicas. Répidas adverténcias transmitidas pelo radio salvarao milhares e milhares de vidas humanas. ‘Um programa do Oriente poderé ser visto, na Televisao Mundial fora, pelos seldentss As ondas radiofénicas podem dar a volta em redor da Terra, mas os sinais da televisdo s6 se propagam em linha reta até ao horizonte, ou seja, cérea de 80 quilémetros Torna-se necessario, ento, estabelecer-se uma custosa réde de estacdes retransmissoras, para que um programa seja assistido de uma extre- midade a outra de.um Pais ‘Nao mais precisaremos dessas instalagées, desde que o satélite retransmissor seja posto em efetivo funcionamento, a mais de 35.000 quilémetros de altura. Sinais de televisao lhe 25 sero enviados da costa leste de um continente e éle os retransmitira & costa oeste, sem difi- culdade, pois nao haveré obstéculos barrando- Ihes a passagem. Se trés désses satélites forem colocados em érbita, formando um triangulo imaginario maior do que a Terra, poderao enviar sinais um ao outro, e a recepcdo dos programas se estenderia, entao, ao mundo todo Varias experiéncias importantes ja foram feitas nesse sentido. Utilizando-se do satélite artificial Early Bird (Passaro Madrugador), © Presidente Lyndon Johnson apareceu nas telas de televisio da Europa. Médicos, na Suiga, assistiram a uma operagao do coragao realizada nos Estados Unidos e diretamente transmitida. Hoje, ja existem cérca de 240 canais de televisdo e telefone entre a América e a Europa, interligados por ésse mesmo satélite. Dentro de algum tempo, poderemos assis- tir a partidas internacionais de futebol, ou a um espetaculo teatral, ou a entrevistas de lideres mundiais. Alguns programas, nos Estados Unidos e na Europa, ja so apreciados diretamente por algumas dezenas de milhées de telespectadores, mas, com a réde mundial de televisao, éles se contarao por centenas de milhdes. Os satélites-cartéurafos nos indicarfo a posiglo exata das ilhas Cartografia Césmica U M outro tipo de satélite especializado sera equipado com camaras de lentes teles- cépicas que fotografarao cada centimetro da superficie terrestre. O quase desconhecido continente antartico, as regides inexploradas da selva amazdnica, os desertos desabitados, as vastas reas oceanicas por onde os navios nunca passam, serao assim conhecidos com exatidao Quando ésse jégo de armar fér reconsti- tuido e disposto em um enorme mapa-mundi, teremos o mapa mais detalhado que ja vimos Até hoje, apenas 30% da superficie do globo foram estudados pelos cartégrafos; o satélite Ihes sera de grande utilidade, ajudando-os a terminarem sua tarefa. Alguns erros de nossos atlas atuais tam- bém serao corrigidos. As distancias entre qualquer ponto da América e da Europa, por exemplo, séo sempre determinadas com cérca de 150 metros de margem de érro. Bsse saté- lite diminuira essa marcem para perto de 90 centimetros. Em nossos mapas atuais, muitas ilhas iso- ladas estdo a quilémetros de distancia de sua posigdo real, tanto que, as vézes, os navios le- vam horas & sua procura. O satélite revelaré suas posicdes exatas. Ble tera essa preciso absoluta porque giraré em sua érbita com a regularidade de um cronémetro; sua passagem acima de qual- quer ponto da Terra ndo variaré mais de um milionésimo de segundo. Assim, um feixe de ondas langado por um radar sébre qualquer ponto da superficie nos dar a posigéo exata désse ponto, gragas a formulas matematicas j4 bem nossas conhecidas Hospital do Espaco Mes doentes cardiacos recebem conse- Ihos de seus médicos pata emagrecer, a fim de nao sobrecarregarem 0 coragdo. Mas isso é aqui embaixo, na Terra; no espago, ésses doentes nao terao péso. Os médicos de hoje j& sonham com um hospital girando em térno da Terra. La, até um doente de 150 quilos flutuara de uma sala para outra como uma pluma. E muitas vidas poderdo ser prolongadas Esse género de hospital seria precioso também para os cirurgides. As operacdes se- riam praticadas ali sem o menor perigo de infecgées, pois nao ha micrébios no espago sem vida. Seria um lugar perfeito para o isola- mento dos que estivessem sofrendo de doencas contagiosas graves — microbios e virus néo podem viver no vacuo espacial, Nenhuma epidemia poderia se propagar dessas enfer- marias. Bsse aviso que nos é tao familiar Hospital, Siléncio’, seria totalmente desnecessario 1a, onde os sons nao se propagam. Nada de buzi- nas estridentes nem outros quaisquer ruidos das cidades que poderiam perturbar o repouso dos doentes — éles estaréo cercados pelo siléneio total dos espacos interplanetarios Por essas e outras razées, um hospital do espa- ¢0 seria preferivel a todos os que existem na Terra Repouso em um satélite-hospital 27 LABORATORIO D0 ESPACO ‘As pesquisas serio mals faceis em um laboratério espacial Laboratorio Flutuante A S pesquisas cientificas muito ganhariam com um laboratério instalado numa estagdo espacial. Na Terra, por exemplo, é dificil de se conseguir um vacuo absoluto em algum recipiente, enquanto que, no espaco, éle estaria, constantemente, a disposicdo dos cientistas. Em nosso planéta, 0 calor atrapa- Jha o estudo das baixas temperaturas; no cos- mo, a0 contrario, a temperatura de todos os objetos protegidos da luz solar é quase zero. hidrogénio eo hélio gasosos poderiam ser liqiiefeitos em grandes quantidades, facilmen- te e quase sem despesas, 0 que daria um gran- de impulso aos estudos sdbre o frio. Mas, se os cientistas precisassem de calor para as rea- ges quimicas, nada mais facil: bastaria abrir uma janela e deixar entrar os fortissimos raios do Sol. Na Terra, a atmosfera os filtra, enfraquecendo-os; mas, no espago sem ar, éles fariam subir a temperatura centenas de graus em poucos segundos ‘Na pesquisa pura, o laboratério do espaco poderia obter resultados praticos ém menos tempo ‘Acredita-se que uma corrente elétrica de alguns milhées de volts gira constan- temente em volta do equador a uns cem qui- lometros de altura. Essa forga é superior & que fornecem tédas as centrais da Terra Se os cientistas encontrassem um meio de captar essa fonte de energia gratuita, a eletri- cidade se tornaria baratissima e poderia ser fornecida em quantidades ilimitadas, a todos os habitantes do globo. Observatorio Espacial 0: astrénomos também encontrardo, num satélite, o observatério ideal. Apontan- do seus telescépios em direcéio ao espaco cés- mico, éles verdo planétas e estrélas com uma nitidez bem maior do que da Terra. Mesmo das montanhas, onde muitos observatérios estado situados, as imagens captadas pelos te- lescdpios sao freqiientemente deformadas pela bruma, pelas nuvens, pelas ondas de calor e pelos ventos Se as estrélas parecem cintilar, é inica- mente por causa das deformagoes que os raios luminosos sofrem na atmosfera. No espaco, seu brilho seria firme. Um telescépio de 65 centimetros seria mais titil do que o de 5 me- tros, situado no monte Palomar. Além disso, todos os instrumentos poderiam ser enormes, J que, no espaco, nao teriam péso; e no se- riam necessarias as grandes bases de cimento para sustenté-los: flutuariam facilmente, e um mintsculo motor giroseépico seria suficiente para fazé-los girar e seguir 0 movimento dos © paraiso dos astrénomos: astros com preciso absoluta. As fotogratias das nebulosas longinquas e pouco brilhantes nao apareceréo mais tremidas pela vibragdo dos instrumentos, 0 que acontece comumen- te na Terra. Seguramente, os astrénomos do espaco descobriréo mais segredos do vasto universo que todos os seus predecessores, estu- diosos de mais de cinco séculos. j tum teleseépio no espaco 29 Energia Solar Ilimitada 0 SOL serd a fonte de energia mais eco- némica. Num dia ensolarado, o calor que incide sdbre o telhado de uma casa equi- vale como energia a 67 quilos de carvao ou 53 litros de gasolina. A quantidade total rece- bida pela Terra em um dia é igual a todo o carvao ou a téda a gasolina que se consumiu nos tiltimos cem anos. Alias, todos os combustiveis que utiliza- mos hoje em dia — salvo o urdnio — provém diretamente do Sol. As imensas florestas, in- cendiadas por um calor ardente ha milhares de anos, se transformaram em carvio. O pe- tréleo é resultado da putrefagao de organismos que precisavam de Sol para viver. E a ago do calor solar no ar e na gua que nos da a forga dos ventos e a energia hidréulica. f cla- To que seria mais légico utilizarmos direta- mente a energia solar, mas isso néo é facil. As dimensées dos espelhos nos fornos solares sio forgosamente limitadas, pois, do contré- Tio, éles se derreteriam sob seu proprio péso; as nuvens cobrem o astro-rei uma boa parte do tempo. No espago césmico nao ha nuvens, e 0 Sol brilha continuamente. No futuro, imensos espelhos, em érbita, recolherdo essa energia 0 dia inteiro; éles poderdo ter as dimensdes que quisermos, jé que nao terao péso, e concentra- To os raios do Sol sdbre baterias onde placas de silicone a transformargo diretamente em eletricidade. Esta sera enviada a estacdes receptoras da Terra, que conduziro a corren- te, através de fios, para nossas casas e nossas fabricas. O custo do combustivel — a luz do Sol — ser nenhum a incicinds 2 CENTRAL COSMICA Os destrocos radiatives desaparecerio no cosmo. Experiéncias Atémicas Sem Perigo 0 MUNDO inteiro, hoje, teme que as experiéncias atémicas provoquem. quedas de poeira radiativa sébre a Terra. Uma contaminagao nuclear no solo e nas co- Iheitas poderia provocar a fome, enquanto que as radiagGes absorvidas pelos séres huma- nos poriam em risco as geragdes futuras no que diz respeito a devastagées biolégicas ‘Tédas essas angiistias desapareceréo no dia em que pudermos utilizar 0 maior campo de experiéncias conhecido: cosmo. Bem dis- tante da Terra, um satélite especializado fara explodir tantos engenhos atémicos que se qui- ser tentar, e os destrocos se dispersardo, ino- fensivos, no espaco livre. Como nao ha vidas no espaco atmosférico, nenhuma delas sera sacrificada. Nenhum bem sera destruido aci- dentalmente, nenhum terrestre contaminado pelas explosées, ninguém tera contato com as 31 radiagdes mortais, nenhuma cidade, nenhum exéreito atingido pelas poeiras radiativas: Nada, num raio de milhdes de quilémetros, impediré as experiéncias. Nao sera preciso medir a cratera feita por uma bomba, a fim de se saber a sua eficécia. Ela podera ser exata- mente calculada pelos instrumentos que re- gistram as dimensdes do “cogumelo”, a clari- dade das radiagdes e indicam 0 ntimero de me- gatons de TNT a que equivalem A utilizagdo do atomo com objetivos de paz poderd igualmente tomar uma grande extenso no espaco onde nenhum quadro de projecdo ou dispositivos de seguranga que limitam as dimensées de nossas centrais nu- cleares sero necessarias. O futuro talvez veja pilhas atémicas girando em sua érbita, produ- zindo energia elétrica e enviando-a eletréni- camente para a Terra azides do refrigerodor eésmico, em foguetes, 0s ali: renioe serio fangedos com "parasquedas, nas) resides tsoladas pela fore Refrigerador Cosmico M_ muitos paises, os excedentes agricolas so estocados com grandes despesas, a fim de se evitar a queda dos pregos; insetos e bactérias os atacam, apesar de tédas as pre- caugées, causando grandes estragos. A manteiga, o leite e muitos outros tipos de géneros pereciveis devem ser guardados em lugares refrigerados 32 ‘Todas essas dificuldades poderdo ser re- solvidas se os produtos agricolas forem guarda- dos no espago. Nao sera necessaria a constru- gao de armazéns: sacos ou caixotes flutuaréo no vacuo. No vacuo glacial, onde nem insetos nem bactérias podem subsistir. Com sua bai- xa temperatura, 0 espaco césmico sera 0 mais perfeito refrigerador de que 0 homem podera langar mao. Todos os alimentos — até o leite ¢ a manteiga — poderao ser guardados duran- te séculos sem se deteriorarem Se houver fome em alguma parte da Terra, as provisdes serdo retiradas de érbita, descerao em espiral e serao dirigidas para as regides atingidas, onde aterrardo, gracas a para-quedas. Esse refrigerador césmico girara em tor- no da Terra nunca a mais de 800 quilémetros de qualquer ponto de nosso planéta. Em algu- mas horas, sem caminhées, trens ou navios, as cargas de viveres poderao ser langadas a qual- quer populagdo necessitada. Suprimira assim, definitivamente, a ameaga de fome no mundo, Satél MPREENDEDORES homens de negécio talvez invistam capitais num satélite turistico, colocado em uma érbita polar, a fim de passar sobre tédas as partes do mundo. As maravilhas da Terra serdo vistas, entao, por telescépios postos & disposigao dos viajan- tes: a grande muralha da China, 0 “canyon” do Colorado, os Alpes, as aldeias de pigmeus da Africa, os continentes polares, as estétuas gigantes da ilha da Pascoa, os templos do Tibete, 0 pico do Evereste, 0 rio Amazonas, ete. Téda a superficie do Globo desfilara sob os olhos dos passageiros do satélite turistico, em algumas horas, pois éste fara um giro em torno da Terra numa velocidade 25 vézes su- perior a do aviao mais rapido. ‘Além disso, o turista vera néo sémente nossa planéta, mas também o espago. Poderé contemplar as estrélas em pleno dia, da mesma forma que o Sol. Nao haveré ar para refratar 0s raios solares e obscurecer os astros como na ‘Terra. O Sol mostrar em todo o seu esplen- dor o brilho rutilante de sua coroa e de seu Estagio do satélite de turismo ite e 33 halo que nés sé podemos observar daqui du- ante os eclipses totais Por um telesedpio um pouco mais possan- te, os turistas poderéo ver, nitidamente, os circulos lunares, as quatro maiores luas de Jupiter e os anéis de Saturno. Por muitas ra- zées, 6 bem provavel que ésse satélite de tu- rrismo obtenha grande sucesso. Estadio no Qe empreendimento muito lucrativo sera a construcdo de um satélite-esta- dio. Os espectadores chegardo a éle em peque- nos foguetes que assegurardo o contato com a Terra. Sera sem diivida uma grande esfera cheia de ar. Girando lentamente sdbre seu eixo, cria- ra um péso artificial por meio da férca centri- fuga. Imprimindo-lhe diferentes velocidades, obter-se-4 a gravidade terrestre ou qualquer outra que se desejar. \X\, , SX) "Todos os recordes sero batidos, nos Jogos Olimpices do Espace. 34 ESTADIO D0 ESPACO # provavel que se utilize 1/2 g para os espetaculos de grande efeito. Com a metade de seu péso normal, os atletas conseguiro resultados duas vézes mais sensacionais do que se estivessem na Terra. Todos os recordes sero batidos durante ésses Jogos Olimpicos do Espaco. Os grandes campeses de salto em altura, por exemplo, atingirdo 4,20 m, 0 que 6 quase o recorde atual do salto com vara. Em compensagdo, os saltadores de vara ultrapas- sardo os 9m de altura. E, assim, em tédas as modalidades de atletismo os recordes da Terra sero duplicados E os espectadores vibraréo vendo um atleta percorrer a milha em menos de dois minutos. Trabalnando 24 horas por dia, 0 Olho do Espace “verla” os menores sSinais de spressio. O Olho do Espaco Des da invengdo do aeroplano, as na- des nao tardaram em construir organi- zagées préprias para a aviagdo e em construir bases. Estagdes colocadas em érbita seréo igualmente utilizadas como espagoportos. Uma frota de foguetes armados se tornaré uma espécie de marinha césmica Patrulhando 0 vacuo espacial acima dos continentes, assim como os avides patrulham a atmosfera, ésses foguetes se reabastecerao e farao suas revisdes periédicas nos satélites- arsenais. Bles estardo prontos a rechacar qualquer ataque de bombardeiros vindos do espaco Mas € possivel que 0 sonho de muitos cientistas se torne realidade e que jamais se cumpra a ameaga de uma guerra césmica: seria construido um enorme pésto de observa- a0 — o Olho do Espaco — e confiado as for- cas das Nagdes Unidas, para ser aproveitado por todos os povos. Esse Olho seria munido de possantes telescépios, radares e cémaras de televisio, para uma constante vigilia da su- 35 perficie terrestre. Todos os exércitos em mar- cha, todos os bombardeiros em véo e, até, os foguetes balisticos intercontinentais seriam acompanhados. Nenhuma Nagao poderia ten- tar um ataque de surprésa que nao fésse ime- diatamente desmascarado. Isso tornaria uma agressao tao dificil que o resultado seria uma paz duradoura para a Humanidade MARINHA DO ESPACO Espagoportos sero os centros da clreulagio interplanetéria Espacoporto Interplanetario Yo estado importante ser designada pelo nome de Espacoporto Interplane- tario. De 1a, partiréo os foguetes, primeiro para a Lua, e depois para Marte, Vénus e ou- tros planétas Essa estagdo teré um trafego superior ao de um aeroporto internacional, pois expedi- des partirao regularmente para outros mun- dos e astronaves voltardo trazendo documen- tos cientificos ESPACOPORTO 36 Minerais preciosos, achados em outros planétas,serdo ali descarregados;e foguetes de carga os trarao para a Terra. Plantas ou animais estranhos chegarao de lugares distantes. Equipes médicas exami- nardo constantemente as tripulagdes, a fim de que elas ndo sejam portadoras de micrébios desconhecidos, que poderiam provocar epide- mias. Fiscais do espago examinaro cuidado- samente as cargas para exterminar os insetos que causariam grandes estragos em nossas colheitas, se fossem trazidos acidentalmente para a Terra O espaGoporto sera dotado de uma possan- te estagao de radio para captar os apelos de astronaves em dificuldade ou os S.0.S. de expedicdes perdidas em outros planétas ou no espaco Depois das primeiras exploracées e da instalagdo de postos avangados no espaco, os veranistas se precipitarao em massa para visi- tar outros mundos. O espacoporto ser 0 cen- tro de uma réde de vias espaciais que se esten- dera progressivamente a todo o sistema solar, até que nossa familia de planétas se torne tao familiar como, hoje, os paises estrangeiros na Terra A Vida em Uma Al VIDA em qualquer estagao espacial sera bem diferente em relagao a da Terra. As pessoas sé respiraréo 0 ar armaze- nado ou artificialmente constituido em re- servatérios sob pressio. Os dias e as noites se sucederdo em ritmo acelerado, pois a esta- do entrara e saira da sombra da Terra, cérca de 10 vézes em cada 24 horas. Mesmo durante os momentos de claridade, seus tripulantes verdo brilhar, a0 mesmo tempo, as estrélas e 0 Sol Nas estages que ndo girarem sdbre si mesmas, para criar um péso aparente, os ho- mens flutuardo continuamente. Movimentar- se-do agarrando-se pelas mos ou impulsionan- do-se de uma parede a outra, quase como pei- Estacao Espacial xes em um aquério, Dormiréo suspensos no ar, perfeitamente & vontade, sem precisar de camas. A principio, tero dificuldade em comer. Os liqiiidos apresentarao problemas mais com- plexos e sera necessario tomé-los com ajuda de canudo Nas estagdes em forma de roda, que gira- rio sobre si mesmas, criando uma gravidade artificial, 0 chao sera a parede exterior da roda. Quando os homens andarem em suas ha- bitagGes circulares, ficardo de cabeca para bai- xo a fim de alcangar o outro lado da roda. Tudo isso parecera um pouco inquietante no coméco, mas a tripulacao acabard se ha- bituando Em um satéite, das as posigdes so boas 37 Perigos do C2: perigos, desconhecidos na Terra, deverao ser enfrentados pelas tripula- ges dos satélites. Blindagens especiais serao instaladas para impedir a penetracao de radia- Ges césmicas pelo menos dez vézes mais in- tensas no vacuo do que na Terra Até os raios solares (ultravioleta) que simplesmente nos bronzeiam nas praias, carbo- nizariam nossa pele em poucos instantes, no espaco. Tédas as vidracas dos satélites tripula- dos deverdo ser feitas com vidros grossos foscos para facilitar essas radiagdes Além désses, somente um perigo sério ameagara a tripulagdo dos satélites e das as- tronaves: os meteoritos. Milhares désses cor- pos atravessam o espaco a téda velocidade Felizmente, na maioria das vézes séo minis- culos como graos de areia e s6 arranhardo a parede exterior das naves. Mas a continui- dade désses choques acabara por enfraquecer certas partes da capa metélica dos satélites Inspegées regulares e minuciosas deverdo ser feitas, reforcando-se, sempre, os lugares mais atingidos, com sdlidas placas de metal De vez em quando, um meteorito maior, do tamanho de uma bola de gude, atingiré a parede como um obus. Soardo, entao, os sinais de alarma enquanto o ar comegard a escapar Para 0 vacuo exterior. Mas todos os satélites artificiais serao divididos em compartimentos estanques, e portas automaticas fechardo her- méticamente tédas as cmaras atingidas Se algumas pessoas ali ficarem bloqueadas, deverao vestir logo capacetes que Ihes permi- tirdo respirar; equipes de mecanicos soldarao uma placa de metal sdbre o furo e uma nova provisdo de ar sera bombeada para dentro da camara. Mecinico repara um furo felto por meteorite na parede de um satélite 38 Foguetes farlo viagens de ida e volta & Lua ‘rita para atinale A Lua Como Alvo Jc tempo passara até que se cons- truam as primeiras estagdes do espaco. Antes disso, foi preciso realizar um outro pro- jeto importante: o envio'de um foguete & Lua. No dia 11 de outubro de 1958, um foguete americano de quatro estagios e 26 metros de comprimento langou, em diregao ao nosso saté- lite, um projétil de 37,5 quilos, chamado Pioneiro, Mas sua trajetéria estava incorre- ta, sua velocidade insuficiente e éle sé per- correu um térgo do caminho. Caiu de volta & 39 Terra e se desintegrou 44 horas mais tarde, no sem, antes, ter batido todos os recordes de distancia, pois percorreu 140.000 quilémetros. Fora a primeira grande tentativa. Enquanto os americanos faziam tentati- vas com 0 seu Pioneiro, os soviéticos atingi- ram a Lua com um foguete, no dia 13 de se- tembro de 1959: era o Lunik II. Entretanto, © verdadeiro pouso na Lua sé foi coneretizado &s 16 horas, 45 minutos e 30 segundos do dia 3 de fevereiro de 1966 Os autores da faganha foram os soviéticos, com o Lunik IX, que pousou no oceano das ‘Tormentas, a oeste das crateras de Reiner e Maria, Essa nave espacial, alimentada por baterias solares, transmitiu para a Terra um grande nimero de fotografias e dados impor- tantes sObre a Lua, num raio de 2,5 km. Ao aproximar-se da Lua, o Lunik IX se abriu como se fésse uma flor gigantesca: suas enormes pétalas, juntamente com a acdo de seus retrofoguetes, ajudaram a diminuir a velocidade e a amortecer a sua queda. Enquan- to isso acontecia, quatro esguias antenas (cada uma correspondendo as pétalas) se pro- jetavam; elas colheriam os retratos*da Lua, através de cdmaras de televisao. mais de 5 * ‘Cumes das de 7.500 m. 2 10.500 m * Superticie quase igual AAG O Primeiro A PRIMEIRA etapa da viagem a Lua esta vencida. Resta, apenas, que o homem chegue até 14. O piléto da astronave que o fizer dever vestir uma roupa pressurizada, pois nao existe ar na superficie do nosso satélite E, nao havendo ar, o som nao se propaga: reina osiléncio total Pela mesma razdo, também nao ha_pro- tegdo contra os raios do Sol. O explorador pisara s6bre rochas que serao como carvées ardentes; e, quando chegar a noite da Lua, 0 termémetro desceré abaixo de zero. Sémente a atmosfera que temos em volta da Terra tem- pera ésses calores e ésses frios excessivos ‘A gravidade na Lua equivale a um sexto da nossa. Se o piléto pesar 90 quilos na parti- da, teré apenas 15 quando la chegar. Podera dar saltos de 30 metros sobre as crateras, cair de uma altura de 15 metros sem sofrer gran- des danos, e arremessar um enorme bloco de pedra, como se fésse uma bola de futebol A Lua nao possui fendmenos meteorolégicos, exceto o térrido sol do dia e o frio glacial da noite — dias e noites de duas semanas cada um, por causa da lenta rotagdo do astro em t6rno do seu eixo 40 Na tua, o homem saltaré 20 metros Homem na Lua O primeiro homem que la chegar sera 0 primeiro ser vivo naquele mundo absoluta- mente morto, sem ar e sem agua. Nenhum. mierébio, nenhum verme pode viver ali, No céu, durante a noite, o pildto veré um disco braneo de didmetro quatro vézes superior ao da Lua vista da Terra: sera o nosso planéta a 384.000 quilémetros de distancia As Verdadeiras Astronaves Fseovexreuenrs, imaginamos as fu- turas astronaves decolando da Terra para o espaco. Isso seria um desperdicio inutil de centenas de toneladas de carburante para vencer a atracdo do nosso planéta. Os cientis- tas tém projetos diferentes. © aparelho sera montado em estacées espaciais préviamente lancadas, a cérca de 1.500 km do solo. Juntar-se-ao, em érbita, as pecas enviadas em foguetes de carga, que também levardo 0 combustivel. A astronave partira dessa estagao, ja com uma velocidade de 28.800 km/h. Assim, precisara de apenas mais 11.200 km para atingir a velocidade de liberacdo, que lhe permitira escapar a atracao terrestre. Bsse lancamento do espaco exigira apenas a décima parte do carburante que seria necessario para a mesma operagéo feita da ‘Terra Outra vantagem désse lancamento do espaco: jd saindo de fora da atmosfera, a as- tronave no precisara ter forma aerodina- mica, Os incdmodos reservatérios e outros elementos poderao ser montados de outr& for- ma, sem outra preocupagdo que nao seja a comodidade. Diversos modelos ja foram ima- ginados, e todos de aspectos os mais bizarros, sem nenhuma semelhanga com os atuais fo- guetes em forma de cigarro que precisam atravessar a densa atmosfera terrestre Voltando de Marte ou de qualquer outro planéta, 0 aparelho pousar na estagao espa- cial, onde a tripulagdo saltaré, passando para 4 um foguete aerodinamico provido de pequenas asas, que a levaré para a Terra, juntamente com a carga A astronave, essa jamais se aproximara a menos de 1,500 km de nosso planéta ‘As astronaves terdo estranhos aspeetos Missao em Marte Possaxzes telescépios permitiram aos astrénomos distinguir, em Marte, gran- des manchas verdes, que crescem durante 0 vero do planéta e escurecem durante o seu inverno. Pode tratar-se de uma forma de vegetagdo que tem ciclos conforme o clima. Observou-se, também, que as calotas de gélo, nos pélos, diminuem o verdo, estendendo © inverno. Ainda que muito rarefeita, a at- mosfera marciana contém azéto, vapor de Agua, dcido carbénico e tragos de oxigénio, todos os elementos necessarios para a criacdo da vida. £ até possivel, se bem que pouco provavel, que haja insetos e pequenos ani- mais em Marte Para os terraéqueos, ser um planéta hos- pitaleiro, Nao precisaremos de roupas quen- tes durante o vero, pois a temperatura vai a 15 graus; mas serdo indispensaveis capacetes respiratérios, pois a densidade do ar, igual & da nossa estratosfera, é muito fraca para os nossos pulmées. O dia de Marte tem, apenas, 37 minutos mais que o nosso, mas as outras condigdes sio muito diferentes. O péso é trés vézes menor do que o da Terra ¢, a noite, véem-se duas luas: Deimos e Fobos, esta, a mais préxima, gira em tdrno de Marte a uma velocidade superior A da rotagao déste, tanto que os visi- tantes.a verdo surgir a oeste e desaparecer a leste. Hé, realmente, em Marte, canais deixa- dos por alguma civilizagdo morta ha milhares , de anos? O mistério sera logo totalmente es- clarecido, quando os primeiros homens 1a desembarcarem. Haverd vegetagio em Marte? 42 = — SS sa COTE Fa FP Bionave"gie atince agutle planta Pe = (A7 —=— Nisita a Vénus r= de ser o nosso vizinho mais pré- Alguns supdem que o astro é cheio de ximo, depois da Lua, Vénus é um pla- __vida; outros, que ndo ha o menor vestigio dela. néta misterioso. Conhecemos suas dimensées, Segundo uma teoria, Vénus seria uma bem parecidas com as da Terra e, conseqiien- _—réplica da Terra nos periodos pré-histéricos, temente, sua gravidade, quase a mesma que a e séres de forma humana ali viveriam em nossa também. Mas isso é quase tudo. Nao condigdes comparaveis aquelas da nossa Idade sabemos como é a sua superficie, nem quanto da Pedra dura o seu dia. Tudo isso esta escondido por Ninguém conhece a verdade, e ela nao tras de uma espéssa camada de nuvens que __ sera conhecida téo cedo. Teremos que esperar envolve aquéle planéta. Acredita-se que esas _a volta da primeira astronave que for a Vénus. nuvens no sejam, como as nossas, formadas Se, por acaso, o planéta for habitado, nossa de vapor de gua, mas sim de poeira, o que faz __visita provocaré uma grande sensacéo, Como certos cientistas pensarem que Vénus é um __ seus habitantes nunca viram as estrélas, nem torrido deserto, sem traco algum de 4gua ou outro qualquer planéta, em seu céu sempre de vida. Outros, no entanto, acham que vastos coberto de nuvens, talvez até desconhecam a oceanos e densas florestas podem estar por __existéncia de milhdes de outros mundos que tras désse véu nublado. os rodeiam. 43 o Q ° @ SATELITES DOS PLANETAS MERCORIO : 0 VENUS : 0 TERR: MARTE SOPITER : 12 SATURNO : 9 URANO: 5 NETUNO : 2 PLUTAO:0 (0 planétas e suas distincias do Sol. Mundos as Dezenas 0: futuros exploradores do espago tém oito planétas a sua disposicao, além da Terra, e mais 31 luas conhecidas, grandes e pequenas. Tita (satélite de Saturno) e Tritdo (satélite de Netuno), que tém mais de 5.000 km de diametro, ultrapassam, em volume, 0 planéta Merctrio. Ha, também, milhares de asterdides, entre Marte e Jupiter, mas a maio- ria nao tem mais de alguns quilémetros de area # duvidoso que a vida como a conhecemos possa existir em outro planéta do nosso siste- ma solar, que néo seja Marte ou Vénus. Merctirio, a 58 milhes de quilémetros somen- te do Sol (a Terra est a 150), é téo quente que os metais, ali, se derreteriam imediatamen- te. E 0s outros planétas além de Marte estdo to afastados do Sol que sua temperatura esté continuamente a centenas de graus abaixo de zero Sabemos, também, que suas atmosferas so compostas de gases t6xicos como o meta- no e 0 amoniaco, sem oxigénio. E éste é indis- pensavel ao tipo de vida que conhecemos. Algum dia, as astronaves fardo essas lon- gas viagens para explorar os planétas mais afastados & claro que levaréo anos para atingir Plutao, a mais de 7 bilhdes de quilémetros. Nesse nono planéta do nosso sistema solar — © mais longinquo — 0 Sol aparece como uma estréla brilhante, bem longe no céu. Programa Cosmico Qeeee se processarao todos ésses acon- tecimentos mareantes a que nos referi- mos nas paginas anteriores? Ninguém o sabe com certeza, mas tem-se, a0 menos, uma idéia da ordem em que éles se sucederao Na primeira categoria de objetivos, pode- se colocar 0 estudo do espaco por meio de sa- télites artificiais (atualmente em execucéo), a observacdo da Terra e de seus fenémenos meteorolégicos e as comunicagées experimen- tais. O primeiro contato com a Lua foi estabe- lecido pelo foguete soviético Lunik II, no dia 13 de setembro de 1959, complementado, depois, pelo Lunik IX, em 1966. Futuramente, sera a vez da Astronomia, com a construcdo de um satélite-observatério munido de telescépio. Virdo, em seguida, outros tipos de satéli- tes de comunicagao, mais véos pilotados e um sem-nimero de outras pesquisas + Esta previsto, também, o envio de tripu- lacées para estagdes espaciais Encontraremos, em outra categoria, a ex- ploracao dos planétas’ por foguetes, e da Lua pelos homens Mais tarde, ainda, vird a exploragdo dos planétas pelos homens. Os peritos caleulam que estacdes espaciais tripuladas serdo enviadas ao espaco, dentro de poucos anos; que o homem chegara & Lua al- gum tempo depois disso e que, antes do fim déste nosso século, alcangaremos Marte e Venus. Dai em diante, ha suposigdes e hipéteses a serem confirmadas. E, dependendo delas, novos horizontes se abrirao ‘Act poueos, © homem iré sleangando todos os planétas (\ Ry Satélite Solar Brveren0s, também, uma astronave protegida por sistemas especiais de re- frigeragao, para observar o Sol em uma orbita a alguns milhées de quilémetros déle. A su- perficie solar atinge a 6.000 graus de tem- peratura. Téda a vida sdbre a Terra depende das radiagdes solares, como os raios infraverme- hos. Os fendmenos meteorolégicos também resultam da agao do Sol sdbre nossa atmosfera O satélite enviado faré um estudo particular- mente profundo sdbre as manchas solares, ésses lugares menos quentes na superficie ineandescente do Sol. Algumas sao tao gran- des que a Terra caberia dentro delas. As vé- zes, elas entram em erupedo projetando atra- vés do espaco nuvens de eléctrons que atingem a Terra. Sio essas particulas elétricas que provocam as auroras boreais e a estatica nas transmissdes de radio. Os especialistas a bordo da astronave terdo muitos mistérios a esclarecer: protube- rancias em fogo saltam, as vézes, a mais de 150 mil quilémetros da superficie solar; uma coroa ondulante, de céres vivas, sé é visivel da Terra durante os eclipses totais; e um halo de raios mais palidos, cuja natureza exata néo se conhece ainda. Os segredos da energia termonuclear se revelaréo aos observadores, pois o Sol 6 um forno atémico gigante que brilhou e continua- ré a brilhar, segundo os cientistas, durante milhées de anos ainda A Terra comparada a tua gigantesea pro: tuberaneia solar Destino ao Cosmo 0: planétas ja nos parecem muito afasta- dos da Terra, sobretudo Pluto, que esta a 5.865.000.000 km. Mas a estréla mais préxima — Proxima Centauri — esta ainda 10.000 vézes mais longe! Encontra-se a 4,4 anos-luz. Um ano-luz representa a distancia que a luz percorre em um ano. -Sabemos que ela tem a velocidade de 300.000 km, seg; um ano-luz equivale entdo, a 9.460.800.000.000 km. Uma viagem de ida-e-volta & Proxima Centauri, mesmo A velocidade da luz, levaria quase 9 anos. Outras estrélas esto a centenas, milhares e, até, milhdes de anos-luz. Nunca os terra- queos atravessarao ésses espacos imensos para visitar planétas de outros sistemas solares? 47 Sorfente em estado Iatente ot homens poderio explorar fs sistemas solares mais longinquos, pols @ viagem de fda e volta duraria mais de uma vida. Ja vimos que, mesmo com a velocidade da luz, tais viagens durariam mais de uma vida Certos cientistas imaginaram colocar a tripu- lagao num estado de vida latente, durante a maior parte da viagem. Os viajantes acorda- riam ao chegar sem terem envelhecido. O pro- blema seria que, quando voltassem a Terra, todos os seus conhecidos teriam morrido A ciéncia descobrira, talvez algum dia, 0 meio de transmitir a velocidade da luz para engenhos humanos, que poderao, entio, fazer ésses trajetos em alguns anos. Astronaves tripuladas estariam, assim, capacitadas para explorar t6da a nossa grande galaxia, a Via- lactea, que se estende numa distdncia de 100.000 anos-luz e compreende 100 a 200.000 estrélas E a Vialactea é apenas uma miniscula parcela do cosmo. Existem milhares de galé- xias como a nossa, algumas to afastadas que sua luz leva 10.000 anos para nos alcangar Haverad Outras Terras? | outros séis tém familias de planétas semelhantes ao nosso proprio sistema? Os astrénomos calcularam, apoiando- se em teorias atuais, que existem milhares déles. Acredita-se que a vida exista em muitos désses astros; talvez ndo como a que conhece- mos, mas sob a forma de plantas e de animais, cuja espécie nem podemos imaginar. Talvez haja, também, séres inteligentes que parece- rio monstros aos nossos olhos. E é certo que, se assim fr, a reciproca sera verdadeira £ provavel, inclusive, que varias dessas civili- zacdes sejam mais avangadas do que a nossa Dr. Otto Struve, conhecido especialista de cosmologia, calcula que, dos milhdes de pla- nétas no espaco, um milhao ao menos deve ser Serdo os habitantes da Terra acolhidos por séres humenes, em um mille de outros plangtas? de gémeos da Terra, isto é, terdo aproximada- mente 0 mesmo tamanho, o mesmo tipo de sol, de temperatura, de atmosfera, de oceanos e de continentes. Ble chega a supor que a evolucdo podera ter seguido as mesmas linhas gerais que a da Terra, dando as plantas, os mesmos animais e, finalmente, os homens com suas civiliza- gdes. Se éle esta certo, os visitantes da Terra poderao ser acolhidos por outros séres huma- nos em um milhdo de outros mundos. As es- tranhas criaturas imaginadas por muitos ro- mancistas de fiegdo-cientifica nao devem exis- tir. & possivel que todo o universo de planétas habitados seja um espelho que reflete um mi- Ihdo de vézes a imagem da Terra e de sua humanidade RELAGAO COMPLETA | + Recreagdes Instrativas 14-- Esposos Sideris “Bandeiras do Mundo Inteiro Roun ‘Maravilhas do. Mado 0 uno Meste 18 -Soldades ¢ Uniformes 19 Moby Dick 20 Avides 21 Cies do Mundo Inteiro 22 Trajes de Todas as: Epocas 24-0 Homem no Espago Re Paseido 35“ Gitncias e Invengocs 13 Instramentos Masieais PEDIDOS DIRETOS A EDITORA BRASIL AMERICA LTDA. Ruz General Almério de Mout, 302°320 Sio Cristovio — Rio de Janeito (Gb)

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