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Virologia - Teóricas VI02CH03-Schnell ARI 16 June 2015 20:57

Vírus da raiva (RABV)


a Glycoprotein (G)

Matrix protein (M)

Access provided by New York University - Bobst Library on 07/05/15. For personal use only.
Annual Review of Virology 2015.2. Downloaded from www.annualreviews.org Nucleoprotein (N)

Phosphoprotein (P)

Polymerase (L)

Pertence à família Rhabdoviridae,


género Lyssavirus e existem vários
bgenótipos diferentes 1
2

Genoma: RNA monocatenário, não


segmentado, de polaridade negativa
Nucleus
3

Vírus com invólucro derivado da


membrana citoplasmática; replicação
4 RNA N P M L G
Endoplasmic
reticulum
no citoplasma
Transcription
J Miguel Azevedo Pereira
Translocation
FFUL
5
Nucleoprotein (N)

Ciclo replicativo do RABV Phosphoprotein (P)

Polymerase (L)

b 1
2

Nucleus Davis BM, et al. 2015.


3 doi: 10.1146/annurev-virology-100114-055157

Endoplasmic
4 RNA N P M L G reticulum

Transcription

Translocation
5


Replication +

Golgi
Vírus da raiva

Zoonose mais antiga que se conhece: A primeira


descrição da raiva remonta ao século XXIII A.C

Em 1885, Louis Pasteur, desenvolveu uma vacina anti-


rábica, elaborada a partir de tecido nervoso infectado

J Miguel Azevedo Pereira


FFUL
REVIEWS

a
Epidemiologia b

No data available 0
Rabies present 1–1,000
101–1,000
Rabies absent
1,001–10,000
Only bat rabies
>10,000
present

Figure 1 | Rabies worldwide. a | The worldwide distribution of rabies virus. The distribution of classical or terrestrial
Nature Reviews | Microbiology
rabies virus (genotype 1 (GT1)) in 2007 is shown in orange. The distribution of rabies virus and other members of the
lyssavirus genus is shown in yellow. The only known lyssavirus-free country is New Zealand (green). b | Number of
human deaths from rabies in 2004. The map indicates the areas in South-East Asia most affected by human deaths
Infecta todos os mamíferos pertencentes às Ordens
caused by rabies for which reliable data exist.

Carnivora e Chiroptera
None of the multiple potential receptors identi- fusing at low pH levels is that the inhibition of fusion
fied seems to be essential in vitro. The finding that a
40000-70000 mortes/ano
single point mutation in the rabies virus glycoprotein
is reversible40. It remains unclear whether uncoating in
primary neurons occurs immediately after internaliza-
can render rabies virus non-neurotropic and reduce its tion or only after transport through the axon in the cell
uptake speed35 can only be explained by the use of two body; this is discussed in more detail below.
different receptors. Differences in speed of uptake and
spread in tissue culture of bat-derived rabies virus and Intracellular rabies virus transport.Azevedo
J Miguel Because the entry
Pereira
a rabies virus vaccine strain also suggest that different site of rabies virus in axons does notFFUL
provide the bio-
Vias de transmissão
A partir do animal infectado
a transmissão aos humanos ocorre por 3 vias:

Mordeduras Inalação de
(90%) Através das mucosas aerossóis
(cortes/arranhões, conjuntiva)

Saliva
Transmissão inter-humana: rara (transplantes)
Virologia - Teóricas

Vírus da raiva

Principais animais reservatórios: cães, raposas,


gatos, coiotes, lobos, morcegos

Vacinação vs. importação ilegal de animais

A pesquisa do vírus, após morte do animal, permite


por em evidência, após IF ou IP, as inclusões
citoplasmáticas características denominadas corpos
de Negri (descritas pela primeira vez no início do
século XX), ao nível das células do hipocampo

J Miguel Azevedo Pereira


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Virologia - Teóricas

Vírus da raiva
Poder patogénico:
O vírus multiplica-se localmente
ao nível da região da inoculação
(mordedura, arranhão); infecta os
nervos periféricos dessa região
(sem disseminação sistémica);
inicia a difusão ascendente (via
axonal centrípeta ou retrógrada)
ao longo dos neurónios até ao
SNC (encefalopatia)
Após infecção do SNC, vírus O período de incubação é
dissemina-se por via axonal determinado pelo inóculo, pela
centrífuga para vários órgãos e proximidade do local de
tecidos (e.g. glândulas salivares, mordedura em relação ao SNC e
pele, conjuntiva, mucosas nasais e pela densidade de enervamento
digestivas, urina, músculos, dessa região
folículos pilosos)
J Miguel Azevedo Pereira
FFUL
Davis BM, et al. 2015.
doi: 10.1146/annurev-virology-100114-055157

Neuroinvasão do RABV
Exposição/inoculação do
tecido muscular
Replicação no tecido

Access provided by New York University - Bobst Library on 07/05/15. For personal use only.
muscular

Annual Review of Virology 2015.2. Downloaded from www.annualreviews.org


Infecção do nervos
periféricos através da
junção neuro-muscular
Migração das vesículas
de endocitose contendo
RABV
Disseminação trans-
sináptica (neurónio post-
sináptico → neurónio
pré-sináptico)
Figure 2
The path of rabies virus (RABV) infection through the host. Most natural RABV infections start with exposure of muscle tissue to RABV
particles by an animal bite or scratch. The infection spreads to the peripheral nervous system through neuromuscular junctions (bottom
Davis BM, et al. 2015.
doi: 10.1146/annurev-virology-100114-055157

p75NTR

Access provided by New York University - Bobst Library on 07/05/15. For personal use only.
Receptores do RABV NCAM

Annual Review of Virology 2015.2. Downloaded from www.annualreviews.org


Infecção do tecido
muscular: receptor
nicotínico da acetilcolina
Infecção do neurónio:
NCAM ou p75NTR

nAchR
Amplification ?

RABV

Figure 3
The rabies virus (RABV) neuroinvasive strategy. Two possible mechanisms are depicted, both of which have
been observed experimentally. (a) The RABV glycoprotein (RABV-G) interacts with the nicotinic
Virologia - Teóricas

Patogénese da infecção
Fuga ao SI: invasão do SNC, escape à resposta inata, escape à
resposta específica
Resposta inata: IFN tipo I / RABV-P (inibição a dois níveis)
Resposta específica: manutenção da integridade da BHE,
apoptose de linfócitos infiltrados
Ausência de lesões significativas no tecido cerebral; ausência
de destruição dos neurónios
Inibição da inflamação ou de citólise
Perda da integridade estrutural do neurónio (microtúbulos):
degeneração de axónio e dendrites → sinapse
Agregação de mitocôndrias, stress oxidativo

J Miguel Azevedo Pereira


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Virologia - Teóricas

Vírus da raiva

Manifestações clínicas:
Período de incubação: uma semana a vários meses
(em média: 2-3 meses)
Indivíduo infectado pode apresentar:
Raiva furiosa: ansiedade, agitação, hidrofobia,
paralisias, coma, morte (paragem cardio-
respiratória, insuficiência circulatória)
Raiva paralítica: paralisia, coma e morte

J Miguel Azevedo Pereira


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Virologia - Teóricas

Vírus da raiva
Diagnóstico:
A manipulação do vírus da raiva impõe normas de
segurança BSL 3.
Amostras: saliva, LCR, biopsias cutâneas; post-mortem:
tecido cerebral do hipocampo ou do bolbo raquidiano
Técnicas:
I.F. ou I.P. para detectar os corpos de Negri (CN)
Isolamento do vírus em células de neuroblastoma murino
(presença do vírus confirmada por pesquisa dos CN)
Pesquisa de antigénio viral por EIA
Pesquisa de RNA viral por técnica de RT-PCR

J Miguel Azevedo Pereira


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Virologia - Teóricas

Vírus da raiva
Tratamento

Lavar abundantemente a zona da


mordedura
Vacinação pós-exposição ou sempre que se
suspeite de possível contágio (cinco
inoculações: 0, 3, 7, 14 e 28 dias)
Imunoglobulinas específicas
Vigiar animal agressor
J Miguel Azevedo Pereira
FFUL
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Vírus da raiva

Prevenção:

Vacina preventiva (profissões de risco:


veterinários, tratadores de animais, pessoal
de matadouros, etc)

Vacinação dos animais de companhia

Controlo dos animais vadios

J Miguel Azevedo Pereira


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Família Polyomaviridae

Vírus sem invólucro


Genoma: DNA dupla cadeia
super-enrolado
Replicação ao nível do núcleo
Cápside icosaédrica constituída
por 3 proteínas: VP1(ligação ao
receptor), VP2 e VP3
Saída por lise da célula

J Miguel Azevedo Pereira


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Família Polyomaviridae

Vários vírus responsáveis por patologias na espécie


humana: e.g. Vírus JC e Vírus BK, Vírus KI, Vírus
WU, Vírus MC; vírus responsável por patologias
nos símios: SV40
Estão associados ao desenvolvimento de neoplasias
em alguns animais (no ser humano…)

J Miguel Azevedo Pereira


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Alguns Polyomavirus

Polyomavirus Tipo de célula


Doenças associadas
humano infectada
BKV Epiteliais (rim) Nefropatia, cistite hemorrágica
Epiteliais (rim);
Leucoenfalopatia multifocal
JCV linfócitos,
progressiva (LMP)
oligodendrócitos
Células epiteliais
KI ?
da naso-faringe
Células epiteliais
WU ?
da naso-faringe
MCV Células Merkel Carcinoma das células Merkel

J Miguel Azevedo Pereira


FFUL
Células de Merkel

NIH-National Cancer Institute

J Miguel Azevedo Pereira


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Virologia - Teóricas

Família Polyomaviridae
Epidemiologia:

A primo-infecção pelos vírus BK e JC é assintomática e ocorre na infância


ou adolescência.

Modo de transmissão: normalmente por via respiratória (gastrintestinal?)

Os vírus JC e BK foram identificados, nomeadamente, nas amígdalas, e


nos tecidos do aparelho urinário

A prevalência é elevada: 70-80% dos indivíduos adultos têm anticorpos


para o JCV e BKV

Informação genética muito estável, no entanto, em situações patológicas


graves, a variabilidade é importante (duplicações e deleções), o que sugere
uma possível contribuição dessa variabilidade na fisiopatologia dessas
situações (vírus arquétipo vs. vírus recombinante)
J Miguel Azevedo Pereira
FFUL
Patogénese
Normalmente na infância
Infecção primária Assintomática

Infecção latente/subclínica persistente

Reactivação

Situações transitórias Situações patológicas (raras)


assintomáticas -PML
- Nefropatia e cistites hemorrágicas
- Carcinoma de células Merkel
- Outras
Virologia - Teóricas

Poliomavirus -
patogénese
Vírus JC:
Receptor: molécula com ácido siálico (α-2,6)/receptor da serotonina
Entrada por endocitose dependente da clatrina
Descapsidação ocorre no núcleo e a replicação e transcrição são
dependentes de polimerases celulares
Morfogénese no núcleo e a libertação ocorre por lise celular
Vírus BK:
Receptor: molécula com ácido siálico (α-2,8)/gangliósidos GD1b e
GT1b

J Miguel Azevedo Pereira


FFUL
A B Sialic acid Galactose

HO CH2OH
6
H OH H –OOC O
4
5
2
HO C C C 6 3 1
O 2 O O
OH
doi:10.1038/nrmicro3346 H H OH 5
4
3
HN OH
C O Neuraminidase
CH3

H OH H –OOC

HO C C C 6 O 2 O
4
H H OH 3 HO
5 CH2
HN OH
6
O
4
5
C O 2
3 1
O
CH3 OH

Principles of Virology 4th Edition


C D

Globular
head
Leu 194
Sialic acid
His
183
Trp 153
Glu 190
Hinge
Ser 228 Gly 135
Ser
136
Leu 226 J Miguel Azevedo Pereira
Tyr 98 Ser 145
Asn 137 FFUL
Vírus JC - patogénese
A primo-infecção é assintomática no indivíduo imunocompetente e
ocorre maioritariamente durante a infância (5-8 anos de idade)
Latência ao nível das células epiteliais renais e de células sanguíneas
(linfócitos B principalmente); possibilidade de latência ao nível das
células gliais (SNC) e na medula óssea.
Reactivações podem ocorrer com frequência (10-33%) nos indivíduos
imunocompetentes; são mais frequentes na mulher grávida e nos
imunodeprimidos (doentes com SIDA e transplantados - rim e medula)
Reactivação: associada a excreção urinária, normalmente assintomática
Nos imunodeprimidos a reactivação viral pode levar à infecção dos
oligodendrócitos, provocando uma doença desmielinizante denominada
leucoencefalopatia multifocal progressiva (LMP ou PML)

J Miguel Azevedo Pereira


FFUL
Virologia - Teóricas

Vírus JC - LMP
A LMP inicia-se por fraqueza motora, distúrbios na
fala, transtornos visuais e do comportamento,
evoluindo em pouco tempo (meses) para uma síndroma
demencial associada a várias deficiências neurológicas
e à morte. O vírus encontrado é do tipo rearranjado.
A LMP encontra-se em indivíduos com síndromas
linfoproliferativos, com tuberculose, com sarcoidose,
em transplantados e em doentes com SIDA (a LMP
faz parte dos critérios clínicos de SIDA do CDC - fase
C)

J Miguel Azevedo Pereira


FFUL
Marshall and Major; 2010 (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20401541)
J Miguel Azevedo Pereira
FFUL
J Miguel Azevedo Pereira
FFUL
J Miguel Azevedo Pereira
FFUL
Virologia - Teóricas

Vírus BK - Patogénese
Poder patogénico:
É igualmente um vírus oportunista afectando sobretudo os
transplantados de medula ou renais
Associado a nefropatias que surgem em consequência de uma
replicação viral intensa ao nível das células epiteliais tubulares renais de
que resulta a perda da função renal
Estas nefropatias são por vezes confundidas com rejeição do
transplante (rim)
Pode surgir vários anos após o transplante
Nas crianças a infecção pode-se manifestar por glomerulonefrite
Nos transplantados de medula têm sido descritas cistites hemorrágicas
devidas ao BKV

J Miguel Azevedo Pereira


FFUL
Virologia - Teóricas

Família Polyomaviridae
Diagnóstico
O diagnóstico da LMP baseia-se num conjunto de dados clínicos,
imagiológicos (RMN) e virológicos; a confirmação do diagnóstico é
conseguida por análise histo-patológica de biopsias cerebrais (post-mortem)
No diagnóstico virológico só a detecção do DNA viral, por técnica de
PCR seguido de hibridação, ou as técnicas de hibridação in situ (ISH)
com sondas marcadas, tem interesse prático
A sensibilidade neste caso é de 100% a partir de amostras cerebrais e de
75% a partir do LCR; esta menor sensibilidade usando o LCR deve-se à
irregular passagem do vírus JC do parênquima cerebral para o
compartimento meníngeo
A presença do JCV na urina ou nos leucócitos sanguíneos não permite
diagnosticar a LMP

J Miguel Azevedo Pereira


FFUL
Martinez et al.
2006

J Miguel Azevedo Pereira


FFUL
PML - características

J Miguel Azevedo Pereira


FFUL
Virologia - Teóricas

JCV detectado
por ISH numa
biópsia cerebral

J Miguel Azevedo Pereira


FFUL
Virologia - Teóricas

Família Polyomaviridae
Diagnóstico:
O diagnóstico da nefropatia devida a BKV baseia-se
na citologia urinária (presença de “decoy cells”) e no
estudo anatomo-patológico da biopsia renal para
distinguir duma rejeição do transplante

O diagnóstico virológico baseia-se na detecção do


genoma viral, por técnica de PCR, a partir das células
da urina, de uma biopsia e eventualmente do plasma;
ou por detecção do genoma viral através de técnica
de hibridação in situ

J Miguel Azevedo Pereira


FFUL
“decoy cells”

M. Siguier et al. 2012

J Miguel Azevedo Pereira


FFUL
Virologia - Teóricas

BKV detectado
por ISH em
células do
sedimento urinário

J Miguel Azevedo Pereira


FFUL
Virologia - Teóricas

Família Polyomaviridae
Tratamento e prevenção:

O uso do cidofovir parece ter algum benefício no


tratamento da LMP

Nos doentes com SIDA, o uso de inibidores da


protease parece ter contribuído para a diminuição
do número de casos de LMP nesse grupo de
doentes

No tratamento da nefropatia associada ao BKV


tem sido usado o cidofovir, embora com precauções
devido à sua nefrotoxicidade
J Miguel Azevedo Pereira
FFUL
Virologia - Teóricas

Prions
Também conhecidos por: “vírus lentos”, “agentes transmissíveis
não convencionais” e “virinos”
São responsáveis pelas encefalopatias espongiformes sub-
agudas transmissíveis (EEST)
Responsáveis por infecções no ser humano, e nos animais
(ovinos e bovinos)
A primeira descrição de uma doença provocada por prions (a
scrapie dos ovinos) ocorreu em 1730 no RU
Em 1936, dois veterinários franceses, Cuillé e Chelle,
demonstraram o carácter transmissível não bacteriano da
scrapie e o seu período de incubação excepcionalmente longo
J Miguel Azevedo Pereira
FFUL
Virologia - Teóricas

Scrapie

J Miguel Azevedo Pereira


FFUL
Virologia - Teóricas

Prions
Tentativas de isolamento viral frustradas

Resistência à inactivação

Agente infeccioso era desprovido de ácido nucleico!!!!

Prusiner, 1982: “prion” = proteinaceous infectious particle

J Miguel Azevedo Pereira


FFUL
Virologia - Teóricas

Prions

Hipótese:

A proteína do prion existe na forma normal no


hospedeiro (PrPc) e esta adopta a forma anormal
quando em presença da proteína priónica (PrPsc)

A proteína priónica pode ser transmitida

J Miguel Azevedo Pereira


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Virologia - Teóricas

Exemplos de EEST
Kuru
Espécies envolvidas: Homem
Ligada ao canibalismo em certas tribos da Papua Nova-Guiné
Doença de Creutzfeld-Jakob (DCJ)
Espécies envolvidas: Homem
Iatrogénica: hormona de crescimento; transplante de córnea, etc.
Familiar: susceptibilidade herdada devido a mutação no gene da PrP
Nova variante: infecção adquirida por via alimentar pelo agente da
encefalopatia espongiforme bovina (BSE)

J Miguel Azevedo Pereira


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Kuru

J Miguel Azevedo Pereira


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Exemplos de EEST

Sindroma de Gerstmann-Straussler-Scheinker (SGSS)


Espécies envolvidas: Homem
Susceptibilidade herdada por mutação no gene da PrP

Insónia fatal familiar (IFF)


Espécies envolvidas: Homem
Susceptibilidade herdada por mutação no gene da PrP

J Miguel Azevedo Pereira


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Exemplos de EEST

Scrapie
Espécies envolvidas: Ovinos
Transmissão vertical e horizontal da infecção

Encefalopatia espongiforme dos bovinos (BSE)


Espécies envolvidas: bovinos e outros ruminantes
Reciclagem do agente da BSE através de rações alimentares

J Miguel Azevedo Pereira


FFUL
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Fisiopatologia da
infecção
A PrPc é uma sialoglicoproteína de 33-35 kDa
maioritariamente expressa na membrana dos neurónios
Envolvida em vários processos biológicos: neurotransmissão,
olfacto, proliferação e diferenciação de células precursoras
neurais, manutenção da bainha de mielina, transporte de iões
(Cu2+ e Zn2+), e ainda actividade de destoxificação e
neuroprotecção
Devido à alteração na estrutura secundária/terciária induzida
pela PrPsc, a PrPc acumula-se progressivamente. Porquê…

J Miguel Azevedo Pereira


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Fisiopatologia da
infecção

A PrPsc só se distingue da proteína normal PrPc pela sua


estrutura secondo-terciária, apresentando uma maior
frequência de estruturas em “β-sheets” que justificam a suas
propriedades amilóides (agregação, insolubilidade em certos
detergentes e resistência parcial às enzimas proteolíticas)
A alteração da conformação ocorre quer ao nível da membrana
quer ao nível das vesículas intracelulares

J Miguel Azevedo Pereira


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PrPc vs. PrPsc

J Miguel Azevedo Pereira


FFUL
PK

a
CHO CHO GPI
N-181 N-197
1 22 CC HC
232
Signal OR PK-resistant fragment MA

23 51 231 254
S-S
90 111 134 179 214

Disordered Well-ordered
NMR structure NMR structure

b
Aguzzi et al. 2008
Biochemical properties
PrPC PrPSc
Rich in α-helices Rich in β-sheets
Loop Soluble Insoluble

O PK sensitive PK resistant
+
NH3 NH
No aggregation Aggregation
Mannose
N-acetylgalactosamine

H 3N + Glucosamine

Lipid bilayer J Miguel Azevedo Pereira


FFUL
endolysosomal pathway. After conversion PrP can accumulate at the cell surface or in
intracellular vesicles (e.g. lysosomes).

PrPC
(II) (I)
PrPSc
Raft
Caveolin
Clathrin
Dynamin

Golgi RE
EE LYS: Lysosome
EE: Early endosome
ER RE: Recycling endosome
LE
LYS LE: Late endosome

Nucleus ER: Endoplasmic reticulum

Grassmann, A. et al., 2013


3. Cell Surface Receptors for PrPC

Clathrin-coated vesicles mediate internalization of transmembrane proteins by interaction with


accessory proteins [73]. Since PrPC lacks a transmembrane domain capable of interacting with adaptor
proteins, co-internalization of PrPC with other proteins has been suggested. Several potential
J Miguel receptors
Azevedo Pereira
FFUL
Virologia - Teóricas

Fisiopatologia da
infecção
Órgãos alvo e replicação:
Primeiras células-alvo: células do sistema reticulo-endotelial;
principalmente quando a contaminação se dá em zonas
periféricas (via oral - placas de Peyer, venosa ou sub-cutânea -
gânglios linfáticos e baço); o agente persiste neste órgãos durante
todo o tempo da infecção
O agente propaga-se às fibras nervosas autónomas, colonizando
o SNC
O título infeccioso vai aumentando ao longo do tempo de
infecção até à morte do hospedeiro
No SNC a acumulação de PrPsc é citotóxica e é responsável
pelas manifestações clínicas da infecção
J Miguel Azevedo Pereira
FFUL
Virologia - Teóricas

Fisiopatologia - prions

J Miguel Azevedo Pereira


FFUL
Virologia - Teóricas

J Miguel Azevedo Pereira


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