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Coleccao Formacao Modular Automoével SISTEMAS DE ALIMENTAGAO POR CARBURADOR Fundo Social Europeu FCEPRA Referéncias. CEPRA Coleccao Direcgao Editorial Autor Maquetagem Propriedade 1 Edigao Depésito Legal Formagao Modular Automével Sistemas de Alimentagao por Carburador CEPRA — Centro de Formagéio Profissional da Reparacao Automével Departamento Técnico Pedagégico CEPRA — Direceao CEPRA — Desenvolvimento Curricular CEPRA - Niicleo de Apoio Grafico Instituto de Emprego € Formagao Profissional Av. José Malhoa, 11 - 1000 Lisboa Portugal, Lisboa, Fevereiro de 2000 147896/00 © Copyright, 2000 Todos os direitos reservados IEFP *ProdugSo apoiada pelo Programa Operacional Formacao Profissional e Emprego, cofinanciado pelo Estado Portugués, e pela Unido Europeia, através do FSE" “Ministerio de Trabalho e da Solideriedade ~ Secretaria de Estado do Emprego e Formagéo" Sistemas de Alimentago por Garburador ZCEPRA INDICE DOCUMENTOS DE ENTRADA OBJECTIVOS GERAIS E ESPECIFICOS DO MODULO: PRE-REQUISITOS CORPO DO MODULO 0- INTRODUGAO. 0. A 1. - CONSTITUIGAO E FUNCIONAMENTO DO SISTEMA DE ALIMENTACAO DE UM MOTOR A GASOLINA.. 2~PRINCIPIO DE FUNCIONAMENTO DOS CARBURADORE. ‘3 - CARBURADORES DE DIFUSOR CONSTANTE. 3.1 - FUNCIONAMENTO DOS CARBURADORES DE DIFUSOR CONSTANTE a4 3.2- CIRCUITO DE RALENTIPROGRESSAO 36 3.3- CIRCUITO PRINCIPAL 313 3.4- CIRCUITO DE NIVEL CONSTANTE 319 38- CIRCUITO DE POTENCIA/ACELERACAO, 323 3.6- CIRCUITO DE ENRIQUECIMENTO A ALTO REGIME, 327 3.7-O ARRANQUE A FRIO. 3at 4 CARBURADORES DE DIFUSOR VARIAVEL... 4.1 - CONSTITUIGAO E FUNCIONAMENTO DOS CARBURADORES $.U. 44 4.2- CONSTITUICAO E FUNCIONAMENTO DOS CARBURADORES STROMBERG......4.6 4.3 - CONSTITUICAO E FUNCIONAMENTO DOS CARBURADORES FORD VV 413 5 - ESTRUTURA DOS CARBURADORES MODERNOS 6.1 CARBURADORES DE DUPLO CORPO. §.2- CARBURADORES DE DIFUSOR DUPLO 5.3- CARBURADORES VERTICAIS ASCENDENTES E HORIZONTAIS 58 6 - AFINAGAO DE CARBURADORES 6.1 - AFINAGAO DO NIVEL DA BOIA 62-CONTROLO E AFINACAO DO RALENTI DO MOTOR 64 6.3- AFINACAO DO DISPOSITIVO DE ARRANQUE AFRIO 64 6.4 AFINACAO DA BOMBA DE ACELERAGAO 66 BIBLIOGRAFIA. ae ca DOCUMENTOS DE SAIDA Sistemas de Alimentago por Carburador FCEPRA indice POs-TESTI CORRIGENDA E TABELA DE COTAGAO DO POS-TESTE ANEXOS EXERCICIOS PRATICOS. GUIA DE AVALIAGAO DOS EXERCICIOS PRATICOS... “AA Sistemas de Alimentaco por Carburador Qeerea |e DOCUMENTOS DE ENTRADA CACEPRA ot ne seer Heats OBJECTIVOS GERAIS E ESPECIFICOS No final deste médulo, o formando deverd ser capaz de’ OBJECTIVO GERAL FCEPRA PRE-REQUISITOS COLECGAO FORMAGAO MODULAR AUTOMOVEL Pré-Requisitos Const a hereto Bea becromasretsme Notes Goradoes Tecnologia do Som ondtore Gen pcs, [tore meres] nas on kanens rmcnconrosearse || aeesqaras caeitusto || camtracan co. Sst de Aa Micepocenaaes || Sate to tor Tabara Setras de Guus avcumne caer Tisowre,” || Aimenacto ese! ||| immnarioper |] sstonas eco || Sstemee a fence sronemesio ‘unr sateras de || Lirwads F038 |] gecapenderania |] SsmnceAt? |] sistemas de setmtmenacte || Tomato Face “om on Gerumaeso SstemasdeContoto||Enbriagomecsinee| | sateande | |sitamae de ravage | Ssteras de Tange] Teenage || "swvelodcaiee || reno Tesacon TEnioniew x sspunto| | Da REP | Veneto Fagan || Sit do ora eect | Po nnuen| [Motes eer | ecacence || sagem nce Susponao agrnicow | [unasee Emcee] [an mpcta| | Shona oe aecan] | Emer Pawo sstemscncrincce|| farts en | [scons sown || SHo™nas sarin Sten etito|| "matron Tana TET daitivedecatos de || Rerwrioen || soptmeioem |] pasasepone || smsensio || emotes Tao oma Cus cart Fundanamerta do || Legato Epica Proceston de Car ‘Santee Exupeneno con. ||" sober rapa Setante a Tacticiae || RP ‘tanringome || OSB |] egie Nomeniose || Matentode || ceramenas Mauls ersoem reranctan Ecc] | Fema OUTROS MODULOS A ESTUDAR sommaioee || prune renien || uonsn co) xvii Oe £2 Sistemas de Alimentago por Carburador FCEPRA Carburadores de Difusor Constante Com 0 motor parado, accionando totalmente o dispositive de arranque vai-se colocar a janela do disco de comando em correspondéncia com uma outra janela, praticada no cor- po do carburador, que comunica com a tubagem de admisséo posterior & borboleta de aceleragao. Igualmente 0 otificio ou orificios do disco fica em correspondéncia com um canal ligado a0 poco de arranque. Deste modo ao accionar-se 0 motor de arranque a depresséio gerada na tubagem de admissao atinge a camara existente junto ao disco ¢ aspira, por um lado ar, através do jacto de ar de arranque e por outro combustivel, através do ofificio ou orificios do disco e do canal que comunica com o poco de arranque. Uma vez 0 motor em funcionamento a depressio existente na tubagem de admisséio ‘aumenta, fazendo-se sentir a sua maior intensidade junto vélvula de disco. Deste modo © ar e 0 combustivel passam a ser aspirados com maior intensidade, No que se refere 20 combustivel ele passa a ser aspirado em maior quantidade que a debitada pelo jacto de combustivel de arranque e havera um dado momento em que 0 orificio que comunica entre 0 poco e 0 canal de aspiragao de combustivel se encontram ao mesmo nivel No caso de carburadores com este tipo de vlvula (vélvula em derivacdo) com comando automético, so constituidos por um disco com trés ranhuras radiais que se ligam entre si numa cavidade central (Fig. 3. 50). Vania de sco ar Posies da vatwla de dco Parcaimente abea NS “Facto de combustive! y ‘se aranave coector Seencaps Toamente ‘eenads act dear de aqueciments Fig. 3.50 ~ Dispositivo de arranque pelo sistema de valvula em derivagéo, com comando automético 3.36 Sistemas de Alimentago por Carburador Qeerea |e CORPO DO MODULO ZCEPRA Introdugaio 0 - INTRODUGAO sistema de alimentago de um veiculo tem como fungo armazenar 0 combustivel @ transferi-lo para os cilindros do motor nos respectivos tempos de admissdo, devidamente misturado com o ar atmosférico. Genericamente existem dois tipos de alimentagdo, a mais antiga e fora de uso nos veicu- los produzidos actualmente, o carburador, a usualmente utilizada, j4 com diversas evolu- es, a injeceao. Embora ja tenha caido em desuso, continua a ser extremamente importante estudar a ali- ‘mentagio por carburador de motores a gasolina, quer pelo elevado numero de veiculos que continuam a circular nas nossas estradas ainda equipados com este sistema, quer seja apenas pelo interesse historico e didactico desta matéria E por estes motives que este médulo aborda a alimentagao por carburador, o seu principio de funcionamento e alguns dos varios tipos de carburadores existentes, facultando ao for- mando conhecimentos tedrioos sobre esta matéria e habilitzndo-o a intervir na prética sobre problemas que surjam nestes equipamentos, seja a repard-los, seja a afind-los de forma a optimizar 0 funcionamento dos motores que estes alimentam, Sistemas de Alimentago por Carburador 04 FCEPRA __ Constituicdo e Funcionamento do Sistema de Alimentacdo de um Motor a Gasolina - CONSTITUIGAO E FUNCIONAMENTO DO SISTE- MA DE ALIMENTAGAO DE UM MOTOR A GASOLI- NA © sistema de alimentagao tem como misséo armazenar a gasolina ¢ encaminha-la para os cilindros dos motores nos respectivos tempos de admissio, Este sistema tem de ser capaz de alterar as proporgdes de ar e gasolina da mistura, de forma a responder as varias exi- géncias de funcionamento do motor. © sistema de alimentagao ¢ composto por um depésito de combustivel, um indicador do nivel de combustivel, uma bomba de combustivel, um carburador, tubos para encaminha- mento do combustivel e por um mecanismo de aceleragao. Na figura 1.1 podemas ver 0 aspecto geral de um sistema de alimentacao de um motor de 4 cilindros em linha e alguns dos seus componentes. 4. Carburador 2. Tubo de envio de combustivel da bomba para o carburador 3. Bomba de alimentagdo de combustvel 4. Tubo de envio de combustivel do depésite para a borba 6, Tubo de retorna de combustvel do carburador para 0 \depésito 6, Tubo de ventilagao do depésito 7. Depésito de combustivel 8. Socal pata enchimento do depésilo 8. Tubo de recpraczo do depésito de combustivel, Fig, 1.1 - Sistema de alimentegsio de um motor de 4 clindros em linha Depésito de combustivel Este depésito esté normalmente colocado na parte traseira do veiculo e é construido em chapa ou plastic. Acoplado ao depésito existe um dispositive de nivel de combustivel, um Sistema de Alimentagéo por Carburador 14 PICEPRA | Consliticic e Funcionamento do Sistema de limentagao de um Motor a Gasolina fitro que impede a passagem de impurezas para as tubagens © um tubo de respirago que permite a entrada de ar no depésito a medida que este vai ficando vazio. A figura 1.2 mos- tra um exemplo de um depésito de combustivel. DISPOSITIVO DE rittRo NIVEL DE CoMBUSTIVEL Fig, 1.2 Corte parcial num depésito de combustivel Dispositivo indicador do nivel de combustivel Estes dispositivos dividem-se em dois tipos, hidrostéticos e eléctricos. Os primeiros baseiam 0 seu funcionamento na press4o do combustivel do depésito sobre uma coluna de ar contida num tubo vertical aberto na base @ imerso no combustivel. Quanto mais cheio estiver o depésito maior sera a presto exercida sobre a coluna de ar. Os eléctricos, podem ser de bobine ou de termostato bimetélico, os de bobine sao consti- tuidos por uma resisténcia variével e duas bobines perpendiculares entre si, colocadas no indicador do tablier (Fig. 1.3). © movimento de uma béia no interior do depésito que varia de acordo com a quantidade de combustivel existente neste, faz com que um contacto se mova sobre a resisténcia, permitindo que através desta passe maior ou menor intensidade de corrente eléctrica o que val fazer com que 0 pontel ‘ador do nivel de combustivel, existente no tablier, se move no sentido da posicao “vazio" ou da posig&o “ch 42 Sistema de Alimentagao por Carburador FCEPRA __ Constituicdo e Funcionamento do Sistema de Alimentacdo de um Motor a Gasolina Contacto Escala no tablier Bobine Fig. 1.3 Circuito eléctrico de um indicador de nivel de combustivel de bobines Os de termostatos bimetalicos, utiizam uma resisténcia com um contacto no depésito que se move consoante 0 movimento da béia, com a variagfo da intensidade de corrente na resistencia varia a temperatura desta, o que faz entortar a tarnina do contacto bimetalico & ‘medida que sobe a temperatura, fazendo com que 0 ponteiro indique que 0 depésito esta cheio. Quando 0 nivel de combustivel no depésito desce baixa a temperatura da resistén- cia, a lamina do contacto endireita-se e 0 ponteito comega @ descer para a posig#o de “vazio", quando se atinge um nivel muito baixo de combustivel, um contacto térmico exis tente no fundo do depésito comeca a ficar exposto ao ar, o que faz com que a sua tempe- Tatura aumente, este perde resisténcia permitindo a passagem de maior intensidade de corrente o que vai fazer acender uma kimpada avisadora de nivel baixo de combustivel. A figura 1.4 mostra um esquema eléctrico de um destes dispositivos. Sistema de Alimentagéo por Carburador 13 qQ CEPRA _ Constituigao e Funcionamento do Sistema de Alimentacéio de um Motor @ Gasolina 4. Ponteito indica ‘dor do nivel de ‘combustivel 2, Regulador de tensao 3. Bobine 4. Resistencia 6. Saida para ‘ouiras acessé- Relé de aviso de baixo nivel e combustvel 7. Luz 6e aviso de ‘bata nivel de combustivel 8. Saida do com. bustive! 9. Bateria 40, Contacto térmi- ‘ono interior ‘do deposto 14, Interruptor de corte de inoin- do Fig, 1.4 ~ Circuito eléctrice de um indicador de nivel de combustivel de termostato bimetalico Bomba de combustivel A maioria dos veiculos utiizam bombas de combustivel eléctricas, normaimente montadas ‘no interior do depésito (Fig. 1.5). S80 constituides por uma polie de pas impulsoras © por ‘um motor eléctrico, este faz rodar as pas que por sua vez impulsionam o combustivel para as tubagens, até ao carburador. No entanto, certos veiculos tém bombas eléctricas monta- das no préprio motor, que podem ser accionadas por um motor eléctrico ou por um sole- ndide, este faz mover um diafragma que impulsiona combustivel desde 0 depésito até 20 carburador. Induzido Pas. Salda de combustivel Colector Velo de transmissto Fig. 1.5- Bomba eléctrica de combustivel 14 Sistema de Alimentagao por Carburador FCEPRA __ Constituicdo e Funcionamento do Sistema de Alimentacdo de um Motor a Gasolina Carburador © carburador mistura 0 ar com o ‘combustivel em proporodes variaveis de acordo com as condigdes de fun- cionamento, © ar ao passar pelo car- burador, no seu trajecto para o motor, arrasta com ele um fino jacto de combustivel e encaminha-o até 0s cilindros do motor. Os carbura- dores seréio abordados com maior profundidade nos restantes capitulos deste médulo, quer a sua constitu 80 € principio de funcionamento, quer as suas afinagdes e repara- gOes, usando para tal alguns dos muitos tipos de carburadores exis tentes. Na figura 1.6 esta representa- do um carburador. Mecanismo de aceleragao Fig, 1.6 - Carburador Weber 2V ‘© mecanismo de aceleragéo ¢ vulgarmente constituido por um pedal, alavancas de ferro € por uma vareta ou cabo metalico de aceleracdo, a figura 1.7 mostra este mecanismo aco- lado a um carburador, 0 que permite ao condutor acelerar e desacelerar a rotagaio do ‘motor @ por consequéncia a velocidade do veiculo que conduz. Lgaede.20 carburador Varta de aoeleragao Fig. 1.7 Mecanismo de aceleragéo Sistema de Alimentagéo por Carburador 15 FCEPRA Principio de Funcionamento dos Carburadores 2 - PRINCIPIO DE FUNCIONAMENTO DOS CARBU- RADORES ‘A gasolina liquida nfo arde com facilidade, se entra-se liquida para dentro do motor ndo seria queimada e iria apenas misturar-se com o 6leo no cérter. A gasolina s6 arde facil- mente se misturada com 0 ar nas devidas proporgbes. A finalidade do carburador ¢ tornar possivel o controlo da velocidade do motor ¢ preparar uma mistura em proporgbes correc- tas para todos os possiveis regimes do seu funcionamento, A figura 2.1 mostra uma representacao esquematica de um carburador simples. 41. Sala de combustivel em jacto (puiverizador) 2, Cone de ar (Venturi) 3. Camara de mistura 4. Canal de admissao 6 6 7. Borboleta de aceleracao Cuba Bia 3. Valvula de agulha da boia 9. Sistema de venilagio da cuba Fig, 2.1 ~ Constituipdo bésica de um carburador ‘Accuba (6, Fig. 2.1), destina-se a manter 0 combustivel a um nivel aproximadamente cons- tanta, Possui no seu interior uma boia, uma valvula de agulha (8) € um otificio de ventila- G80 (9). Quando 0 nivel de combustivel esta baixo, a béia permite a abertura da valvula de agulha € esta deixa passar 0 combustivel, proveniente do circuito de alimentacao, para dentro da cuba (Fig. 2.2). A medida que o combustivel entra na cuba, 0 nivel do combustivel sobe € com ele também sobe a bia. A béia por sua vez vai empurrar a aguiha para a posicao de fechada. Quando 0 combustivel atinge um determinado nivel, a béia exerce sobre a vaivula de aguiha, uma press&o suficiente para a fechar. Nesta situagao deixa de entrar combusti vel para a cuba até que o nivel volte a baixar (Fig. 2.3). Sistemas de Alimentagdo por Carburador 2.1 Principio de Funcionamento dos Carburadores Quaisquer alteragdes de press no interior da cuba vao ocasionar variagées na dosagem da mistura fornecida pelo carburador. Para as evitar existe 0 orificio de ventilagéo da cuba Para se produzir uma combustao em condigSes eficientes, é necessério que o combustivel esteja vaporizado. Para que isto acontega, € necessério subdividir 0 combustivel, para que se estabelega o maximo contacto entre ele ¢ 0 ar. Para percebermos porque 6 que assim acontace, analisemos 0 seguinte exemplo: Os blocos B e C (Fig. 2.4) foram obtidos cortando 0 bloco A ao meio pela linha tracejada. Portanto, a quantidade de matéria contida no bioco A, 6 igual 4 soma da matéria dos blocos B e C. Compare a superficie total do loco A com a dos blocos B ¢ C. A superficie total dos blocos B ¢ C é maior que a superficie total do bloco A, foram aumentadas as superticies por onde se efectuou 0 corte. Se cortar os blocos B ¢ C em blocos mais pequenos, a superficie total aumentaré, a medida que os blocos se forem tommando mais pequenos. we Fig. 2.4 Para reduzir 0 combustivel a pequenas gotas, comega-se por pulverizé-1 . Ao ser otiada uma depressao no cilindro no tempo de admissao, o ar, empurrado pela pressao atmosféri- 22 Sistemas de Alimentagao por Carburador FCEPRA Principio de Funcionamento dos Carburadores a, cria uma corrente de ar que passa pelo pulverizador e pulveriza 0 combustivel. $6 que em baixos regimes, a velocidade do ar que atravessa o cone de ar do carburador, é insufi- ciente para fazer subir 0 combustivel até ao pulverizador. Por esta razdo é necessario criar um estrangulamento ou Venturi, no cone de ar do carburador Venturi Como se pode ver na figura 2.5, a passagem do ar no estrangulamento do cone de ar (ou Venturi) produz um vacuo parcial junto a este estrangulamento, Este vacuo faz com que uma certa quantidade de gasolina soja arrastada através de um pequeno tubo para junto do ar que circula no Venturi. Para melhor compreendermos este efeito observemos a figura 26 Fig. 2.5 - Efeito do Venturi 8. Ar: B, Combustvel Nesta figura estéo representados trés recipientes com merciiio, ligados cada um @ um tubo, que por sua vez esto ligados a um cone de ar com um Venturi. Quanto maior & 0 vacuo produzido, mais alto sobe o merciirio devido 4 pressao actuante sobre a superficie de cada recipiente. Note que a maior quantidade de vacuo surge na zona do Venturi € aumenta & medida que a velocidade do ar que flui através deste aumenta, Concluimos portanto que, 0 mercirio sobe no tubo devido a diferenga de pressdes existen- te entre a superficie do recipiente (pressao atmostérica) e 0 interior do cone de ar, junto 20 Venturi (presso inferior & presso atmosférica ou vacuo). Esta pressdo de vacuo surge devido ao estrangulamento do Venturi Sistemas de Alimentagdo por Carburador 2.3 FCEPRA Principio de Funcionamento dos Carburadores Fig. 2.6 - Experiénola prética para comprovagéio do efeito do Venturi Assim sendo, durante o funcionamento normal do motor, a gasolina pulverizada, na corrente de ar que atravessa a tubagem de admissao, vapo- tiza-se quase instantaneamente. Para controlar © débito de combustivel, o tubo que conduz 0 combustivel da cuba até ao pulverizador, dispde de um orificio calibrado a que se dé 0 nome de Jacto. Esse jacto podera eventualmente, ser o proprio pulverizador (Fig. 2.7) Fig. 2.7 - Parafuso de regulagSo do caudal de combustivel Para aumentar a quantidade de combustivel fornecido pelo carburador: ‘Aumentar a velocidade de passagem do ar pelo Venturl. Diminuir o desnivel entre o topo do combustivel contido na cuba ea ponta superior do pulverizador. ‘Aumentar a secgao do jacto. Para se poder regular a quantidade de mistura que deve ser introduzida nos cilindros, colocada, a saida do carburador, uma valvula de borboleta. Conforme a inclinagao dessa valvula, hé uma maior ou menor entrada de mistura nos cilindros e consequentemente ‘uma maior ou menor poténcia fornecida pelo motor. 24 Sistemas de Alimentagao por Carburador FCEPRA Principio de Funcionamento dos Carburadores Tipos fundamentais de carburadores Para obter 0 melhor rendimento do motor, os construtores optam por certos tipos de carbu- radores. Esses carburadores podem-se dividir em dois grupos principais: Carburadores de Venturi (ou difusor) constante Carburadores de Venturi (ou difusor) variavel Um carburador de Venturi variavel caracteri- za-se por 0 seu difusor (estrangulamento) variar de abertura, de modo que 0 ar que 0 atravessa gera uma depresséo constante sobre 0 pulverizador. Esta variagao de aber- tura do difusor 6 conseguida através do pis- 80 do obturador (Fig. 2.8) Fig. 2.8 - Esquema de um carburador de Venturi vanével © pistdo obturador ao movimentar-se arrasta consigo uma agulha cénica que se encontra enfiada no pulverizador, alterando simultaneamente a ecco do pulverizador. Neste caso, © pulverizador dispde de uma secedo calibrada que desempenha simultaneamente a fun- do de jacto. A variagéo simultanea da secgao do Venturi e da secgao do jacto, permite obter uma mistura aproximadamente correcta para qualquer regime de funcionamento do motor s carburadores de Venturi constante dispéem de dois circuitos fundamentais: © circuito principal, que funciona geralmente em mais de 80% do regime do motor (Fig. 2.9) © circuito de ralenti, que permite ao motor funcionar a baixo regime de rotagao, sempre que a borboleta esteja na posig&o mais fechada. Com a borboleta nesta posigfo a velocidade do ar no Venturi nao é suficiente para fazer funcionar o pulverizador principal (Fig. 2.10). Sistemas de Alimentagao por Carburador 2.5 FCEPRA Principio de Funcionamento dos Carburadores yaw go vote, Fig. 2.9 - Cireuito principal de um carburador Fig, 2.10 Circuito de ralenti de um carburador Também interessa classificar os carburadores de acordo com a direcgdo em que o ar de admisséo 0s atravessa. Deste modo podem-se classificar como: Carburadores horizontais, quando 0 ar de admissao se desloca na hori- zontal Carburadores verticais ascendentes, quando o ar de admisséo se desloca na vertical de baixo para cima. Carburadores verticais descendentes, ou invertidos, quando 0 ar de admissdo se desloca na vertical de cima para baixo. Carburadores inclinados, quando o ar de admisso se desioca seguindo uma direcgao diferente da vertical e da horizontal. 26 Sistemas de Alimentagao por Carburador FCEPRA Principio de Funcionamento dos Carburadores Existem ainda carburadores de duplo corpo e carburadores mitiplos. Este tipo de carbu- radores é constituido por dois carburadores unidos no mesmo corpo, um dos carburado- res, 0 carburador primério, actua em todos os regimes de funcionamento do motor, como se fosse um carburador simples. O outro carburador, 0 carburador secundérrio, s6 entra em funcionamento a partir de um certo regime de funcionamento do motor. Quando 0 motor funciona em regime de ralenti apenas ¢ utilizado 0 circuito de ralenti do carburador primario (Fig. 2.11) Quando 0 motor funciona em regime médio passa a ser utilizado 0 circuito principal do car- burador primério, mantendo-se 0 carburador secundéirio inactivo (Fig. 2.12). Quando 0 motor funciona a alto regime so utlzados 0s circuitos principals de ambos os carburadores, primério @ secundatio (Fig. 2.13). Fig 212 Fig, 218 Embora muitos motores disponham de um carburador, ha muitos outros que utiliza dois ou mais carburadores separados ou agregados num mesmo corpo (carburadores milt- plos). Este tipo de construgdo é utilizado sobretudo em motores de grande cilindrada, estes carburadores permitem fazer uma distribuigdio de mistura mais correcta, de modo a obter maior poténcia do motor. Este tipo de construg&o ¢ mais dispendiosa e mais dificil de regu- lar Fig. 2.14), Sistemas de Alimentagdo por Carburador 2.7 FCEPRA Principio de Funcionamento dos Carburadores Fig. 2.14 - Carburadores miitiolos Proporgées de aricombustivel Como jé referimos anteriormente, o sistema de alimentac&o deve ser capaz de alterar as proporgées de ar/combustivel consoante as condigSes de funcionamento do motor. A mis- tura deve ser rica no arranque e no ralenti, @ relativamente pobre durante o funcionamento ‘com a borboleta de aceleragao parcialmente fechada. A figura 2.15 mostra um grafico representativo das proporgées de mistura correspondents a diversas velocidades de des- locag&o do automével, as quais variam consoante 0 tipo de motor. Da andlise do exemplo do gréfico verificamos que se utiliza uma mistura rica de 9:1 (nove partes de ar para uma de combustivel) no arranque inicial. Ao ralenti a mistura fica mais pobre & volta de 12:1. A velocidades em que a borboleta de aceleraco se encontra par- ciaimente aberta, a mistura fica ainda mais pobre, cerca de 15:1. Por outro lado a velocida- des mais elevadas, quando a borboleta de aceleracao se abre totalmente, a mistura volta a ficar mais rica até cerca de 13:1. | a ‘nranque —_Aeeeragao | | a5! oa pt ee yee Bortlets ttamente ober a feat t = | Borboleta parcialmente aberta 20, {| | 4 o 20 40~~G 80 «00 Velocidade do veiculo (MPH) Fig, 2.18 - Gréfico representative des proporgbes de ar/combustivel ‘em varias velocidades de funoionamento do motor 28 Sistemas de Alimentagao por Carburador FCEPRA Principio de Funcionamento dos Carburadores Nesta figura 2.15, esté igualmente representado a tracejado, enriquecimentos bruscos da mistura provocados por aceleragdes a fundo, o primeiro tracejado situa-se perto dos 32 km/h, quando 0 condutor carrega no acelerador para aumentar a velocidade do veiculo, abrindo assim totalmente borboleta. O segundo acontece a uma velocidade préxima dos 48 km/h, quando 0 condutor acelera mas no abre totalmente a borboleta de aceleragéo. Podemos entéo concluir que, a mistura deve ser rica no arranque inicial porque o combus- tivel tem dificuldades em se vaporizar, uma vez que motor e carburador estao nessa altura ffios e a velocidade de circulagao do ar é baixa. A medida que atingimos a temperatura normal de funcionamento e que 0 veiculo aumenta a sua velocidade, a mistura vai empo- brecendo gradualmente, Sistemas de Alimentagao por Carburador 2.9 FCEPRA Carburadores de Difusor Constante 3 - CARBURADORES DE DIFUSOR CONSTANTE 3.1 - FUNCIONAMENTO DOS CARBURADORES DE DIFUSOR CONSTANTE ‘A velocidade do ar através do Venturi ou difusor do carburador varia consoante 0 motor esté a trabalhar em regimes de ralenti, regimes moderados ou altos regimes de rotagao do motor. Esta variacdo na velocidade do ar, torna impossivel utilizar um ‘nico jacto para for- necer 0 combustivel em todos os regimes de funcionamento do motor, de modo a manter a mistura ar/combustivel nas proporgées correctas. Para resolver este problema e porque possuir um carburador separado para cada regime de funcionamento, tornaria o sistema muito caro ¢ complicado, criou-se no mesmo carbu- rador, diversos circuits que permitem obter a mistura adequada para cada regime de fun- cionamento do motor. Esta é a constituigéo tipica de um carburador de difusor constante. Para podermos dar ideia da constituigfio dos circultos de um carburador fizemos um corte de um carburador Solex mod. 28 PCI (Fig. 3.1). Nesta figura podemos observer 0 circuito de ralenti, que abastece o motor de mistura quando este funciona em regime de ralent Observe a figura e siga os caminhos percorridos pelo ar, pelo combustivel e pela mistura, depois de formada. Fig. 3.1 - Corte de um carburador de ditusor constante (Solex) ‘2) Jaca de ar de ralent b)Jacto de combustivel de ralenti oar = Combustivel Sistemas de Alimentagao por Carburador FCEPRA Carburadores de Difusor Constante Neste circuito de ralenti, com a borboleta de aceleragéo fechada existe uma pequena pas- sagem de ar através de um canal préprio, A pressao atmosférica existente na parte supe- rior do carburador, por cima da borboleta de aceleragdo, forga o ar a circular pelo pequeno canal, uma vez que a pressao na saida deste (por baixo da borboleta de aceleragéo) ¢ inferior & atmosférica (vacuo). Pelo mesmo motivo, a este ar junta-se combustivel, uma vez que a presso no interior da cuba também a atmosférica. O caudal da mistura ar! combustivel é regulado por um parafuso Na figura 3.2 mostra-se 0 “circuito de progressao”. Este circuito destina-se a assegurar a transic&o do regime de ralenti para um regime de baixa velocidade. A borboleta de acele- ago, ao abrit-se um pouco descobre um ou mais canais através dos quais se fornece ao motor um suplemento de mistura, Isto evita que se gere uma situagéo de hesitagéio no desenvolvimento do motor ao passar do regime de ralenti para o de baixa velocidade. Quando 0 motor apresenta esta situacdo de hesitacdo diz-se que o motor “faz pogo”. Fig. 3.2 ~ Transigao do regime de ralenti para um regime de baixa velocidade num carbura- dor de difusor constante (Solex) ear * Combustivel Na figura 3.3, mostra-se 0 cirouito principal. Este circuito funciona desde as baixas veloc dades (cerca de 1000 r.p.m.) até velocidade maxima do motor. 32 Sistemas de Alimentagao por Carburador FCEPRA Carburadores de Difusor Constante Fig. 3.3 - Circuito principal de um carburador de difusor constante oar Combustive Mas ao duplicar-se a velocidade do ar no difusor o débito de combustivel seria quadruplicado. No entanto, o circuito principal assegura uma mis- tura com a dosagem correcta, para isso utiliza um dispositive corrector constituido pelo *jacto de ar de emul so" @ pelo “tubo de emulsao” (Fig. 3.4). [A Jacto de ar de emulsio; B. Tubo de emulséo; C. ‘Jaco principal: D. Pulverizador Fig. 34 A baixa velocidade a aspirac&o sobre o combustivel & pequena, mantendo-se 0 combusti- vel a um nivel elevado, dentro do tubo de emulséo, o que impede a passagem de ar deste ara 0 pulverizador, como se pode ver na figura 3.3 (zona central do carburado'). A alta velocidade a aspiragdo sobre 0 combustivel é forte, obrigando este a descer dentro do tubo de emulsao, destapando furos que permitem a passagem de ar, misturado com com- bustivel, para 0 pulverizador, como se pode ver na figura 3.4 (zona central do carburador), Sistemas de Alimentagao por Carburador 33 FCEPRA Carburadores de Difusor Constante Aumentando a velocidade do motor, a sucgéo sobre o combustivel aumenta, isso faz com que este desga mais dentro do tubo de emulséo, deixando mais furos destapados e possi- bilitando a passagem de uma maior quantidade de ar para o pulverizador, com uma cor- Fespondente atenuagao no aumento do débito de combustivel. Aumentando ainda mais a velocidade do motor, aumenta mais a sucgao sobre o combustivel 0 nivel de combust: vel dentro do tubo de emulsao desce, destapando mais furos de modo a enviar mais ar para 0 pulverizador, atenuando ainda mais 0 aumento do débito de combustivel Com os sucessivos aumentos da velocidade, a situagao repete-se até que todos 05 ori cios do tubo de emulséo fiquem destapados, deixando passar 0 ar que tal como 0 com- bustivel se dirige para 0 pulverizador. Quando se diminui a velocidade do motor a situacéo obviamente inverte-se. Esta primeira mistura de ar com 0 combustivel para além de regu- farizar a dosagem da mistura, melhora as condig6es de pulverizacdo. Para que a mistura se forme é necessario que o combustivel se vaporiza. Durante o tem o frio, 0 combustivel tem dificuldade em vaporizar-se e parte dele escorre sob a forma luida pelas paredes do colector entrando nesse estado para dentro dos cilindros (Fig. 3.5), isto torna a mistura incapaz de se poder incendiar. Alguns motores com colectores de admisséo muito compridos podem por vezes necessitar nos dias mais frios, que se Ihes forneca mistura na razio de 1:3, por outro lado, para facilitar a ignigao da mistura, convém que esta no momento do arranque seja rica (1:14). Para conseguir esta situagao os carburadores so dotados de um “sistema ou circuito para arranque a fri” (Fig. 3.5) Fig, 3.5~ Circuito de arranque 2 fio num carburador de alfusor constente 34 Sistemas de Alimentagao por Carburador FCEPRA Carburadores de Difusor Constante Um dos sistemas para arranque a frio, mais usado nos carburadores e ilustrado na figura 3.5, € constituido por uma borboleta de estrangulamento de ar que permite fechar a entrada de ar para 0 carburador. Quando esta borboleta se encontra fechada, ao accionar-se 0 motor gera-se uma depressio junto ao pulverizador principal que leva a que este debite combustivel mesmo com o motor a rodar a balxa velocidade. Deste modo provoca-se 0 desejado enriquecimento da mistura no arranque a frio, existem carburadores que possuem sistemas de arranque a fiio diferentes deste, até mesmo automaticos. © “circuito de aceleracao” dispée de uma bomba (Fig. 3.6), accionada mecanicamente ou or vacuo, que fornece o combustivel necessario para enriquecer a mistura até relagdes da ordem de 1:12, durante os periodos de acelerago do motor. Fig. 36 ~ Cirouito de aceleragao num carburador de difusor constante ') Brapo do veio da borboleta de aceleragso 3b) Braco da bomba de aceleragao ©) Diaregma «) Jacto de aceleragao ©) Injector Quando a borboleta de aceleragdo se abre, através de um tirante e de uma mola, acciona brago da bomba de aceleracao obrigando o diafragma a comprimir 0 combustivel contido na bomba. Deste modo uma certa quantidade de combustivel ¢ enviado para o injector € despejado na tubagem de ar do carburador. (© combustivel é mantido a um nivel constante na cuba, devido a acco da béia e da valvula de agulha (Fig. 3.7). A cuba € colocada numa posigo que permita dispor os varios circuitos Sistemas de Alimentagao por Carburador 35 FCEPRA Carburadores de Difusor Constante junto dela. A béia controla o nivel de combu: I, de modo a que a sua variagdo no exceda 0,3 mm em relagio ao nivel pré-estabelecido, podendo interromper o abasteci- ‘mento de combustivel sempre que necessério. Qualquer incorrecego do nivel do combus- tivel provoca alteragées na riqueza da mistura, podendo causar problemas de inflamacao ou consumo, a) Bois ) Vélvula de aguiha A ~ Nivel de combustivel corecto Fig. 3.7 - Funcionamento do conjunto b6ia/cuba num carburador de difusor constante 3.2 - CIRCUITO DE RALENTI/PROGRESSAO © circuito de ralenti é consti 0 por (Fig. 3.8) Entrada de combustivel para o circuito de ralenti (e). Jacto de combustivel de ralenti (b). Entrada de ar para o circuito de ralenti (d), Jacto de ar do ralent (a). Parafuso de regulacao da mistura do ralenti (). Pulverizador de ralenti(f. 36 Sistemas de Alimentagao por Carburador Carburadores de Difusor Constante 2) Jacto de ar 1b) Jacto de combustvel ©) Parafuso de regulagdo da mistura 4) Entrada de ar para o cicuto ©) Entrada de combustivel para ocircuto ‘) Putverizadr do alent Fig. 3.8~ Circuito de ralenti num carburador de difusor constante As quantidades de combustivel e de ar que entram para o circuito, so determinadas pelos orificios calibrados dos respectivos jactos. Estes jactos no séo regulavels mas podem ser substituldes. Uma ligeira alteracao das secodes dos jactos de combustivel e/ou ar alteraria a dosagem da mistura. A velocidade de combustdo da mistura seria alterada e 0 motor deixaria de possuir um ralenti regular. A velocidade de ralenti a borboleta de aceleracdo encontra-se quase completamente fechada e por isso 2 quantidade de ar que passa junto a ela é pequena. O regime de ralenti 6 muito afectado pelo estado e condigdes em que funciona o motor, por isso, para além da regulagdo da mistura feita através dos jactos de combustivel e de ar, existe tam- bém um parafuso de regulagao da riqueza da mistura. Quando se aperta o parafuso de fegulagao da mistura de ralenti, a mistura é empobrecida (Fig. 3.9), se ao contrario, desa- pertarmos esse parafuso, a mistura 6 enriquecida, Fig. 3.9 Paraluso para a afinagao da mistura Como jé foi dito, qualquer alteragfo do diametro do furo dos jactos provocara uma altera- go na dosagem da mistura, O nimero que se encontra inscrito nos jactos indica o didme- tro do seu furo em centésimos de milimetro. Por exemplo, 0 jacto de combustivel de ralent da figura 3.10, tem um furo com 0,55 mm de diémetro, Sistemas de Alimentagao por Carburador 37 Carburadores de Difusor Constante Em ralenti, a quantidade de ar que passa em redor da borboleta de aceleragéo ¢ controlada por um parafuso batente, que regula o fecho maximo da borboleta. E atra- vés deste parafuso que se regula a velocidade de funcio- namento do motor em ralenti, por sua vez a quantidade de mistura que entra para a tubagem de admissao é oon- trolada pelo parafuso de regulagao da riqueza da mistura. Fig. 3.10 Vetifica-se no entanto que hé uma grande dificuldade em passar do regime de ralenti para 0 regime de baixa velocidade e posteriormente para o normal, uma vez que a alimentacao do motor nao se da com progressividade. Desde o regime de ralenti até se atingir 0 débito de ar necessario para fazer funcionar 0 pulverizador principal, a medida que a borboleta se vai abrindo vai aumentando o débito de ar, mas no o de combustivel. Deste modo a mistura tor- na-se muito pobre e dificulta 0 funcionamento do motor. Para resolver este problema de falta de combustivel, durante a passagem do regime de ralenti para 0 de baixa velocidade, colocam-se antes da borboleta, um ou mais ofificios calibrados que comunicam com 0 canal de ralenti. A estes orificios dé-se o nome de pulverizadores de progressao (Fig. 3.11). Pomonandcces| se propessto 311 Esquema representativo de dois pulverizadores de progressao num carburador de difusor cons- tante Quando 0 motor esté a trabalhar, com a borboleta do carburador na sua posigao mais fecha- da, sé 0 pulverizador de ralenti pode fornecer a mistura, visto que 0s pulverizadores de pro- gressdo se encontram, ou tapados pela borboleta ou antes desta. Os que se encontram antes 38 Sistemas de Alimentagao por Carburador FCEPRA Carburadores de Difusor Constante da borboleta permitem uma entrada adicional de ar para o canal de ralenti, ocasionando um ligeiro empobrecimento da mistura combustivelar. A medida que se vai abrindo a bor- boleta os pulverizadores de progresséo vao ficando atrés dela. Deste modo o ar adicional fornecido pelos pulverizadores de progressao vai diminuindo @ assim que a borboleta os destape eles comegam a debitar uma mistura de combustivelar (Fig. 3.12) Com 0 intuito de reduzir as emissdes poluentes dos motores para a atmosfera, alguns car- buradores possuem uma conduta em derivagao, em relacao 2o circuito normal de ralent Estes circuitos podem apresentar-se em dois tipos fundamentais: 1) Do tipo em que na conduta em derivagao, 6 passa ar. Este sistema é chamado “sistema de ralenti com conduta de ar em derivagdo”, exemplifi- cado na figura 3.13. Prats dereguagso de CConduta de ar lem detrags0. Fig, 3.13 Sistema de ralenti com conduta de ar em derivagso 2) Do tipo em que na conduta em derivagao passa combustivel misturado com ar. Este sistema ¢ chamado, “sistema de ralenti com riqueza de mis- tura constante”, exemplificado na figura 3.14 Sistemas de Alimentagao por Carburador 39 FCEPRA Carburadores de Difusor Constante Conduta de mistura fem derivagao. Fig. 3.14 ~ Sistema de ralenti com riqueza de mistura constants Nos carburadores cujos circuitos de ralenti tenham condutas em derivacéo, existe um parafuso de regulagéo que nao existe nos carburadores sem estes sistemas. Este novo parafuso controla a abertura da conduta em derivagao, servindo deste modo como parafu- 50 de regulagéo da velocidade de ralenti. Neste carburadores, 0 parafuso que limita o fecho maximo da borboleta, é regulado de fabrica e no se deve alterar esta regulagéo. Com o fim de se obter um melhor controlo da formagao da mistura ou de evitar a desferra- gem das condutas de ralenti, durante 0 funcionamento do motor, existem circuitos de ralenti com mais do que um jacto de ar de ralenti. © combustivel que alimenta o circuito de ralenti pode vir do circuito principal ou directamente da cuba: Se vier do circuito principal diz-se que o sistema 6 do tipo “mono-jacto”, neste caso, 0 circuito de ralenti e 0 circuito principal esto dependentes um do outro (Fig. 3.15). Se vier directamente da cuba diz-se que o sistema 6 do tipo “bijacto”, neste caso, 0 funcionamento de um dos circuitos é completamente inde- pendente do funcionamento do outro (Fig. 3.16). Fig. 3.15~ Sistema Mono-jacto Fig. 3.16 ~ Sistema Bijacto 3.10 Sistemas de Alimentago por Carburador FCEPRA Carburadores de Difusor Constante Na figura 3.17 mostra-se um circuito de ralenti que controla a mistura a velocidade de ralenti ¢ em carga parcial, juntamente com o sistema do jacto principal. Ao ralenti, uma grande percentagem de ar e todo 0 combustivel fluem através do sistema de by-pass. 0 ar 6 acelerado a uma velocidade supersénica, isto gera ondas de choque que provocam uma pulverizac&o muito boa de combustivel. Uma pequena porgéio de ar flui através da borboleta de aceleragéo que esta apenas ligeiramente aberta. Esta abertura ligeira da bor- boleta de aceleracéo evita também que a borboleta fique agarrada ao orificio quando 0 41. Canel de by-pass 2. Canal de pré-mistura 3 Tubo de salda da mistura 4, Parafuso de afinagdo da mistura 5. camara de formagto da mistura —@) carburador arrefece apds se ter parado 0 motor. Fig. 3.17 — Gireuito de ralenti Devido ao pequeno diametro do canal de by-pass, 0 fluxo de ar é extremamente elevado ‘em direcgdo a cémara de formagao da mistura Simultaneamente, 0 combustivel previamente circula com o ar através do canal de pré- mistura, Na camara de formagao da mistura, o ar proveniente do canal de by-pass junta- se a pré-mistura devido aproximagao pelo parafuso de afinacdio da mistura, Ambos os componentes so misturados intensamente, Esta mistura manifesta-se a uma velocidade supersénica a partir do tubo de saida, desta forma obtemos um funcionamento perfeito do ralenti e niveis favordveis de emiss&o de gases a baixas velocidades do motor. A figura 3.18 representa o funcionamento deste circuito. Sistemas de Alimentagao por Carburador = 3.14 FCEPRA Carburadores de Difusor Constante 41. Combustive! 2Ar 3. Pré-mistura 4. Mistura a0 relent) Fig. 3.18 Funcionamento do circuito de ralenti da figura 3.17 No carburador da figura 3.19 0 combustivel é puxado para 0 interior do jacto do ralenti (8) através do jacto principal (1) e o tubo de emulsao pelo vacuo no canal de admisso. © ar 6 adicionado através do jacto de ar do ralenti (4). © fluxo controtado por meio do parafu- so de controle da mistura do ralenti (5) antes da mistura emergir no canal de admissao, por tras da borboleta do acelerador. 1. Jacto principal 2, Ganal de combustivel 3. Jacto de alent 4, Jato de ar do ralenti 6. Parafuso de regula- (980 da mista LZ @ ® i Fig. 319 ~ Funcionamento io um crouto do raend 'Na transig&o para um regime de baixa velocidade (circuito de progress), logo que a bor- boleta de aceleragao abre, a mistura do ralenti é puxada para o interior do canal de admis- so através da ranhura de transigao. Isto assegura uma transig&o constante até que o sis- tema do jacto principal entre em funcionamento. 3.12 Sistemas de Alimentagdo por Carburador FCEPRA Carburadores de Difusor Constante Se 0 vacuo no canal de admis diminuir quando a borboleta de aceleragéo abre, isto implica uma maior carga no motor. E necesséria uma mistura mais rica. Nestas situacdes, a valvula de diafragma aberta pela forca da mola, sendo fomecido mais combustivel por meio do sistema de ralenti 3.3 - CIRCUITO PRINCIPAL © citcuito principal do carburador é 0 seu circuito fundamental que funciona geralmente ‘em mais de 80% dos regimes de funcionamento do motor. O débito de combustivel atra- \vés do pulverizador principal néo se inicia simultaneamente com a passagem de ar atra- vés do difusor. E necessério que o ar que passa pelo difusor adquira uma certa velocidade minima, suficiente para gerar uma depresséo sobre o pulverizador que obrigue 0 combus- tivel a elevar-se do nivel a que se encontra na cuba até ao nivel do pulverizador. S6 a par- tirdesse momento se iniciard 0 débito de combustivel através do pulverizador principal. ‘Aum aumento ou diminuigao do débito de ar através do difusor, corresponde igualmente um aumento ou diminuigéo sobre o pulverizador, mas estas variagdes nao so directa- ‘mente proporcionais. Embora geralmente a partir de um certo regime de funcionamento do motor se deseje um enriquecimento da mistura a fim de se obter a sua poténcia maxima, verifica-se que o enri- quecimento produzido por um circuito com as caracteristicas anteriormente citadas se afasta bastante do desejado. A mistura enriquece demasiado nos regimes elevados e ‘empobrece demasiado nos regimes baixos. Podemos dividir os circuitos principais dos carburadores em dois grupos: Circuitos principais com jactos de seogdo invaridvel. uitos principals com jactos de secedo variavel. Circuitos principais com jactos de secgao inva ito principal com circuito secundério, de ar, em paralelo com o difusor Dado que com um circuito principal do tipo indicado para 0 carburador elementar a mistura enriquece progressivamente com o aumento do regime do motor, toma-se necessério recorrer a um processo que permita evitar esse enriquecimento ou anulé-to. Sistemas de Alimentagdo por Carburador 3.13 FCEPRA Carburadores de Difusor Constante Um dos processos usados consiste em anuli-lo fazendo uma adigdo suplementar de ar, em paralelo com o difusor, a partir de um certo regime de funcionamento (Fig. 3.20): vainia Fig. 3.20 ~ Admisséo de ar em paralelo com o alfusor Circuito principal com circuito de compensagao Neste caso nao existe propriamente um circuito mas sim dois que funciona simultanea- mente, o circuito principal propriamente dito, que corresponde ao circuito do carburador elementar eo. (cuit de compensago, que constitu um auxiliar do circuito principal. © circuito de compensagao (Fig. 3.21) € constituido por uma tubagom que estabelece liga- (go entre um pulverizador e um jacto existindo na sua parte intermédia uma cavidade cha- mada pogo compensador, cuja parte superior se encontra destapada e em comunicagéo com a tina de nivel constante. Pulverizador deco Jado de compensagio Fig. 3.21 ~ Circuito principal com circuito de compensago 3.14 Sistemas de Alimentagdo por Carburador FCEPRA Carburadores de Difusor Constante © circuito de compensagao debita combustivel através do respective pulverizador devido a depresséio que sobre ele incide, Porém esta depressao nao actua directamente sobre 0 jacto de compensagao dado que 0 poco através da sua parte superior comunica com a cuba anulando assim essa depresso. Nestas circunstancias 0 débito de combustivel pelo pulverizador resulta num abaixamento do nivel no pogo de compensagéo em relacdo a cuba @ ¢ devido a esse desnivel que esta debita combustivel para 0 circuito de compensa- ‘G0 seguindo 0 principio dos vasos comunicantes. © débito de combustivel pelo jacto de compensagao € proporcional a distancia entre os niveis de combustivel na cuba e no poco. Circuito principal com pogo de emulsao Este tipo de circuito constitu um aperfeicoamento do anterior. Neste caso elimina-se o cir- cuito compensador colocando 0 pogo no circuito principal propriamente dito. Aqui a parte superior do pogo ndo fica amplamente destapada. A comunicagao entre as partes superio- tes do pogo e da cuba faz-se através de um jacto calibrado (Fig. 3.22) Nos regimes baixos este circuito funciona de modo idéntico ao circuit de compensagio anteriormente estudado. Porém, logo que 0 combustivel se esgote no pogo € se inicie a circulagao de ar através do poco & medida que essa circulagfo de ar aumenta, gera-se dentro do pogo uma depresséo sucessivamente maior que adicionada ao desnivel de combustivel provoca um aumento progressivo de débito permitindo ajustar aproximada- mente a riqueza da mistura 20 longo dos vérios regimes do motor. Jaco dear de emulsto Sez 4 acto principal Fig. 3.22 Circuito principal com pogo de emnuis4o Sistemas de Alimentagdo por Carburador 3.15 FCEPRA Carburadores de Difusor Constante Circuito principal com varios pogos de derivacdo, Como aperfeicoamento do circuito anterior e numa tentativa de obter uma maior aproxima- cdo entre as dosagens desejéveis € as obtidas, construitu-se um circuito escalonado com varios pogos em derivag&o. Partindo do jacto principal cada um dos pogos desemboca no canal que conduz ao pulverizador a um nivel sucessivamente mais elevado. A parte supe- rior de cada pogo esta ligada a cuba através de jactos de ar calibrados (Fig. 3.23) SSS Fig. 323 - Circuito principal com varios pogos em derivagso Quando 0 regime de funcionamento aumenta, 0 nivel de combustivel nos pogos vai dimi- ‘nuindo progressivamente comegando por despejar 0 pogo mals elevado. Uma vez este despejado comeca a affuir ar peta sua parte inferior © a medida que o regime de funciona- ‘mento do motor aumenta 0 débito de ar através do pogo, também aumenta e a partir de certo momento comeca a gerar-se ai uma certa depressdo. Devido a essa depressao 0 combustivel comeca a baixar de nivel nos restantes pocos, atingindo-se um certo momen- to em que 0 segundo poco também comega a debitar ar. O funcionamento do circuito pro- gride assim sucessivamente até que o tiltimo pogo comece também a debitar ar ito principal com eémara de emulséo Apresentam-se de seguida varios tipos de construgbes mais usuais. Neste tipo de constru- 80 (Fig. 3.24) a cdmara de emulsdo esta localizada dentro do difusor e 0 pulverizador & constituido por uma série de furos praticados a um mesmo nivel em toda a sua periferia, Este tipo de construgao é usado em carburadores verticais descendents. 3.16 Sistemas de Alimentago por Carburador FCEPRA Pulverizador Neste tipo de construgdo (Fig. 3.25), aplicado em carburadores horizon- tais, a camara de emulséo fica por baixo do difusor. © pogo termina numa abertura anelar que serve de pulverizador. © tubo de emulséo & muito alongado atravessando todo 0 difusor estando ligado ao jacto de ar que se encontra por cima do difusor Puberizadr * Puiveizador 4 acto principal Jacto de ar de emus Carburadores de Difusor Constante Tube de emulsso cto pinioal acto pica Fig, 3.25 Neste tipo de construcao (Fig. 3.26) no existe propriamente um jacto de ar mas sim em sua substituigéo uma porca cega, que tem na sua perife- ria um ou mais furos calibrados. Neste tipo de construgao o ar entra pela parte exterior do tubo de emul so € 0 pulverizador € constituido pelo orficio existente na parte termi- nal da porca cega, que constitui 0 prolongamento do tubo de emulsao. Este tipo de construcdo é usada em carburadores verticals ascendentes. Sistemas de Alimentagdo por Carburador 3.7 FCEPRA Carburadores de Difusor Constante Neste tipo de construgdo (Fig. 3.27) 0 jacto de ar atinge a camara de emulsao lateralmente € a aspiragdo é feita pelo interior da parte superior do tubo de emulso. Dado que a parte terminal do pulverizador fica numa posigao inferior ao nivel da cuba poderia dai resultar perigo deste sistema poder funcionar como um siféo. Para evitar essa irregularidade exe- cuta-se um ofificio calibrado de diémetro muito pequeno por cima da cémara de emulsao. Este tipo de montagem & usado em carburadores verticais descendentes. Jacto de ar de emulsao Furo anti-stao acto principal Neste tipo de carburador (Fig. 3.28) o jacto de ar de emulséo encontra-se na parte inferior do carburador sendo 0 ar conduzido para o interior do tubo de emulsdo através de um tubo vertical, © tubo de emulsao 6 tapado na sua parte, constituindo uma espécie de copo ‘em posigdo invertida, © pulverizador 6 formado por uma cavidade anelar que se localiza entre 0 tubo de emulsao @ a parede do poco. Pulverizador Jacto de ar de emuls8o Fig, 328 3.18 Sistemas de Alimentagdo por Carburador FCEPRA Carburadores de Difusor Constante Este tipo de construgao usado em carburadores horizontais e verticais ascendentes. Na figura 3.29, 0 circuito principal regula 0 combustivel num grande regime de funciona- mento. Durante a aceleracao e a carga maxima, é fomecido num suplemento através dos sistemas de enriquecimento adicionais. 4. Jacto de correcglo de at 2. Tubo de emulsio 3. PuNerlzador 4. Difusor (Venturi) 6. Borboleta de aceleragéo 6. Jacto principal 7. camara de mista 8. Cube Fig. 3.29 ‘Se houver vacuo suficiente no pulverizador (3), 0 combustivel ¢ puxado desde a cuba (6) através do jacto principal (6) e tubo de emulsao (2). O combustivel é previamente mistura- do com ar no tubo de emulsao, antes de passar através do pulverizador pelo corpo (4) do carburador. © ar é calibrado através do jacto de correcgao (1). © nivel de vacuo depende da velocidade e carga do motor ¢ da posigdo da borboleta de aceleragao (5). O circuito principal entra em funcionamento desde o ralenti até ao regime de carga parcial e permanece em accéio até a carga maxima. 3.4 - CIRCUITO DE NIVEL CONSTANTE A primeira condigao para que um carburador funcione satisfatoriamente @ que o nivel de ‘combustivel na cuba se mantenha aproximadamente constante e numa posi¢ao bem defi- nida para cada carburador. Sistemas de Alimentagdo por Carburador 3.19 FCEPRA Carburadores de Difusor Constante A localizagio dos pulverizadores e outros érados do carburador é previamente escolhida tendo em conta a localizacdo do nivel de combustivel na cuba. Um nivel de combustivel muito baixo provoca alteragdo na dosagem da mistura (empobrecimento) e pode mesmo acontecer que origine a faita de combustivel para alimentar o motor quando este trabaihe ‘em regimes de rotacao elevados. Um nivel de combustivel muito elevado provoca altera- Bes na dosagem da mistura (enriquecimento) ¢ quando excessivamente alto (a0 nivel dos pulverizadores ou acima destes), provoca o encharcamento da tubagem de admissao por derrame directo de combustivel, mesmo com o motor parado. Os elementos fundamentais que influenciam o nivel de combustivel na cuba sao: A densidade do combustivel que altera a capacidade de flutuacao da b6ia. © tamanho, formato e peso da béia, o que altera a sua capacidade de flu- tuagao. A pressdo de alimentacéo, a qual altera a forga necessdria para fechar a vvalvula de entrada, © diametro da valvula de entrada, o qual altera a forca necesséria para obter o seu fecho. A figura 3.30 mostra um exemplo de um circuito de nivel constante e a figura 3.31 repre- senta esquematicamente esse mesmo circuito. 4.868 2. Aguiha da béia 23. Sede da valvula de aguina 4. Vedante 5. Fillo 6. Veio da boia Fig. 3.20 ~ Circuito de nivel constants 3.20 Sistemas de Alimentago por Carburador FCEPRA Carburadores de Difusor Constante 4. Sietoma de ventlagdo da cuba 2. Sede da valvula de agulha da bse 23.Fitro 4, Tubo de alimentacto de combustivel 6. Agulha da béia ‘Veio da boia 7. Bia 8. Cute Fig, 3.31 - Esquema de um cireuito de nivel constante (© combustivel circula a partir do tubo de alimentagao de combustivel através do filtro de rede e através da valvula de agulha da béia para a cuba, O combustivel ao entrar faz subir a béia, a qual esta ligada ao veio, levantando a béia até bloquear a alimentagao de com- bustivel devido a pressdo exercida na valvula de agulha. mbustivel na cuba baixe Quando 0 nivel de , feduz-se a pressfio exercida na valvula de agulha ¢ 0 combustivel pode entrar novamente na cuba. sistema de ventiiacao da cuba assegura 0 equilibrio da pressao atmosférica no interior da cuba e assegura também o fluxo de combustivel aos sistemas dos jactos para que nao sejam limitados. A figura 3.32 representa outro exemplo de um circuito de cuba com nivel constante de combustive! 1. Entrada de combustivel 2. Fir de combustivel 8. Valvla de agutha da béia 4.Cuba 5. Estera de amortecimento 6. bia ® © Fig. 3.32 ~ Esquema de um circutto de nivel constante Sistemas de Alimentagao por Carburador 3.21 FCEPRA Carburadores de Difusor Constante A concepgio e principio de funcionamento deste sistema ¢ 0 convencional e ja explicado anteriormente. A esfera de amortecimento absorve as vibragées do motor e assegura 0 fecho preciso da valvula de aguiha da béia. A béia é feita de plastico. © arojamento da cuba Q nivel de combustivel na cuba deve ser o mais constante possivel as caracteristicas de funcionamento do carburador nao devem estar sujeitas a variagées. Para que tal acontega 6 necessatio que haja uma pressao estavel na cuba do carburador e que ai nao se gerem bolsas de vapor devidas a evaporacao do combustivel. Para conseguir estes objectivos tomna-se necessario arejar a cuba do carburador. © arejamento pode ser feito por dois métodos: Por abertura directa para o exterior (Fig. 3.33). Por ligacdo, através de um canal, ao tubo de admisso anterior ao difusor do carburador (Fig.3.34). Existem ainda alguns carburadores que usam sistemas de arejamento interno e externo, Trata-se do sistema de arejamento misto (Fig. 3.38) Fig. 3.38 ~ Arejamento misto 3.22 Sistemas de Alimentago por Carburador FCEPRA Carburadores de Difusor Constante Quando este sistema 6 usado o arejamento externo deve ser montado de modo que 0 vento gerado peta ventoinha ndo afecte @ entrada de ar no carburador, visto que em tal caso 0 ar forcado pela ventoinha entraria no carburador arrastando consigo vapores de gasolina conduzindo-os depois para a admisséo do arejamento interno provocando um enriquecimento da mistura. 3.5 - CIRCUITO DE POTENCIA/ACELERAGAO © circuito principal 6 calibrado para fornecer uma mistura ar/combustivel de caracteristicas econémicas. No entanto hé vérias condigSes em que 0 condutor requer do motor uma poténcia superior @ que possivel, utilizando somente o circuto principal. Por exemplo a grandes velocidades quando a borboleta se encontra totalmente aberta ou quando subin- do uma encosta ingreme, o circuito principal nfo fomece a quantidade de combustivel necessério para queimar todo 0 oxigénio do ar fornecido a0 motor. O cireuito de poténeia 6 utilizado para adicionar uma certa quantidade de combustivel a0 Circuito principal. Este circuito proporciona assim um enriquecimento da mistura, de acor- do com a abertura da borboleta e carga aplicada ao motor. Uma mistura de poténcia deve- 18 conter @ quantidade de combustivel suficiente para queimar todo o oxigénio existente no ar. A figura 3.36 mostra 0 circuito de poténcia em funcionamento, a borboleta esté quase totalmente aberta e a depressao no colector de admissao é pequena. Jactode sutomajedade ‘Agua do ercuito de poténcia(evantada) Depressdo no colector ‘de admissao (baa) Fig, 3.36 - Funcionamento do circuito de potsncia Sistemas de Alimentagdo por Carburador 3.23 FCEPRA Carburadores de Difusor Constante Uma vez que a depressto no colector de admisséo se alfera com a carga apicada ao motor, esta 6 usada para accionar o circuito de poténcia quando uma maior poténcia é necesséiria. Como exemplo da constituic&o de um circuito de poténcia, podem indicar-se os seguintes 6rgéos: ‘Agulha de medigées. Camara de depressao com émbolo € mola. Canals de ligagao ao colector de admisséo. Alguns circuitos de poténcia tem uma vaivula de enriquecimento comandada por um émbolo ou diafragma sobre os quais incide a depressdo (Fig. 3.37). Diatragma Ligacao ao calector de amiss20, vawwade—\ sacto principal tenauectenio Fig. 3.37 ~ Cirouito de poténeia A valvula de enriquecimento esta localizada debaixo de uma haste que esta ligada ao émbolo ou a0 diafragma. O émbolo ou o diafragma encontram-se posicionados por acgéo de uma mola. A depressaio actuando sobre 0 émbolo ou diafragma ao ser vencida pela accdo da mola, determina quando a valvuta de enriquecimento deverd abrir, Quando a depressao no colector de admisséo 6 elevada ou quando o motor funciona a uma velo- cidade constante com a borboleta parcialmente aberta, a depresso, que actua o @mbolo ou o dia- fragma, comprimi-los-4 contra a mola. Nestas condigdes, com uma elevada depressao no colec- tor, a valvula de enriquecimento mantém-se fechada. Quando a carga aplicada ao motor aumenta, a depressao no colector diminui. Com esta fraca depress&o, 0 émbolo ou diafragma n&o conseguem vencer a acedo da mola, sendo a haste 3.24 Sistemas de Alimentago por Carburador FCEPRA Carburadores de Difusor Constante ‘empurrada para baixo, abrindo a vaivula de enriquecimento. Quando a valvula de enriquecimento se abre, 0 débito de combustivel através do pulveri- zador principal aumenta. Isto ¢, adiciona-se um certo débito de combustivel ao circuito principal. Desta forma a mistura torna-se mais rica, C cireuito de aceleragao efectua uma descarga de combustivel na corrente de ar junto 0 Venturi, sempre que se procede @ abertura da borboleta. Para o perfeito funcionamento do motor, este combustivel deve alcangar a corrente de ar no Venturi, no momento & quantidade adequada Alguns carburadores usam aquilo a que se chama uma bomba mergulhada (Fig. 3.98) Posicionamento da mola ‘Alavanea da bomba Embolo com mola ‘temporizadora Rasgo de enchimento Retentor Valvula de. descarga com esfera Canal de. passage Actuagao do retentor © Combu Fig. 3.38 ~ Chreuito de acelerapo com bomba merguinada (Os componentes fundamentals do circuito de aceleragao cam a bomba mergulhada sfo: Embolo com mola temporizadora Mola de retrocesso do émbolo Cilindro da bomba vValvula de des ga Canais de descarga Ligagbes mecanicas de comando da bomba Sistemas de Alimentagdo por Carburador 3.25 FCEPRA Carburadores de Difusor Constante Durante a aceleracao, a bomba fornece uma certa quantidade de combustivel que é med do e injectado sobre a corrente de ar, através do tubo injector. O combustivel debitado pelo tubo injector mistura-se com o fluxo crescente de ar. Deste modo adiciona-se a quantidade de combustivel necessério para evitar as hesitagbes do motor até que os res- tantes circuitos do carburador comecem a fornecer a quantidade de combustivel necessé- tio a0 perfeito funcionamento do motor. Em certos modelos de carburadores encontra-se um outro tipo de bomba a chamada bom- ba seca (Fig. 3.39) Embolo da bomba Vaivula de descarga ‘Canal de passage Valvula de entrada Fito Fig, 3.39 — Circuito de acelerago com bomba seca Na figura 3.39 nota-se a existéncia da valvula de entrada também por vezes chamada val- vula de admissdo. © émbolo esta ligado ao velo da borboleta através de 6ig4os mecdni- cos. Ao abrir-se a borboleta do acelerador, através dos érgzios mecnicos de comando da bomba, comprime-se a mola temporizadora a qual por sua vez forga 0 émbolo para baixo comprimindo 0 combustivel contido no cilindro. Uma vez 0 combustivel sob pressao fixa a valvula de entrada na posigdo de fechada e abre a valvula de descarga dirigindo-se para o tubo injector. ‘A figura 3.40 representa uma bomba de aceleragao de diafragma e a figura 3.41 represen- ta esquematicamente o funcionamento dessa mesma bomba. 3.26 Sistemas de Alimentagdo por Carburador FCEPRA Carburadores de Difusor Constante 1. Diafragma da bomba; 2. Mola de retorno; 8. Tampa do 4. Tubp injector, 6. Valvula de saida; 6. Camara da iafragma bomba; 7. Ariculagdo; 8. Valvula de admissao Fig. 340 Bomba de aceleragéo de diafragma Fig. 3.41 ~ Funcionamento de uma bomba de aceleragdo de diatragma A articulagao estabelece a ligago entre a borba de aceleragao e a borboleta de acelera- G0. Quando se solta 0 pedal do acelerador (a borboleta fecha), a cémara da bomba é cheia com combustivel através de uma valvula de esfera (valvula de admisséo) Quando se carrega no pedal do acelerador (a borboleta abre), este combustivel é forcado a entrar ‘na camara de mistura do canal de admisséo. © curso do émbolo do diafragma influencia a quantidade e duragao da injecgao do combustivel. 3.6 - CIRCUITO DE ENRIQUECIMENTO A ALTO REGIME Como € necessario assegurar uma alimentagdo suficiente de combustivel em carga maxi- ma e no obstante, 2 mistura deve permanecer pobre noutras situacdes de funcionamen- to. 0 circuito de enriquecimento em carga maxima permite que ambos os requisitos sejam satisfeitos. Neste circuito existe um pulverizador enriquecedor de alto regime (Econostato), este dis- positivo ¢ constituido por um tubo que mergulha no combustivel existente dentro da cuba ¢ que desemboca na parte da tubagem de admissao anterior ao difusor. Dado o desnivel existente entre o nivel de combustive! na cuba e o ponto onde o pulverizador desemboca, toma-se necessario, para que entre em funcionamento, que a depressdo gerada sobre ele pela passagem de ar na tubagem de admissao, seja grande. Deste modo o referido dispo- Sistemas de Alimentagdo por Carburador 3.27 FCEPRA Carburadores de Difusor Constante sitivo s6 entra em funcionamento a partir de um certo regime de funcionamento do motor. Para regular 0 débito deste dispositivo o tubo é sempre provido de um jacto calibrado. ‘© mesmo tubo também pode ser provido na sua parte superior de um pequeno jacto de ar destinado a melhorar o funcionamento do dispositivo. Para comander 0 caudal do Econcestato pode ser utilizada uma: \Valvula enriquecedora comandada por depressao. \Vaivula enriquecedora comandada mecanicamente. Aguiha actuando sobre um jacto. Valvula enriquecedora comandada por depressio (Fig. 3.42) — este dispositivo & const do por uma valvula sobre a qual actua uma mola que tem tend@ncia a mante-la fechada, Um comando accionado por uma mola e por um 6rg%0 pneumatico sobre o qual actuamn as pressdes existentes, na tubagem de admissdo anterior ao difusor e posterior a borbole- ta de aceleracdo, abre a valvula sempre que a diferenca de pressdes seja fraca ou nula. A abertura desta valvula permite a passagem de combustivel, proveniente da cuba, para um jacto que comunica com 0 circuito principal possibilitando 0 fornecimento de uma quanti- dade suplementar de combustivel. Quando as diferencas de pressao sao grandes o dispo- sitivo pneumatico vence a acgao da mola ¢ a vaivula fecha-se colocando o circuito de enri- quecimento fora de acgao, Comando por depressto da valvula enriquecedora Vaivula lenriquecedora Fig. 3.42 Valvula enriquecedora comandada por depressao 3.28 —_ Sistemas de Alimentago por Carburador FCEPRA Carburadores de Difusor Constante Valvula enriquecedora comandada mecanicamente (Fig.3.43) — hé certos carburadores onde sao utilizadas valvulas enriquecedoras do tipo mencionado no caso anterior, sendo ‘no entanto 0 seu comando efectuado mecanicamente através de ligagdes ao veio da bor- boleta de aceleracdo. Nestas circunsténcias a partir de uma certa abertura da borboleta a Valvula abre, permitindo fornecer um suplemento de combustivel 20 circuito principal. Ha carburadores onde se aproveita 0 comando da bomba de aceleragao para actuar esta val- Vula. Neste caso a valvula € geralmente instalada no fundo da bomba e é aberta por acgo de um pero ligado ao émbolo ou ao diafragma, conforme o tipo da bomba. Valvula Li___iJ ‘enriquecedora Fig, 3.43 - Vélvula enriquecedora comanda- da mecanicamente Agulha actuando sobre um jacto (Fig. 3.44) — em alguns carburadores 0 enriquecimento & feito por acco de uma agulha de secgao escalonada, ou cénica, que se desioca no inte- rior do orificio calibrado do jacto principal ou de um jacto secundatio. Esta aguiha geral- ‘mente comandada mecanicamente através de ligagbes a0 velo da borboleta de acelera- ‘¢&0 de modo a proporcionar uma maior secedo de passagem de combustivel através do jacto nos regimes mais elevados de funcionamento do motor. Porém hé certos casos em que @ aguina 6 comandada por um dispositivo accionada pelas diferengas de pressao entre a tubagem de admisséo anterior ao difusor e posterior a borboleta de aceleracao © ainda por uma mola Sistemas de Alimentagdo por Carburador 3.29 FCEPRA Carburadores de Difusor Constante vaivula ‘de aguiha Fig. 3.44 - Agulha actuando sobre um jacto Na figura 3.45 esta representado um circuito de enriquecimento a alto regime no qual, 0 combustivel 6 puxado desde a cuba através do jacto de calibragao e do canal de enrique- cimento. Antes do combustivel emergir no canal de admissao, é previamente misturado no tubo de emulséo com ar proveniente do jacto de correcco. Isto ocorre a carga méxima e ‘com a borboleta de aceleragao totalmente aberta, quando 0 fluxo de ar a velocidade muito ® ®®@ elevada cria vacuo no canal de admisso 1. Saica de combustive! 2. Tube de emulséo F 23.Jacto de correogio do ar 4. Jacto de calbragao de combustivel £6. canal de combustivel Fig, 3.45 3.30 Sistemas de Alimentago por Carburador FCEPRA Carburadores de Difusor Constante 3.7 - O ARRANQUE A FRIO As resistencias internas do motor, que se opbem ao seu funcionamento, so geralmente maio- res quando 0 motor esta rio que depois deste Ter atingido a sua temperatura normal de funci namento. Este aumento de resisténcia deve-se essencialmente a uma maior viscosidade do 620 © até a deficiéncias de lubrificagdo das pegas em movimento, principaimente no momento do arranque. Assim a poténcia desenvolvida pelo motor no regime de ralenti normal pode ser insuficiente para o fazer rodar naquetas condigbes. Quando assim acontece o motor para, Para evitar esta situagao torna-se geralmente necessario manter 0 motor num regime de ralenti ace- lerado durante 0 periodo de aquecimento, Também na fase de arranque, com 0 motor frio, ¢ durante o seu periodo de aquecimento, geralmente a vedagéo da cémara de compresséo 6 inferior a normal devido a existéncia de uma maior folga entre o émbolo, segmentos e cilindro. ‘A fim de compensar as fugas devidas a essa falta de estanquecidade torna-se necessério, para obter uma mesma poténcia, fornecer ao motor uma maior quantidade de mistura. Quando se pretende pr um motor frio em marcha ou quando se procede ao seu aquecimento, estando 0 tempo fiio, no se obtém uma perfelta vaporizagao dos compostos mais densos, que ‘compéem 0 combustivel, sendo alguns arrastados para dentro dos cilindros sob a forma liq da, do que resulta um empobrecimento da mistura, a ponto de se poder tornar nao inflamavel. Para satistazer os requisitos atras mencionados dispdem os carburadores de um dispositive chamado dispositivo de arranque. Nos carburadores de difusor constante, usam-se dois sistemas fundamentais de dispositivos de arranque: Sistema de valvula em derivagao. Sistema de vélvula estranguladora de ar. Sistema de valvula estranguladora de ar © 6190 fundamental dos dispositivos pertencentes a este sistema é uma valvula de borboleta colocada na parte anterior ao difusor do carburador e que se destina a estrangular a entrada de ar para o carburador (Fig. 3.46). © comando desta valvula pode ser manual ou automatico. Sistemas de Alimentagao por Carburador 3.31 FCEPRA Carburadores de Difusor Constante cha ‘Tiarte de comand S| Brag de — botbolta eoconts _/ 4 omar Parafusoreglador da velccicace ce ‘alent atone Fig, 3.46 - Dispositivo de arranque com borbo- leta estranguladora de ar comanda- da manualmente No caso de comando manual, este dispositive & constituido por uma vaivula de borboleta, colocada na tubagem anterior ao difusor, a qual uma vez fechada estrangula @ passagem de ar para 0 carburador. © comando desta borboleta estranguladora é feito manualmente através de um cabo, geralmente ligado a um manipulo colocado no painel do posto de condugao. Ao fechar a borboleta estranguladora de ar, através de um comando a esse fim destinado, vai-se alterar a posigéo do batente limitador da abertura minima da borboleta do acelerador obrigando esta a abrir ligeiramente. Uma vez accionado 0 dispositive de arranque, dado que a borboleta de aceleragéo se enconta ligeiramente aberta e a borbo- leta estranguladora de ar fechada, a depresso gerada na tubagem de admissao quando se acciona 0 motor de arranque faz-se sentir em toda a zona do carburador posterior borboleta estranguladora. Esta depressdo é suficiente para fazer funcionar o circuito prin- cipal e por vezes certos circuitos enriquecedores de mistura de modo a debitarem com- bustivel que uma vez adicionado ao fornecido pelo circuito de ralenti permite formecer 20 ‘motor 0 combustivel necessério a formago de uma mistura adequada para o seu arran- que. Logo que 0 motor entre em funcionamento o aumento de depresséio na tubagem de admissdo daria origem a aspiragao de demasiado combustivel criando dificuldades ao fun- cionamento do motor. 3.32 Sistemas de Alimentagdo por Carburador FCEPRA Carburadores de Difusor Constante Para evitar que tal acontega podem usar-se dois processos: Comando rigido da borboleta estranguladora (Fig. 3.47) - neste caso a borboleta estranguladora mantém uma posic&o perfeitamente definida que esta dependente da posigao em que se encontra 0 manipulo de comando. Sobre a borboleta ¢ montada uma valvula com mola que abre or acgio das diferencas de presstio entre as suas faces anterior e poste- rior, deixando passar a quantidade de ar necessaria ao correcto funciona- © Borboeia estranguiadera Fig, 3.47 ~ Comands rigido da borboleta estranguladora Comando da borboleta através de uma mola - montando a borboleta estranguladora de ar sobre um veio descentrado e comandando-a através de uma mola que the garanta @ pos- sibiidade de abrir mais ou menos, conforme a diferenca de press6es incidentes sobre as suas faces consegue-se obter um funcionamento em melhores condigbes que no caso anterior. Deste modo é possivel & borboleta estranguladora dar passagem ao ar, necessa- fio para a formagao de misturas da riqueza conveniente nos varios regimes de funciona- mento do motor. No caso da borboleta estranquladora de ar ser comandada automaticamente, esta é mon- tada na tubagem de admisséio anterior ao difusor do carburador, sobre um veio colocado em posigdo excéntrica. © comando automatico, concebido com o fim de manter em todas a circunsténcias de arranque e durante 0 perfodo de aquecimento do motor uma mistura © regime minimo de funcionamento ideais, 6 constituido pelos seguintes dragos (Fig 3.48) Uma mola bimetalica de acco termostatica que 20 arrefecer tende a desenrolar-se e a fechar a borboleta estranguladora Sistemas de Alimentagdo por Carburador 3.33 FCEPRA Carburadores de Difusor Constante Uma mola que tende a manter a borboleta estrangulada permanentemen- te aberta, Um dispositive comandado pela depressao existente na tubagem de admissao posterior a borboleta do acelerador que tende a abrir a borbole- ta estranguladora quando essa depresstio aumenta. Um sistema de aquecimento da mola termostatica. Borboletaestranguladora pecan Fig. 3.48 ~ Sistoma de estrangulamento automatico Funcionamento — Com a mola termostatica fria, a borboleta estranguladora é mantida nia posigéio fechada. Uma vez accionado o motor de arranque a depressdo gerada na tubagem de admisséo, dado que a borboleta de aceleracdo se encontra ligeiramente aberta, exerce a sua acgo em toda a zona do carburador posterior & borboleta estranguladora levando 0 circuito principal e por vezes certos circuitos enriquecedores, a debitarem combustivel que uma vez adicionado ao fornecido pelo circuito de ralenti permite formar uma mistura com a dosagem requerida. Uma vez 0 motor ‘em movimento, a diferenga de pressdes que actua sobre a borboleta estranguladora, a depresséio exerce influéncia sobre o émbolo ou diafragma do dispositivo de depressao € a tensao da mola no termostatica, actuando conjuntamente, vencem ligeiramente @ acc&o da mola termostatica permitindo que @ borboleta estranguladora se abra de modo a permitir a passagem do ar necessé- rio & formagao de misturas correctas para 0 perfodo de aquecimento. Durante este periodo, quais- quer alteracées de velocidade de funcionamento do motor provocam uma imediata compensagao na abertura da borboleta estranguladora quer devido @ acgao directa do ar sobre la quer devido a influéncia do dispositive de depresséo. 3.34 Sistemas de Alimentago por Carburador FCEPRA Carburadores de Difusor Constante A medida que 0 motor aquese, o dispositive de aquecimento da mola bimetalica também vai aquecendo. A mola termostatica ao aquecer vai diminuindo o esforgo sobre a borboleta estranguladora, permitindo que esta se va abrindo progressivamente. O aquecimento da mola termostatica pode ser feito por circulagdo de Agua, do circuito de arrefecimento, numa camara que envolva a mola, por circulagao de ar quente proveniente das proximida- des do colector de escape ou ainda por acco de uma resisténcia elécttica. ‘Ao mesmo tempo que a borboleta estranguladora vai abrindo, o limitador de abertura mini ‘ma da borboleta de acelerac&o vai permitindo que esta se feche mais, havendo uma dada altura em que a borboleta estranguladora se mantém permanentemente aberta e a borbo- leta de aceleragdo atinge a sua posigao mais fechada possivel correspondente @ posigao de ralenti normal Sistema de valvula em derivagio No caso de carburadores com este tipo de valvula comandada manuaimente, s8o consti- tuidos por uma valvula de disco montada sobre um veio comandado pelo manipulo de comando através de um cabo. O disco dispde de uma janela e de um ou mais orificios @ cencontra-se comprimido por uma moka contra 0 corpo do carburador. Este dispositivo com porta um jacto de combustivel e um jacto de ar (Fig. 3.49). Mistura Fig, 3.49 — Dispositvo de arranque com valvula em derivagso Sistemas de Alimentagao por Carburador 3.35 FCEPRA Carburadores de Difusor Constante Com 0 motor parado, accionando totalmente o dispositive de arranque vai-se colocar a janela do disco de comando em correspondéncia com uma outra janela, praticada no cor- po do carburador, que comunica com a tubagem de admisséo posterior & borboleta de aceleragao. Igualmente 0 otificio ou orificios do disco fica em correspondéncia com um canal ligado a0 poco de arranque. Deste modo ao accionar-se 0 motor de arranque a depresséio gerada na tubagem de admissao atinge a camara existente junto ao disco ¢ aspira, por um lado ar, através do jacto de ar de arranque e por outro combustivel, através do ofificio ou orificios do disco e do canal que comunica com o poco de arranque. Uma vez 0 motor em funcionamento a depressio existente na tubagem de admisséio ‘aumenta, fazendo-se sentir a sua maior intensidade junto vélvula de disco. Deste modo © ar e 0 combustivel passam a ser aspirados com maior intensidade, No que se refere 20 combustivel ele passa a ser aspirado em maior quantidade que a debitada pelo jacto de combustivel de arranque e havera um dado momento em que 0 orificio que comunica entre 0 poco e 0 canal de aspiragao de combustivel se encontram ao mesmo nivel No caso de carburadores com este tipo de vlvula (vélvula em derivacdo) com comando automético, so constituidos por um disco com trés ranhuras radiais que se ligam entre si numa cavidade central (Fig. 3. 50). Vania de sco ar Posies da vatwla de dco Parcaimente abea NS “Facto de combustive! y ‘se aranave coector Seencaps Toamente ‘eenads act dear de aqueciments Fig. 3.50 ~ Dispositivo de arranque pelo sistema de valvula em derivagéo, com comando automético 3.36 Sistemas de Alimentago por Carburador FCEPRA Carburadores de Difusor Constante Com 0 motor frio a mota termostatica mantém 0 disco numa posigao tal que as ranhuras radiais e 0 furo se sobrepdem aos canais existentes no corpo do carburador. Logo que se acciona o motor de arranque a depresséo gerada no colector de admisséo provoca @ aspi- rage de combustivel do pogo de arranque fazendo-o percorrer a canalizago que 0 con- duz junto 2o disco, entrando em contacto com 0 ar que passa pelo furo do disco de modo a formar uma mistura bastante rica que depois é conduzida & tubagem de admissfo. Logo que 0 motor entra em funcionamento dado que a depressao gerada na tubagem de admis- so € bastante intensa 0 débito de combustivel que atinge 0 disco do dispositive é supe- rior ao débito do jacto de aranque. Deste modo apés alguns momentos de funcionamento do motor 0 combustivel existente no pogo esgota-se ¢ juntamente com 0 combustivel pas- sa a ser fornecida uma certa quantidade de ar que origina uma primeira emulsao do com- bustivel com um empobrecimento considerdvel da mistura A medida que © motor funciona a mola termostética vai aquecendo e obriga o disco a rodar progressivamente de modo a diminuir, primeiro @ riqueza da mistura e depois a sua quantidade, gerando as condi¢6es ideais de funcionamento do motor durante o seu perio- do de aquecimento, tanto em riqueza de mistura como em regime de rotago, Ao atingi- se a temperatura normal de funcionamento, o disco atinge uma posicdo tal que todos os circuitos do dispositive ficam fora de aceao, permitindo assim que 0 motor funcione nas suas condigées normais. Sistemas de Alimentagdo por Carburador 3.37 FCEPRA Carburadores de Difusor Variavel 4- CARBURADORES DE DIFUSOR VARIAVEL 4.1- CONSTITUIGAO E FUNCIONAMENTO DOS CARBURA- DORES S.U. Estes carburadores utiizam um difusor de secgéo variével que permite criar uma depres- 's0 quase constante a todas as velocidades de funcionamento do motor. O ar atravessa este difusor a uma velocidade de aproximadamente 100 metros por segundo. A figura 4.1 apresenta o aspecto exterior do carburador $.U. ¢ a figura 4.2 representa um corte vertical de um deles, onde se indicam quals so as suas partes principais. Fig. 4.1 ~ Carburador $.U 4) Canal de igacio & camara de compenta- fo ) Entrada de ar no carburador {) Cuba de nivel constante 4) Jacto €) Agulha cénica 1) Canal de igagso & cmara de depreesto ‘9) Tubagem de acmissio hy Obturador 1 Pistto 1) Camara de depressio 1) Clindro do amortecedr hidrulico I) Haste do amortecedor ‘m) Mola Fig. 4.2 — ConstituigBo do carburador S.U Sistemas de Alimentagdo por Carburador 4.1 FCEPRA Carburadores de ifusor Varidvel Com o motor a velocidade de ralenti,o difusor apresenta-se quase totalmente fechado e 0 ar atravessa-o @ uma velocidade de aproximadamente 100 metros por segundo (Fig.4.3 a). ‘A medida que 0 motor aumenta de velocidade, o difusor aumenta de secco, mas a veloci- dade do ar permanece aproximadamente constante, mantendo-se a cerca de 100 metros por segundo (Fig. 4.3 b)). ‘Aumentando ainda mais a velocidade do motor, 0 difusor abre ainda mais, mantendo-se ainda constante a velocidade a que o ar o atravessa, cerca de 100 metros por segundo (Fig. 4.3.0) Quando 0 motor atinge a sua velocidade maxima, a abertura do difusor também & maxima € a velocidade do ar que o atravessa permanece ainda constante, a cerca de 100 metros por segundo (Fig. 4.3 d)) Fig. 4.3 Funcionamento do carburador de ditusor varidvel S.U Ao reduzir a velocidade do motor, também diminui a secg&o do difusor. A abertura e fecho do difusor é controlada pela acgao de um pistéo accionado pela diferenga de pressées entre as duas cdmaras formadas pelo pistdo @ seu alojamento. A depressio existente entre o difusor a borboleta de aceleracdo 6 transmitida através do respectivo canal, assinalado com uma seta na figura 4.4, a camara de depressao, existen- te na parte superior do pistdo. Quando a depressao nesta zona aumenta, 0 pistao sobe, a fim de deixar passar uma maior quantidade de ar. © canal que liga a camara de depressao a zona compreendida entre o difusor e a borbole- ta, encontra-se no obturador do lado da borboleta. 42 Sistemas de Alimentagao por Carburador FCEPRA Carburadores de Difusor Variavel c= Quando a depresséo aumenta, 0 obturador sobe, aumentando a secgao do difusor. Quan- do a depressao diminui, 0 obturador cai por accéo do seu peso e da mola, diminuindo a secgao do difusor. ZA A simples combinag&o entre a depresstio e 0 movimento do obturador, permite que 0 ar que atravessa o difusor, se mantenha a uma velocidade constante. © combustivel necessario para preparar a mistura que satisfaca as necessidades do motor 4s varias velocidades, é medido por um jacto que se encontra localizado debaixo do obtu- rador. Ao local, relativamente elevado, onde se encontra 0 jacto, dé-se © nome de ponte (Fig. 4.5). Fig, 4.5 — Localizagéo da “ponte” Sistemas de Alimentagdo por Carburador 4.3 FCEPRA Carburadores de Difusor Variavel Uma agulha, de formato cénico, encontra-se fixa ao obturador e penetra num jacto através do qual sai o combustivel. A medida que a depresséo entre a borboleta ¢ 0 obturador ‘aumenta, 0 pistao sobe e 0 obturador deixa passar mais ar e combustivel. 0 aumento da passagem de ar dé-se devido a0 aumento da sec¢do do difusor. © aumento de débito de combustivel 6 por causa do aumento da secgdo livre do jacto, agora menos fechado, devi- do a subida da agulha, Quando a depressdo diminui, significa que 0 motor necesita de menos ar e o obturador desce, descendo também com ele a agulha cénica. A agulha cénica, ao descer, vai fechar ligeiramente o jacto de combustivel, diminuindo portanto a quantidade de combustivel que 6 fornecido ao motor. Como ja foi dito anteriormente, o jacto de combustivel encontra-se situado debaixo do obturador. A agulha cénica que esta fixa ao oblurador, move-se para cima e para baixo juntamente com este e de acordo com a quantidade de ar que passa através do difusor (Fig. 4.6). Mer Fig. 4.6 - Funciona- mento do carburador S.U. de difusor variéve! ‘A agulha cénica nunca sai totalmente do orificio do jacto de combustivel. Deste modo, 0 jacto fica transformado numa espécie de anel, com tamanho variavel, de acordo com a posi¢&o da agulha, O abastecimento de combustivel 6 assim automaticamente ajustado para as varias cargas do motor. Quando se arranca com 0 motor a frio, utilza-se um dispositivo através do qual 0 jacto pode ser descido manualmente através de um comando colocado no tablier do carro. Quanto mais baixo se encontrar o jacto, maior é a seco por onde pode passar o combus- tivel. Deste modo, pode enriquecer-se a mistura, tanto quanto necessério, para por o motor fio em funcionamento. 44 Sistemas de Alimentagao por Carburador FCEPRA Carburadores de Difusor Variavel Quando 0 condutor acelera repentinamente, 0 fluxo de ar ‘aumenta mais rapidamente que 0 fluxo de combustivel resultando daqui um empobrecimento momenténeo da mi tura. Isto diffculta 0 aumento da velocidade e da poténcia do motor. Na prética, acontace mesmo, ela reduzir-se. Para resolver este problema e obter uma aceleragao, é necessé- fio obter uma mistura rica com uma relagao da ordem de 4/12, Para possibiltar a obtengao desta mistura, foi incor- porado um amortecedor hidraulico no corpo do pistao do carburador (assinalado com uma seta na figura 4.7). Este amortecedor hidrdulico é constituido por um cllindro, fxo a0 pistdo do carburador e por um pequeno pistdo, fixo a uma haste, que por sua vez se fixa ao corpo do carburador. Quando se pisa o acelerador repentinamente, 0 obturador néo pode subir rapidamente por- que 0 6leo, contide no amortecedor, nao passa livremente entre o cilindro e 0 pistao. Isto retarda 0 movimento de subida do obturador, aumenta a velocidade do ar no difusor, resul- tando dai uma maior succo sobre 0 jacto combustivel. Isto vai dar origem a um enriqueci- mento da mistura. Este amortecedor hidraulico nao trava a des- cida do obturador quando das desacelera- ‘ges, porque o pistéo dispée de uma véivula de sentido Unico, que se abre deixando pas- sar 0 éleo livremente, como se pode ver na figura 4.8. Fig. 4.8 Funcionamento da vafvula de sentido unico Sistemas de Alimentagao por Carburador 4.5 FCEPRA Carburadores de Para assegurar um abastecimento correcto de combustivel, 0 carbura- dor dispde de uma cuba de nivel constante, a semelhanga dos car- Jacto buradores de difusor constante que referimos anteriormente, esta ‘comunica com 0 jacto, como se mostra na figura 4.9, Tubo flexivel Fig. 4.9 - Cuba de nivel constante 4.2 - CONSTITUIGAO E FUNCIONAMENTO DOS CARBURA- DORES STROMBERG Nestes carburadores, para assegurar 0 correcto funcionamento do obturador, existe um diafragma que substitul 0 pistdio que comanda o obturador do carburador, como acontecia nos carburadores de difusor varidvel S.U.. Contudo 0 funcionamento ¢ idéntico, (© mais pequeno aumento de depressio ocasionara a subida do obturador, garantindo assim uma velocidade constante do ar que atravessa o difusor (Fig, 4.10). Fig. 4.10 ~ Funoionamente do carburador Stromberg de ditusor variévet 46 Sistemas de Alimentagao por Carburador jfusor Varidvel FCEPRA Carburadores de Difusor Variavel Quando ha uma redugéio da depressdo, 0 obturador desce por acgdo do seu peso e de uma mola. © jacto de combustivel encontra-se montado debaixo do obturador. Uma agulha cénica, ligada ao obturador, desloca-se no interior do orificio do jacto de combustivel A altura do jacto pode ser regulada através de uma porca conhecida por “porca de regula ‘G80 da mistura de ralent’, como mostra a figura 4.11 Fig. 4.11 ~ Regulagéo da mistura de ralenti Devido a utlizagdo da agulha cénica, a dosagem da mistura, uma vez correcta para o regi- me de ralenti, mantém-se correcta para os restantes regimes de funcionamento do motor. ‘A cuba de nivel constante destes carburadores dispde de uma dupla béia que se localiza concentricamente em retagéo @ saida de combustivel para o jacto. Dentro de certa medida, este posicionamento da béia, permite 20 carburador manter 0 seu estado de funcionamen- to, independentemente da posigao em que o veiculo se encontra A fim de evitar a formagao de vapores na cuba, ha uma vaivula de ventilagao que liga cuba ao filtro de ar ou a entrada do carburador (Fig. 4.12) Sistemas de Alimentagdo por Carburador 4.7 FCEPRA Carburadores de Difusor Variavel Fig. 4.12~ Vaivula de ventlagso Quando a borboleta esta quase completamente fechada, a maioria da mistura, preparada pelo jacto que se encontra junto do difusor, é desviada por uma tubagem em derivagdo, antes de atingir a borboleta (Fig. 4.13). Fig. 4.13 Este sistema de derivagao torna possivel a incluséo de um parafuso de regulagao da velo- cidade de ralenti, permitindo fazer regulagbes bastante precisas (Fig. 4.14) 48 Sistemas de Alimentagao por Carburador FCEPRA Carburadores de Difusor Variavel Parafuso de reguiagso i, -velocidade de ralenti Fig, 4.14 ~ Regulagéo da velocidade do ralenti Adicionalmente, neste circuito é montada uma valvula electromagnética de corte que per- mite suspender a alimentagdo quando a ignicao ¢ desligada. Isto destina-se a evitar que 0 ‘motor continue a funcionar depois de desligada a ignigao, © enriquecimento da mistura para as aceleragdes faz-se do mesmo modo que foi descrito para os carburadores $.U. de difusor variavel No caso do dispositive de arranque @ frio, 0 enriquecimento da mistura necessario para fazer 0 arranque a frio, ¢ obtido através da incluso de uma segunda valvula de borboleta (borboleta estranguladora de passagem de ar) € de um pulverizador de combustivel suple- mentar. Em certos tipos de carburadores, esta valvula é accionada manualmente através de um manipulo colocado no tablier. Esta valvula vai fechar parcialmente a entrada de ar no carburador (Fig. 4.18). Sistemas de Alimentagao por Carburador 4.9 FCEPRA Carburadores de suplomento de conbusive| Fig. 4.15 - Dispositivo de arranque a trio. Quando 0 motor de arranque é accionado, o vacuo gerado no carburador vai aspirar uma quantidade adicional de combustivel que sai do jacto suplementar, situado atrés do jacto principal. No entanto, uma grande parte dos carburadores Stromberg actuais, s40 equipa- dos com um dispositive automatico de arranque. Este sistema € posto em funcionamento, pisando 0 pedal do acelerador a fundo uma vez, antes de accionar 0 motor de arranque. Por este processo, vai-se engatar uma alavanca que comanda o dispositive automdtico de arranque do carburador. A figura 4.16 mostra 0 alojamento de uma mola bi-metalica (a). Este alojamento esta ligado ao sistema de arrefecimento do motor, para que a mola seja influenciada pelo estado de aquecimento do motor Fig, 4.16 — Alojamento da mola bi:metélica (3) 410 Sistemas de Alimentagéo por Carburador FCEPRA Carburadores de Difusor Variavel Como resultado da acgo da mola bi-metalica, a valvula automética de arranque empur- rada para baixo (Fig. 4.17). Um tirante ligado a um diafragma também é puxado para baixo e este vai abrir a valvula de enriquecimento de arranque. A acco da vaivula bi-metdlica origina que a borboleta de aceleracao se abra um pouco. Durante 0 processo de arranque, ‘uma quantidade suplementar de ar é fornecida por um canal referenciado na figura 4.18 com uma seta. No entanto, devido ao facto de que a vélvula de enriquecimento de arranque estar aberta, a esta mistura € ainda adicionado mais combustivel. Esta mistura extremamente rica, jun- tamente com a mistura proveniente do difusor, toma o arranque fécil (Fig. 4.19). Depois do motor arrancar, 0 vacuo gerado no colector de admissao, com o auxilio de um diafragma, levanta o tirante a) (Fig. 4.20) que, por sua vez, vai dar origem a que a vaivula de enriquecimento de arranque feche. Sistemas de Alimentagao por Carburador 4.11 FCEPRA Carburadores de Difusor Variavel Fig, 4.20 Funcionamento apés o arranque de metor 8) Tiante; b) Valvula de arranque; Deste modo, interrompe-se o abastecimento de combustivel por um dos canais localizados antes da borboleta, A quantidade adicional de combustivel, necessaria a produgao de uma mistura suficientemente rica para 0 periodo de aquecimento, € agora fornecida apenas através do segundo canal, Durante o periodo de aquecimento, a mola bi-metalica também vai aquecendo e a medida que aquece, vai-se movendo para uma posig4o oposta aquela em que se encontrava em frio, acabando por fechar completamente a valvula enriquecedora de arranque e aqueci mento. A valvula enriquecedora de arranque e aquecimento, uma vez libertada da accdo da mola- bimetalica, fecha-se por accao de uma mola localizada na sua parte inferior. Quando 0 motor alcanca a temperatura normal de funcionamento, a segunda vélvula fecha-se completamente, deixando de fornecer combustivel. Este dispositive automético de arranque produz o enriquecimento necessario para um arranque facil e um aquecimento correcto do motor, evitando produgéo de misturas demasiado ricas. O arranque e aquecimento do motor torna-se assim, fécil e suave. 4.12 Sistemas de Alimentagao por Carburador FCEPRA Carburadores de Difusor Variavel 4.3 - CONSTITUIGAO E FUNCIONAMENTO DOS CARBURA- DORES FORD VV Este tipo de carburadores nao so mais que um carburador simples com: Difusor varidvel. Dispositivo de arranque a frio manual ou automatico, Bomba de aceleragao de diafragma, Circuito de raley ‘A figura 4.21 mostra todos os componentes destes carburadores. 1. Suporte do jacto prin. cipal 2. Valvula de agulha da bia 3. Boia 4, Parafuso de afinagso da misture de by-pass 6. Partno de afinogto daria dora 6. Veo da br o scainor 1. Dattagna de bora de acseagio 8. Dattagna de vicuo ola bt 40, Unidee de ranqe ne 11. Valu de Vera ye 12. Aguiha da valvula de ‘Venturi 0 Fig, 4.21 ~ Constituigdo do carburador Ford W Circuito principal Nestes carburadores, a zona do difusor pode variar para condizer com a exigéncia de ar do motor. Deste modo, obtém-se um fluxo elevado para optimizer a pulverizagdo do com- bustivel a qualquer velocidade e carga do motor. O sistema do jacto principal funciona tam= bém ao ralenti e a carga parcial baixa Sistemas de Alimentagdo por Carburador 4.13 FCEPRA Carburadores de ifusor Varidvel A velocidades elevadas e carga maxima do motor, a valvula de Venturi 6 completamente aberta de forma a permitir a necesséria quantidade de ar. Quando a velocidade do motor baixa, as necessidades de ar reduzem-se. A valvula de Venturi faz diminuir a zona de admissao de ar de forma a que seja mantido um fluxo elevado de ar através do Venturi. ‘Ao ralenti a valvula de Venturi é mantida na posigéio de descanso (fechada mas com um peque- no espaco para a passagem do ar) por acgdo da mola de retorno do diafragma de vacuo. Na saida de combustivel do jacto principal o fluxo de ar é elevado, no entanto, 0 vacuo no Venturi & baixo devido ao facto da borboleta do acelerador estar fechada. Se a borboleta do acelerador for aberta, as necessidades de ar no motor aumentam e, deste modo, aumenta também 0 vacuo no Venturi. A valvula de Venturi 6 aberta por meio do diafragma com mola pelo que, até certo onto, 0 vacuo criado e a forga da mola estéo em equilibrio, a figura 4.22 mostra o funciona- mento deste circuito ao ralenti e em carga maxima, Relent B. Carga maxima; 1. Diatragma de vacuo 2. Mola de retomo 3. Tubo de vacuo 4. Valvula de Ven- tri 6. Agulha conica do jacto 6, Saida do combustivel 7. Jactos principal ¢ do rant Fig. 4.22 ‘Ao ralenti, a agulha ligada @ vélvula de Venturi fecha quase completamente o jacto principal Uma pequena quantidade de ar circula a alta velocidade através da pequena abertura do Ventu- i Fig. 4.23). A medida que a velocidade e carga do motor aumentam, a valvula de Venturi permite um maior cone de ar (Venturi) € simultaneamente, puxa a agulha do jacto para fora, Aumenta-se assim a abertura dos jactos principal e do ralenti, deste modo, mais combustivel pode entrar. Ao mesmo tempo, maior quantidade de ar circula através do difusor agora mais aberto (Fig. 4.24) 4.14 Sistemas de Alimentagao por Carburador FCEPRA Carburadores de Difusor Variavel Fig. 4.23 Ao ralenti Fig. 4.24 ~ Aumentando a velocidade ‘A Entrada de ar, 1. Valvula de Venturi: 2. Borboleta de aceleragéo; Circuito de ratenti Nestes carburadores, ao ralenti o circuito principal fornece cerca de 30% da mistura e 0 Circuito de ralenti 70%. A figura 4.25 mostra a constitui¢ao do circuito de ralenti nestes car- buradores, 4. Tubo ascendente 2. acto do relent 3. Jacto de correcgio de at 4. Canal de desvio 5. Parafuso de afinagdo da mistura 6. Camara de mietura e tubo de salda Fig. 4.28 ~ Circuito de ralenti ‘Além do ar de correcedo, todo o ar necessério ao ralenti circula através do difusor passan- do pelo jacto principal, sendo entdo dividido em dois fluxos. Um deles dirigi-se para a bor- boleta de aceleragao e 0 outro para 0 circuito de ralenti, onde tem lugar 0 enriquecimento do combustivel. A quantidade de ar que circula pela borboleta do acelerador pode ser influenciada pela afinacao da velocidade do ralenti através da posic&o da borboleta de ace- leragao, Sistemas de Alimentagdo por Carburador 4.15 FCEPRA Carburadores de Difusor Variavel © combustivel para o circuito de ralenti é aspirado do tubo ascendente, repartido pelo jacto do ralenti e pré- mistura com 0 ar proveniente do jacto de correcg&o de ar. Esta mistura relativamente rica é repartida de acordo com a quantidade dada pelo parafuso de afinagéo da mistura sendo entao misturada com o ar proveniente do canal de by-pass antes de ser conduzida através do tubo de saida para o tubo de admisséo imediatamente atrés da bor- boleta de aceleragdo. Aqui, esta mistura relativamente rica 6 misturada com a mistura que se formou no cirouito principal. Circuito de nivel constante Este circuito € basicamente idéntico aos descritos anteriormente neste médulo, quer nos carburadores de difusor constante quer nos carburadores de difusor variavel. A figura 4.26 representa este circuito, 1. Fira de combustivel 2. Valvula de agulha da bola 3. Veio da bsia 4. Boia 6. cute Fig. 4.26 ~ Circuito de nivel constante Bomba de aceleragao de diafragma Esta bomba é comandada por vacuo. O sistema sente a queda de vacuo e injecta combus- tivel directamente no difusor. © vacuo abaixo da borboleta de acelerac&o diminui durante a aceleragao. A carga inicial na mola do diafragma 4 aliviada e com o diafragma, empurra 0 combustivel que se encontra na cémara da bomba através dos canais e da valvula da sai- da para o difusor. Quando 0 valor do vacuo sobe novamente no tubo de admissao, o diafragma é puxado para baixo contra a mola. Como resultado, 0 combustivel proveniente da cuba entra atra- vés da valvula de entrada até que a cémara da bomba fique cheia © jacto de retorno (6) (Fig. 4.27) permite a circulagéio de combustivel entre a camara da bomba e a cuba do carburador. Isto assegura que 0 combustivel permanece ftio e ndo se evapora. Isto é particularmente importante nos casos em que o veiculo esté longos perio- dos ao ralenti ou esta imobilizado, uma vez que a temperatura no compartimento do motor sobe consideravelmente nestas situacdes. 416 Sistemas de Alimentagdo por Carburador FCEPRA Carburadores de Difusor Variavel Desta forma, a fungéio da bomba de acelerago permanece inalterada ¢ 0 enriquecimento indesejado da mistura ndo se efectua devido aos vapores de combustivel no tubo de admissio. 1. Mota do iatragma 2. Ditragma 5. Valvla de saida do combustivel 4. Valvula de entrada do combustvel 6. Jacto de retorno 8. Camara da bomba 7.Arejamento atmostérico Fig, 4.27 - Bomba de aceleragéo de diafragma Sistema de arranque a frio A diferenca principal deste sistema para o sistema de arranque a fiio automético descrito ‘nos carburadores Stromberg, consiste na nao existéncia de borboleta de estrangulacdo, deste modo, a alimentagéo do ar no ¢ restringida mas a quantidade de combustivel aumentada. A figura 4.28 mostra a constituigdo deste sistema, 1. Artculagdo de accionamento 2. Valvula de comando 3. Pistio de vacuo 4. Mola bimetalica 6. Ligacao ao sistema de arrefecimento 6. CAmara de mistura Fig, 4.28 - Sistema automatico de arrangue a trio Alimentagiio de combustivel sistema é alimentado com combustivel através de um tubo ascendente proveniente da cuba do carburador. A pré-mistura com o ar realiza-se no tubo ascendente. Esta pré- mistura circula através dos canais no suporte do jacto principal para a vaivula de comendo ¢ daqui para a camara de mistura do sistema de arranque a frio. Sistemas de Alimentagdo por Carburador 4.17 FCEPRA Carburadores de A vaivula de comando é movida através de uma mola bi-metalica em conjungao com a arti culagao de accionamento. A mola é sensivel a temperatura do liquido de arrefecimento & contrai a temperaturas baixas. Este movimento transmitido peta articulagao para que abra a valvula de combustivel, permitindo um fluxo adicional de combustivel © fluxo através da valvula 6 reduzido quando a mola dilata & medida que a temperatura do liquido de arrefecimento sobe. A mola fecha completamente a valvula quando 0 motor atin= ge a temperatura normal de funcionamento. A figura 4.29 mostra quer a situaco de fluxo maximo quer a de inexisténcia de fuxo de combustivel AA. Valvula de comando completamente aberta ~ fhuo méximo; B. Valls de comando completamente fechada ~nio ha fuxo de combustve Fig, 4.29 Sistema de arranque @ tio Alimentagao de ar © ar proveniente da zona do difusor ¢ enviado através da borboleta de aceleragao e de ‘um canal no corpe do carburador para a camara de mistura do sistema de arranque a ftio. A quantidade de ar néo ¢ repartida pelo dispositive de repartigao adicional. Formagao da mistura ‘A camara de mistura consiste num casquilho de lato, o qual esté montado no velo central do sistema de arranque a frio. Durante o arranque a frio e com a mola bi-metalica contrai- da, um officio na parede lateral da cémara de mistura fica alinhado com 0 orifcio de saida da mistura para 0 canal de admissao por baixo da borboleta de aceleracao, 4.18 Sistemas de Alimentago por Carburador FCEPRA Estrutura dos Carburadores Modernos 5 - ESTRUTURA DOS CARBURADORES MODERNOS 5.1 - CARBURADORES DE DUPLO CORPO Para melhorar a respiraco de um motor, principalmente em altos regimes, ¢ aumentar a poténcia desenvolvida pelo mesmo, recorre-se a0 emprego de carburadores duplos, que ermitem um maior caudal de mistura administrada a0 motor. A caracteristica principal destes carburadores é 0 sistema de comando de abertura das borboletas dos gases, que pode ser do tipo sequencial ou de abertura simultanea, Carburador sequencial © carburador sequencial deve o seu nome ao facto de alguns dos seus componentes se encontrarem em duplicado serem ligados e destigados segundo uma sequéncia de acor- do com a velocidade e condigdes de carga do motor. Os dois estagios do carburador (referidos como primario e secundario) sao controlados sequencialmente e sao ligados e desligados em duas fases. Concepcao esquematica simplificada (Fig. 6.1) Os elementos seguintes encontram-se no primério e no secundérro e esto em duplicado: Camara de mistura, Saida principal da mistura, Difusor (Venturi). Borboleta de aceleragao. Os seguintes elementos $6 se encontram uma vez: Borboleta de arranque a fiio. Sistema de controlo de combustivel. Sistemas de Alimentagao por Carburador 54 FCEPRA Esirutura dos Carburadores Modemos Fig, 5.1 ~ Concepeéo esquemética simpliicada do ‘carburador de cuplo corpo 4. Corpo primar; 2. Corpo seeundéro; Existem por vezes dois sistemas de ralenti. No entanto, o sistema secundario ndo produz efei- to no ralenti do motor, sendo apenas para assegurar uma transigo suave quando 0 corpo do carburador secundario entra em funcionamento. Principio de funcionamento e vantagens do carburador sequencial Durante o arranque e em regimes de velocidade mais baixos e médios do motor, apenas tra- balha um corpo do carburador sequencial. Apenas quando se atinge cerca de % do curso total do pedal do acelerador é que a borboleta do secundario comega a abrir, permitindo uma mistu- ta adicional para enriquecer o motor a partir do corpo do secundétio, Isto significa que a borbo- leta do secundério apenas se desloca quando a borboleta do primario esta aberta a 75% Comparado com um carburador de corpo simples fixo, os corpos ligados sequencialmente tra- zem vantagens substanciais, tanto em carga parcial como ao ralenti. © Venturi primario tem um diametro relativamente pequeno de modo que as velocidades de ar so elevadas, propor- cionando uma mistura mais eficaz devido a elevada turbuléncia mesmo a baixas rotacbes do motor. A adigo do Venturi secundario a regimes de rotagao mais elevados fornece ao motor ar extra de modo a desenvolver a poténcia maxima do motor & carga total. Contrariamente, um carburador de corpo simples tera de se ajustar a todos os regimes de rota- do e de carga. Em regimes de rotagao mais baixos, ocorrem perdas de poténcia, pois a velo- cidade do fluxo de ar é inferior 0 que dificulta a formagao adequada da mistura. E necessario a compensagao parcial do enriquecimento da mistura, 0 que deriva num aumento do consumo de combustivel 52 Sistemas de Alimentagao por Carburador FCEPRA Estrutura dos Carburadores Modernos No caso do carburador sequencial, a alimentagéo da mistura de ambos 0s corpos est concebida para optimizar as condigdes do fluxo, Isto nem sempre é possivel de assegurar ‘num carburador de corpo simples variével. As desvantagens que esto associadas a0 carburador sequencial so a sua concepgéo complicada, maior peso € necessidade de mais espago para @ sua colocagao, Tipos de carburadores sequenciais Carburador sequencial com abertura por sector dentado (Fig. §.2) Movendo-se lenta e progressivamente 0 pedal do acelerador, abre-se a borboleta do pri- ‘meiro corpo (1), accionada pela alavanca (2). Quando se atinge um determinado angulo de abertura, a janela (3) obriga 0 sector dentado a seguir 0 movimento da borboleta, 0 que implica 0 comeco da abertura da borboleta do segundo corpo (4), cujo sector dentado engrena directamente no primeiro. Como os dois sectores tém raios diferentes, as veloci- dades com que se abrem as borboletas sao diferentes. Mas com 0 acelerador a fundo, ambas as borboletas esto totalmente abertas. 1. Borboleta co corpo primatio; 2. Alavanca 3. Janela 4. Corpo secundario Fig. 5.2 Carburador sequencial com abertura por sector dentado Sistemas de Alimentagao por Carburador 53 FCEPRA Esirutura dos Carburadores Modemos Carburador sequencial com abertura pneumatica (Fig. 6.3) 1. Tempe do carburador 2. Alojamenta do ccute de arranque a fro automatico 3. Tampa da mola bimetilica 4. Jaco de transicao do secundario 6. Unidade de diatragma do secundario 6. Motor de paseo 7. Patafuso de controlo da mistura de alent 8. Bomba de aceleragao 8. Circuito de enriquecimento em carga ‘xia 40, Sitema de injeoedo de véeuo 11. Boia 12, Tubo de emulséo do primitio 18, Jacto do rent do prio ‘4, Vaivuls de aguiha da bois 18. Fro de cede 1B. Tubo de emulsto do secundério Fig. 5.3 Vista explodida de um carburador sequencial com abertura peumética Hé casos em que a abertura da borboleta do segundo corpo se faz por meio de um comando pneumatico, © controlo tem lugar a partir do vacuo proveniente de ambos os corpos do carburador € por meio de um mecanismo de alavanca, também actua de forma sincrona com a posicéo do acelerador do primario. © controlo mecanico tem prioridade em relagéio ao controlo pneumatico, 0u Seja quando as suas acgdes de controlo diferem, 0 controlo de vacuo é dominado pelo meca- rismo de alavanca (Fig. 5.4), 1.Diatragma 2 2, Unidade de diatragma do secundario 3. Ligagdo telescSpica 4. Mota “telescdpica ‘Alavanca Mecanismo de alavanca com aogao de mola Fig. 5.4 ~ Carburador sequencial com abertura pneumética do segundo corpo 54 Sistemas de Alimentagao por Carburador FCEPRA Estrutura dos Carburadores Modernos Funcionamento Controle mecanico Quando a borboleta de aceleracdo do primario esta aberta cerca de %, 0 mecanismo de alavanca com acco de mola, solta a alavanca fazendo accionar a borboleta do secunda- tio, A unidade de diafragma pode ento abrir a borboleta do secundario. Logo que a borbo- leta do primario fecha, a borboleta do secundario € fechada sincronizadamente por meio do mecanismo de alavanca com acco de mola, Controle pneumatico © vacuo proveniente dos Venturi primario e secundério esté ligado, através de um canal, a0 diafragma do actuador. A carga baixa @ a regimes de rotagéo também baixos do motor, © vacuo no Venturi priméirio baixo. © diafragma permanece na sua posigéio de descanso © a borboleta do secundério permanece fechada. A carga elevada e a regimes de rotagao do motor elevados, 0 vacuo no Venturi primario aumenta substanciaimente. © actuador ‘omega entéo, a abrir a borboleta do secundario, Aparece assim um vacuo também no Venturi secundério, provocado pela passagem da corrente de ar ¢ este, através da abertura para 0 canal de vacuo, auxilia a deslocagao do diafragma. A borboleta do secundério pode entao abrir ainda mais. Se a carga e a veloci- dade do motor baixarem, 0 vacuo nos Venturis torna-se menor e a borboleta do secundario fecha, independentemente da posigéo da borboleta do primario. As figuras 5.5 e 56 mos- tram respectivamente, o funcionamento a carga e velocidade elevada e o funcionamento a carga e velocidade baixa A [A Caigaivelocidade do motor elevadas B. Cargavelocidade do motor baixas 1. Venti primsrio 2. Venturi secundaria Sistemas de Alimentagao por Carburador 55 FCEPRA Esirutura dos Carburadores Modemos 5.2 - CARBURADORES DE DIFUSOR DUPLO © carburador com a designagéo “difusor duplo” aplica-se quando existem dois carburado- tes completes apenas num corpo. Contrariamente ao carburador sequencial, que é muito parecido exteriormente, os dois conjuntos de elementos do carburador de difusor duplo funcionam em simulténeo — abrem e fecham em paralelo. No entanto, cada sistema al ‘menta um grupo de cilindros diferente. Concopeao esquemitica (Fig. 6.7) ‘A concepeao ¢ bastante idéntica ao carburador sequencial, mas encontra-se sempre em duplicado a borboleta do circuito de arranque a frio, As dimensdes dos corpos do carburador so sempre iguais, a0 contrério do carburador Sequencial onde 0 corpo primario tem normalmente um diametro mais pequeno que o secundario, Qs dois carburadores integrados obtém 0 combustivel a partir de um sistema de controlo comum ¢ trabalham sincronizados, através de um cabo do acelerador, As duas borboletas do acelerador esto ligadas normalmente por uma ligagao ajustavel. As borboletas do cir- cuito de arranque a frio também trabalham em simultane, quer automatica quer manual- mente. Os carburadores de Venturi duplo sao bastante adequados para motores em " onde cada corpo alimenta um grupo de cilindros, Fig. 57 - Concepeo asquemética do carburador de ditusor duplo 56 Sistemas de Alimentagao por Carburador

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