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6. O sujeito de colarinho-branco* © dentro-de-si eo fora-de-si nas figuragdes atuais da subjetividade a ‘ORM-OFSI VERSUS OENTRO.DE-S! das internagbes priguisticas na atualidade, Isso se passa uramente no Brasil, mas, a que tudo india, também em scala internacional. Esta é 2 razdo pela qual os inceonastes, Principalmente a familia, jastfcam a iternagio de alguén como louco. Acredito que sempre 1 ha sda assim, desde os séeula XIX, como se te depreender da leturadosclassces da dscuts fado nos indica, enfin, que a priméedios da psiquia pode facil psiguide Joucura se enuneia pela descrgio de um estado em que o se encontrafora-des Pode-se arguir que existe outros significances para lei timar a demanda de inemnagio prigustica.E pereitamente legima esta ponderagdo, Assim, a violencia dig nestemente como enusciado para nacio psiguatrica, A tenatva de uicidio, ainda nese egistro, & uma alusio bastante comum d ances para sustenca®o pedido de uma intemagio psiquidtic, Da mesina forma, a presenca de comportamentos esranhor inabituais ede um discus izarro se alinham entre as queicis constantesdosintemnantes. Além disso, transformacio de hé bitosfundamentais da existéncia— como os que elaconam 2 higien, a alimentay aludidos para justificae uma internagio hospitalar. Isso falar nas mudengas do sujeto no ques refer 0 cabalto es Se examinarmos « questao bem de pesto, preender que esses outros enunciados esto quase sempre fo enneiado de que o syigto se encontra eet -amingado , ‘mente forade-si, Este se destaca encio como o sigoificamte fanlameatal para coloear em acio o processo de jternasio prigoitica, senclo pois o signa infalivl de que osuietoenlou- fquecea, Quando este sgnifcantenio est presente no reaistco do enuaciado de maneiapatene, ele est seguramente 20 re ftv da enunciagao, deform latente, regulando a produsio (hos demais enunciados no discuso da internagdo, Com cfc, os diverss eagos deseacados acima 5 tentative dd suicdio, os comportamentos estamos, as bizarrces, a sei, a perda de sono e de apetie, assim como a perdatotl de intceesse por tadoe por todos — se jusificam a partie do nicleo de entnciagdo de que 0 sujeito st encontrafora-de- ‘Aeinéncia dessa modalidade de sujito,enfim,legiimaria 2 produsio dos demais enunciados, de fato ede direco ‘Se consderarmos agora a epresenragto que se matecialza no significant de umn sujito fora-de-si, pode-seconstara qoe Teamete para algo da ordem da negatividade, do pont de vista ‘de um diseuso sobre os valores. Se na condigio foradesi 0 individu deve ser internado, este se encontra em um estado mental no condizente com as exigéncias minimas da sola Tidade, Esta €cepresentada entdo como wna situacio na qual ~ a violéne as regras pata ose exercieiosuporia sexist (que ndo deveria estas fora-de-si Sera esta, pos, asua condielo ‘Je possiblidade. Dat por que, estando fors-desi, 0 suit nia. caeiria habiltado para o campo da sociabilidade, devendo et. iemnado para que sea restaurado nas reprasestitas deste campo, no todo 04 pelo menos em pate essa mancira, existe uma representacio de ba sanidade mental em que se acredita ue, para ousufeuto desta base sobre 8 7 ‘seta no deve se encontrar fora-des. 0 fato de encontia-se nese estado limite evela que oindividuo se dewviou das normas de sade psiquica, d arcando-se pois das expectatvas do campo social sobre 0 que deve sero sujeto — isto & significa que 0 sujeto se tornoe lo Em contapartida, supde-se que a sanidade mental se fun dts na exiggnciainsofsmével de umm sujeito que se inscreva dentro-de-s, Enuncias, pois, que 0 suet se anda dentco-de-s fenio fora implica afar que interiorizagzo © au trammento so os arbutos por excléncia para defini a saude Alem disso, seriam aquelesatributos que delineariam fo horizonce possvel para socibildade. O tecida ds bilidade€ construido como um processo de relagées pelo qual se codifiea que diferentes sujetos dentro-de-st ineragem ¢ ialogam entre si Por isso mesmo, a imernacio se impde quando © sjcito se dlespacta de dentro-de-s ee aca fora-de-si, pois ass g basa sua insergio na rede de sociabilidade. Nessa rapes, sui se perde do seu spac interior e se insere no espace exterior, jé que a socibildade se funda na cndigdo daquele de seinscrever dentro -de-si, onsequentemente, osujio Eenviado para um espago especial, nde se pretende inseri-lo novamente enero-de-siereconstrir sea cddigo de sociailuade. ENTRE A NATURAUZAGBO E A CRITICA ode-se depreender que a oposigio fundamental entre as com dies forande-sie deaco-de-si rem oposigio entre as representagdes de 0 antes de mais nad, & sbilidadee antistoa bilidade. sso significa quea categoria de socius foiconstruidaa partir do pressuposto do sujet dentro-de-s. Consequentemen- fa fundamentagio das ideas de snide insanidade Se encontra na oposigio entre 0 dentro-desi eo fora nfm, estas tes oposigies esto nfo apenas articuladas, mas tambo hierarguizadas da maneira desis Entetanto, esas atiolagio « hierarquia no sto ev amos habituados a pensar dessa ma res, Suponbo que tem razio de certos pressupostos culturas. Estes nos frjaram Srmanciea de pensas e sentir, Com isso, circunscrevemos 08 ma tal gue tsrados de coisas do mundo, 2 nés mesmos, de f fe considera natural algo que se costurou metculosames regiseo da interpretayao, Nateralizamos,entio, algo que se teceo no campo inerpretativo. iso ndo significa que possamos nos descartar de noses cb aigoscultacas, plo exetcicio do entendimeato pela vontade ‘Tampouco que aqueles ej bons ox maus em si meses. Mas precisamos saber © que nos funda e nos regula, nainterpetagion fo real ed nos mesmos, para podermos analisar as consequén ‘Sua disso pata nossa expetinicia social com o univers da lou ‘aE uma postura erica que est em questo, que poss tornar vive uma relagio de outraordem coma experiénca da loucura, Para que esta posta criiea possa se exerce,€ necessirio um estranhamento sobre a relagao que foi naturalizada entre 1h condigio do denro-de-si eos atributos da sociabilidadee da Sanidade mental, Pasa que ess estranhamento posss exist, € preciso que se imponha um mal-estar, paca que algo da ordem fo pensamento se coloque em andamento. Essa inquetaréo deve se produzic em ngs a partic de nossas prtieas com a txperiénca da loucura, tal como se realizar na atualidade ‘Dagui podemos empreender wm percuso histico de maneira a selativizat os erttios instinidos no presete ¢vislummbar tutras possbilidades de letuea para ofutuc. F disso que pretendo tratar neste ensio.Incialmente frei usa letra eritice da constitaiglo da experncia da loucuca, ‘quando esta foi fundada pela oposigdo entce os estados do dlento-de-s edo fori-de-sino registro do sujet. Em seguida, Sndicareia que modelos pscopatolégicosremete essa constru= pucopavolggco da pés-modernidade, é wna desivagio fandae repeal dessacrse. Alem disso, a vertiginosaascensio da pico- Fatloga bogie efarmacoogia nos mos anos —na gal eeabjetvidade no mais inoressa ou é colocada em segundo Hane e se iaveste nat ceglagesneuroumarais — ¢ 8 Sbvia ‘consequencia disso. ‘Com tudo isso, a pscandlise também entra em crise, sendo langada também no purgatéro eno limbo Nao porque aquela sejafundadanafilosofia do sujeto, mas porae se contrape 908 Fresauportos ios da leer donarissmoe da sociedade do Frrrieulo, ois a condigfo de possiblidade para a emergéncia ecpconsclentee da feagnentagio pulsional &justamente & txlacelamento do registro narcisico do ex.

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