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PEDIATRICA CONTEMPORANEA OPPERMAN CASSANDRA indice [parte QUESTOES CONTEMPORANEAS QUE AFECTAM A ENFERMAGEM PEDIATRICA primeiro segundo terceiro Introdugéo a Enfermagem Pedidtrica, 3 ‘As mudangas nos Cuidados de Satide ¢ a Prética da Enfermagem Pedidtrica, 17 Implicagdes Familiares, Culturais e Religiosas nos Cuidados de Enfermagem Pediatricas, 3 MW parte CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO quarto quinto sexto sétimo oitavo nono TTeorias do Crescimento e do Desenvolvimento e Rastreio do Desenvolvimento, 49 Cuidar de Lactentes, 73 Cuidar de Toddlers, 108 Cuidar de Criangas em Idade Pré-Escolar, 129 Cuidar de Criancas em Idade Escolar, 151 Cuidar de Adolescentes, 173 If parte. CUIDADOS DE ENFERMAGEM PARA OS HABITUAIS PROBLEMAS PEDIATRICOS décimo décimo primeiro décimo segundo décimo terceiro décimo quarto décimo quinto décimo sexto décimo sétimo décimo oitavo APENDICES apéndice A apéndice B apéndice C Cuidados Gerais de Enfermagem Pediatrica, 197 Sistema Cardiorespirat6rio, 251 Sistemas Hematologico e Imunolégico, 281 Sistema Musculosquelético, 311 Sistema Nervoso, 339 Sistema Tegumentar, 383 Sistemas Gastrintestinal e Endécrino, 415 Sistemas Urinério e Reprodutor, 453 Problemas Psicossocieis, 489 Medidas de Crescimento, 533 Avaliagio do Desenvolvimento/Sensorial, 543 Calendarizagao das Imunizacdes Recomendadas para a Infancia, 547 GLOSSARIO, 549 PLANOS DE CUIDADOS DE ENFERMAGEM Plano de Cuidados Relative ao Desenvolvimento do Lactente, 98 Plano de Cuidados Relative 20 Desenvolvimento do Toller, 122 Plano de Cuidados Relativo a0 Desenvolvimento da Crianga em dade Pré-Escolar, 144 Plano de Cuidados Relativo ao Desenvolvimento da CCrianga em Idade Escolar, 168 Plano de Cuidados Relativo ao Desenvolvimento do Adolescente, 190 A Crianga com Asma, 260 A Crianga com Anomalia do Septo Auricular, 271 A Crianga com Leucemia, 302 A Grianga com uma Fractura, 331 A Crianga com Doenga Convulsiva, 369 A Crianga com Lesbes por Queimadura, 408 ‘A Crianga com Apendicite, 440 A Crianga com Hipospadias, 474 ‘A Crianga em Fase ‘Terminal, 513 ‘A Crianca com Deéfice de Atencao por Fliperactividade, S16 CAIXAS DE ENSINO AS FAM{LIAS ‘Alimentagko do Lactente, 85 ‘Como lidar com um Lactente com Célicas, 96 Medidas Gerais de Seguranga, 139 Prepatagéo de uma Crianga para a Escola, M4 Ceiangas com Problemas da Fela, 142 ‘Criangas com a Chave de Casa, 166 Linhas Orientadoras de Ensino Relatives: ‘A Ceianea Imunodeprimida, 254 ‘Aos cuidados a ter com a Hemorragia, 298 A Crianga com Faringite, 239 A Grianga com Pneumonia, 257 A Crianga com Fibrose Quistica, 263 AA Grianga com Apneia, 264 A Crianga com Febre Reumética, 276 A Grianga com Molde de Gesso, 327 ‘Acs primeiros Socorros na Crise Convulsiva, 372 A aplicagto de um Penso Oculae, 374 As medias Nao Farmacolégicas para 0 Alivio da Dot, 377 Ao estabelecimento de uma Rotina para ir Dormir para Criangas Poquenss, 378 Aplicagio Tépica de Medicamentos Coitcésteroides, 393 Prevenir a Dessiminagio de Infestaes de Pediculos 98 ‘A0s cuidados a Pele da Crianga com Acne Simples, 401 Dente que foi Sujeito a um Traumatismo, 430 Técnicas de Alimentagéo para um Lactente com RGE, 434 Obtengio de uma Amostra para Despiste de Onis, dd Conceitos ¢ Competéncias relatives @ uma ‘Crianga com DMID-1, 484 CCateterismo VesicalIntermitente, 466 ‘Auto Exame do Testiculo, 479 AAs raparigas com vaginite, 480 A Morte de um femao, 512 ja] CAIXAS DE PROCEDIMENTOS Normas Gerais para todos os Procedimentos, 220 Norma de Controlo de Infeccio, 220 Medidas Gerais de Seguranca, 221 Imobilizagées Utilizadas em Crianas, 221 Banho dos lactentes, 222 Higiene Dentéria das Criangas, 222 Colheita de Urina em Lactentes, 223 Colheita de Urina Asséptica, 223 Colhefta de Fezes, 224 Colheita de Secrecées Bronquicas, 224 Colheita de Sangue por Pungéo do Calcarthar, 225 Administragio de Terapéutica Oral, 225 Administragéo de Terapéutica Rectal, 226 Administragao de Terapéutica T6pica, 226 Administragdo de Terapéutica Oftélmica, 226 Administracéo de Teraptutica Otolégica, 226 Administracéo de Terapeutica por Sanda Nasogistrica ou de Gastrostomia, 227 Administracéo de InjecgSes Subcuténeas, 228 Administrag2o de Injecgées Intramusculases, 228 { Aspiragio com uma Seringa em Baléo, 249 Aspiracéo com um Cateter, 249 Percussao Toracica e Drenagem Postural, 250 ‘Administracéo Cornecta de Terapéutica por Actossol, 250 Administragto Correcta de Terapéutica através de um Inalador com Doseacior, 251 Administragéo de Oxigénio, 251 Colheita de Espécimes para Pesquisa de Sangue Oculto, 292 Execusao de Exercicios de Mobilidade Passiva, 524 Almofadar os Bordos de um Aparelho Gessado, 326 i Exame Neurolégico, 351 Administrag3o de um Enema, 438 | Cateterizagio Vesical, 468 4 Lavagem do Cateter Vesical, 469 PRECIOSIDADES PEDIATRICAS 50 285 5 253 91 255 | 105 256 i us 329 i 131 359 i 137 364 139 37% m1 395 ( 201 396 232 461 i 237 526 ENFERMAGEM PEDIATRICA CONTEMPORANEA LL ____ HEN Wwas PEDIATRICA CONTEMPORANEA CATHLEEN S. OPPERMAN, RN, MS, CPN Clinical Nurse Specialist, Children’s Hospital, Columbus, Ohio; Adjunct Faculty, Franklin University, Columbus, Ohio KATHLEEN A. CASSANDRA, RN, MS, CPN Education Nurse Specialist, Formerly Children’s Hospital, Columbus, Ohio com 260 ilustragdes . ESCOLA SUPERIOR 4 W603, 2 Lusociésers @ BI 3 Li “3 OA 5 w MP a gool- 3 m 8 grates a, 7 ‘ NA Mosby a Abrsnena ibego asotenca Editor Sally Schrofer Editor Executioo: Susam R. Epstein Editor de Desenvolvimento: Billi Carcheri Director do Projecto: Deborah L. Vogel Editor de Produgto: Jodi M. Willard Design: Pati Pye Director de Produgto: Linda lerazdi Copyright © 1998, fosby-Year Book, Inc. Titulo original: CONTEMPORARY PEDIATRIC NURSING Titulo em Portugués: ENFERMAGEM PEDIATRICA CONTEMPORANEA Direitos reservados para a Lingua Portuguesa ®, 2001 LUSOCIENCTA - Edigoes Técnicas e Cicntficas, Lda Coordenagio Editorial: Isabel Maria Albernaz de Carvalho e Santos Coelho das Neves Tradugio: Isabel Albernaz Maria Helena Bértolo Margarida Quitéio Katia Furtado Revisio Cientifica e Téenica: Isabel Albernaz Maria Helena Bértolo Margarida Quitério Fotolito e Montagem: ‘Tons & Imagens ~ Artes Grificas, Lda. Impressio e acabamento: SIG - Sociedade Industrial Grafica, Lda, 2685-466 CAMARATE LUSOCIENCIA ~ Edigoes Técnicas e Cientificas, Lda., Rua Détio Cannas, 5-8 ~ 2670-427 LOURES ‘Telefone: 219 839 840 ~ Fax: 219 839 $18, ISBN: 972-8383-19-3 Depésito Legal n.° 162212/01 Reservados todos os direitos para a Lingua Portuguesa E proibida a duplicagzo ou reproducio deste volume, ou de partes do mesmo, sob quaisquer formas ou por quaisquer meies (electrénico, mecinico, gravaga, fotocépia ou outro) sem permissio expressa do Editor COLABORADORES Kathryn Black, RN, BSN, MSN Associate Professor Towa Western Community College, Council Bluffs, lowa Gina Lynn Rawls Doyle, RN, MED Coordinator/Instructor, Mid-America Area Vocational Technical School, Wayne, Okllahoma aaa M!Mwkw!6w wOwO0W CONSULTORES Anita Norton, RN, BSN, MSN ‘Chairperson, Division of Health Sciences, Jefferson State Community College, Birmingham, Alabama Susan E. Parker, BSN, MSN Director, Nursing Program, Colorado Mountain College - Spring Valley Center, Glenwood Springs, Colorado Elaine T. Princevalli, RN, BSN Instructor, Practical Nurse Education Program, Eli Whitney Regional Vocational - Technical School Hamden, Connecticut RTT 0001111111111 4111 111 Para os meus pais Sue e Ed Conrad e ‘meus irmios Mike, Jim, Doug, Carol e Jenny, que ajudaram a moldar 4a pessoa que sou, a confianca que adquiri e o sucesso que aleancei. Eu gostei muito da minha infitncia. Para os nossos lindos fills, Ben e Tony, que desenvolveram uma tolerancia ao “trabalho” da Mae e que ‘me ensinaram a adorar todos os pequentos marcos de desenvolvimento das suas vidas, e Para o meu marido, Bil, que me fez rir, me deixou crescer, partilhou as minkas alegrias desafios, € que merece a coautoria deste livro, por tudo o que {fez pela familia, a gestiio doméstica e aperto fimanceiro pelo qual passou durante o tempo de elaboragao deste livro. Cathleen Opperman Para o meu marido, Sam, cuja paciéncia ¢ apoio ‘me ajudarant durante esta experiéncia, Para os meus filhos, Meghan, Meredith, Molly e Michael, que pousarant para fotografias e se levantaram com uma mile, constantemente, a dizer, “Procurem alguma coisa para jantar” ¢ “Saiam do computador! Eu preciso dele” e Para os meus pais, Enio e Hazel Yacobozzi, que apoiaram ¢ estimularam sempre @ minha educagto ¢ esforgos profissionais, Kathy Cassandra qq PREFACIO Este livro destina-se a estudantes da licenciatura em enfermagem. A informagio nele apresentada é de orem prética e de facil aplicacgo a uma variedade de situagdes clinicas. Questdes contempordineas tais como, 06 instrumentos relatives & pratica, os registos, a tu toria, as directivas prévias, os direitos do utente, a ética, as iniciativas reformistas dos cuidados de sati- de, a alteracao de papéis dos enfermeizos, e 0s mode- los de prestagio de cuidados, sao analisados relativa- ‘mente aos cuidados de enfermagem pediattica A enfermagem pediftrica é uma especialidade da prética de enfermagem, da qual fazem parte os cuida- dos a criangas com doengas comuns e raras, as altera- es normais e previsiveis a nivel fisico e psicossocial e alteragdes multissistémicas e complexas ~ desde a inféncia até & adolescéncia, A enfermagem pediatrica engioba o cuidar relativo as necessidades das criangas ¢ respectivas familias. Neste livro, as exposigées con- cisas de numerosas doencas peditricas, assim como 9s tratamentos e as intervencoes de enfermagem mais habituais, sfo apresentadas num formato de facil re- feréncia, constituindo, deste modo, um guia pratico e ‘itil para a prestagdo de cuidados, em qualquer insti- tuigdo de saiide pediatri A Enfermagem Pedidtrica Contemporinea foi elabo- rada para atingir os seguintes objectivos: 1. Identificar os problemas sociais, ambientais, econé- micos e culturais contemporéneos, que tém impacte na satide das criancas e respectivas familias. 2. Descrever a alteracéo de papéis das enfermeiras pediatricas e os desafios com que se debatem no Ambito dos cuidados de satide, actualmente em constante mudanga. 3. Explicar ao aluno os instruments bésicos para os cuidados de enfermagem, a nivel dos sistemas orge- niicos ou dos padrées funcionais de sade. 4, Identificar os parametros normais relativos as tare- fes de crescimento e desenvolvimento dos lacten- tes, loddlers, criangas em idade pré-escolar, criangas em idade escolar e adolescentes. 5. Descrever os procedimentos, mais habituais, utili= zados na pratica de enfermagem pediattica. 6, Descrever as diferencas peditricas especificas, ana- tomicas e fisiol6gicas, as caracteristicas que as de- finer, os tratamentos habituais e as intervenes de enfermagem relativos a determinados proble- mas de satide. Para alcangar estes objectivos tentémos basear-nos nos conhecimentos bésicos de enfermagem adquiri- dos na parte inicial dos curriculos, e apresentar 0 novo material num “formato simpatico”. A intengio é de- senvolver uma compreensio dos cuidados de enfer- magem pedittrica, conjuntamente com um “gostar brincalhao” e respeito pelas criangas e pelo seu de- senvolvimento. ORGANIZACAO Este livro esté dividido em trés partes: t6picos introdutérios, consideragoes de crescimento e desen- volvimento, e 05 habituais problemas de saide pediatricos ¢ os cuidados de enfetmagem inerentes a cada um deles. Os titulos, os sub-titulos, as caixas, 03 quadros ¢ as figuras facilitam o material de referén- cia. Para facilidade de leitura, a frase a enfermeira usa- da ao longo do texto refere-se & enfermeira licenciada. ‘Todas as referéncias especificas no ambito da pratica de enfermeiras especialistas sAo descritas usando EE. A parte I (Capitulos 1 a 3) introduz a enfermagem pediétrica e analisa muitos factores que influenciam a satide da crianga. Apresenta também os sistemas orga- nicos e os padrées funcionais de satide como instru- -mentos de organizagio dos cuicados de enfermagem. Apesar do texto ser exposto de acordo com o modelo dos sistemas orgfinicos, a sequéncia e organizacao do capitulo dos cuidados de enfermagem pediatricos psicossociais (Capitulo 18), toma-o facilmente adap- tével a um curriculo organizado segundo os padrées fancionais de satice, $0 analisados os problemas contemporaneos da enfermagem pediatrica, tais como, as directivas prévias, os direitos do utente e as inicia- tivas de reforma dos cuidados de saice. Esté também inclufda a descrigao dos papéis das enfermeiras espe- 10€ * Dificuldace te correcgso * Incapacidade pare tolerer a Via oral PO) + Intemamento recomendaclo pelo médico assistente —Idade 0-13 pare Servicos Pedistricos —Idede1$-18 pare Servigos ‘Adolescentes, Caso conirério, dar alta quando estabilizer Dieta Se pH < 7.30 € TCO,< 15, nfo utilizar vie oral (PO) até 6 pH @ electrdlitos estarer corigi- dos, @ menos cue permitido pelo médico assistente Se pH > 7.30 « néo howver vi- imitos, administragso de dieta adequada a idade epés con- sulta de dietsta Actividade Se pH < 7.20, repouso na cama Quando estebilizer, actividade ligeira € levante, conforme to- leradopor indicacéo médica Andlises Laboratoriais Hemograma e electrdlitos PH, glicose, ureia ritrogenada, Femosiovina glicolisecia * Tires reagentes 1»/ h—utili- Zar sangue erviado pera la- bboratério quando possivel quando estabilizar usar p10. tocolo de unidade: 94-3- 7,30-11:30-1630 hores pH < 7.2 ou TCO, < 10: electidlitos, pH, glucose de 4 em 4 horas + pH > 7.2 TCO, > 10: lectidlitos, pH, lucose q 4h * Lemirar 0 uso das folhas de registo da diabetes = Idade 0-13 para7Nf = Idade 14-18 para SSt Podle ter alta se estével Administrar dieta adequads 2 idace estabelecida pela ietiste Em pé com ajuds Encorajar a eclividede ¢ 0 so de roupas de: casa — Modelo habitual de tires agentes ~ Anies das refeigdes, 24h & 3 horas: Até nommalizar, depois 56 segundo indicagdo médica De Wong DL: Whaley and Wong's nursing care of infants and children, ed 5, St Lowis, 1985, Macby. Cortesin do Children’s Hospital of Wisconsin ~ Diabotle Team, 1994, * Fats intervengZes e abreviaturas podem ser diferentes nosttas insitulgbes ‘Referee Ae unidades hospitalares continua 28 — QUESTOES CONTEMPORANEAS QUE AFECTAM A ENFERMAGEM PEDIATRICA, pare WSTCEE Plano Multidisciplinar (Fluxograma) Cuidados da Cetoacidose Diabética ~ Diabéticos j4 Diagnosticados* — cont. Dia da Admissao (12" 94 Horas) Segundo Dia Terceiro Dia Quarto Dia Medicamentos Se pH < 72 ou TCO, < 10 ~ Insulina 0,1, Uikg Mem bolus depois, ~ insulina 0,1 Urkg 1V continua até conigir 0 pH e os electrditos Importante: Ajustar a. dose para baixar a glcose; no mais que 100mg/diin, deve admi- nisterse insulina até & correc- gio Se'pH > 7.20 € TCO, > 10 ~ nsuling em bos W/V 0.1 Unig descis, = insulina SC segundo prescr- ho médica Se pH > 7.0: ~ insulina SC segundo prescr- ‘gio médica Durante a administrago de in- sulina IV: = Manitol 1,5-2 gikg em SOS Tratamento Se pH < 72.€ TCO, < 10 (na primeira avaliogBoS ~ Analises de hora a hora nas #94 horas ~ Avalingdo neurolégica horé- fia x 94 horas ~ MonitorizagBo carcliaca x 24 horas ~ Tras reagentes pasar avalor fo da cetonciia se uriner Gu de 2 em 2 horas se algdiado ~ Teste de glicostria quando a glicémiac 180 até negativay, depois verficar todas as'94 horas Se pH > 78 ou TCO, > 10 ~ Andlises de 4 emt 4 hex 24 homes — AvaliagSo neurolégica de 8 em 8 Fx 24 hores ~ Monitorizagio cerdlaca sg K < 35 ou > 55 em quelduer ature durente 94 horas ~ Teste cetontiia de manhé quondo slicémia > 300 Insulina lenta prescrite pelo Insulina ojustada pelo médi- co. Controlo da dieta Manito! Andlises de 8 em 8 horas ——Anilises Qx/aia Avaliagéo neurolégica de ro- tina ‘Monitorizagao Garciiorespirstoria de rotina wicks Qddia Aveliagio neurolégica de ro- ~. tina Monitorizegao Cardiorespiratéria de rotina Teste cetontia de manha ‘quando glicémia > 300 Insulina ajustada por in- médico dicagdo médica Anslises 2xidia doa Continua copitulo segundo ‘AS MUDANGASNOS CUIDADOS DB SAUDEE A PRATICA DA ENFERMAGEMPeDIATRICA 29 Plano Multidisciplinar (Fluxograma) Cuidados da Cetoacidose Diabética ~ Diabéticos j4 Diagnosticados* ~ cont, Dia da Admissio (12* 24 Horas) ‘Tratamento - cont, Se pH > 7.35 ¢ TCO > 20: ~ Andlses de 8 em 8 hx 24 horas = Pesquisa de cetondiia ce ma- rhe quendo glicémia > 300, Todos os utentes: = Peso distio = Altura na, admissio (quando ‘ambuletério) AY liquidos IV necessirio de pH < 7.95 ou se 05 liquidos PO no forem tofera- dos: ~ Lactato de Ringer em bolus 20 cclkg durante. a 1th Depois a Se glicémia > 950, admi- ristrar Soro cloretado 4 0,45%, ‘com 20 mEq de fosfato Ke 90 mEq de acetato K = Se gicémia < 950, adminis. ‘rar Destiose cloretada 8 0,45% com $0 mEq de fosfato K'e $0 mEq de acetato K Velocidad de infusso (85 cclkg + ‘manutenco)-oolus; 8s 23 horas ~ Se pH > 7.95 ¢ TCO2 > 15 € nfo vornitar no € necesséia via Nyehickatar oralmente Consultas Endocrinologsta pediatico Assistente social da equioa de dia- bbetes Consulta com dietsta Enlemeke especiesta em dbetes clinica Plano da Alta Enfermeita especialsta ‘Mercado de consultes de vigiléncia Ensino ‘Avaliao de enfermagem reacio- nada com a diabetes, cetoacitica Inicio do pleno de cuidados de enfermagem 1. Diabetes associads a outs doencas 2, Bern trates em casa = Alteracio dos liquids e electlfos relacionada com @ diabetes cetoacidétice ~ Défice de conhecimento re- lacionadio com os cuidados dlfios & doenca Deficient tatamento em case Segundo Dia Quarto Dia oxida uals cla Pesquisa de cetoniris de manha quando glicémia > 300 Peso Disrio idalos ce rotina IV Fisioterpia = Exercicio Svdia se a crian- G2.> 5 anos (por indicagdo ‘mécica) Planeamento de alta * Se necessério enfermagem domiciéria ou a meaigao Rever linhas orientacoras ————— De Wong DL: Whaley and Wong's nursing care of infants and children, ed 5, Cortesia do Children’s Hospital of Wisconsin ~ Diabetic Tear, 1994, t Louis, 1995, Mosby. 30 QUESTOES CONTEMPORANEAS QUE AFECTAM A ENFERMAGEM PEDIATRICA ‘QUADRO. 2: parte I Plano Multidisciplinar (Fluxograma) Cuidados da Cetoacidose Diabética - Diabéticos jé Diagnosticados* ~ cont. Dia da Admissio (1. 24 Horas) Segundo Dia Terceiro Dia Quarto Dik Ensino ~ cont. 2 Diabetes cetoacicstica asso- cada a. mau tretamentoinao aderéncia ~ Alteragio ces estretégias de coping relacionado com © tratamento da diabetes no domictio Avaliagéo de enfermagem € interven Se a diabetes cetoacidética for ‘give, vgiléncia apertada nas rimeiras 94 horas, para qual- Quer alteragéo relacionaca com edema cerebral (2h pare corecgao do estado de higretags0) Sek < 355 ou > 555 verificar ‘cuidacosemente a ocorréncia Ge aritmias carcfacas Avaliar 0 coping familar numa tease continua, para determi nar para determinar necess- dacs especiais de Cuidados Digrios Varisncia de utentesidiferen- as individuais Andlise Justificagso ‘Acgao correctiva Sistemalvariagao do prestador de cuidados Andlise Justificagio ‘Acgao corrective Yariagio de comunidade Andlise cialsta dagem Positive Justificagio ‘Acgéo correcti Consulta de assisténcia social Consulta da enfermeire espe- Video: Diabetes:Uma Abor- —_— encerrado. Outros locais de utentes externos incluem ‘08 postos de enfermagem e consultérios. Nestes lo- cais, a enfermeira pode exercer actividades, tais como, ferapéuticas com as imunizagdes, de ensino sobre sati- de e de orientagio aos pais. As EE. administram quimioterapia e antibiotera- pia intravenosa em locais ambulatorios. Em regime ambulatorio podem administrar-se, habitualmente, sangue e produtos derivados do sangue a criancas com discrasias sanguineas crénicas de forma merios dispendiosa e com menor ruptura com a rotina fami- liar. Estabelecimentos de Satide para Cuidados de Longa Duracéo Algumas criangas necessitam de cuidados de lon- ga duracao. Embora muitas criancas estejam, em casa, dependentes da ventilagio mecénica, as necessidades de cuidados complexos requerem, por vezes, que es- tas criancas sejam internadas em instituigoes de sai de de longa duracéo. Estes locais existem também para eriangas que fenham um atraso grave e profundo ao nivel do desenvolvimento. Estas criancas necessitam, frequentemente, de cuidados de enfermagem perma- capitulo segundo FIG. 2-9 Estabelecimento cirdrgico para utentes em regime ambulatério. rnentes para a paralisia cerebral e outras deficiéncias do sistema nervoso central ou anomalias congénitas. Cuidados Domicilidrios Em pediatria existem dois tipos de cuidados domi- ciliatios. O primeiro consiste em prestar cuidados a cri- angas que obtiveram alta, mas que ainda nao recupera- ram completamente da sua doenca, Este tipo de cuida- dos domiciliétios poderia incluir visitas regulares da enfermeira para prestar alguns cuidados de enferma- gem (por exemplo, mudanga de roupa e cuidados & traqueostomia), avaliar a eficcia dos cuidados domici- lidtios prestados e assegurar que a crianca esté a pro- gredir como era esperado. Os cuidados domicilidrios tornaram-se um complemento do internamento hospi- talar. Dado que a duragdo média dos intemamentos da ‘maior parte das situacdes de saide diminuiu, 0 néme- ro de criangas que tem alta seguida de cuidados domi- ilidrios aumentou. Os cuidados que eram prestados no hospital sao agora prestados em casa (Fig, 2-10). Ha multas criangas que séo tratadas. domiciério. | ‘AS MUDANGAS NOs CUIDADOS DE SAUDE E A PRATICA DAENFERMAGEM PEDIATRICA 31. Um segundo tipo de cuidados domicilidrios pode ser utilizado pelas muitas familias com criancas que tém doencas crénicas. Devido aos avangos dos trata- ‘mentos paliativos, estas criangas vivem durante mais, tempo. O tratamento paliativo proporciona um alivio sintomatico mas nao proporciona a cura. Os cuidados domiciliétios dao oportunidade a crianca de ficar em casa, em vez de ser internada num local de cuidados de longa duragao, Esta modalidade exige que a enfer- meira esteja presente durante uma parte do dia ou da noite para ajudar a familia na prestagio dos cuidados basicos, de apoio e terapéuticos. Os cuidados em casas de recolhimento/lares tem feito parte dos cuidados continuados para adultos ha jé algum tempo. Na tiltima década, houve um au- mento do némero de casas de recolhimento que tra- tam dos utentes pedidtricos, proporcionando hes cui- dados na fase terminal. Reconhece-se que os desejos * do utente sio da maior importancia e planeia-se a ida da enfermeira a casa para 0 controlo da dor e presta- sao dos cuidados com dignidade. A enfermeira tam- ‘bém consola e apoia quer o utente em fase terminal quer os membros da familia. Centros Comunitarios Os locais suplementares, em que os cuidados de enfermagem séo cada vez. mais necessérios, S40 0s cen- tros de intervengio de primeira infancia (centros de cuidados infantis e pré-escolas), para criangas com um desenvolvimento tipico, e 0s centros que proporcionam cuidados a criangas clinicamente frageis (Fig. 2-11). Actualmente, as crianges vivem durante mais tempo com doengas crénicas, uma das quais ¢ 0 sindroma da imunodeficiéncia adquirida (SIDA). Estas criangas fre- guentam centros de cuidados infantis e jardins de in- féncia. Durante 0 tempo que estdo fora de casa, poclem necessitar de medicamentos e de outras intervencdes 32 QUESTOES CONTEMPORANEAS QUE AFECTAM A ENFERMAGEM PEDIATRICA, FIG. 2-11 _As criangas com doengas crénicas, como a asa, recebem tratamentos domicilérios e nos locals em que cul dem delas. terapéuticas, Os professores 56 por si no estdo aptos a satisfazer as necessidades destas criangas no que se refere aos seuss complexas cuidados de satide. ‘A maioria dos sistemas educacionais do pais ins- tituiu uma politica designada forte corrente, que con- siste na pratica de incluso de todas as criangas em classes normais, independentemente das suas capaci- dades fisicas ou mentais. Desta forma, as criangas com. necessidades especiais frequentam 0 ensino normal desde o basico até ao secundaio. Esta prética propor ciona desafios tinicos aos professores e as enfermeiras de satide escolar. Actualmente, o papel da enfermeira de satide escolar, tem de incluir os cuidados de traqueostomia, a cateterizagio intermitente e outros procedimentos durante o dia escolar da crianga, sen- do da sua competéncia estes tipos de intervengées. Para alguns alunos com um desenvolvimento tipi- 0, 0 tinico contacto.com os cuidados de satide talvez tenha lugar na escola. A E.E. é, muitas vezes, a princi ppal prestadora de cuidados. A medida que os fundos escolares escasseiam e as necessidades de cuidados de enfermagem por parte dos alunos aumentam, o papel, da EE, pode mudar. Esta pode prestar cuidados em varias escolas e delegar a implementacéo de planos de cutidados as outras enfermeiras. As EE. passam a de- sempenhar um papel no ensino e aconselhamento na rea da swide, ¢ a enfermeira pode passar a prestar mais cuidados directos. Pode ser atribuido a enfermeira parte T uum local especifico e a EE. supervisionar os cuidados prestados, procedendo a alteragdes dos planos de cui- dados da crianga com base nos dados reunidos e na avaliagéo fornecida pela enfermeira Estabelecimentos Emergentes As criangas necessitam de cuidados de enfermagem ‘em muitos outros locais. Em enfermagem pediatrica, podem emergir outros estabelecimentos de cuidados de satide e novos papéis para a enfermeira, A medida que 1a gestdo de cuidados ambientais se desenvolve em todo o pafs. Os novos estabelecimentos e os papéis das cenfermeiras incluem o conceito de enfermagem de “ho- tel”, que consiste na utilizacto de um verdadeito hotel (ou um espaco renovado e menos oneroso para utentes internados) como opcéo quando o utente necessita de algo mais do que uma cirurgia de curto internamento ‘out do que um tratamento dirio permanente. Este con- ceito € uma excelente opgdo para os utentes e familias que possam ter necessidade de viajar durante varias, horas para regressar a casa apés um procedimento ci- nirgico. Tendo em consideragao determinadas compli- cagoes como a hemorragia pés-operatéria depois de uma amigdalectomia e de adenoidectomia, seria muito mais seguro manter estas criangas préximo de um estabele- cimento de cuidados de satide do que envid-las para casa, Embora seja relativamente novo, o conceito de enfermagem de “paréquia” tem sido largamente aceite, porgue se centra no bem-estar fisico e psfquico dos membros de uma Igreja ou grupo de Igrejas. A “enfermagem de hotel” e de “parsquia” foram destinadas apenas para EE. No entanto, & medida gue a quantidade de trabalho aumenta a EE. pode requerer a assisténcia da enfermeira a fim de imple- mentar planos de cuidados para grupos de utentes de varias idades. O ensino sobre saiide, a prevencio da doenca e 0 apoio emocional sao tudo fungbes da area da enfermagem de paréquia que estio congruentes a0 papel da enfermeira Haverd sempre necessidade de enfermeiras, pois as ctiangas requerem sempre cuidados de enferma- gem. Contudo, alguns dos estabelecimentos em que 2s enfermeiras tém tradicionalmente trabalhado podem néo existir no futuro. Estas enfermeiras tm de prestar cuidados de satide onde quer que os uutentes se encontrem ¢ estes encontrar-se-4o mais em centros comunitrios como a escola e menos em lo- cais de cuidados de sauide agudos. Devido as répidas € constantes mudancas no sistema de cuidados de satide, as enfermeiras tém de adquirir novas compe- téncias e serem flexiveis, adaptaveis e criativas, para enfrentar os desafios dos novos papéis de forma ino- vadora e entusiasta capitulo segundo AS MUDANGAS NOS CUIDADOS DE SAUDE E A PRATICA DA ENFERMAGEM PEDIATRICA 33 < As mudangas nos cuidadios de satide e na enfermagem pediitrica foram originadas por uma varieda- de de questes € consideracdes. Estas incluem as questées sociais, ambientais, mudlancas selariais, iniciativas de reforma dos cuidados de satide € considerades de desenvolvimento. Uma mudanga importante que afects a enfermagem peditrica € a dos modelos de prestagéo de cui- ados para harmonizar @ diminuigdo da durago dos internamentos dos utentes, e aumento da perspicicia. A gestio de cuidados € 0s cuidados centrados no utente so dois dos modelos de prestagdo, utilizados nos estabelecimentos de intemamento pediatric. < Haverd sempre necessidade de enfermeiras peditricas, pois as criangas iro sempre requerer cuide- dos de enfermagem, Os Estabelecimentos tradicionais em que as enfermeiras esto habituadas a pres- tar cuidados iréo dar lugar a noves locais comunitérios. Os cuidados geridos centram-se no bem-estar ena prevengdo de doenga. Os novos papéis das enfermeiras, centracos na satide ¢ nos cuidados prestados na comunidade, tomar-se-8o a regra em vez da excepto. A enfermeira tem a seu cargo os cuidados de um utente em conjunto com uma EE. € uma AAM.. Estes és membros da equipa esto a tratar de um grupo de sete utentes numa unidade pds-operatéria. Eo tumo do dia e a E.£. delegou na enfermeira a direccdo e a superviséo da A.A.M... Quis 0s principios da delegacdo que € importante que a enfermeira recorde, quando delega a uma AM. cuidados bésicos de apoio a utentes? 2. Que aspectos poderia incluir o papel da enfermeira num servico ambulatério que. presta cuidados de pediatria tanto a criancas saucléveis como a criangas doentes? _ REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS E SUGESTOES DE LEITURA Brown Let al Clinical case management: what works, what doesn’t, Nurs Manage 27(11):28-30, 1996, Childcen’s Hospital ne. Level I Trauma Programm Hialey K, ‘Trauma Program Coordinator, Coffey, C, Trauma Nurse Clinician, Bowen, W, Trauma Registry Coordinator, 1997 (unpublished data). Curtin L: The ethics of managed care, Pact Il, Nurs Manage 27(10):71-74, 1996. Elizondo AP: Nursing case management in the neona- tal intensive care unit, Neonatal Network 13(18):9-12, 1994. Forkner, Dj: Clinical pathways: benefits and liabilities, Nurs ‘Manage 27(11):35-38, 1996. Paller J, Schaller Ayers J: Health assessment: a nursing p= proach, ed 2, Philadelphia, 1994, JB Lippincott Grimaldi PL: A glossary of managed care terms, A supple- ment to nursing management, Springhouse, Penn, 1996, Springhouse. Gross K: Executive Director, Care Management Consulting, Tne, (Interview and written materials), Eugene, Oregon, Oct 1996, ‘Mosby's medical, nursing, & allied health dictionary, ed 4, St Louis, 1994, Mosby. National Council of State Boards of Nursing: Delegation: concepts and decision-making process, Chicago,1996, The Council Schmitiroth L, editor: Statistica! record of children, Detroit, 1994, Gale Research, ‘The State of America’s Children Yearbook 1997, The Children’s Defense Fund, Washington, DC. Wong D: Whaley and Wong's essentials of pediatric mursing, ed 5, St Louis, 1997, Mosby. IMPLICACGOES FAMILIARES, CULTURAIS E RELIGIOSAS NOS CUIDADOS DE ENFERMAGEM PEDIATRICA 1. Definir cultura 2. Definir grupo étnico. 3. Enumerar as caracteristicas que definem a familia nuclear 4, Enumerar as caracteristicas que definem a familia reconstrufd. 5, Enumerar as caracterlsticas que definem a familia monoparental. 6. Explicer como € que determinadas crengas religiosas tém impacte nos cuidados a crianga doente. 7. Enumerar duas crengas culturais que possam afectar 0s cuidados de satide da crienca. 8. Descrever dues crencas culturais dos afto-americanos. 9. Descrever duas crengas culturais do grupo étnico vietnamita. 10. Descrever duas crengas culturais do grupo étnico hispénico. 1, Descrever duas crencas culturais do grupo étnico judaico. cultura diversidadle cultural fama nuclear grupo étnico devocéo filial familia alargada familia reconstruida sensibilidade cultural — Eee 36 — QUESTOES CONTEMPORANEAS QUE AFECTAM A ENFERMAGEM PEDIATRICA 1 uando a enfermeira trata de uma crianca, tem Jde ter em conta algo mais do que a crianga em si, A familia da crianga transporta uma pefspectiva tinica para as questoes, que devem ser Jevantadas, relativamente & satide. Esta singularidade revela-se na cultura, no grupo étnico, nas crengas re- ligiosas e nas tradicbes familiares O presente capitulo descreve os varios tipos de estruturas familiares e a diversidade de influéncias especificas que as afectam. Além disso, explica como € que a enfermeira, quando presta cuidados & crianga, deve lidar com a cultura, o grupo étnico e as crengas religiosas e as tracligies. Realca-se a importincia da obtencao de uma hist6ria cultural e sugerem-se algu- ‘mas perguntas que possam facilitar a colheita de dar dos. Si0 analisadas as crencas religiosas e tradigbes, que possam afectar os cuidados da crianca, e sao fet. tas sugestdes de forma a ajudar a enfermeita a lidar ‘com estes aspectos. Sao também analisadas as crencas especificas, relativas & satide, que afectem os cuida- dos da erianga O restante capitulo descreve algumas das tradigées a cultura afro-americana, vietnamita, judaica e hispa- nica. A presenca destas culturas é frequentemente ob- servada nos sistemas de cuidados de satide america- ‘os, possuindo crengas etracigdes que tém impacte nos ‘cuidados prestados & crianga. Ao longo do capitilo so mencionadas outras culturas, para que a enfermeiza se familiarize com 0 maior ntimero possivel de grupos €tnicos. No Quadro 3-1 estao mencionadas outras cul- turas e grupos éinicos, e as corresponclentes crengas relativamente aos cuidados de satide. E importante ter em conta a heranga cultural da familia e da crianga quando se implementam cuidados & crianga doente. Ter em atencio as tradigdes e as crencas cultura iré permi- tir enfermeira prestar melhores cuidados de enferma- ‘gem as criangas e familias, com que se depara nos ser- vvigos de satide. ESTRUTURAS FAMILIARES Na enfermagem pedistrica o utente ndo é a tinica pessoa que a enfermeira tem deter em conta. Cada crianga faz parte de um tipo de unidade familiar. Para prestar cuidados & crianga e & familia a enfermeira fem de ter conhecimento da sua estrutura familiar, a qual néo deve ser vista como um factor de afastamen- to ou de preferéncia, mas sim avaliada de forma a identificar as suas forgas e fraquezas. Cada tipo de estrutura farniliar pode ser utilizada até ao seu poten- cial maximo para ajudar na recuperagio da crianca, Familia Nuclear A familia nuclear é definida como a unidade fa- miliar que engloba 0s pais e os filhos (Fig. 3-1). Esta estrutura possui um pai, uma mie, e filhos, sendo considerada por muitos como a que proporciona maior estabiliiade e beneficios ao bem-estar e desenvolvi- mento global da crianca. Esta ideia baseia-se na pre- missa dle que a mae é uma figura permanente e cons- tante no lar e cria um ambiente estavel e protegido, ‘enquanto que o pai trabalha para satisfazer as neces- sidades basicas da familia. Contudo, muitas destas familias nucleates chegaram a conclusio da necessi- dade de duas fontes de rendimento para fazer face as despesas. Isto faz com que seja imperioso encontrar cuidadios aceitéveis para a crianga. Os cuidados & crianga tomam-se, entao, uma influéncia importante no seu desenvolvimento. A existéncia de dois salérios familiares reflecte-se nos cuidades da crianga hospitalizada, uma vez que uum ou ambos os pais tém de tirar uma licenga no seu local de trabalho pata acompanhar a crianga. Esta per- da de salétio e de tempo de trabalho pode transfor- mar-se num stress acrescido a unidade familiaz. A err fermeira tem de estar atenta em relacio aos possiveis stressoves na familia, © prestar os cuidades de uma for- ‘ma positiva e nao critica. A enfermeira precisa de com- preender que a irtitagio e a impaciéncia que 05 pais possam revelar esté relacionada com a siluacio, sendo Pouco provavel que tenha a ver com a enfermeira. Ex- plicar os procediimentos e permitira familia participar ‘nos cuicados, dar-lhe-4 uma sensagéo de controlo e ajudaré a reduzir parte do conflito emocional que pos- sa ter sido originado pela doenca da crianca. Familia Reconstruida Outra estrutura familiar é a familia reconstruida Como © nome indica é uma recomposicéo de duas familias nucleares primitivas. Consiste num dos proge- nitores e num padrasto/madrasta ou nos dois proge- nitores e nos dois padrastos ou madrastas, activamente envolvidos na educagéo da crianga. Os meios-irmaos podem também fazer parte da familia reconstrufda Existe, frequentemente, um pai ou mde que nio pos- sui a custédia da crianga e que esté presente, princi- palmente durante periodos de doenca, A estrutura da familia reconstrufda pode ser bas- tante dificil para a ctianca. O padrasto ou madrasia pode nao ter um grande envolvimento emecional com a crianga, 0 que pode conduzir a existéncia de stress enire os adultos nos perfodos de doenca, A enfermei- ra tem de ser cautelosa e tet a capacidade de uma boa comunicacao enquanto trata de uma crianga desta e5- trutura familiar, Podem existir conflitos dos quais nao tem conhecimento e que podem afectar os cuidados da crianga. A enfermeira tem de colocar as necessida- des da crianga acima de tudo o resto, e pode ter de ser advogado da crianga quando surjizem problemas. ‘Tem também de saber quem possui a custédia e quem aE Costumes e Crengas de Diferentes Culturas e Grupos Etnicos Grupo Cultural China Cuba India rio Filipinas Costumes na Educacéo das Criangas E suposto que a ctianga desen- volva'auto-con- tralo e demons- tre respeito e deferéncia para ‘com os pais, 0 mautrato de ccriangas € raro, ( sistema escolar responsabiliza- ‘se por grance parte dla educa- ‘go das crian- os. Educagio protec- tora." cr std ligada 8 mie até 305 3 ou 4 anos. AS criangas rara- mente s80 elo- gladas, devido {a0 medo de ‘mau-olhado, 0 elosio excessivo pode stir o| mau-olhacio. © treino dos esfincteres co- meca 0s 3 me- 305. As repariges comecam a usar véus 08 7 anos. Os rapazes e as ‘@periges deka de brincer jun tos a partir dos 5 anos. Nao espectfico. mulada centier-se na mBe a0 longo Crengas Papéis Contacto Reacces de Saiide Familiares Visual Dor A saiide est em A fe Olhem fixamente € indelicado hamenia com a durante a con. ~ aceiter medica- natureza, A sai versa. O contac: mentos pare a de e a doenca to visual directo dor a primeira permanecem go Ihes assisténcia com os mais ve- vez que se per longo da vide. alimentanco-as, hos € importan- guna. Estes tém dando-thes ba: te. ‘de se oferecer tho. proporci- mais do que ‘onendo mesi- uma vez das de confort. ‘A doenga é (Os pais permane- No espectfico. As mées desejam provocada por cem com 03 fi- set inclufdas no forcas sobrens- thos doentes. ensino sobre tudis. $40 utli- sale, 2ad0s feltigos u tratamenitos etnies, A doenga é A religifo probe Néo especfico. —_Habitualmente provocada por 0 corte dos pe- ‘aceitam a cor, um trerstomo los do corpo. mas podem no equilforio or Os movimentos ‘ecettar algumes sénico. do "sim" @ "no" medidas de al- $80 0 oposto vio, 05 da prética ocidental ‘Adoenga é cau- © memibro mais A mulher que olha € permitido as sada for dese- ~ velho da familia" dlrectamente mulheres gitar Quilorio entre tem ce estar’ pare um homem durante © parto calorific, resente em | € considerada—_¢ receber pre- uaisquer debs- _promiscue, sentes, apds 0 tes ou tomada nascimento, pare de decisbes. ‘compensar a or. A familia, habit A prevencéo da mente, deseja--Muitos temem 0 Muito estbicos em sade € impor. prestar cuide- contacto visual. relago 8 dor, tente, dos. actedttam que Deus od a dor, mas temoém concede a forga aa a suportar 08 utentes usam 0 Combinacio de seu vestuério no Contacto visual fir Verbalizam muito A crianga é esti- préticas de cul. hospital. Os pais “mee directo. dor, preferem dados de sate —cuidam dos fi- injecqoes para o tradicionais€ thas doentes no alivio das dores. contemporé- hospital reas 2 vide e a de- Pender dos ———————— ee Dados de Geissler E: Pocket suite to cultural assessment, t Louis, 1994, Mosby.

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