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manifesto tido como vanguarda na arte hoje choca pelas masculina e machista do futuro, Esta postagem é uma reprodugdo do texto de Marinetti e uma selegdo, feita pela Ubu, de imagens futuristas. A pequena biografia de ‘Marinetti, ao final, foi escrita por Helen Armstrong, organizadora do livro publicado pela Ubu. ideias que prenunciam o fascismo Manifesto Futurista Filippo Tommaso Marinetti* | 1909 Si, Sl, COSi, L’ AURORA SUL MARE |i] {parole in liberta) 1. Queremos cantar o amor ao perigo, o hébito da energia e da temeridade. 2. A coragem, a audécia e a revolta serdo os elemento: enciais da nossa poesia. 10. i. . Queremos glorificar a guerra —a tinica higiene do mundo . Até agora a literatura refletiu a imobilidade melaneélica, o éxtase e o sono. Nos queremos exaltar 0 movimento agressivo, a insénia febril, a corrida, o salto mortal, o soco ¢ 0 tapa. Declaramos que o esplendor do mundo se enriqueceu de uma nova beleza: a beleza da velocidade. Um automével de corrida cuja carroceria é adornada por grandes tubulagdes como serpentes de alento explosivo. mais belo do que a Vit6ria de Samotracia, ‘um automével que ruge, que parece correr acima da metralh: . Queremos cantar 0 homem ao volante, cuja langa ideal atravessa a Terra, ela prépria langada no circuito de sua orbita E preciso que o poeta se consuma de ardor, esplendor e prodigalidade, a fim de aumentar o fervor entusiastico dos elementos primordiais. . Sé ha beleza na uta, Nao existe obra-mestra sem um carater agressivo. A poesia deve ser um ataque violento contra as forgas desconhecidas, para fazer com que se prostrem diante do home. és estamos sobre 0 promontério extremo dos séculost... De que vale olhar para trés, no momento em que nos cabe arrebentar os portais misteriosos do Impossivel? © Tempo ¢ o Espago morreram ontem. Agora vivemos no absoluto, pois ja criamos a velocidade eterna e onipresente. © militarismo, o patriotismo, o gesto destruidor dos anarquistas, as belas ideias pelas quais se morre, e o desprezo pela mulher. -as, combater 0 moralismo, o feminismo c todas as covardias Queremos demolir os museus, as bibli oportunistas e utilitarias. Cantaremos as grandes multidées agitadas pelo trabalho, o prazer ou a revolta; as multicoloridas e polifénicas marés revoluciondtias nas capitais modernas; a vibragdo notuma dos arsenais e dos estaleiros incendiados por ferrovidrias vorazes devorando serpentes que furnam; as fébricas , sobre rios ensolarados que violentas luas elétricas as estagd suspensas, nas nuvens pelos fios de suas fumagas; as pontes langadas, como saltos de ginas brilham como uma cutelaria diabélica; os paquetes aventureiros farejando o horizonte; as locomotivas de peito largo, que batem as patas nos trilhos, como enormes cavalos de ago embridados por longos tubos; € 0 voo -s estalam ao vento como bandeiras ¢ aplaudem como uma multidio deslizante dos aeroplanos, cujas hél entusiasta, PAROLE ‘sz2""" IN LIBERT! oluine, i prossinn jubblir “I PAROLIBERI FUTURISTI,,: inet A, DALLA, BETUDA, BOECION UZZL, CANPIOLL CANGIULL, CARA, EAVALL BRUNO CORA 1B. CORKEN EH OUEREN ELL FLORESTA, 1 OLOOKE RANCH G OSVON GUIEEDORG, TAR. JASNELLIS NAMINETTI, ARMANDO MAZZA, PRESENZINT MATTOLL. MADIANTE, SETHIMELL, TODINe “Marinetti era histriénico, velhaco e fascista, mas até hoje continua relevante. Sobretudo por economia e conveniéncia, ele recorreu a impressos para se comunicar com as massas — em cartazes, livros, panfletos.” — Helen Armstrong ae any, F.T.M ae FuTl as TU Un Tim WM TUNG qo" ADRIANOPOLI OTTOBRE 1912 S oom a © XO, ee aces 3 LIRE |wys0 Menge * FT, Marinetti rompeu com a simetria da pagina, que despedacou ¢ depois remontou usando fragmentos de tipos, marcas de impressores e aniincios publicitarios. Antes e acima de tudo, ele era um poeta, mas quando publicou em 1909 o Manifesto Futurista, no jomal parisiense Le Figaro, Marinetti embarcou em uma cruzada modema que levaria muito além dos dominios dos versos. Na verdade, cla 0 colocou bem no centro da incipiente disciplina que seria conhecida como “design grifico”. Marinetti era histridnico, velhaco e fascista, mas até hoje continua relevante. Sobretudo por economia e conveniéncia, ele recorreu a impressos para se comunicar com as massas — em cartazes, livros, panfletos. Ele dobrava ¢ retorcia a tipografia a fim de adapti-la aos requisitos de sua poesia ¢ de sua ‘mensagem basica sobre o ruido, a velocidade e a agressividade. No final, a natureza concreta e visual dos tipos ;passou ao primeiro plano de sua obra, explicitada, Mesmo hoje ele nos desafia a aderir ao futuro — em suas palavras, a“exaltar [...] 0 soco ¢ 0 tapa”, a acreditar que formas completamente novas nao s6 so possiveis, como também iminentes.

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