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SPONSORS / PATROCÍNIO

PARTNERS / APOIO

ACADEMIA OLÍMPICA
BRASILEIRA
MEGA EVENTS
FOOTPRINTS
P A S T , P R E S E N T A N D F U T U R E

A S P E G A D A S D O S M E G A E V E N TO S
LAS HUELLAS DE LOS MEGA EVENTOS

LEONARDO JOSÉ MATARUNA-DOS-SANTOS


BIANCA GAMA PENA (ORGs)
Rio de Janeiro, 2017
Engenho
Primeira edição
Mega events footprints: past, present and future = : as pegadas
dos megaeventos = : las huellas de los mega eventos / editado e
organizado por Leonardo José Mataruna-Dos–Santos, Bianca Gama
Pena. – Rio de Janeiro: Engenho, 2017

1596p. : Il.

ISBN : 9788569153023

1. Eventos especiais I. Mataruna-Dos-Santos, Leonardo


José (org.) II. Pena, Bianca Gama (org.) III. As pegadas dos
megaeventos IV. Las huellas de los mega eventos

CDD. 796

ISBN: 978-85-69153-02-3

ORGANIZADORES | EDITORIA GERAL:


Leonardo José Mataruna-dos-Santos
mataruna@gmail.com

Bianca Gama Pena


biancagamapena@gmail.com

EDITORIA GRÁFICA:
Evlen Lauer
evlen.bispo@gmail.com

IMAGENS: arquivo pessoal dos autores.


60
58
Dantas, M. H. E. Zeni, K. Scudese, E. Rosas. D. Science, University And Olympic Games In:
Mataruna-Dos-Santos, L.J. & Pena, B. G. (Eds) Mega events footprints: Past, Present and Future.
Rio de Janeiro: Engenho Arte e Cultura, 2017:4, p.31-56.

IDENTITY AND FEELING


OF BELONGING
FOOTPRINTS:
DISCUSSING RIO 2016
OLYMPIC GAMES
LEONARDO JOSÉ MATARUNA-DOS-SANTOS
mataruna@gmail.com

ANDRÉ LUIZ PEREIRA GUIMARÃES


aguimaraesrj@yahoo.com.br

SILVESTRE CIRILO DOS SANTOS NETO

CAPÍTULO
silvestrecirilo@yahoo.com.br

JOÃO MARCUS PERELLI DOS SANTOS

MINISTÉRIO
joaomarperelli@uol.com.br

HUSSEIN MUÑOZ HELU

DO ESPORTE
huss77@hotmail.com

LEONARDO CARNEIRO MONTEIRO PICCIANI,


Ministério do Esporte
ABSTRACT

T
his chapter investigates the corporate governance practic-
es in Organising Committees for Olympic and Paralympic
Games with a particular focus on RIO 2016. During 2016, we
ABSTRACTconducted interviews with directors and managers working
for RIO 2016 and its stakeholders. We highlight some footprints in

T
three main areas: internal corporate governance, external corporate
governance (stakeholders)
his present chapter and legacy
presents as a corporate
scholars’ perceptiongovernance
about the
component. These lessons
spectator’s point of learnt
view infrom the RIO
relation 2016
to the experience
mega-events
are applicable
with atobrief
other sport organisations,
reflection including
about the feeling of the Organising
belonging and
Committees
otherfor Olympic
aspects and Paralympic
related Games.that change in the
to the footprints
different phases pre- and post-event.
KEYWORDS: Corporate Governance, Sport Organisations, OCOGs
KEYWORDS: feeling of belonging, spectator, pre- and post-event.

1102 MEGA EVENTS FOOTPRINTS | Leonardo José Mataruna-Dos-Santos & Bianca Gama Pena (Org.) | 2017
RESUMO

E
ste capítulo pesquisou as prácticas de governo corporativo
nos Comitês Organizadores dos Jogos Olímpicos e Paralím-
picos, con especial ênfase no evento RIO 2016. Durante o
ano de 2016, realizamos entrevistas com diretores e ge-
rentes que trabajalavam para o Comitê Organizador dos Jogos RIO
RESUMO
2016 e seus grupos de interesse. Destacamos algunas pegadas em
três áreas principais: governo corporativo interno, governo corpora-

O
tivo externo (partes interesadas) e legado como um componente de
presente capítulo apresenta a percepção de estudiosos
governo corporativo. Estas lições aprendidas da experiencia com o
sobre o ponto de vista do espectador em relação aos me-
RIO 2016 são aplicaveis a outras organizações esportivas, incluindo
gaeventos com uma breve reflexão sobre sentimento de
os próprios Comitês Organizadores de Juegos Olímpicos y Paralím-
pertencimento e outros aspectos relativos aos footprints
picos.
que mudam nas diferentes fases pré e pós evento.
PALAVRAS-CHAVE: Gobierno Corporativo, Organizaciones Depor-
PALAVRAS-CHAVE: Sentimento de Pertencimento, Espectador, pré
tivas, OCOGs.
e pós evento.

1103 MEGA EVENTS FOOTPRINTS | Leonardo José Mataruna-Dos-Santos & Bianca Gama Pena (Org.) | 2017
RESUMEN

E
ste capítulo investiga las prácticas de gobierno corporativo
en los Comités Organizadores de Juegos Olímpicos y Para-
límpicos, con especial énfasis en RIO 2016. Durante 2016,
realizamos entrevistas con directores y gerentes que tra-
RESUMEN
bajan para RIO 2016 y sus grupos de interés. Destacamos algunas
huellas en tres áreas principales: gobierno corporativo interno, go-

E
bierno corporativo externo (partes interesadas) y legado como un
l presente
componente capítulo nos
de gobierno habla sobre
corporativo. la percepción
Estas lecciones de estudio-
aprendidas
sos sobre el
de la experiencia RIOpunto
2016 deson
vista del espectador
aplicables a otrasenorganizaciones
relación a los
megaeventos con una breve reflexión sobre sentimiento
deportivas, incluyendo los Comités Organizadores de Juegos Olím- de
picos y pertenencia
Paralímpicos.y otros aspectos relativos a los footprints que
cambian en las diferentes fases pre y post evento.
PALABRAS-CLAVE: Gobierno Corporativo, Organizaciones Deporti-
PALABRAS-CLAVE:
vas, OCOGs. Sentimiento de Pertenencia, Espectador, pre y
post evento.

1104 MEGA EVENTS FOOTPRINTS | Leonardo José Mataruna-Dos-Santos & Bianca Gama Pena (Org.) | 2017
SHORT BIO

LEONARDO JOSÉ MATARUNA-DOS-SANTOS is an


Associate Research Fellow at Coventry Universi-
ty (CTPSR, UK) and Federal University of Rio de
Janeiro (PACC, Brazil). He is a Visiting Research
Fellow at TUM (Germany) and Universidad de
Occidente (Mexico). He had Marie Curie Research
Fellow – European Union – LONRIO Project (FP6) and
Carnival Project EU-FP7/2007. He is a UNESCO Advisor..

ANDRÉ LUIZ PEREIRA GUIMARÃES holds an un-


dergraduate degree in Physical Education and a
PGCert in Human Motricity Science at Federal
University of Rio de Janeiro. He holds an MSc in
Physical Education at Gama Filho University. He
is a PhD Candidate at University of Lisbon. He was
Senior Lecturer for Undergraduate and Postgrad-
uate courses at UNIVERSO, UNIPLI, UNIGRANRIO, UNIG, UNIVER-
CIDADE and UGF. He is Visiting Professor at Rio de Janeiro Federal
Rural University.

SILVESTRE SANTOS NETO holds a PhD in Exer-


cise and Sports Science - UERJ, is an Associate
Research Fellow at Coventry University, a Vol-
unteer at World Military, Olympic and Paralym-
pic Games as well as in South American and Pan
American Slalom Canoeing competitions, he is a
National Slalom Canoeing Referee, a Member of
Olympic Studies research groups at UERJ and EsEFEx, and a Member
of AbraGEsp.

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1105 MEGA EVENTS FOOTPRINTS | Leonardo José Mataruna-Dos-Santos & Bianca Gama Pena (Org.) | 2017
SHORT BIO

JOÃO MARCUS PERELLI holds a Degree in Phys-


ical Education at Universidade Castelo Bran-
co (1998) and a Master’s also at Universidade
Castelo Branco (2002), taking the Doctorate in
Sport Science at Universidade de Coimbra. Cur-
rently, he is a Professor at Faculdade Mercúrio, a
Researcher at Universidade Federal Fluminense,
and Assistant Professor I at Universidade Estácio de Sá.

HUSSEIN MUÑOZ HELÚ is PhD Candidate in Phys-


ical Education, Master in Management of Munic-
ipal Development by the Universidad Autónoma
Indígena de México, a BA in Administration and a
BSc in Physical Education. He is Professor of the
Universidad de Occidente and Director of the In-
stitute of Olympic Research. He was Director of the
Universidad de Occidente Unidad Los Mochis for several years. He is
the Vice-Dean of Institutional Operation at Universidad de Occident in
Mexico. Member of Mexican Olympic Academy, attended the Interna-
tional Olympic Academy at the 49th International Session for Young
Participants in Olympia, Greece.

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1106 MEGA EVENTS FOOTPRINTS | Leonardo José Mataruna-Dos-Santos & Bianca Gama Pena (Org.) | 2017
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1. INTRODUCTION

T
he Olympic and Paralympic Games are always marked by
discussions about what could go wrong; demonstrations by
local populations; gentrification and legacies, as well as ex-
perience reports about what has been done differently; and
about the problems faced until the eve of the opening ceremony.
These are recurrent issues independent of the organization places
and costs involved. It is possible to remember, for example, about
the complaints inherent to Sochi Games with the demonstrations,
bomb threats and environmental issues. In Rio 2016 Games, we
had the presidential politics; dengue and Zika virus epidemic; the
pacification; Vila Autodromo; and so many other themes. It is im-
possible to erase history to try to hide problems, but the positive
and, mainly, the intangible advances that affect the local residents
of the host-cities and touch the heart of the social imaginary and
the collective consciousness must be taken into account.

Based on the narrative of the authors’ experience, mega-events


scholars, who lived Rio 2016 Games and other sports events in
Brazil and the world, the discussion in this present text was built.
The ethnographic observation developed in a pilot study during So-
chi 2014 Olympic Games allowed a similar and conclusive analysis
regarding FIFA 2014 Football World Cup and Rio 2016 Games. This
way, it was possible to notice the problems before the event are
usually set aside after the opening ceremony. People feel they are
part of the event at the moment they get involved in it, either in
person when the effects potentialize, or on TV or Internet.

Sometimes, even the organizing committee and governments are


prepared to hinder or repress demonstrations on the streets and
surrounding the facilities. The internal environment is really con-
trolled, vide what happened during the Brazilian Confederation Cup

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in 2013. Every time signs were shown inside the stadiums, private
guards repressed the right to demonstration and freedom of ex-
pression. Of course, there is a concern about the ambush marketing
concerning advertising that do not pay branding exhibition rights
via spectators. But in this case, we refer to the political advertis-
ing portraying education and health quality. In the specific case of
the Olympic Games and the Football World Cup, we can say they
are exclusive events and cannot be compared to other events, first
because of their dimension, and second, because of what we call in
this text as “cultural chemistry” of the feeling of belonging. Hard-
ly, demonstrations of great magnitude can be found. In the case
of Rio 2016 Games, some spectators carried signs or expressed
themselves with shouts or verbal expressions, but with little impact
on the event. It is worth to remember that the “cultural chemis-
try” made Brazilians take the most advantage of the event inside
the stadiums and, above all, in the free time at the olympic park or
around the arenas, enjoying the free entertainment opportunities
offered by the event sponsors.

2. DISCUSSION

The human being in their gregarious dimension needs identification


and sense to their urban spaces, cultural expressions and community
life. In this tune, the awareness about the moments lived in simple so-
cial contexts or of great significance can lead to a reflection about the
senses of these participations in building values and attitudes that will
promote advancement. If in simple moments of social contact we live
in harmony and happiness, we establish social learnings that awakes in
us the desire to repeat or try again to live that moment.

For each individual who woke up early, left their home hoping to live
moving moments, crossed part of the city on competition and olym-

1109 MEGA EVENTS FOOTPRINTS | Leonardo José Mataruna-Dos-Santos & Bianca Gama Pena (Org.) | 2017
pic activities days using public transportation, previously planned to
take them to the games venues. For each Brazilian fan, from the
same city or from other Brazilian states, lived situations of national
identity and felt pride or indignation according to the nature of each
lived experience.

The person development in all their psychological, social and cul-


tural aspects integrated to the social context, identified as a nation,
is necessary for the citizen and for the different communities that
constitute the country. Pride or rebellion for belonging are ambiva-
lences that have followed the Brazilian.

The individual ideology of the modern capitalist industrial culture built


a figure of the human being as a mechanical, unrooted being, discon-
nected from their context, who do not know the relations which make
them human and ignore everything that is not directly and immedi-
ately linked to their own interest and well-being. (...) It is said, then,
the humans have lost their capacity of belonging (SÁ, 2005, p. 247).

Rio Olympic Games, as well as all the other mega-events held in


Brazil, became a critical moment when the subjectivities, identifi-
cations and reactions touched the most intimate feelings of nation-
ality and belonging to a community. The people that, even seeing
contradictions and social disagreements, participated directly or
indirectly, ended up consuming the Olympic Games. Flying the flag
and rooting for the athletes can be more than a physical act, but
a symbolic act, for understanding that the participation conscience
of the historical moment of a community or country is unique. The
construction of the other’s story passes by mine, even if it is only as
a witness before the “cultural chemistry”.

The sport territory issue, either from the spectator’s perspec-


tive of a sports event or from an athlete’s, develops the feeling

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of belonging idea, the affective connection with a group, affirming
the identity through sport. The sport will be able to reinforce the
feeling of belonging to a team’s values, the sport team, through
a friendship, the sentimental bonds created by cultural practices,
such as customs, players’ habits, slangs, behavioral forms that
will be copied by fans, the same way it happens to football, bas-
ketball, and other sports. The cultural territory is a sacred place
of exchanges, symbolism, a ritualistic space to rebuild where they
create bonds, feelings of belonging to groups, that is, symbols in
the territories created in the society and acknowledged in the cor-
poreity (PERELLI, 2009 e PETIT, 2008).

Another relevant element is the acknowledgement of the athlete’s


body as a symbol of belonging identification, that is, the fan iden-
tifies with the athletes’ stereotypes, with their corporeity, with the
sport technical gestures, reinforcing the belonging bonds between
teams and fans.

The idea of National identity also passes by subjective conceptions.


It is formed by the common places, “... that is, a shared background
of ideas, notions, theories, beliefs and bias, allowing the exchange
of words, arguments and opinions about an effective political com-
munity” (BRESCIANI, 2007, p. 31).

This way, for the different people involved in the several spaces of
competition, shows, entertainment, food, that is to say, social areas.
The subjective feeling of “Brazility” was expressed in a respectful,
pleasant and friendly way.

3. FOOTPRINTS

Whoever had the opportunity to follow the different scenarios cre-


ated by Rio de Janeiro Games not only saw the healthy interaction

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among different peoples and nations, but also a Brazilian citizen
identified with aspects of their culture that allows expressing pride
and admiration. Based on attitudes of respect, cooperation, solidar-
ity and organization shown in this case, it was worth it to feel like a
Brazilian citizen.

For the administration of this marked footprint registered in the pop-


ular imaginary about these Games, we have to think about different
possibilities and ways to re-create the same identification spirit men-
tioned above, through several manners to use the spaces, services
and attractions. Sporting, recreational and cultural competitions;
concerts, spectacles and artistic demonstrations; visitations, meeting
points, entertainment, education and culture; olympic museum and
guided visit. All those possibilities, or others, also need to be thought
from the view of good organization, friendly and competent reception
of people, the safe and pleasant environment, so this dimension of
the city, and the communitary life, can be a good example of national
identity, a goal for the other issues to be solved.

The moment of the participation, several times defended only by


the spectators’ emotion, promoted behaviors similar to the ones
presented in Rio 2007 Pan American Games, repeated in Rio 2016
Olympic Games. Mataruna (2008) had already pointed to the need
of a massive program of Olympic education, that would reach
schools, and also the communication means, in order to avoid
practices that would be reprimanded by the athletes participating
in the games and also by spectators abroad. This way, the reason
to root, to give support, to support the teams was abandoned, it
gave space to the impoliteness of not respecting the opponent,
not respecting the rules and not having sensibility booing, shout-
ing and howling from the bleachers to distract the athletes. Pro-
voking a service, jump or throwing mistake was associated to the
power that came from the public shouts and expressions as if they

1112 MEGA EVENTS FOOTPRINTS | Leonardo José Mataruna-Dos-Santos & Bianca Gama Pena (Org.) | 2017
were inside a football stadium, before a penalty kick in a champi-
onship final. In this issue, a little of Olympic politeness lacked, but,
above all, the common sense of who is participating as the event
spectator lacked as well.

4. FUTURE CONSIDERATIONS

Because of the high priced tickets for the Olympic Games, many
Brazilians only had economical conditions to afford the costs
of the Paralympic Games. The organization’s fear regarding the
non-massive selling of the tickets for the event that would follow
the Olympic Games made them sell the tickets at popular prices,
to the example of Beijing Games’ tickets. China’s event did not
restrained the cheap tickets to the Paralympic Games, but also
offered them for the Olympic Games, becoming one of the most
accessible multi-sport events for the new millennium specta-
tors. For future events in Brazil and in the world, we must take
into account the future sport consumers, that is, the young peo-
ple and the children, involving the schools and the populations
surrounding the venues with more impact. For Tokyo Games,
the involvement of the elderly population is high, once one of
the event proposals is also to increase the indexes of physical
activities for the population’s health. These lessons address to
reflections so there are more opportunities for the local popu-
lation’s participation, either in the testing events or the official
ones, compared to the development of feeling of belonging and
in the intangible legacy of the collective imaginary. Concerning
the mega-events, the “cultural chemistry” produced leave posi-
tive footprints related to the event and the city; and it can be an
indicator to be explored with more intensity in the promotion of
values and in the fight against demonstrations and protests, by
amplifying the feeling of belonging.

1113 MEGA EVENTS FOOTPRINTS | Leonardo José Mataruna-Dos-Santos & Bianca Gama Pena (Org.) | 2017
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Dantas, M. H. E. Zeni, K. Scudese, E. Rosas. D. Science, University And Olympic Games In:
Mataruna-Dos-Santos, L.J. & Pena, B. G. (Eds) Mega events footprints: Past, Present and Future.
Rio de Janeiro: Engenho Arte e Cultura, 2017:4, p.31-56.

FOOTPRINTS DE
CAPÍTULO
MINISTÉRIO E
IDENTIDADE
DO ESPORTE DE
SENTIMENTO
PERTENCIMENTO:
DISCUTINDO OS JOGOS
OLÍMPICOS RIO 2016
1. INTRODUÇÃO

O
s Jogos Olímpicos e Paralímpicos são sempre marcados
pelas discussões sobre o que poderia dar errado; sobre
protestos das populações locais; gentrificação e legados,
assim como relatos de experiências sobre o que tem sido
feito de diferente; e sobre os problemas enfrentados até a véspera
da cerimônia de abertura. Estes são temas recorrentes indepen-
dentemente dos locais de organização e dos gastos envolvidos. É
possível lembrar, por exemplo, sobre as reclamações inerentes aos
Jogos de Sochi com os protestos, ameaças de bombas e questões
ambientais. Nos Jogos Rio 2016, tivemos a crise política presiden-
cial; a epidemia de dengue e Zika vírus; a pacificação; a Vila Autódro-
mo; e tantos outros temas. É impossível apagar a história ou tentar
esconder as problemáticas, mas há de se levar em consideração os
avanços positivos e, principalmente, os intangíveis que marcam os
moradores locais das cidades-sedes e tocam no cerne do imaginá-
rio social e no inconsciente coletivo.

1114 MEGA EVENTS FOOTPRINTS | Leonardo José Mataruna-Dos-Santos & Bianca Gama Pena (Org.) | 2017
Com base no relato de experiência dos autores, estudiosos de me-
gaeventos, que vivenciaram os Jogos Rio 2016 e outros eventos
esportivos no Brasil e no mundo, construiu-se a discussão do pre-
sente texto. A observação etnográfica desenvolvida em um estu-
do piloto durante os Jogos Olímpicos de Sochi 2014 permitiu uma
análise similar e conclusiva a respeito da Copa do Mundo de Futebol
da FIFA 2014 e dos Jogos Rio 2016. Assim sendo, foi possível ob-
servar que os problemas que antecedem o evento são colocados
à margem, geralmente, após a cerimônia de abertura. As pessoas
sentem que são parte do evento no momento em que se envolvem,
seja presencialmente onde os efeitos se potencializam, ou mesmo
pela televisão e internet.

Em alguns momentos, os próprios comitês organizadores e gover-


nos estão preparados para evitar ou coibir os protestos nas ruas e
ao redor das instalações. O ambiente interno realmente é contro-
lado, vide o ocorrido durante a Copa das Confederações no Brasil
em 2013. Todas as vezes que cartazes eram exibidos dentro dos
estádios, seguranças privados coibiam o direito de manifestar-se e
a liberdade de expressão. Claro que existe uma preocupação com o
ambush marketing, também chamado em português como marke-
ting de emboscada ou guerrilha, com relação às propagandas que
não pagam os direitos de exibição de marcas por meio dos espec-
tadores. Mas neste caso, nos referimos ao que eram propagandas
políticas e que retratavam a qualidade da educação e da saúde. No
caso dos Jogos Olímpicos, especificamente, e da Copa do Mundo
de Futebol, podemos dizer que são eventos exclusivos e que não
podem ser comparados a outros eventos, primeiro pela dimensão,
e segundo pelo que chamamos neste texto de “química cultural” do
sentimento de pertencimento. Dificilmente, se encontram protes-
tos de grande magnitude. No caso dos Jogos do Rio 2016, alguns
espectadores levaram cartazes ou se manifestavam com gritos ou
expressões verbais, mas sem muito impacto sobre o evento. Vale

1115 MEGA EVENTS FOOTPRINTS | Leonardo José Mataruna-Dos-Santos & Bianca Gama Pena (Org.) | 2017
lembrar que a ‘química cultural’ fez com que o brasileiro buscasse
aproveitar ao máximo o evento dentro dos estádios e, sobretudo,
nos momentos vagos no parque olímpico, ou ao redor dos ginásios,
desfrutar das oportunidades de lazer e entretenimento gratuito
oferecida pelos patrocinadores do evento.

2. DISCUSSÃO

O ser humano em sua dimensão gregária precisa de identificação e


sentido com seus espaços urbanos, manifestações culturais e convi-
vência em comunidade. Nesse diapasão, a consciência sobre os mo-
mentos vividos em contextos sociais simples ou de grande significa-
ção pode conduzir à reflexão sobre os sentidos dessas participações
na construção de valores e atitudes que promovam avanço. Se, em
momentos simples de contato social convivemos em harmonia e fe-
licidade, estabelecemos aprendizagens sociais que nos despertam o
desejo de repetir ou buscar novamente viver aquele momento.

Para cada indivíduo que acordou cedo, deixou seu lar na expectati-
va de viver momentos de emoção, atravessou parte da cidade nos
dias de competição e atividades olímpicas usando o transporte pú-
blico, previamente planejado para conduzi-lo aos locais dos jogos.
Para cada torcedor brasileiro, oriundo da própria cidade, ou vindo de
outros estados brasileiros, viveu situações de identidade nacional e
sentimento de orgulho ou indignação conforme a natureza de cada
experiência vivida.

Faz-se mister, para o cidadão e para as diferentes comunidades que


compõe um país, o desenvolvimento da pessoa em suas vertentes
psicológicas, sociais e culturais integradas ao contexto social, iden-
tificado como nação. Orgulho ou revolta de pertencer são ambiva-
lências que têm acompanhado o brasileiro.

1116 MEGA EVENTS FOOTPRINTS | Leonardo José Mataruna-Dos-Santos & Bianca Gama Pena (Org.) | 2017
A ideologia individualista da cultura industrial capitalista moderna
construiu uma representação da pessoa humana como um ser me-
cânico, desenraizado e desligado de seu contexto, que desconhece
as relações que o tornam humano e ignora tudo o que não esteja
direta e imediatamente vinculado ao seu próprio interesse e bem-
-estar. (...) Diz-se, então que os humanos perderam a capacidade de
pertencimento (SÁ, 2005, p. 247).

Os Jogos Olímpicos do Rio, assim como todos os megaeventos


ocorridos no Brasil, tornaram-se um momento crítico quando as
subjetividades, identificações e reações tocaram nos sentimentos
mais íntimos de nacionalidade e pertencimento a uma comunidade.
As pessoas que, mesmo enxergando contradições e desajustes so-
ciais, participaram direta ou indiretamente, acabaram por consumir
os jogos Olímpicos. Vestir a camisa e torcer pelos atletas pode se
dar não somente como um ato físico, mas um ato simbólico, por se
compreender que a consciência de participação do momento histó-
rico de uma comunidade ou país é único. A construção da história
do outro passa pela minha, nem que seja apenas como testemunha
diante da ‘química cultural’.

A questão do território esportivo, seja na perspectiva dos especta-


dores de um evento esportivo ou de um atleta, desenvolve a ideia
do sentimento de pertencimento, o vínculo afetivo a um grupo, afir-
mando identidade por meio do esporte. O esporte poderá reforçar
o sentimento de pertencimento aos valores de um time, a equipe
desportiva, através da amizade, dos laços sentimentais criados
através de práticas culturais como costumes, hábitos dos jogado-
res, gírias, formas de comportamento que serão copiadas pelos tor-
cedores, assim como acontece com o futebol, o basquetebol, entre
outros esportes. O território na cultura é um lugar sagrado de troca,
de simbologias, espaço ritualístico de recomposição onde se criam
vínculos, sentimentos de pertencimento a grupos, ou seja, símbolos

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nos territórios criados na sociedade e reconhecidos na corporeidade
(PERELLI, 2009 e PETIT, 2008).

Outro elemento relevante é o reconhecimento do corpo do atleta


como um símbolo de identificação de pertencimento, ou seja, o tor-
cedor se identifica com os estereótipos dos atletas, com a corpo-
reidade dos mesmos, com os gestos técnicos de um desporto, re-
forçando os laços de pertencimento entre os times e os torcedores.

A ideia de identidade Nacional também passa por concepções sub-


jetivas. Ela se constitui pelos lugares comuns, “... ou seja, um fundo
compartilhado de ideias, noções teorias, crenças e preconceitos,
permitindo a troca de palavras, argumentos e opiniões sobre uma
comunidade política efetiva” (BRESCIANI, 2007, p. 31).

Assim, para as diferentes pessoas envolvidas nos diversos espaços


de competição, shows, lazer, alimentação, ou seja, zonas de conví-
vio. O sentimento subjetivo de “brasilidade” se manifestava de uma
forma respeitosa, agradável e cordial.

3. FOOTPRINTS

Quem teve a oportunidade de acompanhar os diferentes cenários


criados pelos Jogos do Rio de Janeiro viu não somente o convívio
salutar entre diferentes povos e nações, mas um cidadão brasilei-
ro identificado com aspectos de sua cultura que permite expressar
orgulho e admiração. Com base nas atitudes de respeito, coopera-
ção, solidariedade e organização demonstradas, nesse caso, valeu a
pena perceber-se como um cidadão brasileiro.

Para a administração deste footprint marcado registrado no ima-


ginário popular sobre estes Jogos, há que se pensar em diferentes

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possibilidades e modos de se recriar, através de diversas modalida-
des de utilização dos espaços, serviços e atrações, o mesmo espí-
rito de identificação descrito acima. Competições esportivas, recre-
ativas e culturais; shows, espetáculos e manifestações artísticas;
visitações, pontos de encontro, lazer, educação e cultura; museu
olímpico e visitas guiadas. Todas estas possibilidades, ou outras,
precisam também ser pensadas na ótica da boa organização, da
recepção cordial e competente de pessoas, do clima seguro e agra-
dável, para que essa dimensão da cidade, e da vida comunitária seja
um bom exemplo de identidade nacional, baliza para outras instân-
cias ainda por se resolver.

O momento da participação, muitas vezes defendida apenas com a


emoção pelos espectadores, promoveu comportamentos similares
aos apresentados ainda nos Jogos Pan-Americanos Rio 2007, de
modo a serem repetidos nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Mataruna
(2008) já havia apontado a necessidade de um massivo programa
de educação olímpica que abrangesse as escolas, mas também
os veículos de comunicação, de modo a evitar práticas que seriam
repreendidas pelos atletas participantes dos jogos e também por
espectadores no exterior. Abandonou-se assim a razão do torcer,
dar suporte, apoiar as equipes, mas deu-se espaço à quebra da
educação, do não respeitar o adversário, não respeitar as regras, e
não ter sensibilidade, mediante as vaias, gritos e urros emanados
das arquibancadas para desconcentrar os atletas. Fazer errar um
saque, um salto, um arremesso era associado ao poder que urgia
dos gritos e manifestações do público como se estivesse dentro de
um estádio de futebol, diante de uma cobrança de um pênalti na
final do campeonato. Neste quesito, faltou um pouco da educação
olímpica, mas sobretudo do bom senso de quem está participando
como espectador do evento.

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4. CONSIDERAÇÕES FUTURAS

Em função dos altos preços dos ingressos para os Jogos Olímpicos,


muitos brasileiros só tiveram condições econômicas de arcar com os
custos para assistir aos Jogos Paralímpicos. O receio da organização
em relação à não venda massiva dos tíquetes para o evento que
seguiria na sequência dos jogos Olímpicos fez com que os ingres-
sos fossem vendidos a preços populares, ao exemplo dos tíquetes
dos Jogos de Pequim. O evento da China não restringiu os ingressos
baratos aos Jogos Paralímpicos, mas ofereceu também tíquetes em
conta para os Jogos Olímpicos, se transformando em um dos even-
tos multiesportivos mais acessível para os espectadores no novo
milênio. Para os eventos futuros no Brasil e no mundo, deve-se le-
var em consideração os futuros consumidores do esporte, ou seja,
os jovens e as crianças, envolvendo com mais impacto as escolas
e as populações ao entorno das venues. Para os Jogos de Tóquio,
o envolvimento da população idosa é alto, uma vez que uma das
propostas do evento também é aumentar indicadores de atividades
física para a saúde da população. Estas lições remetem a reflexões
para que se oportunize mais a participação de populações locais,
seja nos eventos-teste, seja nos eventos oficiais, face ao desenvol-
vimento do sentimento de pertencimento e no legado intangível do
imaginário coletivo. Em relação aos megaeventos, a ‘química cultu-
ral’ gerada deixa footprints positivos em relação ao evento e à cida-
de; e pode ser um indicador a ser explorado com maior intensidade
na promoção de valores e no combate a manifestações e protestos,
pela amplificação do sentimento de pertencimento.

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