You are on page 1of 2
i | Qual 3 relevancia do projeto © Cuida ‘da como valor juridico para o aprofunda- mento do Direito do Familla? Podemos entender que 3 valorizagao do afeto do cuidado, no Diseite de Familla, ¢ ume proposta de superagao da moral, pela Etica? Ou soja: que ¢ uma tentative de superagao da letra fria da lei pele reco: nhecimeno da que ha sempre um suieito ‘quo demands? © projeto sobre 0 cuidado", quo 2 presidente da Comis- ‘sho Nacional da In- {ancia ¢ Juventude, Tania da Silva Perel- 12, Imaginow e do quel nds Fa “forgar a ontrada” ito de preocupagdes insideradas extra juridicas. Dar ra- levo jurfdico ao “cuidado” - como ao afe- ‘to, damizade, & dor significa dar corpoa lum Diteito nao-patrimonial, diferente do diteito civil patsimonial que se encontra os nossos cédigos civis de inspiragéo Durguesa liberel; significa contribuir para a afirmagio de um novo “diteito das pos- ‘808s @ da familia”, em que se inclu bérn a misior parte do cirsito biomédico. 2.senhor uo dos trecureors 00 ‘estuto. da interlocgo entre Medicina Diroito. Este dislogo 6 iina nécessidede ‘do. thurids contempotaneo ov somente “egdra ha para se pensar 0 Di- “cio. ds Fart ei ogo torn ouvas / $1098 do‘conhicimajio? = Toda a evolugio dos diratos des personalidede 6 do direto das criancae ‘¢jovens stende cade vez mais 83 inclinagies dos mats novos ENTREVISTA - Guilherme de Oliveira) Avontade do adolescente deve ser reconhecida juridicemente em ‘atos médicos. Esta é una des pro- pastas defendidas pelo professor ca- tedrético da Faculdade de Diteito de Universidade de Coimbra, Guilherme Freite Falco de Oliveira. De nacio- nralidade portuguess, ele foi um dos precursores no estudio associedo do Diroito @ Medicina, ainda nos anos 70 © 80, tornando-se importante interio- cutor de jutistas @ profissionais brasi- leiros em quastdes de familia, espe- cialmento paternidade ¢ adogdo., Guilherme de Oliveiratem especial Intereece pela Infancia @ Juventude. Ele & mambro fundador e investiga dor do Centro Biomédico da Facuida- do de Direito de Coimbra e do Centro de Direito de Familia, uma instituigso cientifica portuguesa que visa 0 65- tudo ampliado do Direito da Famiio, incluindo 0 Direito dos Menores ¢ 0 Direito do Envelhecimanto, Par dele- Por causa dos estudos om Direito da Familia, na décads de 70 © 80, te de Prestar atencéo ao Direito da Medicina, Na verdade, quando aprofundei o regime das ages de paternidade, confroniel-me ‘tomei conhecimento dos problemas re- lacionades. Logo a seguir, quando me dediquet a0 tema de doutoramento Critério jurldico da pateridede - fui obrigado a tomar ‘comtato com 0 Dir to da Medicina Biomédico, em 1888, foi uma decorréncia, normal da evolugao anterior. Em Ports gol, ainda no havia um conhecimento suficionte do que signiticava essa froa do. Direito, mas nos outros pal © na América do Norte, jé havig uma pradugSo clentifiea considerdval.E elero qué 0 Direito Biomédico 6 muito amplo, @ 6 toca 0 Direito da Fart aspectos, Mas 6 rela tivarente comum,na © ‘senhor doa possibi- lidsd@ de ampliagao da autonomia do doles¢ento, no que tango a tr _médieos; 0 que fotivou, inclusive, a cri $80 do um subgrupe no grupo de pesa Estudo comparado ‘Gago do governo portugués, 0 COF fornou-se responsével pela organiza- 0 de um Observatério Permanente da Addogo, quo abrange todo um sis- tema de criangas ¢ jovens em risco. ‘Nesta entreviste, ele apresenta as dificuldedes do adogéo em Portu- gal @.n0 mundo, anaiisa @ importén- Gia de Jurisprudéncla para o Brasil @ Portugal, e explica @ sua proposta de ‘maior autonomia 20s adolescentes em questées médicas, sustentada pelo reconhecimento do direito de personalidede das criangas o jovens. © toma, inclusive, integra 0 projeto desenvotvido pelo IBDFAM, "0 cui- dade com valor juridico”, que devo ‘culminar na produgéo de tim livro, 0 ser langade durante 0 VI Congreso Brasileiro do Direito de Fafa, no ‘segundo semestre de 2007. ‘Conhegs, @ seguir, algumas ink ciativas dos estudiosos portuguases, pensando 0 Direito de Familia. ‘sa sobre 0 Cuidado como Valor Juric. Podames entender que o senior defende ‘9 reconhacimento juidico da vontade do adolescente, no que tanga a prética do Uratamentos médicos? Assim, ern casos ‘como essos, o& adoloscentes teriam po: de decisao, juntamente com os seus pais?’ O tema do consentimento informado dos adolescentes para a pratica de atos médicos vem sendo discutido no nosso Centro de Dirsito Blomédico, hd varios ‘anos. Toda a evolugéo dos direitos da personalidede e do direito dos cviangas jovens mostra que so atende cada vez ’s inclinagoes © 3s necossidados is novos; as idados minimas que a lel estaboleco para a au ‘obrigaté- tia dos menores, ou paraa manifestacdo da sua vontade lives, am varios assuntos, ‘G0 cada vez mais beixas. Isto tem acon: tetide em Portugal @ nos outros paises europeus. Porém, no aspecto espacifico do consentimento para atos médicos, enquanto as lols européias evolulram pera dar relevo & em. élguns wee Ventnce dos joven Em Portugal false tosistontomente na necessidode de especializagio dos gu dezesseis anos, 0 Europe, encontrar co. ™egistredes « numa carrera espectfes dentro dos Trbbunale de Faris, com catorze, quinze sisledor portugués ainda néo se ccupou do assunto, Sendo assim, tem valido a ogra geral da monoridade até aos dezoi- to anos € a correspondente prevaléncla dda vontade exclusiva dos pais represen- {antes fegeis. Cre‘o que as leis portugue- sas deveriam acompanhar 0 movimento Coase gy ; Boletim BDFAM <3 SetentrvOvtubro + 2006 ENTREVISTA - Guilherme de Oliveira_) eral © prover uma “mato- vva dola, De falo, 0 ndmero de esté a aumemtar; por exem- Fidade ospecial” para este que danos nao-patrimoniais _adopbes decietades em cada plo, os Mestrados na Facul- ‘caso, Deverla ser admitida a na pessoa do filho- pode dar ano mantém-se estével, in manifestagao de vontade do lugar & obrigagéo de indeni- sensivel 20s melhoramentos proprio jovern; manifestagso ar. Como em qualquer ou- legals. Enquanto isso, auman- totalmente livre e soborana tra agS0 de responsabilidad tam ascriangss interntadas en casos dos tribunals. Sel que, fou, porventura, em conjuga- civil, 6 preciso provar a des- laras para quem a Integragdo no Brasil, @ influéncia da Ju- 0 com of pal ‘cumprimento, sculpa,odano numa familia edotive seria risprudéncia foi sempre maior ‘ea causalida muito converiente. Ninguém embro- Qual seria a justiticativa parece conseguir altorar est que fol pare a ampliagao da autono- Qual o papet de Gentro de realidade. A adogaa_interna- partihados mia dos adolescentes? Estudos em Direito de Fami- —cional tem um alcance relati- bens na seqiiéncia da rupturs ‘A justifieagao estaria no lia para o desenvolvimento @ vamente iimitado, dado que com base amedurecimento mais ré- raflexto do Direito de Familia 84 6 parmitida quando néo na sociedade de fato entre os pide da personalidade dos Portuguds? houver possibilidade de ado- _conviventes. jovens @ no raconhecimento © Centro de Direito da go interna, As razdes para 0 correspondente de um direl- Familia é a Instituigdo clonti-_insucesso do Instituto deve O que vorn a ser a "Bienal ele. de durisprudéncia”, que ocor to a0 livre desenvolvimento fica portuguesa que mais tem ser verias: es exigénci de personalidade, que estd promovido o conhecimento e _vadas dos candidatos, a fraca re anualmente em convénio consagrade na Constituigho a discusséo do Direito da Fa- organizago dos sorvicos, a como TJRJ,alternativamente portuguesa. milia entendido nume acep- dlifusio dos métodos de pro- em Coimbra e Rode Janeiro? gio ampla, que abrange 0 Di- —_criagaomedicamento assistida A "Bienal de Jurisprudén: © estudo sobre a pater seito dos Menores @ 0 Direlto etc. No Ambito do Observaté- cia” éum encontro regular, de aidade, incluindo ctitérios do Envelhecimento. rio Permanente da Adogdo, dois em dois anos, de juristas para fixagao, impugnagio, estou tenlando esclarecer 0 priticos do Direito da Fam! negagao € prazos, constitul “mistério" do ineficiércla da @ dos Menores, em que se utro ponto de destaque de Adagaoedetodoosistemade discutem casos da Jurispru- sua obra, Como o senhor ve a rotogio de criangas e jovens. déncia, muitas vezes _apre- patornidade hoje? Qual a efi sontados pelos magistrados cia do vinculo socioafetivo? No préximo més de no- ou advogados que netes par- Como esse “tipo de parentes- vembro, osenhiorparticipado _ticiparam. N3o hé discursos co" & tratado em Portugal? | -Congtesso internacional de ou palestras, nem intervém A paternidedo, no sistem Diratte Ge rami, om Brash juretes acadérieos, O meto- Juridico portugués, ¢umapa- 2 lia (DF), debatendo otema de do @ singular em Portugal, @ tornidade bioldgic z casamento @ separagao, sem —_teve muita aceitagao nas edi- culo de sangue, 6 nia o vine & culpa. 0 IEDFAM apresentou ges de 2002 ¢ 2004, Vamos Culo socioefeivo, Em 1977.4. 3 projeto das, ao Congressoferer agora atercera ouniso. Reforma do Direto da Feria Nacional, ovoponde o fim de Uma ve, em conversa com o tevenecessidade de superar 2| Culpa are elstivagee Go ch meu amigo. desembargedor lor que hierarqui- gi vércio. Como este assunto é Roberto Wider, do Tribunal de do flagho te: tratedo em Portugal? Slusiga do fio da EMERJ, altima eilegitina.difeuteva Eb: Em Portugal, 0 cédigo ci resoivemos fezer uma réptica 8 agdes do invesigagso Ja. vil coninua # prever um dh bresilera desse evento, que paternidade foradocasamen- = be vérclo tradicional baseado ne —_acorreu em 2003 ¢ 2008. Nés impugnagses © “ ~ prova da violagéo culposade —ternos_conseguido convidar da paternidade do marido no um dever conjugal. Porém, 4 alguns colegas brasiteiros favovde adutteno de mulher, _Temos foto Congressos, maneirs tances, pevB oir para parieipar noxencontros, fete. Esta superagio parecia publicamos uma séria mono- tras modlidades de divércio tal como 05 magistrados do mais fécil recorcendo @ ver gréfica @ uma Revista ~ Lex que prescindem da culpa. E, Rio tém convidado colegas dade biolégica, com Familiae. O reconhecimento estatisticamente, vé-se que portugueses. Gostaria de po. certs @ deste tebelno levou 0 gover. 08 portugueses nao seguemm der mantor para sompra este tom as pos ho portugues, recentemente,a © caminha da prove deevipa _imoredmbo regular Sdivinhavar de umacompro- ontfogat a0 CDF a rsponesbl- = apones 4s dos divorelos se- ‘esto laboratorial segura. Por dade de organizer um Obser: uem esta cuminho. * 0 protessor Guharmo de 15 razbes, nao se deu gua- —_vatério Permanente da Adagio: Oliveira estaré ara Brasiia (OF) fide ao vinculo secoatetva, que é na verdade, um Obser- Como o senhor avalia » | tt 6 ee 18 17 de ne fspesar de serem conhecicas vatoro'de todo 0 stem de contri a juispradén. | Ymbvoprouow, pra roel fsigumos manifestagbes tract’ congas lovens.em rio, ciaparao birctbrastro? & | Susann’ Gootese arn tlonaie do sus relevance no em Portugal? {a promovide plo BDPA. ‘ate wanebs © quo esté mudanio em "A inlurncia da Jurspru- | Sei mais sobre evento ne retagio 8 adogdo, em Portu- — déncla pertuguesa tem sido | pdgine 10 desta ecicéo. Osenhor considera valida gal? E especificamente sobre _débil em todas as dreas, roposta de responsabiliza- a 30 Internacional, em tart * Veja, na pégina 11 desta eal 2 proposta de responsabil ‘Adogéo Int , também no Direito da Fami- | (We ae Ot RS {todos pele por abendono Portugal. andes raicegao do In Mas ineresse pelo ol wip is stv? Convengae de aia do T2587, rliodoFamtia em crescldo, | sate vestanrso de parr Emborandohojajurioprr “"Anderao tom sido regula. o'foloce Wessontrmonte no | mend, déncia clara sobre o assunto, mentade, comigids e melhora-_necessidade de especialize uponho, julgo que ¢ aceité- da, desdo 1965; mereceu até a go dos magistrados e numa | * Esta entrevista contou com valdafender que 0 abendono dignidade de ser mencionads careiaespecica danwo doe | 4 cotbratio ts detoras < lative.~ quer se traduza em 9 protogida pela Consttuigéo Tribunais de Familia. Em go- | 42 JBDFAM, Ane Cerotine Bro ‘occumprimento dos deveres da Roptblica. Mas réo tom ral. ponso que odiéloga entee | “td Telxera Tania de Sit “lldions: quer imegradas no tido 0 sucesso que se espera. 0s Feculdetes e os Tribunals | Y° Fee BoletmIBDFAM <4 op SetambsorOutubro » 2006

You might also like