You are on page 1of 13

1 Função Gama e Beta

(Em construção! )

1.1 Função Gama


Define-se a função Gama por
Z +∞
Γ(n) = tn−1 e−t dt; n>0
0

As formas de recorrência mais usadas são dadas por:

Γ(n + 1) = nΓ(n)
Γ(n + 1) = n!

Γ(1/2) = π

Figura 1 – Gamma Function

Observando a figura 1 responda:

• Qual o provável valor para Γ(1)?

• Existe Γ(−1)? Explique o motivo.

Alguns resultados importantes:


• Prove que Γ(n + 1) = nΓ(n)

Z ∞
Γ(n + 1) = x(n+1)−1 e−x dx
Z0 ∞
= xn e−x dx
0
Z b
= limb→∞ xn e−x dx
0 Z b 
n −x b −x n−1
= limb→∞ x (−e )|0 − −e nx dx
0
Z b
n −x b
= limb→∞ x (−e )|0 + n · limb→∞ e−x xn−1 dx
0
Z ∞
= 0+n· e−x xn−1 dx
0
= nΓ(n) =⇒ para ∀n 6= 0

• Prove que 0! = 1

Z +∞
Γ(1) = e−t dt
0
= lim −e−b − (−e0 )
b→∞
= 1
⇔ Γ(1) = Γ(0 + 1) = 0! = 1


• Prove que Γ(1/2) = π
p
Neste caso é mais fácil resolver Γ(1/2)2
Z ∞
1
Γ(1/2) = x 2 −1 e−x dx
Z0 ∞
1
= x− 2 e−x dx
0
2
=⇒ troca de variavel x = u Z ∞
1 2
= (u2 )− 2 e−u (2udu)
0
Z ∞
2
= 2 e−u du
0
=⇒ forma quadrática
Z ∞ Z ∞
2 −u2 2
(Γ(1/2)) = 4 e du · e−v dv
0 0
Z ∞Z ∞
−(u2 +v2 )
= 4 e dudv
0 0
=⇒ troca de coordenadas:u = ρ cos φ, v = ρ sin φ
π
Z
2
Z ∞
2
= 4 ρe−ρ dρdφ
0 0
π
1 2
Z
2
= 4 − e−ρ |∞
ρ=0 dφ = π
0 2

=⇒ ou seja,Γ(1/2) = π

Example 1 Calcule:

a) Γ(3)

b) Γ(0.5)
Γ(4)−Γ(2)
c) Γ(3)

d) Γ(5/2)

e) Γ(−1/2)

f ) Γ(−3)

Example 2 Calcule a integral Z +∞


t2 e−x dx
0
Res. Comparando a integral com a função gama vemos que
Z +∞ Z +∞ Z +∞
2 −x 3−1 −x
t e dx = t e dx ≡ tn−1 e−t dt = Γ(3)
0 0 0

Temos n = 3 e, usando a seguinte propriedade

Γ(n + 1) = n!
encontramos o resultado

Γ(3) = Γ(2 + 1) = 2! = 1 · 1 = 2
R∞
Exercise 3 Calcule 0
x3 e−x dx
R. 6
R∞
Exercise 4 Calcule 0
x6 e−2x dx
45
R. 8

R1
Exercise 5 Calcule √ dx
0 − ln x

R. π

Exercise 6 Calcule a integral Z ∞


2
e−x dx
0

Façamos a troca de variável u = x2


Z ∞ Z ∞ √
−u du 1 ∞ −1/2 −u 1 π
Z
−x2
e dx = e = u e du = Γ(1/2) =
0 0 2x 2 0 2 2

1.1.1 Aproximação de fatorial de Stirling


Se n é grande
√ θ
Γ(n + 1) = 2πnn e−n e 12 (n+1) 0<θ<1

Se n é inteiro,

n! ≈ 2πnn e−n
θ
porque o fator e 12 (n+1) ≈ 1

• Prova:
Z ∞
Γ(n + 1) = xn e−x dx (1.1)
0
Z ∞
= en ln x−x dx (1.2)
0

(em construção...)

1.1.2 Resultados relativos à função gama


• Fórmula da reflexão (complementar)

tx−1 π
Z
dt = Γ(x)Γ(1 − x) =
0 1−t sin xπ
• Fórmula de duplicação

 
2n−1 1
2 Γ(x)Γ x + = π · Γ(2x)
2

• Fórmula da multiplicação de Gauss


1 1 2
Γ(nz) = (2π)−1 33z− 2 Γ(z)Γ(z + )Γ(z + )
3 3

• Produto
m−1  
Y i 1 2 m−1
Γ x+ = Γ(x)Γ(x + )Γ(x + ) · · · Γ(x + ) (1.3)
i=0
m m m m
= m(1/2)−mx (2π)(m−1)/2 Γ(mx)

• Coeficiente Binomial
 
N N! Γ(N + 1)
= =
n (N − n)!n! Γ(N − n + 1)Γ(n + 1)

• Se n < 0
Γ(n + 1)
Γ(n) =
n
• Derivada da função gamma
Z ∞

Γ(1) = e−x ln xdx = −γ
0

onde γ é chamada de constante de Euler-Mascheroni


 
1 1 1 1
γ = lim 1 + + + + · · · + + − ln(n) ≈ 0.57721 · · ·
n→∞ 2 2 4 n
para
′      
Γ(x) 1 1 1 1 1
= −γ + 1 − + − +···++ − +···
Γ(x) x 2 x+1 n x+n−1
R ∞ n−1
Exercise 7 Usando a relação Complementar 0 t1−t dt = Γ(n)Γ(1 − n) = π
sin nπ
,

prove que Γ(1/2) = π
         
1 1 1 1 2 1 π
Γ Γ 1− =Γ Γ =Γ = =π
2 2 2 2 2 sin 12 π

 
1
⇒Γ = π
2
Γ(n+1)
Exercise 8 Calcule Γ(−1/2) (utilize a relação Γ(n) = n
porque n < 0).

Γ(−1/2 + 1) √
Γ(−1/2) = = −2Γ(1/2) = −2 π.
−1/2
Exercise 9 Calcule a integral
1
dx
Z

0 − ln x
Façamos u = − ln x ⇒ x = e −u

Z 1

Z ∞
dx
√ = u−1/2 e−u du = Γ(1/2) = π
0 − ln x 0

√π )
R∞ 2
Exercise 10 Calcule a integral 0
3−4z dz (RESP. 4 ln 3

Exercise 11 Calcule o valor da integral Gaussiana


Z +∞
1 1 x−µ 2
P [−∞ < x < +∞] = √ e− 2 ( σ ) dx
−∞ 2πσ

com µ a média e σ 2 a variância. (RESP. P [−∞ < x < +∞] = 1)

Exercise 12 Desenvolvendo a troca de variável x = e−y , prove que


Z 1
(−1)n n!
xm (ln x)n dx =
0 (m + 1)n+1

Exercise 13 Mostre que


1  n−1
1
Z
Γ(n) = ln dx
0 x

1.2 Função Beta


Define-se a função Beta por

Z 1
B(m, n) = tm−1 (1 − t)n−1 dx; m∈ℜ n∈ℜ
0

Com as seguintes propriedades

• Relação entre função beta e gamma:

Γ(m)Γ(n)
B(m, n) =
Γ(m + n)

• Comutatividade
B(m, n) = B(n, m)

• Relação complementar
B(n, 1 − n) = Γ(n)Γ(1 − n)

A função beta pode assumir outras formas de acordo com a transformação


• Z π
2
B(m, n) = 2 sin2m−1 θ cos2n−1 θdθ; para t = sin2 θ
0

• ∞
um−1 u
Z
B(m, n) = du; para t =
0 (1 + u)n+m (1 + u)
Exercise 14 Prove a relação complementar.
Γ(n)Γ(m)
Seja B(n, m) = Γ(n+m)
, façamos m = 1 − n
Γ(n)Γ(1 − n) Γ(n)Γ(1 − n)
B(n, 1 − n) = = = Γ(n)Γ(1 − n)
Γ(n + (1 − n)) Γ(1)
Example 15 Calcule Z 1
x3 (1 − x)4 dx
0
Comparando a função beta
Z 1 Z 1
3 4
x (1 − x) dx ≡ xm−1 (1 − x)n−1 dx
0 0
=⇒ verifica-se que m − 1 = 3 e n − 1 = 4
Z 1
B(4, 5) = x4−1 (1 − x)5−1 dx
0
Γ(4)Γ(5)
=
Γ(4 + 5)
Γ(4)Γ(5)
=
Γ(9)
3!4!
=
7!
1
=
35
Exercise 16 Demonstre que
Z π
2
B(m, n) = 2 sin2m−1 θ cos2n−1 θdθ
0

sob a transformação x = sin2 θ


Z 1
B(m, n) = xm−1 (1 − x)n−1 dx
0
=⇒ Lembre-se que x = sin2 θ
Z π
2
= (sin2 θ)m−1 (1 − sin2 θ)n−1 (2 sin θ cos θdθ)
0
Z π
2
= 2 (sin2 θ)m−1 sin θ(cos2 θ)n−1 cos θdθ
0
Z π
2
= 2 (sin θ)2m−2+1 (cos θ)2n−2+1 dθ
0
Z π
2
= 2 sin2m−1 θ cos2n−1 θdθ
0
Exercise 17 Calcule a integral π
Z
2
sin θ cos θdθ
0

• 1o método Façamos a troca de variável por u = sin θ, então du = cos θdθ


Z π Z π
2 2 sin2 θ π/2 1
sin θ cos θdθ = udu = | =
0 0 2 0 2
• 2o método Comparando a integral com a função beta:
Z π Z π
2 2 Γ(m + n)
(2) · sin θ cos θdθ ≡ 2 sin2m−1 θ cos2n−1 θdθ =
0 0 Γ(m)Γ(n)
=⇒ multiplicamos a integral à esquerda por 2 por conveniência
=⇒ comparando, m = 1 e n = 1
Z π
2 Γ(1 + 1) Γ(2) 1!
(2) · sin θ cos θdθ = = = =1
0 Γ(1)Γ(1) Γ(1)Γ(1) 0!0!
Frinalmente, π
1
Z
2
sin θ cos θdθ =
0 2
Exercise 18 CAlcule a integral
π/2
sin3 θ
Z
√ dθ
0 cos θ
Exercise 19 Calcule a integral Z 2 √
3
x 8 − x3 dx
0
16π
(RESP. √ ,
9 3
sugestão: use x = 8y ou x = 2y 1/3 )
3

Exercise 20 Calcule a integral


Z 2
(4 − x2 )3/2 dx
0

Exercise 21 Prove que


um−1
Z ∞
u t
B(m, n) = du; para t = ou u=
0 (1 + u)n+m (1 + u) (1 − t)
Z 1
B(m, n) = tm−1 (1 − t)n−1 dt
0
Z ∞ m−1   n−1
u u du
= 1−
0 1+u 1+u (1 + u)2
Z ∞ m−1  n−1
u 1 du
=
1+u 1+u (1 + u)2
Z0 ∞
um−1
= du
0 (1 + u)m−1+n−1+2
um−1
Z ∞
= du
0 (1 + u)n+m
Exercise 22 Prove que
xm
Z ∞  
1 m+1 m+1
p n
dx = β ,n−
0 (1 + x ) p p p
Seja t = xp ⇒ dt = pxp−1 dx,
xm
Z ∞ Z ∞ 1/p m
(t ) dt
p n
dx =
0 (1 + x ) 0 (1 + t) pxp−1
n
Z ∞ m/p
1 t
= x1−p dt
p 0 (1 + t)n
1 ∞ tm/p
Z
= n
(t1/p )1−p dt
p 0 (1 + t)
m+1
1 ∞ t p −1
Z
= dt
p 0 (1 + t)n
m+1
1 ∞ t p −1
Z
= dt
p 0 (1 + t)n− m+1 p
+ m+1
p

(1.4)

comparando com a forma



tm−1
Z
B(m, n) = dt
0 (1 + t)n+m
temos o resultado
xm
∞  
1 m+1 m+1
Z
p n
dx = β ,n−
0 (1 + x ) p p p
Exercise 23 Calcule a integral

x4
Z
dx
0 (1 + x2 )3
Exercise 24 Prove a relação
Z a
xm (a − x)n dx = am+n+1 β(m + 1, n + 1)
0
R1
Verifique a possibiliade da troca u = ax reduzir à forma B(m, n) = 0
tm−1 (1 − t)n−1 dx.

=⇒ Seja x = at ⇒ dx = adt
Z a Z 1
m n
x (a − x) dx = (at)m (a − at)n adt
0 0
Z 1
= am tm an (1 − t)n adt
Z0 1
= am+n+1 tm (1 − t)n dt
0
Z 1
m+n+1
= a tm (1 − t)n dt
0
Z 1
= am+n+1 t(m+1)−1 (1 − t)(n+1)−1 dt
0
= am+n+1 β(m + 1, n + 1)
Exercise 25 Prove que
1
1 (−1)n
Z
m n
x (ln x) dx =
Γ(n + 1) 0 (m + 1)n+1

1.2.1 Convergência da função Gamma


Seja a função gamma dada por:
Z +∞
Γ(n) = tn−1 e−t dt
0
O expoente n pode assumir três possı́veis casos:

a Para n ≥ 1

– 1a forma: Neste caso ∃k > 0, tal que n < k torna n finito.


x
Seja x ≥
2
x
−x ≤ −
2
x
e−x ≤ e− 2
x
e−x xn−1 ≤ e− 2 xn−1 para n ≥ 1
Z ∞ Z ∞
x
−x n−1
e x dx ≤ e− 2 xn−1 dx
Z0 ∞ 0
Z ∞
−x n−1 k
e x dx ≤ 2 [n − (k − 1)]! e−x/2 dx para n ≤ k (finito)
Z0 ∞ 0

e−x xn−1 dx ≤ 2k+1 [n − (k − 1)]!


0
R∞
Para n finito, a integral 0
e−x xn−1 dx é convergente.
– 2a forma: Neste caso ∃r > 0 e para n ≥ 1, a função f (x) = e−x xn−1 é contı́nua
em [0, t]∀t > 0,

e−x xn−1 = e−x/2 (e−x/2 xn−1 )

Observe que
lim e−x/2 xn−1 = 0,
x→∞

De fato, ∃r > 0 / e−x/2 xn−1 < 1 ∀x ≥ r

Seja e−x xn−1 = e−x/2 (e−x/2 xn−1 )


e−x xn−1 < Z
e−x/2
Z ∞ ∞
−x n−1
e x dx < e−x/2 dx
Z0 ∞ 0

e−x xn−1 dx < 2


0
R∞
portanto, concluı́mos que 0
e−x xn−1 dx é convergente.
b Para 0 < n < 1
Z ∞ Z 1 Z ∞
−x n−1 −x n−1
e x dx = e x dx + e−x xn−1 dx
0 0 1
R∞
A integral 1 e−x xn−1 dx é convergente. Devemos verificar a caonvergência da inte-
R1
gral 0 e−x xn−1 dx para x ∈ [0, 1]

Seja x ∈ [0, 1]
e−x xn−1 ≤ xn−1
Z 1 Z 1
−x n−1
e x dx ≤ xn−1 dx
0 0
Z 1
1
e−x xn−1 dx ≤
0 n
R1
Como a integral 0
e−x xn−1 dx também é convergente, implica que
Z ∞
e−x xn−1 dx será convergente para 0 < n < 1
0

c Para n ≤ 0
Como n ≤ 0 ⇒ n − 1 < 0 (ou 1 − n > 0 ), pelo critério da comparação

e−t tZn−1 ≤ tn−1


Z ∞ ∞
e−t tn−1 dt ≤ tn−1 dt
0 0
Z ∞ Z 1 Z ∞
e−t tn−1 dt ≤ tn−1 dt + tn−1 dt
0 0 1

A integral Z 1
tn−1 dt = +∞ para n ≤ 0
0
R∞
Ou seja, pelo critério da comparação a integral 0 e−t tn−1 dt divergirá para n ≤ 0.

Isto significa que a integral Γ(n) convergirá apenas para n > 0. Para n interios
negativos a função Γ(n) não existe, por outro lado, para valores de n não inteiros negativos
podemos extender o resultado pela relação
Γ(n + 1)
Γ(n) =
n
Por exemplo, para n = − 12 (claramente n é negativo!)
Γ(−1/2 + 1) √
Γ(−1/2) = = −2Γ(1/2) = −2 π
−1/2

1.3 Inverso da função Γ(n)


1
A função inversa da gama, f (n) = Γ(n)
é definida para todo n ∈ ℜ porque a singularidade
é removida.
Figura 2 – Gráfico da função Γ(n)

1.4 Função Digama ou função psi ψ(z)


Define-se por

d[ln Γ(z)] Γ (z)
ψ(z) = =
dz Γ(z)
Quando n = 1 ⇒ ψ(1) = −γ, porque
′ ′ ∞
d[ln Γ(1)] Γ (1) Γ (1)
Z

ψ(1) = = = = Γ (1) == e−x ln xdx = −γ
dz Γ(1) 0! 0

onde γ é chamada de constante de Euler-Mascheroni.


Bibliografia:

• SPIEGEL R. M. Análise de Fourier. Schaum McGraw-Hill. São Paulo

• ABRAMOWITZ M; STEGUN I. A. Handbook Mathematical Functions - with for-


mulas, graph, and mathematical tables. USA.

You might also like