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9 ae Jovens sem Teligiao, sinais de outros temp, Os RecINa Novats 0 crescimento de brasileiros que se decl gqscitado busca de explicagSes. Segundo ed se IBGE), esse grupo respondia por 7,4% dos =a lo Censo de 2010 hoje @ responder por 8%. Embora esse aumento sid em 2000, passa fs previsoes de alguns especialisas, foram 15,3 ee ce declararam sem religido em um quadro que ateus ja oe que nas 615 mil e 124,4 mil declarantes, respectivamente. ae Como explicar? Pesquisadores, e 0 proprio Censo de 2010, ja identi- ficaram forte heterogeneidade social entre os brasileiros que se declaram sem religido, dificultando usuais correlagées que aproximam “nao ter religiio” a pessoas com maior renda e escolaridade e que vivem em cen- tros mais urbanizados, nas regides mais ricas do pais. Entretanto, ha um atalho que pode ser promissor para compre- ender um pouco mais do que se passa nesta area do campo religioso brasileiro, Informagées divulgadas pelo tiltimo Censo revelam que a idade média dos brasileiros que se declaram sem religido € de 26 anos ¢, enquanto para a populacao em m-religito somam 8%, entre jovens de 15 a 29 anos chega-se a 9,50%. Assim ae ae getacional pode contribuir para ~ ao menos - ee ee a sinificados desta autodeclaracéo. Explorar $$ possibilidade jetivo deste capitulo. m religigo tem ape! geral os se 175 Digitalizada com CamScanner 1 Entre os censos de 2000 e 2010: as pesquisas ¢ os “joveng i religiao” Depois do Censo de 2000, varias pesquisas buscaram Compreeng © que se passava entre os jovens no que diz respeito a religiéo ¢, gas" surgiram diferentes formulagées e estratégias de pesquisa. Vejamo, it exemplos de pesquisas com amostras nacionais. 1.1. Na pesquisa Projeto Juventude, desenvolvida pelo Instituto ¢; dadania em 2003 (ABRAMO & MARTONI BRANCO, 2004) formu. lou-se duas perguntas sobre religiio. Na primeira apresentava-se um, lista de religides pedindo que o entrevistado indicasse “a sua”, e na se. gunda indagava-se “Vocé frequenta, mesmo que de vez em quando, atos religiosos de outras religides? Se sim, quais?” A segunda pergunta des. ta pesquisa foi fundamental para caracterizar crencas, combinagées ¢ experimentagées religiosas dos jovens entrevistados (NOVAES, 2004), Na lista apresentada estavam as alternativas “acredita em Deus, mas nao tem religido”, qual aderiram 9% dos jovens de 15 a 24 anos, e “é ateu (ateia)/agnostico (agnéstica)”, 4 qual aderiram 1% dos entrevista- dos. Além disto, a mesma pesquisa evidenciou uma disting&o contras- tante entre os “religiosos sem religido” e os que se declararam ateus e agnésticos caracterizados como brancos ¢ com niveis de renda e escola- tidade mais altos. Em termos de distribuigdo regional, na mesma pesquisa, percebeu-se que os jovens sem religiéo nao estavam apenas nos estados do desenvol- vido Sudeste, mas também em dreas de “frente de expansio”, nas regi- Ges Norte ¢ Centro-Oeste e, em menor numero, por diferentes regides do pais. Quanto a experiéncia de trabalho, estes jovens que “acreditam em Deus, mas nao tém religido” eram os que mais trabalham na cidade sem carteira assinada (45%). Entre os jovens que estavam cursando o Ensino Fundamental, ou que pararam de estudar nestas séries, somente os jovens evangélicos pente- costais entrevistados foram em ntimero um pouco maior do que 0s 0” vens que “acreditam em Deus, mas nao tém religido”. Jé no Ensino Mé- dio ena universidade os que “acreditam em Deus, mas nao tém religiio” s6 eram‘em maior nimero do que os umbandistas e do candomblé. E, finalmente, destacou-se ainda a’presenga dos sem-religio entre jovens negros e pardos oriundos de familias pobres. ‘ 176 Digitalizada com CamScanner 4a pesquisa Juve ie a pee Eee Juventudes, realizada em 2004 jancela oa » ampliou seu universo incluindo j coma os. Nesta pesquisa as respostas & pergunta “Qu : joven de a a29 €a sua religiio2” am espontaneas ¢, posteriorment BRAMOVAY & CASTRO, 2006). ©, agrupadas em sete categorias s do Censo de 2000, entre jovens, a saber: a diminuicéo do cato- jsmo (66,2%), forte presenca dos a $ pesquisa como Pprotestantes), dehlicins cooing oa ce . 49% *é religioso, mas no segue nenhuma”), Outros 4% das msepocten am classificadas como “ateu, nao tem religido” ci ieee Logo de inicio também cham fo'a ‘i fabetos, mas esta percenta- » vai aumentando na mesma medida em que aumentam os anos de ido. Entre os sem-religiao, ao invés desta curva ascendente temos um fico que destaca dois extremos. Em um extremo, a expressiva pre- ca de jovens analfabetos e, em outro extremo (ainda que bem menos merosos), Os entrevistados que estao no Ensino Superior. Nesta pesquisa, “jovens sem religiao” declaram morar na drea rural 7%) e que declaram trabalhar na agricultura e agropecudria (7,85%). sim a pesquisa constatou também “jovens sem religido” na area rural, \de os ateus praticamente nao existem. Contudo, confirmando resulta- s da pesquisa do Projeto Juventude acima citada, entre os “jovens sem Jigiio” predominam atividades urbanas'. 1.3. Na pesquisa Juventudes Sul-americanas (Ibase/Polis, 2008), no ¢ diz respeito a religiao, ofereceu duas alternativas: a) “Tenho fé, mas tenho religiao”. b) Sou ateu endo tenho religiao”. No Brasil, segundo esta pesquisa, em 2008 eram catdlicos 62% dos ens ¢ 67% dos adultos. J4 no que diz respeito aos que escolheram a fernativa ter fé, mas nao uma religiao, sobressaitam os mais jovens % dos jovens ¢ 5% dos adultos). Neste caso, o ntimero de ateus (3,5% dos jovens € 2,1% dos adultos). Lave pode sor explicado pela maneira de perguntar na qual se juntoy servigos (33,5%); comércio (18,7): izadas: prestagio de : aegeieaden idades socais (5%). is atividades aparecem assim hiet om ‘construcao (11,79) 2 stria de transformacao (15,2%) 177 Digitalizada com CamScanner ia de regra - ficam separadas em mae Pesduisa, e - via ligito”). Neste caso, 08 sem-religiao Poder ie fo ter religi® de ateus- i ‘agdo entre squisa foi a comparaga 6 8S respoge A parcicularidade dest Pn Jeos (de 30 a 60 anos). Seu pring in f anos) € dos enciavelisices eed dos iereoe tt ca a diminuigao da transferéncia religiosa Mterger,, achado foi con: ici Jigido historicamente dominante nos seis Paes, cional do catolicismo, reli nos catélicos do que seus pais na sepuing, fm todos, os jovens S40 MT rina (enenos 8%); Chil (mengg ordem: Uruguai (meno raguai e Bolivia (menos 4%). De qualguy 694), Brasil (menos 576) PT scar aqui € a experiéncia comum de forma, 0 mais Se elites dos pais vivenciada por parcelas desta, deseoucnsilade ae fx RIBEIRO, 2009). oe arar os resultados destas trés pesquisas deve-se Considerar see Fe cealcs metodolégicos. Em primeiro lugar, tanto a mancira de perguntar quanto os modos de estabelecer critérios para Classitcar respostas dificultam a comparagao dos resultados destas Pesquisas. Em segundo lugar, como vimos, nas pesquisas citadas foram consideradas diferentes faixas etdrias. Na época da pesquisa do Projeto Juventude, a faixa 15 a 24 anos era o padrao das pesquisas nacionais e internacionais. Posteriormente, a faixa 15 a 29 anos — utilizada pela Unesco ~ segue a legislagao brasilei- ra, que criou em 2005 a Secretaria Nacional de Juventude e 0 Conjuve (Conselho Nacional de Juventude), o que j4 permitiu visualizar diferen- tes niveis de escolaridade. JA a faixa 18 a 29 anos, utilizada na pesquisa desenvolvida pelo Ibase/Polis em 2008, foi resultado de adequacéo as regras do IDRC, instituto do parlamento canadense que financiou a pes: uisa, que nao permitem entrevistar “menores de idade”. O que pode ter contribuido para o aumento do ntimero de ateus, Contudo, reconhecidas tais dificuldades de comparagio, podes concluir que os resultados convergem na reafitmacao da presenca é “jovens sem religiio” que nio se nosticos, diferencia alternativas qu (“ser ateu ou nas inflacionado 0 numero fe autoclassificaram como ateus ou 28° ssim Como convergem no reconhecimento de considerdvel é Esto interna ~ em termos de renda, escolaridade, regido, loc e moradia ~ dos jovens sem religizo que sao experimenta a descontinuidade com ag religio, clas estas que foram reafirmadas no Censo de 2010. 178 Digitalizada com CamScanner o censo de 2010: os sem-religiao, contextos ¢ condicdes de vid: ligdes de vida Censo de 2010 perguntou-se “Qual é rj sos ic pergunta Fram cased sua religido?"? As respos- vategorias- Os limites desta tnica per em 66 distintas categorias i aiferenes entendimentos sobre “o ee ee fe pacos para solugdes contingents sachets eats b) Abrem- -encaixam m2 classificagaio adotada; c) Ter oer le respostas que nao sentficagao de praticas, vinculos e crengas aera pergumta limita iim, houve um avango. Pela primeira ver, a salons etn folic embrada em grupos de ateus, apnoeuiccs 2 eee religiio ‘Assim como no caso de “evangélico” — em as sake cor revistado que acrescenta espontanca mene sua denominagao -, também € o entre- sistado sem religido que espontaneamente escolhe entre as alternativas von religito, ateu ow agndstico. Lembrando, como jé foi dito, que a sia dos ser-elgifo & de 26 anos. Vjamosalgumas das carac- cas destes entrevistados. Segundo 0 Censo de 2010, os sem-religizo viverm, sobretudo nas ci- dades, mas nao estdio ausentes no campo. So mais negros ¢ pardos ‘menos brancos do que na média nacional. Entre os sem-religidio, a de- claragéo de cor mais presente foi parda (47,1%), mas estdo presentes também entre brancos € negros. Esto mais entre os homens (9,7%), mas também entre mulheres (6,4%). Entre os sem-religiio evangélicos pente ais analfabetos ¢ com Ensino Fundamental incompleto. dos sem-religido evolui para uma sub-representagio no grupo sidores de instrugio superior, completa ou incompleta. Em termos de rendimento mensal domiciliar, 0s evangélicos pente- costais (63,7%) tem maior proporgio de pessoas na faixa de até 1 sald- io minimo per capita, seguidos dos sem-religido (59,27) € dos cardlicos (55,8%). Ou seja, menos do ¢ mais do que os evangéli- 0s), cerca de 40% dos sem-re [hados por outros estratos fa piramide social. foi des seligido- reristis costais ¢ catdlicos existem Mas a curva dos pos- que os catdlicos ( igido esto espal mos censos de 2000 ¢ 2010, onde proposta pelo IBGE a0 Ter (Ins ok . Para uma diseussio sobre a producao dos dados sobre relight ‘autora também menciona os obstdculos encontrados na parceria Prof tuto de Estudos da Religiio) f. capitulo de Clas ‘Mafra neste mest ma religiso. Anda assim, no Censo de 2010 € que 15> ivr. 3 mil réri mais de 179 Digitalizada com CamScanner tio muito bem representados no Sudeste, a Jo. estd a io eatao M eopolitano, mas também se desracyn 4 ; ‘ somo Amazonas, Paré, Ronit oo joes do norte dO POU OO Rondénia distintas reg! éo caso de Mato Grosso. 11 Seja, no sean” ae também em areas de frente de expansio, S é disto, para questionar a homogeneidade desta classificags, ‘f ém disto, P* 7 2 Alem diss Pa Renata Menezes (2012), interessante atentar, Bee cea mnas ao proprio Sudeste, onde est um estado as diferengas internas 20 Batt Onde 2 outta sélicos (Minas Gerais, com 70,43 % de catélicos e 20,19% ¥ is cal um pouco menos catélico que a média Nacional de catélicos ¢ 24,08% de evangélicos) eda, wangélicos do que a média regions Os sereligido «st de Janeire tudo no Rio de Jane! no centro, vido” Sudeste, ma mai evangélicos); um estado v (60 Paulo, com oe aoe enos catdlicos Sa roe com 45,81% de eatélicos © aks de evangélios,« Espirito Santo, com 53,29% de eatdlicos ¢ 33,12% de evangélcos, Ou seja, mesmo dentro do Sudeste as trajetorias religiosas dos que se declaram sem religido devem ser diferenciadas, pois no interior de um, mesma regio encontramos diferentes situagdes com pesos diferentes do catolicismo dominante. O que deve ter repercussGes nas estratégias de apresentagio social que envolvem pertencimentos religiosos. Com as informagdes do Censo, acima expostas, pretendi chamar a atengio para a diferenciagao interna dos sem-religido e para as diferen tes configuragdes religiosas dos espacos onde eles se move. Infelizmen- te, este retrato dificulta generalizagées. Porém, por outro lado, para além das desigualdades e diferengas pre- sentes na juventude brasileira, esta mesma caracterizagdo pode contri- buir para apontar marcas geracionais comuns que interferem nas atuais estratégias de apresentagio social e nas maneiras de hoje responder 4 Pergunta “Qual é sua religiéo2” 3 Condicao juvenil ¢ religiosi fe eligiosidade: inami ério a grande rede 8 entre a dinamica do territ Par. 7 ‘a considerar diferentes Brupos etérios na faixa de 15 a 29 anos € titi cx 18 ei alee — sreparado por Rodrigues e Fiorin (2012)! Shion 930% daisies pee ee 25429 nos. Os limites de : le a é aproximam bastante da 8rUpos etdrios destacados neste trabalho 180 Digitalizada com CamScanner ? anos; 10,03% de 20 a 24 anos € 9,50% Proposicao contida nos documentos do Conii"®- ese denomina jovens-adolescentes one, jovens-]0Vens aqueles que estag ¢ 0st yn? % _ens-ad tltOS aqueles que estio entre Aqueles g Me esta Mtre 19 6 24 4 40 entre 15 © 1g 2. NOS ¢, final Assim sendo, a despeito da Pequena : £29 anos, almente, ae ifere se m maior numero de sem religi nga de distribuigao etdria, avers 0 entre j; at que € neste momento em que se oe » Conside- jeauronomia em relacio & familia, a dimeneiy Tee © expectativa estar em jogo. Contudo, esta Possibilidade de Sees também pode na “natural”, em todo tempo e lugar, § i a Néo pod paatual condig4o juvenil. Relembrando as palavras de Abramo (2004). refere-se a0 modo como uma sociedade constitu jesse momento do ciclo de vida, refere- le ser vista jw Ventude, mas ela se inscreve 4 condigao juvenil © attibui significado ‘se a uma dimensio histori . > ‘ Pa F a0 historico- -geracional”, Ou seja, condigao juvenil remete ao conceito de geragi io que, por sua vez, remete ao contexto histérico em que cada individuo se socializa. Cada geracao incorpora novos cédigos e sentidos, e pertencer a uma ou outra gera¢ao traz diferencas em termos de estratégias de apresenta- gio social e autodeclaragao religiosa. Neste sentido, para compreender 0 que significa declarar-se sem religiio entre jovens de hoje, emconta um conjunto de mudangas sociais inter-relacionadas. Assim sendo, € preciso considerar 0 quanto 0 acelerado proceso de globalizacdo econémica e cultural, impulsionado por novas tecnologias de comunicagdo e informagio, interfere nos padrées de passagem da oduzindo novas incertezas, vulnerabili- dades e potencialidades entre jovens de diferentes paises e classes sociai Bem como, por outro lado, considerando que os territérios onde ; Yem os jovens ndo sao espacos vazios de histéria e de relagdes sociais, € Preciso considerar como tais mudangas jnterferem nas atuais maneiras de articular as famosas intercessoes entre o global ¢ 0 local. Ene 2 = Titério ¢ as redes sdio produzidas tr sido lineates &.P0e Seis, inclusive no que diz respeito Recentemente entrevistei Jana, Por mde que se define como catdlica « Contou que faz uns anos, via internet, 1™ : "i de tradicgo usitana”. Junto com ume amie * Tituais religiosos virtuais. Mais recentemen preciso levar juventude para a vida adulta intr ajetOrias juvenis as escolhas religiosas. it uma jovem negra de 23 anos, criada ica e do candomblé. Esta jovem me iciou-se em “praticas de bruxa: comegou a participar ela também passou a Digitalizada com CamScanner p iro bem representados no Sudeste, Wk i re 2 sggpostnUleO*O” E a ropolitano, mas também se destacam, somo Amazonas, Para, Rondéni ¢ Mato Grosso. Ou seja, nao s6 no “desene gm em Areas de frente de expansao, I stionar 4 homogeneidade desta classificagig ft em in, para questonar 3 7" 9012) €interessante atenar oe prio Sudeste, onde esta um estado . com 70,43% de catdlicos e 20,19% h ym estado um pouco menos catolice que a média nacional m 60,06% de catélicos ¢ 24,08% de evangélicos) e doje arélicos e mais evangélicos do que a média region 145,81% de catlicos c 29,37% de evangélicos, Espirito Santo, com 53,29% de catélicos € 33,12% de evangélicos), Es Ou seja, mesmo dentro do Sudeste as trajetorias religiosas dos que se declaram sem religiao devem ser diferenciadas, pois no interior de un, mesma regio encontramos diferentes situagdes com pesos diferentes do catolicismo dominante. O que deve ter repercussGes nas estratégias de apresentagao social que envolvem pertencimentos religiosos. Com as informagées do Censo, acima expostas, pretendi chamara atengio para a diferenciagao interna dos sem-religiao e para as diferen- tes configuracdes religiosas dos espagos onde eles se movem. Infelizmen- {Sao Paulo, con estados bem menos ¢ (Rio de Janeiro, com te, este retrato dificulta generalizagGes. Porém, por outro lado, para além das desigualdades e diferengas pre sentes na juventude brasileira, esta mesma caracterizacao pode contt- buir para apontar marcas geracionais comuns que interferem nas atvals estratégias de apresentago social e nas maneiras de hoje responder # pergunta “Qual é sua religiao?” 3 Condicao juvenile religiosidade: entre a dinamica do territ6si0 © a grande rede é aica diferentes grupos etdrios na faixa de 15 a 29 80° tabela biped a Preparado por Rodrigues e Fiorin (2012) mM tribuidos: 9,30% i 1 ee 0s jovens sem religido estao assi™ , 25.29 anos. Os limi 419 anos; 10,03% de 20 a 24 anos ¢ 9,50% ; 'mites de grupos etdrios destacados neste trabalho ® aptoximam b, astant ee ‘ te da Proposicao contida nos documentos 40 Conia 180 Digitalizada com CamScanner de 5 denomina jovens-adolescentes a 4008s jovens-jovens aqueles que esto 1 ‘i vens-adultos. aqueles que estio entre ‘Assim sendo, a despeito da Pequen sia um maior numero de sem relig; queles que estdo entre 15 ¢ 18 mitre 19 © 24 anos 25 © 29 anos, 2 finalmente, ran F ge autonomia em relagio a familia, a dime, stat em jOB0- Contudo, esta possibilidade in “natural”, em todo tempo e lugar, ra atual condigao juvenil, Relembrando as palavras de Abramo (2004), “a condigao juvenil refere-se a0 modo como uma sociedade constitui e atribui significado ‘a esse momento do ciclo de vida, Nsdo religiosa também pode . de escolha nao pode ser vista juventude, mas ela se inscreve ee : * vida, refere-se a uma dimensio histérico- -geracional”. Ou seja, condi¢ao juvenil remete ao conceito de geragio que, por sua vez, remete ao contexto histérico em que cada individuo se socializa. Cada geracao incorpora novos cédigos e sentidos, e pertencer a uma ‘ou outra geragdo traz diferencas em termos de estratégias de apresenta- gio social e autodeclaragio religiosa. Neste sentido, para compreender 0 que significa declarar-se sem religido entre jovens de hoje, é preciso levar ‘em conta um conjunto de mudangas sociais inter-relacionadas. Assim sendo, é preciso considerar 0 quanto 0 acelerado processo de globalizacdo econdmica ¢ cultural, impulsionado por novas tecnologias de comunicacdo e informacdo, interfere nos padres de passagem da juventude para a vida adulta introduzindo novas incertezas, vulnerabili- dades e potencialidades entre jovens de diferentes paises eclasses sociais. Bem como, por outro lado, considerando que os territérios onde vic Vem os jovens nao so espagos vazios de historia e de relacdes sociais, € preciso considerar como tais mudangas interferem nas atuais maneiras de articular as famosas intercessdes entre global eo local. Entre 0 ter- fitério e as redes sd produzidas trajet6rias juvenis ns0 lineares ¢ prev siveis, inclusive no que diz respeito as escolhas ee ete Recentemente entrevistei Jana, uma jovem ee ae jovem oa Pr mie que se define como ai ¢ re Contou que faz uns anos, via internet, iniciow-se eee a participar tia de tradigfo Jusitana”. Junto com ume ea também passou a Tituais religiosos virtuais. Mais recentement 481 Digitalizada com CamScanner frequentar em Salvador um espago onde se “faz um trabalho ximagao entre a “bruxaria”, ligada ao esoterismo europeu, ¢ do candomblé. A entrevista aconteceu no dia de Santo Anténi sando surpresa ~ a nossa “bruxa” disse que mais tarde iria a homenagear o santo, grande devogao de sua mae. Esta combinagao poderia ser caracterizada como “sincretismo ho era” (j4 que envolve encontros entre tradigao ¢ modernidade, Via = ternet). Também poderia ser vista como expressio da POs-modernida iy geradora de espacos miiltiplos e identidades fluidas, assim como de pe tencimentos religiosos. Sem diividas, tanto 0 conceito de “sincretismo” — visto da éticg dy encontro cultural, tal como o trabalhou Pierre Sanchis — quanto a nogig de “duplo pertencimento” contribuiram para a compreensio de vivén. cias e das estratégias de apresentacao social da religiao entre os brasilei. Tos que se moviam em um campo religioso marcado pela hegemonia ca. tolica reconhecida pela cultura e legitimada pelo Estado, como evidencia 0 calendario dos feriados oficiais. Contudo, até que ponto tais “continuidades explicativas” nao aca- bam por deixar de lado novos aspectos destas vivéncias religiosas? deap,, % orig eA, "Brcia pa a 4 Catolicismos e pentecostalismos: continuidades e descontinuidades explicativas Nos anos de 1970, quando escrevi Os escolhidos de Deus, 0 ca- tolicismo era visto como “a lei dos pais”. A conversao ao pentecos- talismo era assim descrita pelos meus entrevistados catélicos: “ele rompeu com a lei de familia”. Rebatendo tal argumento, os convictos convertidos respondiam: “a salvacao é individual, meu pai nao me salva e eu nao posso salvar ninguém da familia. $6 posso levar para eles a Palavra de Deus”. Naquele contexto, 0 catolicismo expressava a meméria coletiva € era a referéncia mais importante para a conformagio do territério. Assim como, enquanto religido dominante, trazia consigo a possibilidade de combinagao com as religides (subalternas) de matrizes afro-brasileiras € meditinicas. J4 0 pentecostalismo era marcado pela ruptura da conver sdo e exclusividade do pertencimento, Trinta anos depois, jé na primeira década do novo milénio, quando - foram se tornando jovens os nascidos entre 15 a 29 anos atras. intensift Digitalizada com CamScanner de snominagdes Pentecostais de dife : Socializados em novo conte Tentes tip, do seus avos e pais eram ovens ee difer endo “Qual Igreja?” para > OS Jove; nstata-se uma “circulaco de ide < fe jas © prt E. jém das fronteiras institucionais” © Praticas evangélicas para tee: ie inclusive 0 vinculo ‘our a caracterizar um “pentecosta- magia de matriz crista”, que abre ue, também, introduz certa tiara eae ee las igrejas pente- Assim, os jovens de hoje puderam observar (e narualizar historias conyersoes e de desconversées, de trinsitos e combinagées no interior le suas familias multirreligiosas ¢ ao redor de seus locais de moradia. Também nao lhes causam estranhamento os programas de radio e televi- 40, as muitas ofertas da industria fonogréfica gospel ¢ as diferenciadas des virtuais por onde circulam evangélicos com diferentes ofertas de ns religiosos, simbélicos e materiais. Na pesquisa Juventudes Sul-americanas (Ibase/Polis) constatou-se gue na Argentina e no Brasil os jovens esto duas vezes mais conectados ha internet. Esta é a primeira geracao em que — 2 despeito das desigual- —a internet chega a jovens que dades sociais que certamente persistem Jo terminaram o Ensino Fundamental. ‘ : j jas da Informagio e Co- © Asinal, fizeram-se jovens quando as Tecnologias da (07% jonava uma inédita conjugacao de espa- Frunicagao (TICs) Ihes proporcionava uma inélita comistten cf Cor os geograficos e eletrénicos. Com efeito, hoje a pro! E ccd : j . Entre os jo" Sonectado aumenta quanto mais jovem for uma pessoa a oe ved fe hoje, as TICs esto cada vez mais imbricadas na sociabilidade, : ts ai onteiras socials. onstrugio de identidades, na demarcacie ia Es chase es Sem pudores ou ocultagées, er ea entrevistei Leo, um jovem Espacos de espiritualidade. Faz yous iy "rls, bem vistvel no ai fe 24 anos, motorists dex hhama a atengao. No dia 2 dia, B 5 ef s bel do veiculo que ele diriges sempre 183 Digitalizada com CamScanner i ei entri 4 le, ao ver a Biblia todo passageiro que entra no tax) ye, conta ele, a a pd passngerondiic SeeenG aes é evangélico?” E vocé é?, perguntei. Nao, estou’ em uma a ines éli através deles me aproximei da Biblia uae de amigos evangélicos € i iodo” 7 est | fi ido”. Pergui 4 sempre comigo, mas eu no tenho uma relig 0" Pergunte onde Sj connie com estes amigos. Ele respondeu rindo: “no computador ey i] celular”. Pergunto, se vocé fosse entrevistado pelo IBGE em 2010, e560) responderia & pergunta qual a sua religiao? Ele ficou em diivida eth esquecendo-se que ja tinha dito que nao tinha religido — Tespondey fen grande conviccao: “evangélico”. 7. Para Leo, a Biblia funciona como um “principio ativo” ASSOciadg ao mundo evangélico. Ao exibi-la torna-se uma espécie de “evangeli. co genérico” (se pudéssemos fazer uma alusio ao “remédio Benéricgy que exibe o principio ativo e ndo o nome dado pela industria farma. céutica). A primeira vista os “evangélicos genéricos” — classificados pelo Cen. so como “nao determinados” — guardariam alguma semelhanca com os. “catélicos nao praticantes”, j4 que ambos nao sao encontrados regular. mente nos cultos e missas. Contudo, a diferenga esta justamente no jogo de afirmagao ou negagio de pertencimento que diferenciam estas duas vertentes do cristianismo, Os catélicos nao praticantes esto referidos a lacos familiares ©, so- bretudo, a possibilidade sempre presente de recorrer (ao vivo) aos sa- cramentos € aos rituais correspondentes. Batismos, crismas, uncao dos enfermos, ordenagdes e confissdes Tequerem a presenca do fiel e do clero. Na internet (ainda) nao existem sacramentos, Ja os “evangélicos genéricos” nao estio envolvidos nesta légica sa- cramental que sedimenta a (re)afirmagao de pertencimento institucional. Ainda que nao haja nada que indique que os meios virtuais venham a substituir totalmente as denominagées € suas igrejas concretas, na ver- fente evangélica — por meios digitais ~ pode-se “baixar” cultos a qual- quer hora do dia ou da noite, O jovem Leo, acima citado, nunca foi membro de uma Tgreja evan- gélicae, tam bém, nao pode ser si por denominagées histéricas ou pentecostais. Arrisco ate neste momento ~ foram Novos vinculos e um “sentido de Digitalizada com CamScanner As hierarquias € Os Preconccitos no campo rele; jgar Pat? os sem-religiao PO religioso: um novo i ontudo, assim como a taxa média de conexao na a diversidade dos consumos das redes digit nao deveria masca- ;acionais comuns” nao deveria ocultar as oo : ideia de “marcas er produzem preconceltose diseriminagGe eee ee ee Wposidades. As Bierarquias do campo religioso foes de diferentes mori eno sto facilmente revertidas, ovens eatlicos ni a mmeviminados pela religifo que seguem e joyens das ee afro-brasileira nao se excluem necessariamente deste binds se te dominante mundo catélico. ee Na pesquisa Joventude,Javentudes (Uneo), ete joven de vias religides, foram os jovens pentecostais que declaram sofrer preconceitos na escola, no espago pitblico e na familia, nesta ordem (FONSECA & NOVAES, 2007). Comparando respostas de jovens negros que se decla- adeptos das religides afro-brasileiras com jovens negros pentecos- tais,percebe-se uma diferenga. Indagados sobre o principal motivo de discriminagio que j4 sofreram, os primeiros identificam a cor da pele, reafirmando a insistente presenca do racismo nesta sociedade de pasado escravocrata; j4 os segundos citaram sua religido pentecostal. Com efeito, convive-se hoje com varias imagens contraditorias dos evangélicos. Por um lado, o crente correto, bom trabalhador e “afas- tado das vaidades do mundo”, por outro os pastores enriquecidos ¢ a populacio ingénua, manipulada. E/ou fidis sectérios, intolerantes, fa- lantes, Por outro lado, bem mais recentemente, também circulam noti- cias sobre denominagoes evangélicas que apoiam casamentos gays OU manifestagdes politicas, tais como a “Marcha das Vadias”, movimento conyocado pela internet em protesto contra argumentos ‘machistas para justificar estupro de mulheres. Ao mesmo tempo, na midia, sobretudo em tempos eleitorais, prevalecem as imagens da aguerrida Pa evangélica” ¢ de certos pastores televisivos ~ em sua continua batalha jminalizaga uniao civil moral, sobretudo contra a descriminalizaga0 do aborto a unio cv diferentes dimensoes, so va- de pessoas do mesmo sexo. Ou ejay € iittiasediscoks tos ¢ diversificados os vetores que contribuem para fianca frente aos pentecostais. esquisa acima citada, Interessante notar que, segundo 4 mesma Pe ese sentem o8 ateus também afirmam sofrer precone ram eitos na escola 185 Digitalizada com CamScanner incomodados pela proximidade de pessoas de outras religides, 15 Os ig. intoine cligido dizem que nao se sentem discriminados, assiny i Se incomodados pela proximidade com pessoas qe ouing religides (FONSECA & NOVAES, 2007). oe As reagdes frente aos sem-religiao sao: . ; bs laquelas mentadas pelos pentecostais (com suas reiteradas a} Tmagoes da ¢ pelos ateus (situados no outro extremo, com suas negagdes d gas). “Nao ter religido” abre tanto nn espago Porencial Pata (te)inicig, adesdes institucionais quanto para “interagir” — sem vigilancia €clesigg, tica - com pessoas de outras religides. Espagos de valorizagao da diver sidade”, dos quais pentecostais ¢ ateus se excluem elou sao excluidos, ood que parece indicar que “ser” (ou “estar”) sem religiao se inscreve com) | uma nova posi¢ao possivel no campo religioso. “Xperi. Sreticay 88 cren. 6 Confluéncias entre juventude, religiosidade digital e ' valorizacao da “diversidade” 1 Como se sabe, desde os meados dos anos de 1980, em tempos de cris se econ6mica ¢ de reestrutura¢ao produtiva global, redefiniram-se fron. teiras entre paises e mercados. No mundo globalizado criava-se entioa necessidade de superacao de narrativas nacionalistas homogeneizantes, Assim, na conformacao de uma nova geopolitica mundial, ganharam espagos as ideias de diversidade e de multiculturalismo e — Por oposi- Gao - surgiram novas modalidades de sectarismos, les motivadores de “guerras religiosas”, Neste.contexto, aproveitando “brechas”, e se ( de um novo vocabulério socialment de “minorias” entre os quais aque- re)apropriando e disponivel, varios movimentos » Brupos identitdrios e movimentos ecoldgicos incor- Poraram a nocao de “diversidade” em seu idedrio. De certa forma, 0 debate piiblico deixou de ter como ¢ garantia do “Estado laico”, deslocando seu eixo para a (in)capaci- dade do Estado de assegurar a expressio da diversidade religiosa, de raga, de orientacao sexual, no meio ambiente, das manifestag6es artisticas etc. entro a nocao de secularizacgao, Assim, em um cendrio jé ‘conomicamente interconectado, os jovels de hoje se fi j Digitalizada com CamScanner ya mesma asus liderangas Catdlicas yam causa lo ecumenismo, vig jiaram interlocutores Propondo vio do “didlOBO inter-religiosg” mn,a nogio de “diversidade” espiralourse pela sociedade e spots motivadas pela religiao, Foi neste cenario que cresceram ¢ foram sociali. nascidos entre 15 € 29 anos atrds. Para esta ‘8 aaa a pessagem da juventude Para a idade adulta desea ie - previsiveis. Isto ndo s6 porque os jovens de hoje Sees ‘ducacional e no mutante eres com a diminuigio da transferéncia : ‘ 'ssOciagao entre vida sexual e casa- mento modificam-se padres de moralidade e restringe-se o peco das autoridades religiosas. A diversidade torna-se uma realidade nas miil- tinlas trajetdrias juvenis. Mas isto nao € tudo. E preciso lembrar ainda que, para esta gera- ¢io, a circulagao e as disputas em torno da nogéo da diversidade fo- ram potencializadas pelas Tecnologias da Informacao e Comunicagao c informacao (TICs). Uma inédita conjugacao de espacos geograficos ¢ detsdnicos contribui para que os jovens de hoje experimentam “novas evangeli de repre, reser ies We se dedi- ai ay de trabalho, mas também porque religiosa intergeracional e com a d maneiras de ser, novas cadeias de valores e novas sensibilidades sobre 0 tempo, 0 espaco € os acontecimentos culturais” (CASTELLS, 2006). : Ainda existem evidentes desigualdades (nas quantidades ¢ na quali- dade) dos acessos dos jovens as TICs, entre jovens de diferentes classes sociais, modificaram-se as maneiras de “estar no mundo”, produziram- ‘ 3 jigiosas. Também -se deslocamentos, (re)escolhas ¢ expenmentetl eee um di- no campo religioso a “valorizagéo da diversida wiffeado positivo o¥ Visor de Aguas. O que - em si — nado tem um sign? negativo’, valor ético-politico Jes no tiene un va 4. Vale lembrar que o *reconocimiento de diferencit cui embargo, a Snead ee de la situacion S07 se diferencias, sino come BT Cai. campo due su sentido depen AT iy wancendente Oe laine depose” (ORI siento y dacaan i peace oetacional vinculado 2 desi SON, 2011), ee NS 187 Digitalizada com CamScanner covers sem religiao: disputas (e nao aistnca) de Valores Re ha quem se alegre com © crescimento dos “io a eae sa afos “ventos secularizantes” soprandg eng ” enxergan ie das amarras alienantes das religisg he estas respostas @ existéncia de juventude ie ‘onada com as instituig6es religiosas - sem religido uma parte da juventude outro, ha quem localize n vinculos, perdida, decepci eee: Jpe-se que as interpretagoes sobre esta Tealidade ain Com efeito, perce! velhas teorias. Hoje 0 desafio, te6rico e Prat _ esto bastante pees ae jovens sem religido sem desembocar fe ure 5 i pertencimentos/rompimentos institucionais, Sea aesahoe: a ampliagao de buscas e experiment religiosas entre jovens nao significa dizer que para todos os jovens instituigdes religiosas deixaram de ser locus de ABTEBACEO social, de doagio de sentido para a vida e, ainda, espago motivador de acie engajamentos sociais. Heth Em minha pesquisa sobre trajet6rias juvenis tenho exemplos de cats, licos, de evangélicos, de espiritas, de religides de matriz afro-brasileiras, budistas e de “espiritualidade ecologista”, para os quais a instiuigse religiosa tem grande importancia, inclusive motivando formas de solids, riedade e participagao social. © com Assim como entre estes jovens entrevistados pelo IBGE certamente existe uma parte que pode ter tido experiéncias de desconversio, desfi- liagdo, desafeicdo. Porém, nao convém generalizar. Estes tiltimos concei- tos trazem consigo uma suposicdo de rejeigéo, rupturas, decepdes com instituigdes religiosas e esvaziamento de valores, Trata-se de saber até que ponto estes Percursos fazem parte da expe- Tiéncia de boa parte dos jovens desta geracio. A énfase na “desfliaio” a ied sake televivéncias; reali 8eracionais globais ¢ locais; conviventis* i ~ a € web ~ realidade em todas as dimens> i seen na dimensio religiosa seria diferent®? Digitalizada com CamScanner peclarar-se sem rely © Pode ser ian, toe PerPeREHMENTOS OF um ad pessoais combinando. elementos ded gotten: Na verdade, trata-se ainda de sult em diferentes Maneiras de ser i brigatoriamente na légica do Pertenci, ite ional. Da mesma forma que esta Beragio reinve tia fora (€ dentro) dos lugares usuais aoc tidos, movimentos organizados), sua “vida ze (sindicatos, par: peendida na intercessio entre tecrtéris de peceeieed ce com- ros e redes de nt : Pont de ch de partig ifereng S ¢ arranj teligifo, sen, 4s Me Se] Mento/ni, 'm desembocar iio i Perttencimento insti- nta f ‘otimas de participagéo comunicagao. Para coneluit, vale citar as palayras de uma igrejas catélica € pentecostais e que hoje se di ¢ “discute religido” em ambientes digitais. Diz ela: “Na inne participa, mas nao interage. J4 na internet posso ipsa woke Ba maneira mais livre, tenho contato com pessoas de crengas diferentes, A gente debate € aprende”. " Ou seja, a equagao entre pertencimento institucional/reforgo a0 cole- tivo X nao pertencimento/reforco ao individualismo pode ocultar outras formas de afirmagio ou negagao de valores. Por fim, importante salien- jovem que jé frequentou lene como sem religiio tar, nos dias de hoje as representagGes e praticas religiosas nao se fazem apenas por dentro dos circuitos institucionais, mas também por fora ¢ i margem, mas sempre incluem disputas - e no auséncia ~ de valores. S © REFERENCIAS 5 ABRAMO, H. “Condigao juvenil no Brasil Contemporineo”. In: A, MO, H.W, & MARTONI BRANCO, PP. (orgs) Retratos da juventude brasileira: andlises de uma pesquisa nacional. S40 Paulo: Pers Abra- mo, 2004. ABRAMO, H.W. & MARTONI BRANCO, PF ( ventude brasileira: andlises de uma pesa™"s? nace 60 Perseu Abramo, 2004. ABRAMOVaY, M. & CASTRO: the eo que separa. Brasilia: Unesco» 2 (orgs.). Retratos da ju- al, Sado Paulo: Funda- MG. Juventude, Juventudes: o que 006. 189 Digitalizada com CamScanner y ao pentecostal: citculagio e lexi I “A expansao pen ies ALMEIDA, R. ‘ .). As religibes no Brag TEIXEIRA, F. & MENEZES, R. fore) As elie a Pelle dades e rupturas. Petropolis: Vozes, 2006. 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