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4 O Brasil religioso que emerge do Censo de 2010: consolidacées, tendéncias e perplexidades Marceto Ay A. O que os indices e percentuais tém a dizer sobre a nova configuracdo religiosa do Brasil a partir de 2010 Os percentuais mais expressivos do Censo de 2010, no que se redere as religides no pais, indicam a continuidade da queds do catolicsmo de 73,8% em 2000 para 64,6% em 2010, ao lado 2 também contin do crescimento evangélico de 15,4% para 22,2 crescimento, mas em ritmo menor, dos sem-religido. de ~ Embora seguindo majoritaria, a religi3o carélic: csiu de 124.9 <= Ihdes em 2000 para 123,2 milhdes em 2010, num pers consideravel de 12,2%, perdendo nestes dez anos cerca de I de adeptos, ou seja, 465 por dia. Os catdlicos tiveram redugtes em as regides do pais: sendo as mais significativas as da Regido Nose, onde cairam de 71,3% em 2000 para 60.6% em 2010, as do Centro-Oeste de 69,1% para 59,6% e no Sudeste de 69,2 para tos percentuais (IBGE, 2012: 91; O Globo. 0 da queda na Regido Norte, o Acre registrou uma radu indo de 68,1% em 2000 para 51,9% em 2010 numa tava pescenteal de 23,7%, mas ainda superado por Roraima, onde a queda foi de 26.1% (O Globo, 30/06/12). Ainda assim & 0 Sudeste a regido de meno mero de catélicos, puxado pelo Rio de Janeiro, que registra abaino dos eal de Digitalizada com CamScanner 50%, a taxa de 45,8%, quando em 2000 ja foi de $7,2%, ja naquel | Epoca também a menor do pais. Por outro lado, 0 catolicismo enconte, | seu maior niimero de adeptos no Nordeste, com 72,2%, seguido do Sy}. | com 70,1% e¢ do Estado de Minas Gerais (IBGE, 2012: 93). Dentro dg Nordeste, o Piaui desponta como o estado mais catdlico da Federagio, com $5,1%. Mas convém lembrar que a Regido Nordeste no Censo de | 2000 ja registrou um percentual de 80,1% (assim como a Regio Syl | ja teve 76,7%) e o Piauf que também no Censo anterior ja era 0 estado mais catélico, tendo um percentual de 91,4%. E bom que se diga que nesta regido baluarte do catolicismo registrou-se em dois de seus esta- dos, Ceard e Alagoas, as maiores taxas de crescimento dos evangélicos | de 78,4 ¢ 76,8%, respectivamente, inclusive superiores 4 média de cres- | cimento evangélico do periodo 2000-2010 de 62%. Quanto aos evangélicos, estes aumentaram de 26 milhdes em 2000 para 42,2 milhdes em 2010, um aumento de 16 milhdes com 4.383 de novos fiéis por dia. Esse crescimento foi alavancado pelos pentecostais que passaram de 10,4% em 2000 para 13,3% em 2010, estimando-se serem hoje cerca de 26 milhdes de pessoas e perfazendo 60% de todos os evangélicos do pais. Vale dizer que os pentecostais cresceram em todas as regides do pais (IBGE, 2012: 91). Pela forga das migragées internas no Brasil eles vao se concentrar principalmente nas periferias das gran- des regides metropolitanas e na fronteira agricola e mineral do Norte ¢ Centro-Oeste do Brasil, formando 0 que César Romero Jacob chamou de “anel pentecostal” envolvendo da periferia o centro das grandes me- trépoles brasileiras (JACOB, 2003). Entretanto, o crescimento pentecos- tal se mostrou de modo desigual, com algumas igrejas experimentando um surpreendente crescimento ¢ outras até perdendo fiéis. A Assembleia de Deus se apresenta destacadamente como a maior igreja evangélico- -pentecostal com 12,31 milhdes de adeptos, atraindo nesta década 3,9 milhdes de novos adeptos, seguida de longe pela Congregagao Crista do Brasil com 2,78 milhdes, pela neopentecostal Igreja Universal do Reino de Deus com 1,87 milhées, pela Igreja do Evangelho Quadrangular com 1,81 milhdes e pela Deus é Amor com 845 mil. Em termos de projegio em relagdo ao Censo de 2000, a Assembleia de Deus passou de 8,4% naquele Censo para 12,3% no atual, com um crescimento de 46,4%, a Igreja do Evangelho Quadrangular de 1,3% para 1,8%, um aumento de 38,5%, a Igreja Pentecostal Deus é Amor, de 0,77% para 0,85% com um Digitalizada com CamScanner aumento de 9,2%, ao passo 2,5% para 2,3%, queda de § Yes i ia Crista do Brasil caiu de 10%, © a Ig cain de 2,1% reja Uni i 50/06/12). Os evang esa edigio 707, 2510712; Folha deo a : ai a > 3 le S. Paulo, tiveram ligeiro cresciment ‘ambém chamados Protestantes) Ihdes, mas estao estagnad s absolutos, sendo hoje 7,6 mi cea , sendo hoje 7,6 mi- em 2000 4,0% em 2010, além inne SUmeM da populacio: 4,1% Sudeste de 4,3% para 3,9 ‘Oem niimero: 0, além disso, sof 3 ionais, no sofreram redugdes regionais, oe . todas as outras evangé- 1 A exceed : Adventista, com 1,56 nike Ee de Deus), em seguida a com 921 mil e a Metodista com 341 mil adomoe Cone eer wee channdenns n At Con pg minuiram (IBGE, 2012: 91; Estado de S. Paulo, 30/06/10; Coca pees 70, 23007712); © stupo evangélico se distribui entio, dentro _Petcentuais: pentecostais 13,3%, histéricos/tradicionais 4,0% e evangélicos nao determinados 4,8%. O fenémeno do aparecimento des- te expressivo contingente entre os evangélicos, chamados pelo IBGE de evangélicos nao determinados, com percentual superior aos evangélicos tradicionais e somando um ntimero de 9,2 milhdes de declaracées, vai ser detidamente comentado mais adiante. O crescimento evangélico se deu primordialmente nas regides de recepgao de imigragio: fronteiras agro- minerais do Norte e Centro-Oeste e linha litoranea das grandes metr6- poles do Sudeste: Rio de Janeiro, Sao Paulo e Espirito Santo (O Globo, 30/06/12). As regides Norte e Centro-Oeste registram presenga expressi- va de evangélicos, sendo a Regiao Norte, em termos absolutos e relativos, a de maior presenca evangélica. Dentro dela Rondénia € o estado mais evangélico do pais, com 33,8%, € 0 Acre obteve um crescimento de mais de 12 pontos, passando de 20,3% em 2000 para 32,7% em 2010 (IBGE, 2012: 93; O Globo 01/07/12). Quanto ao Sudeste metropolitan, ha que se sublinhar que no “espaco conurbado” da regido mesopolians oe de Janeiro os catélicos so 39% quase equiparados aos 34% evangélicos Estado do Rio de Janeiro muni- (Folha de S. Paulo, 30/06/12) ¢ que no Estado fT ne cipios como Duque de Caxias, Nova Iguacu e Belo! ‘ ; élicos. um ntimero de evangélicos superior ao de cat 65 Digitalizada com CamScanner No que diz respeito aos sem-religido, registrou-se um crescimento nes, te grupo, todavia, inferior aos indices obtidos no Censo de 2000 quando passaram de 4,8% para 7,28% (IBGE, 2012: 90). Nesta diltima década partiram de 12,3 milhdes, atingindo o nimero de 15,3 milhdes, com um aumento de 3 milhdes de pessoas. Seu crescimento deu-se de forma similay ao dos evangélicos, nas zonas de chegada da migragao interna brasileira, trépoles ¢ as fronteiras de ocupagao do Norte ou seja, a periferia das me ‘a nas grandes e Centro-Oeste do pais. Atingiram uma presenga expressivi reas urbanas das cidades do Rio de Janeiro, Salvador, Recife ¢ Sao Luis, O Estado do Rio de Janeiro é aquele que registra © mais alto indice de sem religiZo, com o percentual de 16% dos que se autodeclararam desta forma (IBGE, 2012: 93; Folha de S. Paulo, 30/06/12). E no que tange a sua migracao para as zonas de fronteiras agricolas e minerais, registrou-se presenca expressiva em areas da Amaz6nia, Paré, Mato Grosso, Goias ¢ fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai. Num levantamento da participacao percentual dos sem-religiio sobre a populagao dos munici- pios do Brasil, a pesquisa de Marcos Nicolini revela indices surpreenden- tes dos sem-religido tanto em municipios da conurbago das grandes regi- des urbanas da Bahia e Maranhao como Itanara na Bahia com 33,33% e Porto Rico no Maranhao com 31,95%, assim como das regides fronteiri- ¢as como Paranho no Mato Grosso com 33,91% e Chui no Rio Grande do Sul com a cifra de $4,4% (NICOLINI, 2012: 26). No que se refere aos espiritas, os dados do Censo indicam que houve um crescimento neste segmento religioso. De 1,4% no Censo de 2000 representando 2,3 milhdes de adeptos para 2,0% no Censo de 2010 re- presentando 3,8 milhdes de seguidores. O aumento maior dos espiritas foi na Regio Sudeste, onde passou de 2,0% no iiltimo Censo para 3,1% (acima da sua média nacional), e na Regio Sul, de 1,2% para 2,0% (IBGE, 2012: 90). A maior concentragao de espiritas se encontra nos estados de Sao Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goids e Rio Gran- de do Sul. $6 em Sao Paulo estiio 1.356.193 espiritas, distribuindo-se 0s restantes dos indices mais significativos no Rio de Janeiro, 647.572, Minas Gerais, 419.094 e Rio Grande do Sul, 343.784. E o segmento religioso com o maior percentual de maior nivel de renda, nimos, aquele que pos assim como a maior pr. Pessoas de cor branca, 68,7%, com z : 19,7% com renda acima de cinco saldrios mé ‘Oporcao de pessoas com nivel superior, 31,5%. Digitalizada com CamScanner | sui os maiores indices de alfabetizacio, 98,6%, | Ainda o registro s § religis, altar tO Sobre as religises afeo-brasile i no diminuto percentual de 0,39%, fas que se mantiveram pie 20h Sando a primeira ee ane a see Rio de Janeiro e Si0 Paulo eo segundo ne Bakes eapeamec dost proximos eno Estado do Rio de Janeiro UBGE 201 os, € municipios Mor fin 0 indicador do crescimento das ourras reli isi hibdorry no Censo de 2000 e no atual, 2,7%, contribu, a des sos ac fe 18 vo mno indice cristio de 86,8%, para o increment da diveridede sheet no pais, religiosa pret «clas: uma reversio evangélica maioria? Ou uma maior pluralidade, diversificagao, secularizacao do campo religioso brasileiro? Ent >» © que se pode projetar como tendéncia para a relagio entre as religibes no cendrio brasileiro em termos de hegemonia, clon diversidade? Alguns intelectuais de extragio catdlica ou que tra- balharam em instituigdes de pesquisas catélicas, ou ainda tedlogos de igrejas protestantes histéricas indicaram como uma possivel alternativa bstituigio/equiparagdo evangélica ao catolicismo a tendéncia a plu- ralizagio, a diversidade e ao transito religioso, Segundo a tedloga Maria Clara Bingemer, quem lucra com a evasio no catolicismo sao menos os evangélicos ¢ mais a “secularizagio”. Para equivaléncia ela, trata-se de uma crise das religides institucionalizadas que se espraia do catolicismo, passando pelas protestantes histéricas e se reproduzindo em menor proporgao nos neopentecostais como a Igreja Universal, todas demonstrando incapacidade de reter os fiéis de maneira estavel. A tedlo- ga associa essa crise 4 “constante subida do grupo dos que se declaram sem religifo [...] pessoas que, embora fazendo sua experiéncia de [..] sede pelo transcendente, experimentam uma profunda incompatibilida- de com a instituigdo, suas normas e formulagées”. No caso Gea neopen- tecostais que tinham até entio revelado grande capacidade de sedugio eatracio” de pessoas, parecem atingidas por et inestancdvel transito e migragdo no interior de si mesmas”. Aqui a tedloga serefere ao processo de trinsito interno praticado pelos evangélicos que an ore es 2 uma igreja especifica (BINGEMER, 2012). Corroboran ee a avaliacao, o tedlogo metodista Paulo Ayres equipara 0 “au Digitalizada com CamScanner evangélicos sem igreja” aos “brasileiros sem religido” , ee frato do “desencantamento de muitos com as religides institucionalizadas” (Ig On-Line, 17/08/12). Também, para a socidloga Silvia Fernandes, nao est ocorrendo “uma inversio da sociedade catélica para a protestante, © que se vé é um processo mais agudo de diversificacao [...] a religiag: passa a ser um aspecto da vida onde é permitido experimentar” (Estado de S. Paulo, 30/06/12). Por outro lado, outras vozes abalizadas vindas do meio académico os catélicos como ten-~ apontam para uma equiparagio dos evangélicos a! 5 COMO te déncia para as proximas décadas. O demégrafo José Eustaquio Diniz | Alves, da Escola Nacional de Ciéncias Estatisticas, autor com mais dois colegas do estudo “A dinamica das filiagGes religiosas no Brasil entre 2000-2010”, afirma que, mantendo-se o ritmo atual, até 2030 os catéli- 4 cos sero menos de 50% da populagio e até 2040 catélicos e evangélicos | vio empatar na preferéncia dos brasileiros com uma minima vantagem evangélica de 42% sobre 40% para os cat6licos (O Globo, 01/07/12). 0, demégrafo sustenta sua avaliagao na constatagao de que a populacao ca- télica ocupa a faixa etaria mais avancada da populagio, estao em maior proporgio na faixa dos com mais de 40 anos e alcancam 75,2% na faixa com 80 anos, o que dificulta a sua renovagao. Acrescido a isso, argumen- ta que a forte presenga evangélica entre as mulheres na faixa de até 40 anos, idade reprodutiva, implica que os filhos dessas mulheres poderéo muito provavelmente aumentar uma nova geracao evangélica pelo peso: da influéncia materna quando o filho escolhe sua religido (O Globo, 01/07/12; Fotha de S. Paulo, 30/06/12). Isto, por exemplo, se confirma na pesquisa de Novaes e Mello “Jovens do Rio”, que indica que, entre os jovens cariocas, os evangélicos so os que mais seguem a crenga da mae: 71,4% entre os protestantes e 60,2% entre os pentecostais (2002: 34). A formulagao do demégrafo Alves foi repercutida pela grande imprensa, como na coluna de Hélio Schwartsman, onde o articulista citando-o, argumenta que pelo fato da populacao evangélica possuir proporcional- mente mais mulheres e jovens assim como menos idosos, apenas pelo: efeito da “inércia demografica”, “mesmo que nao houvesse novas con- | versdes, o rebanho evangélico ja cresceria mais do que 0 catdlico” (Folba. de S. Paulo, 30/06/12). De fato, no documento do IBGE é comentada a maior proporgao de catélicos entre pessoas de idade superior a 40 anos, “decorrentes de geracdes que se formaram em periodos de maior hege- 68 Digitalizada com CamScanner monia catélica” € “o inverso ocorre com os evangélicos pentecostais € os evangélicos do grupamento nio determinado, que tiveram suas maiores proporgoes entre criangas ¢ adolescentes” (IBGE, 2012: 99), Poder-se-ia argumentar na diregao do pluralismo que também entre os senr-religiio a frequéncia maior se encontra nos jovens ¢ adultos jovens de 15 a 29 anos, sendo bem reduzida entre as faixas etdrias envelhecidas, ¢ que tam- bém a idade mediana dos sem-religiaio é a mais baixa, 26 anos, ao passo que entre os evangélicos pentecostais é de 27 anos ¢ entre os catélicos de 30 anos. No entanto, a anilise do IBGE aponta uma maior regularidade evangélica na faixa de criangas e adolescentes (IBGE, 2012: 99) e, se compararmos as taxas de crescimento na tiltima década, vamos observar que os evangélicos cresceram com mais intensidade. E ainda podemos observar que a grande frequéncia entre os jovens dos sem-religido é ma- joritariamente masculina — 152,3% homens para cada 100 mulheres em relagio aos evangélicos, 77,6% homens para 100 mulheres -, dando mais vantagem aos segundos na influéncia materna nas futuras geragoes. A projegio demografica do estudo de Diniz Alves encontrou tam- bém dentro de intelectuais catélicos acolhida e consideragao. O tedlogo Faustino Teixeira em um artigo e uma entrevista, onde reflete sobre 0 impacto dos nimeros do Censo sobre a realidade catélica, admite que “as projecdes estatisticas indicam que até 2030 os catélicos terio um indice menos que 50%” (IHU On-Line, 25/08/12) ¢ que, “se essa ten- déncia permanecer, até 0 ano 2040 0 nimero de catélicos e evangélicos vai se equalizar” (TEIXEIRA, 2012). Além disso, algumas vozes mais acodadas vindas do meio evangélico “militante” supervalorizam o cres- cimento evangélico para além dos indicadores do IBGE e das tendéncias demogréficas, antecipando as projegdes da “virada” para 2020. O Bispo Estevam Hernandes, presidente da Marcha para Jesus ¢ fundador da Igreja Renascer em Cristo, avalia que os evangélicos estarao empatados com 0s catélicos em 2020, dizendo euforicamente que “o Brasil sera 0 maior pais evangélico do planeta” ¢ também o Servigo de Evangelizagio para a América Latina (Sepal) estima que em 2020 a metade dos brasi- leiros ser evangélica (Carta Capital, edicao 707, 25/07/12). Por outro lado; surgem do mundo evangélico hist6rico, também ligadas ao meio académico, vozes diametralmente opostas, estas por sua vez se calando diante das tendéncias apontadas pelas projeges demograficas e fazendo suas proprias projegdes. O tedlogo e bispo metodista Paulo Ayres reputa 69 Digitalizada com CamScanner ae do Censo a diminuigio do Crescimenty como 0 £210 Ma On de 1991 a 2000 eresceu 120% e de 2009 5 segundo ¢ * 5/08/12). De fato, no documento do Igy . leragdo do crescimento evangélico Nessa fras na queda do crescimento diferem um pouco, 7[% écada, mas as cifras n2 ‘ i aes “iéeada de 1990 com decréscimo rina decay aan a XI (Carta Capital, edigio 70, 25/07/12). O socidlogo Pay} gculo XXI (Car 0 70, 25107112). © sovilo By to eee Universidade Wilfrid Laurier do Canada e da Ufsear tambén eres em maioria evangélica no Brasil, Avalia que declinio dg nao acredita 1a ia licismo teré um limite porque “hd um micleo sdlido que no yaj catolicism Metco renee a desaparecer”, assim como estima que os evangélicos s6 recebem uma em yarecer”, ass ay que estes portante evangélico que, , 2010, 62% (IHU On-Lin hi a indicagio de uma di para 41% na prime cada duas pessoas que abandonam o eatolicismo, 0 que impli 2 ‘io brasileira (Carta tém um potencial para alcangar até 35% da populs Capital, edigo 707, 25/07/12). ' Diante deste quadro um tanto ou quanto controverso, considero que © Brasil encaminha-se, sim, para a diversidade religiosa, como aponta 0 documento do IBGE a partir de indicadores que relacionam a presenga da pluralidade religiosa com as dreas urbanas e com a alta densidade demografica do pais (IBGE, 2012: 90). No entanto, esta diversidade religiosa, como apontam os dados atuais ¢ as projegdes demogrificas, estd se dando principalmente pela aproximagao dos Ppercentuais caté- licos e evangélicos (com o fim da hegemonia catélica), complementado pela presenca dos sem-religiao e um relativo aumento do espiritismo ¢ das “outras religiosidades”. Ha de se convir, como ja havia apontado Anténio Flavio Pierucci, para o Censo de 2000, que o pluralismo reli gioso no Brasil é “quase binario” (2006: 49), Esta avaliagao atualiza-se Para o Censo de 2010 na andlise de Faustino Teixeira, que nomeia nos- sa realidade religiosa como “diversidade acanhada”. concentra 86,8% das declaragdes de pertenca, ligides a “faixa estreita” de 4,7%, acrescido dos 8% (TEIXEIRA, 2012). O argumento que equipara a perd catolicismo com o igual fendmeno nas igrejas protest, com o caso da Igreja Universal, como titucionalizagao” e perdendo todos pai » onde a area cristd restando para outras re- dos sem-religiio la de membros do ‘antes histéricas ¢ todos padecendo de “crise de ins- ra.a “diversidade”, “pluralismo”, Digitalizada com CamScanner ara orbitar em torno feseatlrieeces eegeces ee early geal inclusive polio requentar essas proprias igrejas sem card , inclusive podendo -religido ¢ os “errantes” ¢ “némades” fee exclusive, Como os sem- vangéli ay ‘ades” religiosos (AI : 31), 08 evangélicos genéricos nao tém pore (AMARAL, 1993: 19- mas, a0 contrario destes, mantem pe aoe exclusiva a uma igreja, : : a ma exclusividad ; jas do meio evangélico-; lade com todas as igre- econ See Pentecostal, reforgando-o, Desta forma, quando a soct ilvia = to ae elas i eats exP8e para imprensa 6 seguinte argumen- a las ima one pe ai magens ue mobiliza, ela em seguida circunscreve no angenco © “pluralismo” que a principio diz ser a resultante do pluralismo. O que 0 catolicismo vi a Universal vive agora com as novas Paulo, 30/06/12, grifo meu). Como s vai afirmar que “o evangélico nao dete iveu com a Universal no passado, denominagdes” (O Estado de S. eguimento do seu raciocinio, ela eel srminado [...] nao vai dizer ‘eu sou ¢ tal igreja’. Ele comunga de um tipo de crenga que existe no universo evangélico, mas nao quer vinculo institucional” (O Estado de $. Paulo, 30/06/12, grifo meu). Pluralismo sim, mas, sobretudo, com avango e aumento do campo evangélico! C. Implicagées dos dados para o catolicismo Para termos a real dimensio de que a crise catélica no Brasil é mar- cada centralmente pelas “consequéncias da modernidade” (GIDDENS, 1991) com suas transformagées nas concepgdes sociais, morais, estéti- cas, cientificas e religiosas, segundo avaliagao do IBGE, em um século (passado) a proporgdo de catélicos variou apenas 7,9% (de 1872 com 99,7% a 1970 com 91,8%); ao passo que a partir dai percebe-se uma redugao acelerada, através dos anos modernos, do contingente de catéli- cos: 89,2% em 1980, 83,3% em 1991, 73,8% em 2000 e agora 64,6% em 2010 (IBGE, 2012: 90). Mas o agravante dentro desta tendéncia declinante é que essa tiltima queda percentual marca uma transforma- gio de qualidade no decréscimo: pela primeira vez. a queda percentual catélica se da de forma absoluta, ou seja, a populagao do pais cresceu em 12,3% e o nimero de catélicos diminuiu em 14% (Estado de S. Paulo, 30/06/12; © Globo, 30/06/12). Em 2000 os catélicos eram 124,9 milhdes numa populagao de 170 milhées e em 2010 passam 2 ES 123,2 milhes numa populacao de 190,7 milhoes. Segundo o demégrafo José Eustaquio Diniz Alves em entrevista a0 O Globo, “a redugao em termos m1 Digitalizada com CamScanner absolutos mostra que pela primeira vez, além de a populacao cresce, mais, os cat6licos decresceram [...], antes s6 cresciam em ritmo meno, © que fazia com que, relativamente, ao total da populagio, caissem (9 Globo, 01/07/12). Uma das explicagdes mai ; a sua grande dificuldade para acompanhar as migrac6es internas que revolvem o Brasil contemporaneo. Onde os catélicos mais diminuiram sio as regides das peri. s de fundo para o decréscimo catélico ¢ € 0s pentecostais e sem religido mais cresceram, ferias metropolitanas ¢ as fronteiras de ocupagao sem presenga institu. cional catélica. A estrutura eclesial catdlica centralizada e burocratica, ‘io consegue acompanhar a mobilidade dos centrada nas pardquias, ni s evangélicas. O Padre deslocamentos populacionais como as ageis rede Thierry Linard, demégrafo designado pela CNBB para comentar 0 Cen- so, admite que “a estrutura da Igreja é mais pesada” e que a “Assembleia de Deus tem mais penetragio na periferia. Onde surge uma comunidade, surge logo uma igrejinha” (Folba de S. Paulo, 30/06/12). No entanto, a avaliagao oficial que faz a Igreja Catélica no Brasil através do “Censo Anual da Igreja Catélica”, pesquisa realizada pelo Ceris, 6rgio de as- sessoramento, a CNBB passa ao largo do descenso que os niimeros do IBGE apontam para 0 catolicismo no Brasil. Apresentam, a0 contrario, no seu relatério, um “catolicismo vicejante”, “em franca expansio”, baseado num “crescimento vertiginoso” de paréquias e num “cresci- mento considerdvel do mimero de padres” (2011: 3), como observa- do na anilise critica do tedlogo catélico Faustino Teixeira. Este registra essa interpretagao da hierarquia eclesidstica catélica como atravessada por um “ingénuo otimismo” diante da dimensao da crise que se abate sobre 0 catolicismo brasileiro ([HU On-Line, 25/08/12). Como reacio 4 avaliagao institucional, também repercutida nas anélises de Teixeira, © ex-assessor da CNBB ¢ socidlogo Pedro Ribeiro de Oliveira enfatiza que 0 aumento de paréquias e padres reflete mais um processo de “cle- ricalizaco”, ou seja, reforco na institucionalizagao eclesial e nao uma vitalidade. Para ele a vitalidade de uma igreja se encontra na sua capa- cidade de congregar figis ¢ atuar no mundo (IHU On-Line, 05/07/12). Neste particular sua critica vai ao encontro das avaliagdes que apontam as dificuldades da Igreja Cat6lica devido a sua estrutura formal e buro- cratica. Em alguns municipios do Estado do Rio de Janeiro, relacionados acima, 0 catolicismo jé comega a ser praticado como religido de minoria. 72 Digitalizada com CamScanner leva em ana kombi da a perda de uma ovelha pel i i atéa referida paréquia, Aqui jé fj : rigidez da estrutura Paroquial, do de reverter a saida de figis, tanto na diregao de formulas de sucesso praticadas pelos evangélicos quanto na busca de sintonia com os estilon da tecnologia ¢ cultura (pés-Jmodetnos. Todavia, isso nao foi suficiente. Na avaliago de pesquisadores como 0 tedlogo Faustino Teixeira ¢ a sociéloga Silvia Fernandes, a estratégia “nao surtiu efeito” (O Estado de S. Paulo, 30/06/12). Nos dizeres do primeiro, as “estratégias realizadas no campo da RCC, presenca de padres cantores eagdo mais viva na area midiatica nao surtiram efeito” (IHU On-Line, 25/08/12). E a segunda afirmou que “setores da Igreja passaram a en- tender que quanto mais [...] estimulassem a missio ¢ 0 carismatismo proposto pela Renovagio Carismatica, mais sucesso a Igreja teria na permanéncia de fiéis. Isso nao ocorreu” (IHU On-Line, 07/07/12). Por outro lado, o pesquisador demégrafo Eustaquio Diniz Alves atribui crescimento evangélico ao fato de que eles “customizam a fé”, ou seja, dirigem para cada grupo da pluralidade social moderna uma mensagem com afinidade em relagao a eles, ou seja, uma igreja sensual para os homossexuais, a Bola de Neve para os surfistas etc., enfim, esta flexibi- lidade evangélica é a fonte de sua expansio (O Globo, 01/07/12). Da mesma forma, neste mesmo periodo a Igreja Catélica diversificou suas praticas em sintonia com a pluralidade das “tribos” (pés-)modernas; assim como se adequou & tecnologia, midia, préticas corporais € con- sumo modernos através das redes catdlicas de TV, Rede Vida e Can- Gio Nova, das missas de massa ministradas pelos padres cantores com suas “aerdbicas de Jesus” (SOUZA, 2005), da extensa comercializagao de produtos catélicos, CDs, DVDs, camisetas, bottons, bonés para a juventude e classe média (BRAGA, 2004: 113-123), desembocando no “Shopping do Romeiro”, megaempreendimento na Basilica de Aparecida 0s dados indicam que Digitalizada com CamScanner mo “customizado”, se quisermos ‘Alves, numa diversidade de estilos ao alcance de todos, cura e profecia nas centenas de Grupos de 008; CARRANZA, 2000; PRANDy, 1997); o “turismo religioso” (SILVEIRA, 2003: 69-105), ae “Novas Co. | munidades Catélicas” jovens com uma diversidade de “carismas” e est. Jos para todos os gostos (CARRANZA & MARIZ, 2009: 139-170); og ‘Acampamentos de Oragio da juventude da Cangéo Nova (OLIVEIRA, 2004; 85-112); os Grupos de Oragao Universitarios do Projeto Universi. dade Renovada fundada por Fernando “Mococa” (PROCOPIO, 2009; 79-105); a Comunidade jovem “Toca de Assis” fundada pelo Padre Ro- berto Letieri, opgao “medieval” de pobreza junto a populagao de rua (PORTELLA, 2009: 171-194); 0s padres surfistas € motoqueiros com missas para os respectivos segmentos; 0S padres pop stars do pioneiro Marcelo Rossi (CARRANZA, 2005), passando pelo leigo pop star Dung ga até o Padre Fabio de Melo inseridos no mercado fonografico/editorial dos shows, CDs, livros ¢ revistas; 0 lidico da “galera” jovem catélica dos “barzinhos de Jesus” e as “Cristotecas” (SILVEIRA, 2012: 87-104); as redes sociais catélicas via internet com seus blogs, chats: orkut, face- book, MSN (SILVEIRA, 2004); 0 “marketing catélico” de Anténio Ké- ter Filho (SOUZA, 2005: 106-110) e as bandas de rock como a Rosa de | Saron. Por que ento, que, com investimentos semelhantes aqueles que levaram os evangélicos ao aumento de adeptos e com indicadores palp4- veis de sucesso nestas mobilizagées catdlicas de centenas de pessoas, 0 resultado apontado pelo Censo foi de descenso do catolicismo? Ou nas palavras do articulista da Revista Epoca, Eugénio Bucci, “os catélicos montaram suas proprias redes com padres cantores”, mas “perderam a concorréncia comercial” (Epoca, edigao 240, 23/07/12). Em minha opiniao, fica aqui um desafio para futuras pesquisas, para que estas in- diquem, dentro do universo catélico, algo semelhante ao que foi feito com 0 meio evangélico, que detectou em seu seio quem eram os evang' licos tradicionais, os pentecostais ou os evangélicos em geral. No caso catélico seria revelador de suas dindmicas indicar internamente qual 0 percentual de “carisméticos”, “paroquianos”, das “CEBs”, das “Novas do Norte. De fato, aqui um catolicis a expressio de 0 éxtase, Jouvor, glossolalia, Oragio Carismaticos (SILVEIRA, 2 Comunidades” para se detectar onde precisamente 0 catolicismo esté. diminuindo. Porém, gostaria de sugerir, a guisa de hipétese, que, se esses. movimentos carismaticos/ performaticos/midiaticos/consumistas nao ti- | 74 Digitalizada com CamScanner vessem se Constituido dentro do . . Catolici sos sido ainda mais vertipinosat licismo brasileiro, a sua queda teti 1D. Implicagdes dos dados $s dados para os lic : evangélicos Um fendmeno novo que veio P a ser : racio recorrente de um segmento da Getestado neste Cons fia decl- apenas como “evangélica”, saind Peeeseo ae Passa a se identificar 4 *? Saindo de 1,7 milha Jos evangélic »/ milhao, que correspondia a A dos e ngclicos, no Censo de 2000 para 9.2 milhge i 4,8% no Genso atual, fenmeno que a classificagio a, BG S, OU seja, 4,8% gclico nao determinado”. Do to mene mento ja ultrapassa os “e nomina “evan- total do grupo evangélico, 22,2%, este seg- : 4] oe vangélicos de missdo” (na classificagao do IBG! identificando as igrejas Protestantes histéricas) com 4,8% em relacio aos 4,0% dos tltimos, superado apenas pelos pentecostais com 13 7 Uma linha de interpretagio parcela nao ai uma caracteristica de religido estabelecida e no tipo de dinamica descrita por Paul Freston, “quando uma religido cresce ¢ fica parecida com a sociedade na inserida”, 0 que nos evoca a categoria i Associou este tipo a uma “* cante” no grupo evangélico, de maioria, que, sais qual esta “igreja” em oposicio a “seita” na tipologia de Exst Troelstch. Na andlise do socidlogo Ricardo Mariano, especialista numa sociologia do protestantismo e do pentecostalismo, © crescimento deste tipo no meio evangélico representa um indicador de “privatizagao religiosa”, ou seja, o desenvolvimento de uma crenga evangélica “por fora das instituigdes”, com a consequente diminuigio do “compromisso religioso” e a assungao da “autonomia” e “individua- lismo” (Folba de S. Paulo, 30/06/12). Aqui, uma contaminagao no meio evangélico da tendéncia (pés-)moderna da desfiliagao religiosa e religiao do self. Embora Mariano tenha falado em diminuico do compromisso rcligioso, penso isto significar mais 0 fim da pertenca exclusiva do que a tendéncia a uma vinculagdo apenas nominal a uma religido que vai se tor- nando majoritaria. Isto porque este evangélico genérico desenvolve ae atividade intensa e uma mobilizagao em torno de um estoque vane de opgdes que o universo evangélico ~ agora eae eat de bens simbélicos” evangélicos de estilo moderno ~ oferece. ee sélico geral se coloca na contramao da cultura historica lo Re cee acterizou 0 protestantismo hist6rico. Segundo o mo Waldo César, em analise dos anos de 1980, a:se algo por demais genérico e impreciso [J minacionalismo que car: socidlogo do protestantis! _ “se dizer protestante torn: Digitalizada com CamScanner ; Ln inclusive se identificam religiosamente pela deny, muitos evangélicos [.. ins eTidi7 Osi Amalnene ap contrition minagao a que estio afilia a Or ciiec entre suasterelas wii auxin ed evangélico ae ee libertacao da Turd, participar dos Cventeg arin acr se a calpatises a Lagoinka om Belad torivonta, ae fequentae a igreja “Bola de Neve” dos surfistas ou a “Sarg Nossa Terra” dos artistas; no caso de ser um Pequeno empreendedos, wn cultos da Adhonep ou as palestras da prosperidade da Igreja “Renasce em Cristo” do Bispo Estevam Hernandes e da Episcopisa Sonia Hernan, des. No caso do consumo e lazer, fazer uma peregrinagdo a JSerusalérg na agéncia de viagens do Apéstolo René Terra Nova, ¢ consumir 05 Cp, ¢ DVDs das pop stars evangélicas Rose Nascimento, Liicia Lombard; ou Ana Paula Valadao. Mas é a conversao destas miltiplas frequéncia, evangélicas em uma identidade puiblica de evangélico que parece fazer a diferenga. E a evidéncia maior desta presenga publica dos evangélices sao as intimeras “Marchas para Jesus” que eclodem em todas as grandes cidades do pais. Além disso, 0 voto em bancadas evangélicas, através do qual se pretende colocar um “homem de Deus” em cargos publics, e 6 seguimento de liderangas como 0 Bispo Macedo, Marcelo Crivela, Silas Malafaia, R.R. Soares ou 0 Apéstolo Valdemiro Santiago que ultrapas- saram as fronteiras do circuito evangélico Para, através dele, tornarem- -se figuras conhecidas de grandes parcelas dos brasileiros. Uma outra via de interpretacdo sobre o crescimento dos evangélicos nao determinados € a que os associa “aos grupos beneficiados pelo crescimento da renda ¢ das oportunidades no mercado de trabalho e no Ensino Superior”, como afirma Ricardo Mariano. Também o demégrafo Diniz Alves con- sidera como fator da expansio evangélica sua relagdo com “a expansio da nova classe média vinda de segmentos de menor renda” (Folha de S. Paulo, 30/06/12; O Globo, 01/07/12). Esta transformagio no meio evangélico, que vem associada ao seu expressivo crescimento, intensifica dentro deste meio um mercado de bens simbélicos e uma diversificagao tao plural (embora com a baliza evangélica) quanto a do campo religioso brasileiro. Este campo religio- So evangélico, entao, passa a se Caracterizar Por um grande pluralismo Digitalizada com CamScanner ciativas mididticas, performéticas em redes capilares do universo $0- cial-religioso evangélico: o funk evangélico no fundo da garagem, in- sergdes de sucesso no You Tube, os “pancaddes de Jesus” que explodem nos subiirbios metropolitanos ¢ as performances do “sapatinho de fogo” que eletrizam as dezenas de cultos dos minisculos templos. Es- tudos sobre o mercado evangélico constatam que este movimenta cerca de 12 bilhdes de reais com a utilizacao de cartoes de cré dito exclusives, feiras setoriais com cerca de 150 mil visitantes por ano, o segmento de misica gospel fatura cerca de 1,5 bilhao, ¢ jé existe uma rua do comér- cio no centro de Sao Paulo com dezenas de produtos especializados evangélicos (Carta Capital, edigio 707, 25/07/12). Face a esta trans- formagao, estudos no campo da sociologia/antropologia da religido ja esto voltados para este fendémeno (ORO & STEIL, 2003: 309-3325 PAULA, 2007: 55-83; PINHEIRO, 2007: 163-180). No segundo caso, pode-se constatar a clivagem e a disputa para dentro do meio evangé- lico-pentecostal que antes era dirigida a competidores religiosos exter- nos, como a Igreja Catélica, espiritas ¢ afro-brasileiros. Os conflitos entre a Igreja Universal e a Mundial do Poder de Deus (CAMPOS & MAURICIO JR., 2012; SOUZA, 2012) entre a Universal e © Minis rio de Louvor “Diante do Trono” (ROSAS, 2012) o que envolveu na tiltima campanha presidencial 0 Bispo Macedo se alinhando a Dilma Roussef ¢ Silas Malafaia a José Serra, so todos testemunhos eloquen- tes deste novo quadro tenso e competitivo que compée pari passu o crescimento do campo evangélico. Portanto, é dentro deste quadro, de diversificagdo e aumento de oferta religiosa evangélica concorrencial, de um lado, e de um grande contingente de evangélicos sem pertenga exclusiva disposto a experimentar todas essas opgdes, que também se pode entender outros dois significativos indicadores dessa transforma- cdo interna do meio evangélico em crescimento: a perda de fiéis da Igreja Universal e 0 crescimento destacado da Assembleia de Deus. No caso da queda da Igreja Universal do Reino de Deus, ela esta sendo interpretada, entre outras causas, dentro do quadro de concorréncia que Ihes movem igrejas dissidentes como a Igreja Mundial do Poder de Deus, do Apéstolo Valdemiro Santiago, ex-dirigente da lurd, ¢ a Igreja Internacional da Graca de Deus, chefiada pelo missionario R.R. Soa- res, também ex-fundador da Iurd. A primeira com 351 mil adeptos mais de 4 mil templos no pais e 450 no exterior. A segunda com 356 77 Digitalizada com CamScanner mil adeptos (Estado de S, Paulo, 30/06/12; O Globo, 30/06/12), ‘a gundo Ricardo Mariano, esses grupos dissidentes passaram a “clon, a estilo ¢ 0s métodos da lurd de sua matriz. com um considerdyel gy. © socidlogo sublinha ainda o destaque dado pela Rede Globo de Tele, visio, que compete com a urd no mercado midiatico, 20% lideres cy correntes da Universal, Valdemiro Santiago ¢ Silas Malafaia (Folba de $8. Paulo, 30/06/12). Outra interpretagao oferecida por Mariano St re. fere ao fato de que a infinidade criativa de rituais oferecidos na Jyrjg Universal como “solugéo magica” atrai uma clientela flutuante ag jy, vés de fiis com pertenga definida. Também a socidloga Silvia Fernay, des aponta como caracteristicas da Universal os “grandes eventos de massa, [que] agregam muitas pessoas em busca de cura, esto menos voltados para a sociabilidade e mais para a solugao de problemas", Portanto, 0 que essas andlises sugerem é que a Universal no deixa de continuar a ser frequentada por grandes parcelas da massa, 6 que es- ses frequentadores, até em fungio do que ela oferta, no vio se decls- rar tanto como antes como seus adeptos, mas simplesmente como “evangélicos”, assim como vao frequentar outras igrejas e/ou modali- dades diferenciadas de “ser evangélico” ao mesmo tempo em que a frequéncia a Universal (Folha de S. Paulo, 30/06/12; O Estado de §, Paulo, 30/06/12). O crescimento da Assembleia de Deus é um desafo as interpretagdes de uma sociologia do pentecostalismo. Como expli car 0 estrondoso aumento de um conjunto de igrejas tradicionais com reserva ¢ desconfianga diante do “mundo”? Possuidoras de um ethose de uma “reologia da austeridade”, resistente ao consumismo moderno. Diferente da pratica das neopentecostais com suas porosidades com cultura sincrético-popular-religiosa brasileira ¢ com a cultura moderna midiatico-politica ¢ sua teologia da prosperidade? Por que o tradicior nalismo catélico téo conservador quanto o da Assembleia desaba ver tiginosamente, ao invés deste que s6 cresce? O cientista politico Cestt Romero Jacob ensaia uma explicagio com o que chama de “crescimet ‘0 por pulverizagio” ou “microempreendedorismo religioso” quand? Pastores autodidatas abrem sem grandes empecilhos, em qualquer #¢ a do Pais, suas pequenas igrejas (O Globo, 30/06/12), Aqui wm4 pred een cme i spn geografia social ¢ a mobilidade ea ose ee Ace €o transite de populagdes para lugares | sauatmessorece ere Digitalizada com CamScanner mais rec6nditos e inalcangaveis do Pais, através de organismos dgeis, miiltiplos ¢ funcionais. Pois, como afirmou em entrevista o mididtico Pastor Silas Malafaia, presidente da Assembleia de Deus “Vitoria em Cristo”, existem “mais de 100 vertentes de Assembleias no pais”. E, citando o exemplo de uma localidade Periférica da cidade do Rio de Janeiro, a Vila Cruzeiro, na zona norte, 7 disse existir mais de 65 igrejas da Assembleia entranhadas nas estreitas tuelas do local, ao passo que apenas uma Universal na avenida principal (O Globo, 30/06/12). Fato que pode ser comprovado na recente pesquisa de Barrera Rivera sobre a presenca dos evangélicos na periferia urbana de Sio Paulo (2012). Acrescido a isto, como observaram antrop6logos e tedlogos estudiosos do pentecostalismo brasileiro, a Assembleia de Deus ~ alias, seria me- Ihor chamd-la de Assembleias de Deus no plural - é um “patriménio fragmentado, sem dono de marca”, como aponta Edin Abumanssur, ou uma “marca de fantasia” que “agrega muitas denominagdes que usam esse nome como se fosse de dominio puiblico” como afirma Paulo Ayres (O Globo, 30/06/12; IHU On-Line, 17/08/12). Aqui os pesquisadores se referem ao fato de que as Assembleias de Deus nao sao uma tinica denominagao, mas um aglomerado de miriades de pequenas igrejas ao longo do pais que se retinem sob esse nome, em torno também de algu- mas convengoes (instancias centralizadoras) e distintos ministérios, es- tes muitas vezes em disputas e competicées entre si. E interessante no- tar que a chamada Igreja Batista - na verdade, miltiplas igrejas batistas -, a mais populosa dentre as evangélico-tradicionais e a segun- da igreja no cémputo geral dos evangélicos, abaixo sé da Assembleia de Deus, também se articula da mesma forma. Esta condigo de plura- lismo interno assembleiano, que por sua vez j4 acompanha o pluralis- mo interno pentecostal e o pluralismo interno evangélico, articulando diversidade, competigao e pertenca, talvez explique a razio de seu cres- cimento. Apesar de sua marca tradicional, o fato de Dossnit uta grat proporcionar uma maior flexibilizacao de con- las por seus novos de diversidade comega a i duta entre igrejas mais conservadoras € outras tid neue oyos adeptos, egressos das primeiras, como mals modernas e mais liberais’ como a “Vitoria em Cristo” de Malafaia. O trabalho de Maria de Fé- tima Paz Alves sobre jovens assembleianos de Recife é exemplar sean Processo de negociagdo e nuangas na observancia mals fedrel oa a gidas regras das igrejas assembleianas na sua relagio com o “mundo’ 79 Digitalizada com CamScanner Talvez seja possivel dizer que 0 “campo peg, sce porque sintomatiza € Expressa essa noy, miltiplas opcdes para , (ALVES, 2010: 165-183). tecostal assembleiano” cre: rg tendéncia do crescimento evangélico no pais: pertenga, experimentagao e competigao- E, Implicagées dos dados para os sem-religiao Amen ver, uas questdes chamam atencao com relagao aos sem-rel. gido: certo refreamento na sua tendéncia de erescimento'e caracteriniag™ mais nitidas na sua composicao social. Quanto 4 primeira questao, esta desaceleragao ~ da rendéncia que associa os sem-religido 4 “desfiliaggo religiosa”, ao trinsito do individuo com sua self religiosity por sobre as varias tradigdes religiosas ~ parece ser explicada na comparacéo com pritica similar de “desinstitucionalizagao”, mas circunscrita a0 meio evangélico na figura do evangélico nao determinado (cf. acima). Diante da evidéncia desta relacao, alguns pesquisadores chegaram a ver os dois fenémenos como tendo o mesmo fundo, como comentei acima. O socié- logo Pedro Ribeiro de Oliveira, em entrevista ao IHU On-Line, suspei- ta que exista uma relagio de causa/consequéncia entre evangélico ndo determinado e sem religido no sentido de que um possa ser uma etapa anterior ao outro, em fungao da tendéncia que ele considera dominante, da crescente “desafeicao religiosa” em relacao as instituicdes religiosas no Brasil: “tudo indica a passagem de uma religido a outra: de catéli- co a evangélico tradicional, ou pentecostal tradicional depois a neopen- tecostal, depois pentecostal néo determinado e depois sem religido. A trajet6ria parece demonstrar essa passagem” (IHU On-Line, 05/07/12). Um interessante ensaio de Alexandre Brasil Fonseca, que relaciona a afinidade entre 0 que chamou da “Nova Era Evangélica” praticante da “confissao positiva” e os sem-religiao, aposta também nesta trajetoria (FONSECA, 2000: 63-90). Embora estejam os evangélicos nao determi- nados e os sem-religiéo marcados ambos pela dindmica da flexibilizagao 7 oe Te entre as instituigdes religiosas y : ierente, uma vez que os evangéli- ene aoe ee ae evangélicos tanto em sua adesio a Bolteinsita decd a que seja maronda pela experimentagio we isitO, desde que seja no campo evangélico — quanto na nao iden tificagao com outros credos. que foi o “nomadismo” sem Mas, em relacao 4 questao subs religido/new age e nio 0 * 80 Digitalizada com CamScanner evangélico genético 0 que teve pequena Tetengao no seu crescimento, alguns pesquisadores como Gustavo Givisiez, do Departamento de Geo- grafia da UFR, ¢ Claudio Crespo, do IBGE, observaram que a tendéncia de crescimento dos sem-religiao “pode ter chegado a um limite”, Funda- mentam © argumento na ideia de ser o Brasil um “pats de tradigao reli- giosa” € pelo fato de haver uma “reagao das religides, como o fato dos pentecostais crescerem” (O Globo, 30/06/12). Afora o dado objetivo do crescimento menor dos sem-religiio em relacdo a um crescimento m: ais expressivo dos evangélicos, a isso nao significa, na minha opiniao, que as porcentagens estejam apontando um “limite” Para o crescimento dos sem-religido. Entendendo os sem-religiao como “religiosos sem institui- gio” isso nao discreparia da “tradicao religiosa” do pais, eles apenas expressariam no Brasil 0 processo de “desfiliagio religiosa” relacionado a. uma (p6s-)modernidade religiosa jé consagrada na frase de Gracie Da- vies “believe but not belong”. Além disso, ! 05 mtimeros que a pesquisa de Marcos Nicolini aporta, numa perspectiva mais alongada, mostram a tendéncia crescente dos sem-religiéo acompanhando os indicadores de modernidade, que em 1960 eram 0,5% e em 2012 chegam a 8,04%, perfazendo “um crescimento de 1.508%, descontando o crescimento ve- getativo da populagéo” (NICOLINI, 2012: 25). Como segunda questo, desde o ultimo Censo visualiza-se 0 tipo sem religido como o individuo modero, urbano, jovem e situado nas camadas médias ou em ascensio, tudo isso muito influenciado pelas pes- quisas de Regina Novaes sobre juventude e religido em meio aos “ventos secularizantes” (NOVAES, 2001, 2006). No entanto, o que esses percen- tuais distribuidos por regides do pais vem mostrar é que, além deste ator social que sem diivida € representativo do tipo sem religido, outro pode vir a se agregar nele. Estou me referindo aqueles segmentos de camadas pobres ou em ascensiio que vém povoar os mapas da migragio para as, grandes concentragdes urbanas do litoral brasileiro e as frentes de ocu- pacaio do Norte e Centro-Oeste, indicados nesse Censo como a base da presenca dos sem-religiao. So primordialmente jovens como 0 tipo mais conhecido e também como este possuidores de um imaginério religioso com um ntimero minimo de ateus e agnésticos. Da tipologia estabelecida Pela socidloga Silvia Fernandes (IHU On-Line, 07/07/12), chama minha atengdo duas modalidades que ela localiza nestes sem religiio: aqueles desvinculados das instituigdes, mas que mantém uma espiritualidade 81 Digitalizada com CamScanner Bee neretismo Pré COMO PbS-modey, que nao frequentam a religigg Jo praticante” que acompanhoy ste segundo caso, evidencig, or com que estes individugs a maneira CANTO dos 7, 1998) ¢ aquele algo como 0“ anto tempo. N rn o catolicismo 1 ae ca imperiosa da secularizaga Z ee ets indi a forga imp “coisas do mundo”. Aqui as grandes dificy}, Loe i ua fixagdo nos territérios urbanos ou Nog «as nao levam, como muitas teses preconizam, a religido, mas ae 1a pratica religiosa. Aquilo que Bauman chamou dq, pee na”, quando a dindmica da Modernidade rejeita ne tipo de inquietag: 0 isténcia Ee ceeer pelos “problemas” “sobre os quas se pode fazer algo”, “concentrando-se em tarefas que os seres humanos podem executar € cujas consequencias po. dem experimentar” (1998: 212-213). a/sincrética no (SANCHIS, 1997 por falta de tempo” a o Brasil por t “se cuidem p' oe, dades socioecondmiicas Com Jo sobre a ¢: Conclusao Regina Novaes, em um texto onde avaliava as percepgdes ¢ comportamentos da juventude, langou a pergunta: “A religiao faz diferenca?” (2005: 263). Repetir essa indagagéo para a sociedade brasileira seria quase uma obviedade, dada a indelével marca que a religido deixa no ethos social e cultural do pais desde sua “socio- génese” (SANCHIS, 1997), passando pela sua presenga na esfera publica, onde a relagao entre a religido catélica hegemGnica como Estado marcou a forma como os demais cultos e praticas buscaram se configurar e se legitimar na sociedade (MONTERO, 2006: 47- 65). A realidade religiosa que emerge do Censo de 2010 ainda vai Proporcionar dentro desta década varias interpretagées e andlises dos pesquisadores das Ciéncias Humanas e Sociais para o seu des- vendamento. O que se pode dizer Provisoriamente neste balango feito quase no “calor da hora” que cada vez m: ais as religides no Brasil se intercalam no tecido social/cultural, produzindo hibridos como “mercado religioso”, “turismo religioso”, “atletas de Cristo”, “padres e pastores cantores”, “bancadas evangélicas” etc. Por ou- tro lado, a religido Passa também a ter ca ’ questées morais, educacion © Republica no n ‘ da vez mais voz ativa em a's, sanitarias e cientificas face ao Estado eaR Pais, 0 que alguns a t ja esta . 82 Digitalizada com CamScanner REFERENCIAS LVES, M.EP. “Juventude, Igreja e ‘mundo! na perspectiva de joven’ entecostais (assembleianos) de Recife”. In; VELHO, G. & DUARTE BE . (orgs.). Juventude contemporanea: cultura, gostos ¢ carreiras. 410 Janeiro: 7 Letras, 2010, p, 165-183. yews L. “Os errantes da Nova Era ¢ sua religiosidade caleidose6- ica”. 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