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Questao Social e Servico Social cae btastl me gprs moro sociedade civil que respondiam 4 gravidade da sitmagio com agdes de carder solidirio, baseadas na caridade e na filantropia, compondo um quadro de agio social ¢ catélica com o objetivo de lutar contra 0 liberalismo e 0 comunismo. Com o agravamento da questio social, a greja serd impelida a posicionar-se perante o mundo capitalista. Porranto, situar esse proceso hist6rico no Brasilé, necessariamente, tomar como referéncia 0 contexto do desenvolvimento econdmico nos anos 1930, anteriormente explicitado, suas implicagdes sécio-histéricas © © papel dos sujeitos sociais identificados por virios autores(as) como protagonistas da emergéncia da nossa questi social eo seu trato politico. Um desses protagonistas foi, sem diivida, a Igreja Catdlica Apostdlice ‘Romana, que entrava na sua fase de renovacio cristi. Entio vejamos... 2.4 A Igreja Catélica e a “universalizagio” da questio social As transformacdes softidas pela Tgreja Catdlica cm fungio da crise social de alta intensidade que acometeu a Europa no final do século XIX colocaram em pauta a universalizagdo da questo social (Marchi, 1989, p. 2) Para melhor compreensio desse processo nosso guia seta Marchi (1989) | Porque traz uma valiosa contribuicio sobre a relacio da Ipreja Catdlica com a questio social no Brasil e no mundo”. 3 Tniciamos pelo resgate do papel que a Igreja exerceu no controle 14.0 sécalo XIX sexi sempre rferido pelos exadionos como o sca das grandes transfrmciex de ‘onslidicio do capittismo cm nivel mundi, dar revologice burgers da Revels noc ropicendo os primeizs anos tecoligicos ecenfics 4 fomentno de pensement cmmuniea, 15, A dscusso ds Ip aparece nese tpic de nme pasta jerando mostrar sua reap conte ‘emo Exada a soiedade 0 Servo Soil. Aparece, sim, como isis cm sua reaebo hitri, complex dinimic ma instinicio que por mao dew compleo spurte oaninairo tm ce tins 120 longo dos tempos i fngio pccpus de colocar ordem no mundo: de etabecer at fogs de be ‘comivéncis nie os homens vsando wna unidade na sociedad no scio universal Tee, & cee grea Calica Aponte Romana. Na pra, ela peeps ooo iciosc em vos tome ‘eres a impress (ou cee?) de ex perio dee da tase como mostam os eomenticn > pil que se sue am esa reve dart, nso ua de cerca sed Races Match poe 1 et Sil Brat Diz «Pris Catone Br 18501905} (1989). esc Some ‘mabalbo nos permit ier um ath nesse longo caminho uc iste a ges esos traafrtagone “> poder agritio na Europa entre 03 anos 1870 ¢ 1890, quando este 4 abalado pela aristocracia 20 aderit a0 Estado Liberal. Ao mesmo capo, as ideias socialistas ganharam corpo e densidad entre operirios camponeses € a Igroja Catélica se viu encutralada pelos seus maiores igos: o liberalismo, 0 anarquismo e 0 comunismo. Sem diivida, contribuiu para esse abalo a consolidacio da solugio Industrial que “bipolatizou a sociedade entre burgueses Jetirios, com a consequente concentracio da riqueza ¢ a socializacio pobreza” (p. 3). Tudo passou a girar em torno da Revolucao Industrial da expansio do achado inglés para o testo do mundo. Ocorreram, ‘esse meio tempo, novos processos sociais: migragoes, urbanizacio, metropolizagio, favelamento, emprego, descmprego, fome, miséria, "pomiscuidade, abandono, dominacio e exploracio. Enfim, pauperismo. | __Assistimos também primeira fase do desenvolvimento tecnolégico, "com avango nas comunicacoes, melhoramento no transporte, aumento de | produgio, importagio, exportagio, etc. Progresso técnico-cientifico que csultou em bem-estar para uns e em miséria para a maioria, Progresso = (0 de crises: superproducio, concorréncia, queda dos precos, " faléncia nas fabricas, éxodo rural proveniente de intenso proceso | migrat6sio. O resultado foi a mobilizagio social e politica especialmente * go campo sindical “|... buscando conquistas sociais como a minimizacao - da miséria, 0 aumento dos salirios e a redugio das horas de trabalho” (Marchi, 1989, p. 39) Como atuari a Igreja diante desses desafios? Primeiro, fazendo _ uma revisio da sua concepio de males soiais. Bla ja enxergava as mazelas expostas a olho nu, contudo, transformava-as em problemas de oxdem moral e cristi € tratava-as no plano das relagies pessoais ou, quando "muito, no plano de uma ordem juridica baseada em direitos e deveres para com os cristios. Nesse sentido, interpretava a questio social (expressio | datada de 1830), pela linguagem filoséfica que concebia a sociedade ‘como um organismo doente a ser curado. Dai a nogio de males sociais, smo a nogio de problema social fazia parte setae cones cae balan especiente renal que whe nascar de mie porte maior cnoceatncio opera. No descr do séalo SIS, TEDL Eaies ce view agsveam piniplmente po causa ds ses de abo implants pelo ‘Spinola que predoniors na Eoopac cera se xpudicpto Bea” (98. 12. s No processo de renovacio que comecou na Europa do século XIX, © a Ipreja Catdlica se viu diante de um desafio secular: sair da sua postura omissa ¢ intervir concretamente nos conflitos sociais. Numa conjuntura de renovagio, foram criados mecanismos para sua nova insergio na sociedade como as enciclicas papais Rersm Novarum de Leo XIII (1891), © Quadragésimo Anno de Pio X de 1931. Esta iltima mais préxima da emergncia do Servico Social no Brasil. ‘Assim, destacamos a Ieitura da primeira enciclica por sua efetiva influéncia no pensamento social quando emergiu a questio social europeia com fortes rebatimentos na realidade brasileira ¢, também, no processo de intervengao das pionciras do Servico Social. 2.5 A Rerum Novarum no enfrentamento da questo social Qual foi a estratégia concreta da Igreja para enfrentar esse novo quadro social em que, além de destituida dos seus direitos divinos, também se encontrava esvazinda de seus privilégios temporais? $6 restava-lhe a renovaio, Foi sob esse manto que o Papa Leo XIII divulgou a enciclica mais importante do século, a Rerwor Novarum (1891), traduzindo-se em czirica a uma sociedade seculatizada e que, portanto, se transformou em vitima da satanizacio da Igreja Catélica. Da leitura desse documento retivemos algumas de suas principais ideias que entendemos serviram de diregio is praticas sociais da Igreia Catélica, a partir do seu reposicionamento no mundo", Leo XII inicia sua enciclica falando em sede de inovapio diante de um «quadro social danoso, que reconhece ser fruto estragado da industrializacio. As novas relagdes de trabalho geradas pela indiistria alteraram as condig&es de vida ¢ de trabalho representaram um desafio para a Igreja e para tod a sociedade. Uma tarefa dificil porque implicava saber discernir qual o 17. Encicica Rem Nowra sobre a condi dos opersio (1891) com publica de 1936, Kata cocina ‘oi sequda de ous xm spi « Quads Anno do Pap Po XI (1931), tad 40 anos depois 18 Prionnamos alia Kee None por etre contias nex cain a picasa oe = ‘sti soci. Confeimos a Quadra Anno econstatmos a etrs princpioe da pies ‘Seendo um aplo cso para se comprimento ao mesmo emp ie crescent mince apeloe. a sfetivo direito das classes que estavam envolvidas nesse novo processo de trabalho, isto é, a classe dos proletirios e dos capitalistas. No entanta, cm urgente a tomada de medidas em “auxilio dos homens das classes inferiores, atentando a que cles estio pela maior parte s’uma imerecida simmacio de infortinio e miséria” (Rerum Novarum, 1936, p. 6). A preocupasio central dessa enciclica é a responsabilizacio do Estado, negada pelo liberalismo ¢, também, a defesa da propriedade, da familia ¢ do privado, Dessa forma, recomenda cuidado com as idcias Publicistas que defendem a propriedade coletiva, considerada pelo Papa um engodo socialista, jf que a propriedade é um patrimOnio que deve ser Passado de geracio a geracio. Ao defender a proptiedade privada, Leio XIII valotiza a existéncia de latifindios, justificados pelo fato de a terra ser um direito natural e divino de todos os homens para sex provento © que tomario posse dela apenas aqueles que tiverem as condigbes de ‘ela produzir “[..J A propriedade particular é plenamente conforme 2 | Satureza [.J” (p. 12). Assim, para os trabalhadores(as) restava apenas o ‘zabalho do qual deveriam se orgulhar. No documento papal, a Igreja reconhece as injusticas ¢ a gravidade ‘das condig&es sociais classe operiia, mas a solugio para tais males socizis vitia da unio entre a religiéo, os governantes, os sesihores ricos ¢ os Proptios operirios. Também recomenda a sujeicéo do individuo pobre 3 pobreza, com o argumento de que nem todos podem ser iguais na sociedade. Isso significa uma clara omissio: 20 mesmo tempo que conclama todos para intervirem na questio social, resguarda os privilégios dos patrées e naturaliza a desigualdade social. AAcnciclca faz uma analogia entre o pleno funcionamento do coxpo bumano formado por membros diferenciados ¢ a estrumura das clas sociais que dependem uma das outras para reproduzirem-se. Portan defende que “{..] mio pode haver capital sem trabalho nem trabalho sem capital” (p. 17). Responsabiliza os socialistas por incitarem o dio entre at clases que tém tudo para serem barmobicas pelo bem do desenvolvimento do capital e ‘considera o salitio a justa retribuicao do trabalho. Contudo, ao criticar a ‘sura, na verdade, nao denuncia a mais-valia” e considera os antagonismos is sociais como resultantes da desobediéncia as leis civis ¢ divinas. Tenta confortar os desafortnados dizendo que a vida terrena meno exh, Contradicdo, instrucionalizam a esmola, exigida como dever de todos por ser considerada uma caridade crista. ‘i necessidade © a0 decoro, é um dever lancar 0 supérflao no seio dos pobres (Rerum Novarum, 1936, p. 20). segundo ele, davam protesio aos trabalhadores, A equidade manda, pois, que o Estado se preocupe dos smbalhadores, e proceda de modo que de todos os bens, ue ‘ulbmetido& auroridade divina que Ihe é superior. Assim, como os ions cae descanso semanal remunerado, todavia, condicionando tal dircito 3 itica da religiio e 3s exigencias do trabalho desempenlado; ¢ estabelece iferena entre o trabalho da mulher e da crianca. Para a mulher, 0 ido € 0 trabalho doméstico e para a crianga deve-se respeitar a adequada para seu ingresso no mercado de trabalho; reconhece |" homem ¢ sua familia. “[...] Comera o teu pio com o suor do teu rosto [...] = e.que o salitio no deve ser insuficiente para assegurar a subsisténcia do ‘Outros aspectos abordados so: a jornada de trabalho e a satide do weabalhador, que, dadas suas particulatidades, devem ser encaminhadas sindicatos ou pelas corporacies. Sugere também que o tabalhador ‘foca economia do seu salirio a fim de constimuir seu préprio patriménio. Ao Estado caberia, ainda, regular as atividades do campo Sxendo Jhomem A terra para melhor proveito do seu trabalho. a enciclica ssecomenda, portanto, 0 protecionismo aos proprietitios como incentivo ‘para crlar e manter o emprego na érea rural, evitando sobrecarregi-los de _escargos sociais e impostos. Quanto 4 assistincia social, a enciclica recorre 4s propostas ‘meumualistas para amparar o trabalhador em caso de acidente de trabalho, “morte on enfermidades (p. 37), desde que resguardado o papel dos | sindicatos catélicos, justificando a existéncia deste tipo de associacio como recomendacio ctisti de auxilio mituo. Leio XMM ilustra sua ‘peemissa com a seguinte passagem biblica: “o irmo que é ajudado por ‘seu irmiio, é como uma cidade forte” (Rerum Novarum, p. 37). Aqui se denota um conceito de sociedade civil como decorréncia gn 3 2 ay op an yot pee 5 sl natural da capacidade divina do homem em associar-se, a fim de submeter © interesse de todos ao bem comum que é 0 seu fim. “A sociedade civil foi institnida para proteger o direito natural, no para o aniquilar”(p. 38). Nesta perspectiva propde o associativismo cristio sustentado por ideias de liberdade, moral ¢ religiio, sendo a éltima o “fandamento de todas as leis sociais” (p. 44). Quanto & sorte dos opesitios, vale a pena expor as palavias de Ledo XIII num derradeiro apelo a sua Tgreja: 'Nio se cansem de inculcar a todas as classes da sociedade as ‘mximas do Evangelho; faramos tado quanto estiver 20 nosso alcance para a salvagio dos povos, ¢, sobretudo alimentem «em sie, acendam nos outros, nos grandes e nos pequenos, a CARIDADE, senbora ¢ rainha de todas as virtues (Rerum Novarum, 1936, p. 47). Foi inevitivel abusar das citages para comprovarmos a relacio da Tgreja Catblica com a questio social, o que nos permite concluir que setores cla igreja nfo estavam ainda conscientes da gravidade da questio, omitindo Seu papel nas quest®es temporais e admitindo sua responsabilidade apenas, ¢ tio somente, na protecio e defesa do reino espiritual. A Reni Nosarum imprime um despertar da Igreja Catdlica. Sua homologacio sinaliza uma inflexio histérica, mesmo apresentando uma séric de contradicBes graves, como conciliar os interesses das classes ‘Petrias com a manuten¢io da propriedade privada dosmeios de producia. Allis, contradigio que colocaria tudo a perder. Contudo, no poderiamos ‘esperar justamente da Igreja um discurso negando a propriedade. O limite se impée pela consciéncia da sociedade na sua totalidade. Dessa forma, respeitando 0 sentido minimo da dialética — ¢ analisando a Igreja Catélica como uma instituigio contraditéria —, deve- Se ressaltar que essa ¢ ontras enciclicas que se seguiram imprimiram luma severa critica a sociedade e prépria Igreja por sua omissio diante da questio social — ou dos denominados males sociais. Essas enciclicas tém o papel de convocar a sociedade a assumir cada vez mais os projetos de teformas sociais, seu principal mote. Dai sua importincia inegivel ‘enquanto um esforgo histotico por parte dessa instituicio milenar, Portanto, somente a partir da Reruer Novarum (1891), setores da ‘Tgreja comecaram a despertar para o compromisso com os trabalhadores, ‘pclando sempre para o espirito eristio da sociedade amplamente esctistianizada. Pela via da recristianizacio, poder-se-ia combater as sneagas geradas pelo conflito capital x trabalho — motor da guestzo social _ Ao continuar se omitindo, corria o risco de ser tragada pelo discurso ” © pela agio de seus antagonistas, os comunistas € socialistas da época. Afinal, Manifesto Comunista de 1848 ja fazia a cabeca do movimento | operitio de entio. Nesse interim, muitas providéncias foram tomadas como 2 ‘organizagio de grupos, associaces leigns, criacio de instituices em ‘qe varios personagens do episcopado catélico ganham expressio _ fazem seguidores. A missio é disseminar a doutrina social da Igrcja Carélica para o resto do mundo. Légico que essa renovagio ganhou _ ® terreno do Estado com a implementagio de uma legislacio social, __setvindo de referéncia para os demais paises fora do eixo hegeménico. ‘Todavia, paremos por aqui c vamos percorrer o caminho dessa mudanca _ 2 realidade brasileira, que, como era de se imaginar, reproduziu 0 movimento de renovacao crista europeu. 2.6 No Brasil: os efeitos da Rerum Novarum Na nossa realidade a Igreja também se deparou com um quadro sombrio do processo de desenvolvimento capitalista jé no final do sfeulo XIX Entre nés, também ocorreram migeagdes camponesas © transformagées tecnolégicas que provocaram o inchamento das cidades do Centro Sul do pais. O urbano quase se tornou rural dado © esvaziamento do campo. Desenvolveu-se uma economia paralela 4 o café que continuaria, ainda por muito tempo, sustentando 0 préprio desenvolvimento industrial, Outro elemento dese desenvolvimento foi a imigracio, jé mencionada, compondo uma classe trabalhadora de nacionais ¢ estrangeiros, o que desperta e amplia a questa social A intervencio do Estado ni representava medidas de fundo, mas 40es isoladas para combater os conflitos e as agitagdes operirias, ¢ a rasas i fo 4 istic seu ssp nay oar uo» row ees Igreja, voltada apenas para a defesa da familia, das instituicoes, das leis, da religio e da sociedade. Desse modo, a questo social foi relegada a segundo plano. ‘Ocupada em reaver seu poder perdido com a Constimi¢io de 1891, que a separou do Estado, igualando-a 2s demais profissbes da fé, a Tgreja Catélica nio queria ser confundida com crengas e religides menotes; no depois de ter exercido o poder por séculos como a religito oficial do Brasil. Se bem que a questo social também nio deveria se constituir numa questio da Igreja, mas sim dos trabalhadores(as): um problema a ser enfrentado pela Inta de classes. Vale destacat, contudo, que no tiltimo quartel do século XIX, 0 episcopado brasileiro jé se mobilizava por meio das Cartas Pastorais Coletivas®, que reforcavam a autoridade da Igreja, denunciavam a descristianizagio e tragavam um quadro tenebroso da sociedade, lamentando a insuficiéncia de recursos para 0 enfrentamento da questio social. Numa atitude defensiva considerava-se vitima do poder demonstrava descontentamento com relagio as perdas de privilégio ¢ dos seus princfpios fundamentais: a secularizacio do ensino ¢ a adogio do casamento civil, que foram retirados da Constinuicio de 1891 No final da Primeira Reptiblica, continuava imobilizada, responsabilizando a descristianiza¢io ou seculatizacio da sociedade pelos males sociais: a falta de fé e 0 écio teriam como cura o trabalho ¢ a religiio. Portanto, a questio social permanecia no terreno da ética ¢ da ‘moral. Nao que fosse desconhecida, mas requetia apenas um tratamento ético que minimizasse 0 peso da pobreza ¢ a culpa pela riqueza. ‘As regras que a Igreja comecou a cumprit estavam relacionadas com a necessidade precipua de doutrinar os operitios, vitimas mais dircias das infimias ¢ caliinias dos comunistas. O objetivo ainda era 0 de resgatar seu lugar de autoridade divina na sociedade e desenvolver uma agio social baseada na caridade e na flantropia. ‘A Tegrcja, aos poucos, foi tomando pé da situagio da classe operitia 20, Fora mts o ieruments nds na proseaco da Inj com «questo ocak, eos, com 2 questo opin. Tinsformae ope a pat dafrmagbo socal qe gee peomoven ara sie ut cao, Alganeencnpon Cartas Pests, confaderags, congssso,cicls de stds soins, ‘eesiadee ctl, enfin dou apart reigioeo com Sola de color em peice 2s iis ‘Se Lee Te outos paps qe se segue ereforazaos pines eaorais. ainda que numa perspectiva doutrindria— todavia, em outra dimensio, ¢ ‘2 questo social foi cada vez mais ocupando espaco nos temas discutidos e encaminhados pela instituicio. Era a fase do catolicismo social brasileiro. ‘Vejamos trechos do Segundo Congresso Catélico realizado no Rio de __ Janciro em 1908, que denota algumas mudaneas no discurso da Tgreja: 'A magna-questio social & a dos salitios. Estes devem ‘gurantir condicées de vide, uabalho, educacio, aide, evitar 0 dcsemprego, proteger contra as moléstias e amparar a velhice [EA questo social somente se resolveri mediante a lara dos. sindicatos profissionais ¢ a vontade dos patrBes em negociar com eles. [A questio social & um problema que sempre cexistiu em todas as Epocas, mas que se torna mais complexa, dadaa evolucio da grande indistria, a qual somente conseguia 1 orgnnizacio do capital e no do trabalho, do operitio, que ainda nfo esti adaptado as necessidades modernas (Marchi, 1989, p. 197). Portanto, nas décadas de 1920 e 1930 do século XX, a receita para a questio social, seguindo © modelo curopeu, passou a ser a aplicagio de uma forte dose de moral cristi ¢ uma legislacio social que | ampatasse ¢ organizasse o mundo do trabalho. Pudemos j adiantar que ‘tratamento dado 4 questio social no Brasil nao foi diferente, apesar da sua particularidade histérica. © Brasil era um pais profundamente mergulhado em conflitos sociais ¢ que carregava ~ ¢ ainda carrega — 0 estigma do escravismo e da exploracio. Uma sociedade estamental, patrimonialista (Faoro, 2001) que reproduzia relagdes politicas baseadas numa falsa cordialidade. Um pais que btigou por uma repiiblica democritica contra os desmandos do poder, embora imerso na ditadura. Diante desse quadro ameacador, 0 Estado se armou e passou a policiara sociedade civil criando mecanismos Jegais para tanto. Foi rearticulada a velha alianca com a TIgreja, e juntos ‘rivaram uma disputa acierada contra os liberais e os comunistas. Nossa conclusio & de que a Igreja constrain sua hegemonia na Europa e, também, no Brasil, sempre do lado das classes detentoras ou possuidoras do poder econdmico. Perdendo sentido para 0 conjunto da sociedade cada ver que se afasta dela, e, 20 dimensionar o capital material, perde, na mesma medida, capital espiritual, pois que seus figis escorregam ang 9 mpl Se te 101 liscaianaiccaca iscsi pelos vios dos dedos. Primeiro, culpou a modernidade pela diminuicio da f€ no mundo, principalmente pelo avanco do conhecimento cientifico ¢ das teorias econémicas ¢ socizis, elegendo como seu principal inimigo © liberalismo — condenando-lhe a usura, mas, paradoxalmente, sempre tirando vantagens do capitalismo por ele fundamentado. E para nio perder seu lugar ao sol, fez alianca até com o fascismo. A partir de 1930, Igreja romaniza-se impelida pelas determinagdes Papais que exigiam a construcio de uma nova ordem social. O objetivo ra combater a laicizacio ¢ 0 anticlericalismo legado pela Replica Velha, Na pritica, como operaram os principios renovadores da Igreja Catdlica no Brasil? Por meio de espacos de discussio e debate politico € teligioso, a exemplo dos famosos circulos operarios criados durante © governo provisério de Getilio Vargas. Sob “a orientacio de Leio XIII, pensava-se numa sociedade reformada nos scus elementos basicos: familia, classes e solidariedade nacional. As bases de uma reforma social seriam dadas pelos principios cristios” (Marchi, 1989, p. 205)". Foi com esse Brasil que as pioneiras do Scrvico Social se epararam na sua intervencio profissional. Elas pertenciam pequena burguesia paulistana: militares, clero, funcionarios pablicos, professores ¢ profissionais liberais, além dos pequenos e médios proprictirios urbanos € rurais. Um pais de novas ideias: socialistas, comunistas, anarquistas, mas também autoritirias e nacionalistas. Um Brasil de classes sociais desiguais: de um lado, uma massa de proletirios famintos ¢ miseravcis, nos moldes da Revolucio Industrial inglesa; de outro, uma busguesia ascendente concentradora do capital e da renda. Um Brasil desigual. Um Brasil com graves expressdes da questio social. nyu sce yg ou pera ope mrin 21, 0 wnbalbo de Marchi redunda em informagdes sobre o apart iasineinal crado pela Iga (Cain para eles efrma socal. Ezpecslmenteo Capi Il ~A Romaniense do Crliceecs Brasco. 87211 102,

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